PRIMEIRAS LETRAS, GRANDES CONEXÕES: ALFABETIZAÇÃO E APRENDIZAGEM NO SÉCULO DIGITAL
PDF: Clique aqui
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17148474
Micael Campos da Silva1
Francisco Damião Bezerra2
Jullyana de Kácia Figueirôa da Silva3
RESUMO
O presente trabalho aborda a alfabetização no contexto do século digital, considerando os impactos das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em um cenário marcado pela expansão das mídias, pela cultura da conectividade e pela multiplicidade de linguagens, torna-se urgente repensar as práticas pedagógicas tradicionais, incorporando abordagens multiletradas que dialoguem com as experiências das juventudes conectadas. O objetivo da pesquisa foi analisar como as tecnologias digitais influenciam os processos de alfabetização e aprendizagem nos anos iniciais, com foco nas práticas pedagógicas que promovem o letramento crítico, significativo e inclusivo desde as primeiras etapas da vida escolar. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, do tipo bibliográfica, fundamentada em autores contemporâneos que discutem alfabetização, multiletramentos e cultura digital. A pesquisa organizou-se a partir da análise de produções científicas e documentos educacionais relevantes para a compreensão do fenômeno. Como resultado, observou-se que o uso intencional e criativo das tecnologias digitais pode potencializar os processos de alfabetização, especialmente quando alinhado a propostas pedagógicas inovadoras e à formação continuada dos professores. Conclui-se que integrar as tecnologias às práticas alfabetizadoras é fundamental para construir uma educação mais crítica, conectada e significativa para as crianças do século XXI.
Palavras-chave: Alfabetização. Aprendizagem. Tecnologias.
ABSTRACT
This study addresses literacy in the context of the digital age, considering the impact of digital technologies on teaching and learning processes in the early years of primary education. In a scenario marked by the expansion of media, a culture of connectivity, and a multiplicity of languages, it becomes urgent to rethink traditional pedagogical practices by incorporating multiliteracy approaches that resonate with the experiences of digitally connected youth. The objective of this research was to analyze how digital technologies influence literacy and learning processes in early education, focusing on pedagogical practices that promote critical, meaningful, and inclusive literacy from the earliest stages of schooling. This is a qualitative and bibliographic study, based on contemporary authors who discuss literacy, multiliteracies, and digital culture. The research was structured through the analysis of scientific literature and relevant educational documents that contribute to a deeper understanding of the phenomenon. The findings suggest that the intentional and creative use of digital technologies can enhance literacy processes, especially when aligned with innovative pedagogical proposals and continuous teacher training. It is concluded that integrating technology into literacy practices is essential for building a more critical, connected, and meaningful education for 21st-century children.
Keywords: Literacy. Learning. Technologies.
1 Introdução
A alfabetização, compreendida como o processo de aquisição da leitura e da escrita, constitui uma das etapas mais fundamentais da formação educacional, sendo historicamente associada à construção de habilidades cognitivas essenciais para a participação crítica na sociedade. No entanto, com o advento das tecnologias digitais e a transformação dos modos de produção e circulação de saberes, emergiu a necessidade de reconfigurar o conceito de alfabetização para além do código escrito tradicional. Nesse sentido, surgem as abordagens multiletradas, que compreendem a linguagem em suas múltiplas formas — visual, digital, sonora e midiática — como elementos indissociáveis da cultura contemporânea. A origem dessa perspectiva remonta às discussões do Grupo de Nova Londres (New London Group), que, ainda nos anos 1990, propôs o conceito de “multiletramentos”, reconhecendo a diversidade de textos, linguagens e mídias que marcam o mundo globalizado e digitalizado.
À vista disso, a alfabetização no século XXI deve ser entendida dentro de um ecossistema educacional conectado, no qual os sujeitos aprendem não apenas a ler e escrever, mas a operar criticamente em diferentes linguagens, dispositivos e ambientes interativos. O contexto educacional atual, marcado pela ubiquidade das tecnologias digitais e pelas rápidas transformações nas formas de acesso à informação, exige que os processos de ensino e aprendizagem estejam alinhados às demandas de uma sociedade em rede. Isso implica repensar as práticas pedagógicas da alfabetização, incorporando metodologias inovadoras, recursos digitais e estratégias que promovam a inclusão, a criticidade e a autonomia dos estudantes desde os primeiros anos escolares.
