TECENDO SABERES DIGITAIS: AS TECNOLOGIAS COMO MEDIADORAS DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17381447


Regiane Coelho de Lima1
Micael Campos da Silva2
Francisco Damião Bezerra3


RESUMO
O presente trabalho aborda a integração das tecnologias digitais como mediadoras da aprendizagem na Educação Infantil, destacando a importância de compreender o papel desses recursos no desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. O estudo teve como objetivo analisar de que forma as tecnologias digitais contribuem para a construção de saberes significativos e para a ampliação das experiências formativas na primeira etapa da educação básica. Metodologicamente, caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, fundamentada em obras e estudos que discutem o uso pedagógico das tecnologias e sua influência no processo de ensino-aprendizagem infantil. As análises realizadas apontam que o uso intencional e reflexivo das ferramentas digitais potencializa práticas pedagógicas inovadoras, favorece a autonomia e o protagonismo das crianças e redefine o papel do professor como mediador ativo do conhecimento. Conclui-se que a incorporação das tecnologias digitais na Educação Infantil, quando conduzida de maneira crítica e planejada, contribui significativamente para a formação integral e para a construção de uma educação mais interativa, criativa e conectada às demandas do século XXI.
Palavras-chave: Alfabetização Digital. Desenvolvimento Infantil. Educação Infantil. Mediação da Aprendizagem. Tecnologia Educacional.

ABSTRACT
This study addresses the integration of digital technologies as mediators of learning in Early Childhood Education, emphasizing the importance of understanding the role of these tools in children’s cognitive, social, and emotional development. The research aimed to analyze how digital technologies contribute to the construction of meaningful knowledge and the expansion of formative experiences in the early stages of basic education. Methodologically, it is characterized as a bibliographic and qualitative study, grounded in works and research that discuss the pedagogical use of technology and its influence on the teaching and learning process in early childhood. The analysis indicates that the intentional and reflective use of digital tools enhances innovative pedagogical practices, fosters children’s autonomy and protagonism, and redefines the teacher’s role as an active mediator of knowledge. It is concluded that the incorporation of digital technologies in Early Childhood Education, when implemented critically and purposefully, significantly contributes to the holistic formation of the child and to building a more interactive, creative, and connected education aligned with the demands of the 21st century.
Keywords: Child Development. Digital Literacy. Early Childhood Education. Educational Technology. Learning Mediation.

1. INTRODUÇÃO

O avanço das tecnologias digitais tem se tornado um dos marcos mais significativos da contemporaneidade, influenciando não apenas a comunicação e a cultura, mas também as práticas pedagógicas na Educação Infantil. O termo “saberes digitais” surge como uma metáfora potente para expressar o entrelaçamento entre o conhecimento pedagógico e as novas linguagens tecnológicas, que hoje se constituem como mediadoras fundamentais do processo de ensino e aprendizagem. A inserção desses recursos na educação infantil está associada à evolução dos paradigmas educacionais que, desde a virada do século XXI, passaram a compreender a criança como protagonista ativa de sua própria aprendizagem, capaz de interagir, criar e experimentar em ambientes mediados por múltiplas linguagens e ferramentas digitais.

Além disso, o contexto educacional atual exige que as instituições escolares se reinventem diante de uma sociedade digital, em que crianças têm contato com dispositivos tecnológicos desde os primeiros anos de vida. A escola, nesse sentido, deixa de ser o único espaço de acesso ao conhecimento e passa a dialogar com as mídias digitais e com o universo tecnológico que compõe o cotidiano das crianças. Assim, compreender como as tecnologias se integram aos processos de aprendizagem na Educação Infantil é essencial para repensar práticas pedagógicas, promover a inclusão digital e ampliar as experiências formativas de modo significativo, crítico e criativo.

À vista disso, observa-se que práticas pedagógicas mediadas por tablets, computadores, aplicativos educacionais, jogos interativos e plataformas digitais vêm transformando a maneira como as crianças aprendem e se expressam. Projetos de robótica educativa, storytelling digital e experiências com realidade aumentada, por exemplo, vêm sendo utilizados para potencializar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional, promovendo o protagonismo infantil e estimulando múltiplas formas de linguagem. Essas práticas revelam que a tecnologia, quando utilizada com intencionalidade pedagógica, pode favorecer aprendizagens significativas e fortalecer vínculos entre escola, criança e sociedade.

Diante desse cenário, surge a seguinte questão norteadora: como as tecnologias digitais podem atuar como mediadoras da aprendizagem na Educação Infantil, contribuindo para o desenvolvimento integral e criativo das crianças? Essa indagação impulsiona a reflexão sobre o papel do professor, as práticas pedagógicas e as possibilidades de integração consciente das tecnologias no cotidiano escolar infantil.

Esta pesquisa se justifica pela necessidade de compreender o papel das tecnologias digitais como ferramentas mediadoras que favorecem o processo de ensino e aprendizagem desde a primeira etapa da educação básica. A compreensão crítica e pedagógica desses recursos é essencial para romper com práticas tradicionais e promover metodologias que considerem a criança como sujeito ativo, criativo e produtor de conhecimento. Além disso, busca-se valorizar o potencial educativo das tecnologias, não como substitutas da ação docente, mas como instrumentos que ampliam o repertório de experiências formativas e fortalecem a interação entre criança, professor e mundo digital.

Esta pesquisa é relevante porque contribui para o debate contemporâneo sobre a integração das tecnologias na Educação Infantil, um campo ainda em consolidação teórica e prática. Sua importância também reside no fato de que promove uma reflexão sobre a formação docente e sobre as condições institucionais necessárias para a implementação efetiva das práticas digitais. Ademais, ao discutir o papel mediador das tecnologias, o estudo propõe caminhos para o desenvolvimento de competências digitais, criativas e socioemocionais desde a infância, alinhadas às demandas da sociedade do conhecimento e à BNCC.

Este trabalho objetiva analisar o papel das tecnologias digitais como mediadoras da aprendizagem na Educação Infantil, identificando suas contribuições, desafios e possibilidades para a construção de saberes significativos e integradores. Busca-se, ainda, compreender como essas ferramentas influenciam as práticas pedagógicas e a formação docente no contexto digital contemporâneo.

Quanto ao percurso metodológico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, desenvolvida a partir de levantamento e análise de obras, artigos e documentos que abordam a relação entre tecnologia e aprendizagem na Educação Infantil. A escolha por essa abordagem permite explorar as múltiplas dimensões do fenômeno educacional em análise, priorizando a interpretação, o diálogo entre autores e a construção reflexiva do conhecimento.

O percurso teórico deste trabalho está alicerçado em reflexões sobre os conceitos de mediação tecnológica, aprendizagem significativa e práticas pedagógicas digitais, articulando-os com a concepção de infância e com o papel do professor na era digital. Assim, o estudo discute as relações entre tecnologia, ludicidade e formação integral da criança, considerando as contribuições das teorias educacionais que valorizam a interação, a criatividade e a experimentação como fundamentos do aprender.

A estrutura deste trabalho está organizada em quatro partes. O Capítulo 1 apresenta a introdução, contextualizando o tema, a problemática, os objetivos e os fundamentos metodológicos. O Capítulo 2 discute a mediação tecnológica no processo de aprendizagem infantil, analisando as potencialidades e desafios das ferramentas digitais. O Capítulo 3 aborda as práticas pedagógicas e a formação docente no contexto digital da Educação Infantil, enfatizando a integração das tecnologias ao currículo e à prática educativa. Por fim, o Capítulo 4 reúne as considerações finais, nas quais são sintetizadas as principais conclusões e apontadas sugestões para futuras investigações.

2. A MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM INFANTIL

Dessa forma, a mediação tecnológica pode ser compreendida como o processo pelo qual as tecnologias digitais assumem o papel de ferramentas que ampliam as interações entre professor, aluno e conhecimento, promovendo experiências de aprendizagem mais dinâmicas e colaborativas. Sua origem se vincula à revolução digital e à transição das metodologias tradicionais para práticas pedagógicas mais participativas e centradas no aluno. Segundo Freires (2023) e Anjos et al. (2024), as tecnologias tornaram-se instrumentos que transcendem o espaço físico da escola, configurando-se como extensões cognitivas capazes de facilitar a comunicação, a expressão e o desenvolvimento da autonomia infantil.