Como exemplo, observa-se o uso de aplicativos interativos como o Khan Academy Kids, Plataformas de Histórias Digitais, livros aumentados, jogos educacionais, e o uso de avatares de leitura e escrita em espaços de aprendizagem híbridos. Essas ferramentas, quando integradas ao cotidiano pedagógico, não apenas ampliam o repertório dos alunos, mas também potencializam o desenvolvimento de competências leitoras e escritoras de forma lúdica e significativa. Assim, a alfabetização passa a ser mediada por interfaces digitais que possibilitam conexões entre o mundo da criança e o mundo digital, promovendo aprendizagens contextualizadas e colaborativas.
Diante desse cenário, o problema que orienta esta investigação pode ser enunciado da seguinte forma: Como as tecnologias digitais impactam os processos de alfabetização e aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e de que modo elas podem ser integradas pedagogicamente para potencializar a formação multiletrada das juventudes conectadas?.
Esta pesquisa se justifica pela urgência em compreender e promover práticas pedagógicas que articulem alfabetização e cultura digital, especialmente em contextos escolares que atendem crianças em fase de alfabetização. O uso crítico e criativo das tecnologias é fundamental para garantir o direito à aprendizagem significativa e à inclusão digital desde os primeiros anos da vida escolar. Além disso, compreender as interfaces entre as primeiras letras e as grandes conexões digitais é essencial para que educadores, gestores e formuladores de políticas públicas possam planejar intervenções alinhadas às necessidades do século XXI.
Esta pesquisa é relevante na medida em que contribui para a reflexão crítica sobre os desafios e as potencialidades da alfabetização no contexto digital, oferecendo subsídios teóricos e práticos que podem orientar a atuação docente na contemporaneidade. Ao explorar a convergência entre letramento, multiletramentos e cultura digital, o estudo também colabora com o avanço do campo da Educação, especialmente no que tange à formação docente, às metodologias inovadoras e ao enfrentamento das desigualdades tecnológicas no ambiente escolar.
Este trabalho objetiva analisar como as tecnologias digitais influenciam os processos de alfabetização e aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com foco nas práticas pedagógicas que promovem a multiletracidade e o engajamento ativo dos estudantes no ambiente escolar conectado.
O percurso metodológico adotado será a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, com base em autores contemporâneos que discutem alfabetização, tecnologias digitais e práticas pedagógicas inovadoras. A análise das produções acadêmicas visa construir um panorama crítico e fundamentado sobre as principais contribuições teóricas e metodológicas voltadas à alfabetização digital.
O percurso teórico desta investigação se fundamenta em autores clássicos que discutem os multiletramentos, o ensino da leitura e da escrita na contemporaneidade e o papel das tecnologias digitais na construção do conhecimento. Esses referenciais permitirão compreender a complexidade da alfabetização no século digital e os caminhos possíveis para a promoção de aprendizagens significativas.
A estrutura do trabalho está organizada da seguinte forma: o capítulo 1 apresenta a introdução, contextualizando o tema, o problema, os objetivos e o percurso metodológico. O capítulo 2 discute a alfabetização multiletrada na era digital, destacando os desafios e as potencialidades do processo. O capítulo 3 aborda as tecnologias digitais como catalisadoras da aprendizagem significativa nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Por fim, o capítulo 4 reúne as considerações finais, nas quais se apresentam as principais conclusões, limitações e sugestões para futuras pesquisas.