Além disso, a incorporação das tecnologias digitais no ambiente educacional infantil tem se mostrado essencial para o fortalecimento de uma cultura de aprendizagem interativa e inclusiva. Conforme Barroso et al. (2025) e Abreu et al. (2025), o uso pedagógico de recursos digitais permite ao docente redesenhar estratégias de ensino, integrando multimodalidades e novas linguagens. Essa perspectiva reforça o papel do professor como mediador, que utiliza a tecnologia não como substituta, mas como aliada para potencializar a compreensão, a curiosidade e o engajamento das crianças no processo de aprendizagem.

À vista disso, práticas como o uso de jogos digitais, aplicativos educacionais, quadros interativos e plataformas de contação de histórias são exemplos de como a mediação tecnológica pode ser aplicada na Educação Infantil. Conforme Gama et al. (2024) e Freires et al. (2024), essas práticas permitem que as crianças construam conhecimentos de forma lúdica, colaborativa e significativa. Ao manipular ambientes digitais, as crianças desenvolvem habilidades cognitivas e socioemocionais, expressam sua criatividade e aprendem a resolver problemas de maneira autônoma, reforçando a mediação como um processo ativo e transformador.

Consoante a isso, o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças é fortemente influenciado pela maneira como as tecnologias digitais são integradas às práticas pedagógicas. A origem dessa abordagem está relacionada às teorias do construtivismo e do socioconstrutivismo, que enfatizam o papel da interação e da mediação cultural no aprendizado. De acordo com Sousa et al. (2025) e Bodelão et al. (2025), as tecnologias não apenas ampliam o acesso à informação, mas também promovem ambientes de aprendizagem que estimulam a curiosidade, a empatia e a resolução de desafios coletivos, fortalecendo o desenvolvimento integral da criança.

Outrossim, quando as tecnologias digitais são utilizadas com intencionalidade educativa, elas estimulam funções cognitivas superiores, como memória, atenção e pensamento crítico. Freires et al. (2024) e Monteiro et al. (2025) destacam que as ferramentas digitais criam oportunidades para que as crianças experimentem múltiplas linguagens, cooperem entre si e desenvolvam sua capacidade de interpretar o mundo de forma criativa. Essa interação digital promove também o amadurecimento emocional, uma vez que o uso equilibrado e mediado das tecnologias incentiva o respeito, a colaboração e a construção de valores éticos desde os primeiros anos escolares.

Como por exemplo, atividades que envolvem aplicativos de desenho, storytelling interativo ou jogos colaborativos on-line favorecem o desenvolvimento de competências cognitivas e emocionais. De acordo com Viega et al. (2025) e Freires et al. (2024), esses recursos permitem à criança aprender por meio da experimentação e da imaginação, transformando o ambiente escolar em um espaço de descobertas. Assim, a tecnologia atua como mediadora não apenas do conhecimento, mas também das relações interpessoais e do desenvolvimento socioafetivo, consolidando-se como um instrumento indispensável à formação integral na Educação Infantil.

Diante disso, os desafios da mediação tecnológica na Educação Infantil emergem da necessidade de equilibrar o uso das tecnologias com práticas humanizadas e pedagógicas consistentes. Segundo Abreu et al. (2025) e Freires et al. (2023), embora as tecnologias ofereçam novas possibilidades de ensino, ainda existem obstáculos como a falta de infraestrutura adequada, a escassez de formação docente e a resistência a mudanças metodológicas. A origem desses desafios está nas desigualdades socioeconômicas e na defasagem entre a inovação tecnológica e a preparação das instituições escolares para incorporá-las de modo efetivo.

Ademais, as possibilidades da mediação tecnológica residem no potencial de inovação que as ferramentas digitais proporcionam para o processo de aprendizagem infantil. Conforme Barroso et al. (2025) e Bodelão et al. (2025), o ambiente digital favorece a personalização da aprendizagem, o uso de metodologias ativas e o fortalecimento da autonomia das crianças. Nesse sentido, o professor torna-se um curador de experiências, selecionando e adaptando recursos que promovam o desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioemocionais e digitais, essenciais ao século XXI.

Exemplificando, projetos interdisciplinares com uso de tablets, vídeos educativos, realidade aumentada ou robótica simples revelam as múltiplas possibilidades da mediação tecnológica. Freires et al. (2024) e Pereira et al. (2024) afirmam que essas iniciativas transformam o espaço escolar em um ambiente mais inclusivo e participativo, estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas. Assim, a mediação tecnológica se consolida como um campo fértil de experimentação pedagógica, que requer investimento contínuo na formação docente e em políticas educacionais que garantam o acesso equitativo às tecnologias.

3. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMAÇÃO DOCENTE NO CONTEXTO DIGITAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Dessa maneira, o papel do professor na contemporaneidade assume uma dimensão de mediador das aprendizagens, especialmente no contexto digital da Educação Infantil. Sua função não se restringe à transmissão de conteúdos, mas amplia-se para a curadoria de experiências que envolvem linguagens tecnológicas e multimodais. Conforme Bodelão et al. (2025) e Freires (2023), a mediação docente é essencial para que o uso das tecnologias digitais não se limite ao entretenimento, mas se torne um meio de desenvolver competências cognitivas, comunicativas e sociais nas crianças. A origem dessa concepção está no paradigma construtivista e no uso do design instrucional como estrutura para planejar experiências de aprendizagem significativas (Abreu et al., 2025).

Além do mais, a mediação digital demanda do professor novas habilidades e uma postura crítica diante do uso das tecnologias. De acordo com Anjos et al. (2024) e Freires et al. (2024), o docente deve ser capaz de identificar o potencial pedagógico dos recursos tecnológicos, integrando-os de modo criativo ao planejamento curricular. Assim, o professor atua como facilitador de aprendizagens, orientando as crianças no uso consciente das ferramentas digitais, de modo a promover autonomia, cooperação e expressão individual. A mediação, portanto, representa uma ponte entre o universo digital e o desenvolvimento integral da criança.

Como por exemplo, práticas pedagógicas mediadas por aplicativos interativos, plataformas educativas e ambientes virtuais têm se mostrado eficazes na ampliação das possibilidades de aprendizagem. Segundo Barroso et al. (2025) e Gama et al. (2024), o uso de jogos digitais, vídeos e recursos multimídia favorece a ludicidade e o engajamento, permitindo que o professor adapte as estratégias conforme o ritmo e o interesse de cada aluno. Assim, o educador mediador transforma a tecnologia em uma extensão do ato pedagógico, estimulando o pensamento crítico e o protagonismo infantil.

Diante do exposto, a formação inicial e continuada de professores para o uso das tecnologias digitais constitui um dos pilares centrais para o fortalecimento da prática pedagógica contemporânea. Sua origem está nas transformações educacionais impulsionadas pela cultura digital e pelo avanço da inteligência artificial na educação. Segundo Monteiro et al. (2025) e Freires et al. (2024), a formação docente deve ir além da capacitação técnica, buscando integrar fundamentos teóricos e metodológicos que favoreçam o uso reflexivo das tecnologias no cotidiano escolar.

Outrossim, a formação docente requer uma abordagem crítica que reconheça a complexidade das relações entre tecnologia, ensino e aprendizagem. Conforme Bodelão et al. (2025) e Sousa et al. (2025), os cursos de formação precisam incentivar a pesquisa, a experimentação e o compartilhamento de boas práticas, de modo que os educadores desenvolvam segurança para aplicar metodologias inovadoras. Essa perspectiva fortalece o papel do professor como agente transformador, capaz de promover uma aprendizagem mais significativa e contextualizada às demandas da sociedade digital.

Exemplificando, programas de formação que envolvem oficinas de robótica educacional, uso de aplicativos para alfabetização e práticas com realidade aumentada são exemplos de iniciativas eficazes. De acordo com Freires et al. (2024) e Pereira et al. (2024), essas experiências ampliam a compreensão dos docentes sobre as possibilidades pedagógicas das tecnologias e favorecem a criação de ambientes de aprendizagem colaborativos. Dessa forma, a formação continuada torna-se um espaço de reflexão e inovação que conecta o desenvolvimento profissional ao aprimoramento das práticas educativas.

Dessa maneira, as metodologias inovadoras na Educação Infantil são estratégias que integram recursos digitais e práticas pedagógicas ativas para promover aprendizagens significativas. A origem dessas metodologias está associada ao movimento de renovação educacional do século XXI, que valoriza o protagonismo do aluno e o uso das tecnologias como mediadoras do conhecimento. Segundo Freires et al. (2024) e Gama et al. (2024), essas abordagens buscam romper com modelos tradicionais e propor novas formas de ensinar e aprender por meio da experimentação, da ludicidade e da criatividade.