2 Alfabetização Multiletrada na Era Digital: Desafios e Potencialidades
Dessa forma, o conceito de multiletramentos emerge a partir das discussões do New London Group nos anos 1990, ampliando a noção tradicional de alfabetização para abarcar a diversidade de linguagens presentes nas sociedades contemporâneas. Os multiletramentos referem-se à capacidade de ler, interpretar e produzir significados em diferentes mídias e contextos culturais, reconhecendo que a comunicação hoje se dá por múltiplas linguagens — textual, visual, sonora, digital e híbrida. Segundo Abreu et al. (2025), esse paradigma exige um design instrucional que valorize os diferentes modos de representação e expressão, ajustando-se aos fluxos sociotécnicos atuais.
Além disso, no cenário educacional brasileiro, a adoção dos multiletramentos ainda enfrenta desafios relacionados à formação docente e à estrutura curricular. Com o avanço da cultura digital, o letramento tradicional não é mais suficiente para garantir a inclusão plena do sujeito na vida social, sendo necessário que as escolas assumam o compromisso de formar leitores e produtores de múltiplas linguagens. Conforme apontam Barroso et al. (2025) e Freires et al. (2024), essa transição exige que os educadores repensem suas práticas e incorporem ferramentas digitais de forma crítica e criativa.
À vista disso, práticas como a produção de vídeos, podcasts, memes e narrativas digitais no contexto da alfabetização revelam o potencial dos multiletramentos na ampliação das competências comunicativas dos estudantes. Projetos desenvolvidos com uso de aplicativos como Book Creator, Padlet e Canva têm sido explorados como recursos que integram leitura, escrita, oralidade e multimodalidade desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Segundo Anjos et al. (2024) e Freires (2023), essas estratégias favorecem a autonomia, a autoria e o engajamento dos alunos com a linguagem digital.
Diante disso, as barreiras no acesso aos multiletramentos decorrem, principalmente, de desigualdades estruturais que afetam a distribuição de tecnologias, a conectividade e a formação de professores no uso crítico desses recursos. Embora os multiletramentos ampliem o escopo da alfabetização, seu pleno desenvolvimento depende da superação de obstáculos históricos e sociais. De acordo com Borges et al. (2025), a cidadania digital só se efetiva quando há acesso seguro e equitativo às tecnologias educacionais.
Exemplificativamente, em muitas redes públicas de ensino, sobretudo em contextos periféricos ou rurais, a escassez de equipamentos, a falta de conexão à internet e a ausência de políticas de formação continuada dificultam a implementação efetiva dos multiletramentos. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) ressaltam que as desigualdades digitais são um reflexo das desigualdades sociais e educacionais, exigindo intervenções multissetoriais. Bodelão et al. (2025) reforçam que o papel da gestão educacional é decisivo para a superação desses entraves.
Com isso, experiências que promovem parcerias entre escolas, universidades e secretarias de educação têm buscado minimizar essas desigualdades. Adoção de laboratórios móveis, kits de alfabetização digital e capacitações híbridas têm sido estratégias utilizadas em municípios como Sobral-CE e Belo Horizonte-MG, conforme relatado por Freires et al. (2024) e Teles et al. (2025). Essas práticas demonstram que, mesmo com desafios, é possível avançar na democratização do acesso aos multiletramentos.
Sendo assim, práticas pedagógicas inovadoras na alfabetização digital são aquelas que incorporam as tecnologias como parte do processo formativo, e não apenas como complemento. Tais práticas partem de metodologias ativas, aprendizagem baseada em projetos, gamificação e uso de recursos multimodais, promovendo a participação crítica dos alunos desde os primeiros anos. Conforme Gama et al. (2024) e Pereira et al. (2024), essas estratégias estão fortemente relacionadas à criação de ambientes dinâmicos, colaborativos e inclusivos.
Desse modo, a educação contemporânea exige uma atuação docente voltada à experimentação e à escuta ativa dos estudantes. As práticas inovadoras não se resumem ao uso de tecnologias, mas ao redesenho pedagógico que reposiciona o aluno como protagonista de sua aprendizagem. Bodelão et al. (2025) e Abreu et al. (2025) indicam que, para isso, é necessário repensar as intencionalidades didáticas e integrar as competências digitais ao planejamento das ações alfabetizadoras.
Como por exemplo, o uso de avatares que leem histórias em voz alta, ferramentas de reconhecimento de fala para alunos com dificuldades de leitura e plataformas que adaptam o nível de complexidade textual conforme a evolução do estudante. Essas soluções, citadas por Freires et al. (2024) e Monteiro et al. (2025), têm mostrado resultados significativos na inclusão de crianças com deficiências ou em processo de alfabetização tardia, reafirmando o poder das tecnologias como mediadoras da aprendizagem.
3 Tecnologias Digitais como Catalisadoras da Aprendizagem Significativa nos Anos Iniciais
Dessa maneira, os ambientes interativos são espaços físicos ou virtuais que favorecem a aprendizagem ativa por meio da mediação tecnológica, promovendo interações lúdicas, sensoriais e cognitivas entre as crianças e os conteúdos escolares. Esses ambientes surgiram com o avanço das tecnologias educacionais e com as pesquisas da psicologia do desenvolvimento, especialmente no que se refere às teorias socioconstrutivistas. Segundo Anjos et al. (2024) e Freires et al. (2024), ambientes digitais bem planejados funcionam como zonas de desenvolvimento proximal, nas quais as crianças interagem com recursos que estimulam habilidades de raciocínio, linguagem e criatividade.
Consoante a isso, as escolas têm se esforçado para incorporar elementos interativos em suas salas de aula, seja por meio de tecnologias como lousas digitais, aplicativos educativos, jogos online ou plataformas adaptativas. No entanto, a simples presença de tecnologias não garante aprendizagem significativa: é necessário que o design pedagógico dessas experiências favoreça a exploração, a curiosidade e o engajamento das crianças. Conforme Abreu et al. (2025) e Lanças et al. (2025), o design instrucional centrado na criança possibilita experiências que integram ludicidade, conteúdo e desenvolvimento cognitivo.
À exemplo disso, recursos como o ScratchJr, o Khan Academy Kids e o ABC do Bita Interativo são ferramentas utilizadas com sucesso nos anos iniciais, permitindo que as crianças resolvam problemas, explorem narrativas e construam sentidos de forma ativa e colaborativa. Estudos de Freires, Silva e Sales (2024) mostram que o uso contínuo dessas tecnologias impacta positivamente no desenvolvimento da atenção, memória de trabalho e pensamento lógico-matemático, desde que haja mediação docente qualificada.
Ademais, a integração curricular das tecnologias digitais consiste em incorporar de forma planejada e transversal os recursos tecnológicos aos objetivos de aprendizagem das diversas áreas do conhecimento. Essa concepção ganhou força a partir da segunda década do século XXI, com as reformulações curriculares que incluíram as competências digitais entre os direitos de aprendizagem. De acordo com Freires et al. (2024) e Sousa et al. (2025), essa integração requer mais do que infraestrutura: exige intencionalidade pedagógica e articulação entre os componentes curriculares.
Além do mais, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece o papel das tecnologias como meio para o desenvolvimento de competências cognitivas, socioemocionais e culturais. Entretanto, muitos professores ainda encontram dificuldades para integrar as tecnologias ao currículo de forma coerente e contextualizada. Bodelão et al. (2025) e Monteiro et al. (2025) destacam que esses desafios estão relacionados tanto à formação docente quanto à ausência de políticas públicas que garantam suporte técnico e pedagógico contínuo.
Como por exemplo, é comum encontrar escolas que possuem tablets ou lousas digitais, mas que os utilizam de forma esporádica e desarticulada das atividades curriculares. Em contrapartida, experiências relatadas por Freires et al. (2023) mostram que projetos interdisciplinares — como os que envolvem produção de textos multimodais, robótica educacional e criação de vídeos — promovem aprendizagens mais significativas e integradas quando planejadas em colaboração entre docentes e coordenadores pedagógicos.