Ademais, a integração de metodologias digitais requer planejamento, intencionalidade e uma compreensão clara dos objetivos formativos da Educação Infantil. Conforme Abreu et al. (2025) e Anjos et al. (2024), estratégias como o storytelling digital, o uso de jogos interativos e a aprendizagem baseada em projetos permitem conectar as experiências da criança ao mundo digital de maneira crítica e prazerosa. Essas práticas favorecem a autonomia, o pensamento lógico e a resolução de problemas, competências fundamentais para a formação integral.

Como por exemplo, iniciativas pedagógicas que utilizam o aplicativo ScratchJr para introduzir conceitos de programação, a criação de histórias digitais em tablets ou o uso da realidade aumentada em atividades de leitura ilustram o potencial transformador das metodologias inovadoras. Segundo Sousa et al. (2025) e Freires et al. (2024), tais experiências favorecem a interdisciplinaridade e estimulam as múltiplas linguagens expressivas das crianças. Assim, a escola contemporânea se consolida como um espaço criativo e digitalmente integrado, capaz de tecer saberes tecnológicos e humanos em prol de uma educação infantil mais significativa e inclusiva.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo geral analisar o papel das tecnologias digitais como mediadoras da aprendizagem na Educação Infantil, buscando compreender suas contribuições, desafios e possibilidades no processo de ensino-aprendizagem. Esse objetivo foi plenamente atingido, pois a pesquisa evidenciou que as tecnologias, quando integradas de forma intencional e pedagógica, potencializam o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Além disso, verificou-se que o uso de recursos digitais estimula a autonomia, a criatividade e o protagonismo infantil, tornando o aprendizado mais dinâmico, significativo e conectado às múltiplas linguagens do mundo contemporâneo.

Além disso, os principais resultados indicam que a mediação tecnológica, na Educação Infantil, amplia as possibilidades de interação e construção de conhecimento, favorecendo práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. Observou-se que os ambientes digitais promovem experiências lúdicas e colaborativas, nas quais a criança aprende por meio da exploração, da imaginação e da experimentação. Tais práticas demonstram que o uso consciente das tecnologias digitais pode fortalecer vínculos entre teoria e prática, transformando o papel do professor em mediador ativo do processo educativo e não mero transmissor de informações.

Consoante a isso, as contribuições teóricas desta pesquisa estão centradas na compreensão de que o uso das tecnologias digitais na Educação Infantil não deve ser reduzido à simples instrumentalização, mas sim entendido como parte de uma cultura pedagógica que valoriza a interação, a curiosidade e a autonomia da criança. O estudo contribui para o campo educacional ao reforçar a importância da formação docente para o uso crítico e criativo das ferramentas tecnológicas, além de ampliar o debate sobre a necessidade de integrar o digital às práticas pedagógicas de maneira ética, reflexiva e significativa.

À vista disso, quanto às limitações do estudo, destaca-se que não foram encontradas restrições que comprometessem os resultados obtidos, uma vez que os métodos utilizados — pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa — permitiram alcançar os objetivos propostos e sustentar as análises apresentadas. A abordagem teórica adotada possibilitou uma ampla compreensão sobre o tema, embora não tenha se baseado em observações empíricas diretas. Contudo, tal delimitação não configurou limitação efetiva, mas sim uma escolha metodológica coerente com o propósito de aprofundar o debate conceitual e pedagógico sobre as tecnologias na infância.

Diante do exposto, sugere-se que trabalhos futuros possam aprofundar investigações empíricas sobre a aplicação prática das tecnologias digitais em sala de aula, observando os impactos diretos na aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Além disso, pesquisas que envolvam a formação continuada de professores e a criação de propostas curriculares integradas ao digital podem contribuir ainda mais para consolidar práticas inovadoras e humanizadas. Assim, reforça-se a importância de continuar tecendo saberes digitais que reconheçam a criança como sujeito ativo e protagonista de seu processo de aprendizagem, em diálogo constante com as possibilidades transformadoras das tecnologias educacionais.

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1 Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail: [email protected]

2 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]

3 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]