Desse modo, a formação docente para o uso crítico das tecnologias refere-se ao conjunto de saberes, competências e reflexões necessárias para que os professores integrem recursos digitais às suas práticas pedagógicas de forma consciente, ética e transformadora. A origem desse debate remonta à crítica das abordagens tecnicistas da década de 1990, que viam o professor apenas como aplicador de ferramentas. Segundo Bodelão et al. (2025) e Freires (2023), é imprescindível formar professores capazes de compreender o impacto social, cultural e político das tecnologias no contexto educacional.
Ainda assim, muitos cursos de formação inicial e continuada carecem de propostas consistentes sobre o letramento digital docente, sobretudo no que se refere à alfabetização. A ausência de oportunidades formativas contribui para o uso superficial ou inseguro das tecnologias em sala de aula. Conforme Barroso et al. (2025) e Gama et al. (2024), é necessário que os programas de formação incluam componentes como design instrucional, análise crítica de plataformas e elaboração de materiais multimidiáticos aplicados à alfabetização.
Sendo assim, iniciativas como o "Programa Sala de Aula Conectada", descrito por Freires et al. (2024), têm contribuído significativamente para transformar a prática pedagógica de professores dos anos iniciais. Nessas formações, os docentes aprendem a desenvolver sequências didáticas digitais, utilizar ambientes virtuais de aprendizagem e avaliar recursos tecnológicos com base em critérios pedagógicos. Essas experiências demonstram que a formação contínua e contextualizada é o caminho para consolidar o uso qualificado das tecnologias na alfabetização.
4 Considerações finais
Dessa forma, retoma-se o objetivo geral desta pesquisa, que foi analisar como as tecnologias digitais influenciam os processos de alfabetização e aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com ênfase nas práticas pedagógicas que promovem a multiletracidade e o engajamento ativo dos estudantes. Tal objetivo foi plenamente atingido, uma vez que, por meio da revisão bibliográfica de natureza qualitativa, foi possível evidenciar o impacto significativo das ferramentas digitais na construção de saberes linguísticos, cognitivos e socioculturais no contexto da alfabetização contemporânea.
Além disso, os principais resultados apontam para a necessidade de integrar as tecnologias digitais ao cotidiano escolar desde os anos iniciais, não como instrumentos acessórios, mas como dispositivos estruturantes do processo de ensino-aprendizagem. Os estudos analisados revelam que práticas pedagógicas que incorporam multiletramentos, jogos digitais, plataformas educativas e metodologias interativas contribuem de maneira decisiva para o desenvolvimento da leitura, da escrita e do pensamento crítico nas crianças. Evidenciou-se, ainda, que a formação docente continuada é um elemento chave para a implementação efetiva dessas abordagens inovadoras.
Consoante a isso, as contribuições teóricas deste trabalho se expressam na sistematização de referenciais atualizados sobre alfabetização digital e multiletrada, ampliando o entendimento do papel das tecnologias na mediação do conhecimento na infância. A pesquisa reforça a importância de uma concepção ampliada de letramento, capaz de articular a linguagem escrita com outras semioses presentes na cultura digital, favorecendo uma aprendizagem mais significativa, crítica e inclusiva. Assim, este estudo se alinha às perspectivas contemporâneas que defendem a centralidade das tecnologias na formação cidadã e na construção de sujeitos autônomos e criativos.
À vista disso, é importante reconhecer que, dentro dos limites do percurso metodológico adotado — uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa —, não foram encontradas limitações que comprometessem os resultados alcançados. Ainda que não tenha havido aplicação prática ou coleta de dados empíricos, o levantamento de literatura foi suficientemente robusto e diversificado, oferecendo uma base sólida para a análise e interpretação do fenômeno investigado. Portanto, não se identificam obstáculos metodológicos significativos neste estudo.
Com isso, considerando os aportes obtidos e reconhecendo a importância da temática, recomenda-se que trabalhos futuros se dediquem a investigações de caráter empírico, com aplicação direta em contextos escolares reais, a fim de verificar, na prática, os efeitos e desafios da integração das tecnologias digitais nos processos de alfabetização. Sugere-se, ainda, o desenvolvimento de estudos interdisciplinares que envolvam docentes, alunos e gestores, para a construção colaborativa de propostas pedagógicas inovadoras, sensíveis às especificidades locais e às desigualdades de acesso às tecnologias. A continuidade desse debate é essencial para o fortalecimento de uma educação inclusiva, crítica e conectada às demandas do século digital.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abreu, A. et al. (2025). Design instrucional na educação contemporânea: Potencialidades, limites e impactos nas práticas pedagógicas. Revista Tópicos, v. 3, n. 21. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/design-instrucional-na-educacao-contemporanea-potencialidades-limites-e-impactos-nas-praticas-pedagogicas. Acesso em: 27 jun. 2025.
Anjos, S. M. et al. (2024). Tecnologia na educação: Uma jornada pela evolução histórica, desafios atuais e perspectivas futuras. V.1, 1. Ed. Campos sales: Quipá.
Barroso, M. et al. (2025). Desvendando o ensino remoto no ceará: A inteligência artificial como aliada na transformação da educação a distância. Revista Tópicos, v. 3, n. 18. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/desvendando-o-ensino-remoto-no-ceara-a-inteligencia-artificial-como-aliada-na-transformacao-da-educacao-a-distancia. Acesso em: 27 jun. 2025.
Bodelão, L. et al. (2025). Entre teoria e prática: Caminhos para uma formação docente crítica e reflexiva. Revista Tópicos, v. 3, n. 21, 2025. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/entre-teoria-e-pratica-caminhos-para-uma-formacao-docente-critica-e-reflexiva. Acesso em: 27 jun. 2025.
Bodelão, L. et al. (2025). Formação docente no século xxi: Desafios, inovações e práticas transformadoras. Revista Tópicos, v. 3, n. 21, 2025. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/formacao-docente-no-seculo-xxi-desafios-inovacoes-e-praticas-transformadoras. Acesso em: 27 jun. 2025.
Borges, J. et al. (2025). Prerrogativas e óbices da cidadânia online: Um olhar sobre a segurança digital nas instituições educacionais. Revista Tópicos, v. 3, n. 18. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/prerrogativas-e-obices-da-cidadania-online-um-olhar-sobre-a-seguranca-digital-nas-instituicoes-educacionais. Acesso em: 27 jun. 2025.
Freires , K. C. P.., Pereira , R. N.., Vieira , M. de J. da S.., Theobald , A. A. de R. F.., & Nunes, W. B. (2024). A integração das tecnologias digitais e da robótica educacional na gestão escolar: Um estudo bibliográfico comparativo entre anos iniciais e finais e a educação de jovens e adultos. Lumen et Virtus, 15(38), 1299-1325. Disponível em: https://doi.org/10.56238/levv15n38-083. Acesso em: 27 jun. 2025.
Freires, K. C. P. (2023). Reinventando a escola: repensando modelos e práticas educacionais diante das transformações sociais e tecnológicas contemporâneas.
Freires, K. C. P. et al. (2024). Reformulando o currículo escolar: Integrando habilidades do século XXI para preparar os alunos para os desafios futuros. Revista fisio&terapia, v. 28, p. 48-63. Disponível em: https://revistaft.com.br/reformulando-o-curriculo-escolar-integrando-habilidades-do-seculo-xxi-para-preparar-os-alunos-para-os-desafios-futuros/. Acesso em: 27 jun. 2025.
Freires, K. C. P. (2024). O impacto do uso da inteligência artificial nos processos de ensino e aprendizagem. Revista Tópicos, v. 2, n. 9. Disponível em: 2965-6672. https://revistatopicos.com.br/artigos/o-impacto-do-uso-da-inteligencia-artificial-nos-processos-de-ensino-e-aprendizagem. Acesso em: 27 jun. 2025.
Freires, K. C. P.; Costa, C. B. S.; Araújo Júnior, E. (2023). A busca pela verdade: Uma revisão de literatura sobre as implicações histórico-sociais, conexões matemáticas e a concepção da teoria da árvore. 1. Ed. Iguatu: Quipá. V. 1. 60p.
Freires, K. C. P.; Silva, M. A.; Sales, F. O.; Lima, F. F.; Santos, J. S.; Santiago, E. C.; Silva, W. C.; Martins, P. A.; Vale, A. F.; Damasceno, M. V.; Soares, A. G. (2024). O impacto do uso da Inteligência Artificial nos processos de ensino e aprendizagem. In: Contribuciones a las Ciencias Sociales, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.55905/revconv.17n.7-024. Acesso em: 27 jun. 2025.
Freires, K. C. P., Silva, M. C. da, Azevedo, L. F. A., Viega, K. C., Souza, A. M. C., Nogueira, N. M. de O., Teixeira, L. C., & Silva, M. A. M. P. da. (2024). O papel do gestor educacional no ambiente E-learning: uma revisão de literatura. Observatório de la economía latinoamericanA, 22(6), e5203. Disponível em: https://doi.org/10.55905/oelv22n6-103. Acesso em: 27 jun. 2025.
Gama, L. da, Freires, K. C. P., Silva, M. C. da, Santiago, E. C. B., & Correia, A. L. C. (2024). Desafios e oportunidades das metodologias ativas na educação digital: Análise das complexidades no ensino e aprendizagem. Revista Eletrônica Multidisciplinar de Investigação Científica, 3(18). Disponível em: https://doi.org/10.56166/remici.v3n18393924. Acesso em: 27 jun. 2025.
Lanças, E. et al. (2025). Do clique à compreensão: Conexões multimídia na jornada educacional de minas gerais. Revista Tópicos, v. 3, n. 21. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/do-clique-a-compreensao-conexoes-multimidia-na-jornada-educacional-de-minas-gerais. Acesso em: 27 jun. 2025.
Monteiro, H., Freires, K. C. P; Silva, M. C. da. (2025). A inteligência artificial como catalisadora do ensino remoto: Controvérsias deontológicas, labirintos da privacidade e metamorfoses na qualidade educacional. Revista Tópicos, v. 3, n. 18. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/a-inteligencia-artificial-como-catalisadora-do-ensino-remoto-controversias-deontologicas-labirintos-da-privacidade-e-metamorfoses-na-qualidade-educacional. Acesso em: 27 jun. 2025.
Pereira, R. N., Freires, K. C. P., Silva, M. C. da, Nunes, C. P., & Goularte, D. D. (2024). Transformações nas metodologias ativas na era digital: Analisando desafios, oportunidades e inovações no ensino e aprendizagem. Cuadernos De Educación Y Desarrollo, 16(10), e5732. Disponível em: https://doi.org/10.55905/cuadv16n10-009. Acesso em: 27 jun. 2025.
Santos, E., Silva, M. C. da., Freires, K. C. P. (2025). Gestão da qualidade em instituições educacionais: Estratégias para a promoção de excelência no ensino. Revista Tópicos, v. 3, n. 18. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/gestao-da-qualidade-em-instituicoes-educacionais-estrategias-para-a-promocao-de-excelencia-no-ensino. Acesso em: 27 jun. 2025.
Sousa, A. et al. (2025). Educação infantil em foco: Práticas pedagógicas e desafios contemporâneos nas escolas paulistas. Revista Tópicos, v. 3, n. 22. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/educacao-infantil-em-foco-praticas-pedagogicas-e-desafios-contemporaneos-nas-escolas-paulistas. Acesso em: 27 jun. 2025.
Teles , J. F., Freires , K. C. P., Silva , M. C. da, Nascimento , E. A. do, Bitu , M. da C. V. D., Silva, D. B. da., Bezerra , F. D. (2025). Desenhando letras, contando histórias e criando formas: A potência da interdisciplinaridade no processo de ensino-aprendizagem na Educação Básica brasileira. Interference a Journal of Audio Culture, 11(2), 109–127. Disponível em: 10.36557/2009-3578.2022v11n2p109-127">https://doi.org/10.36557/2009-3578.2022v11n2p109-127. Acesso em: 27 jun. 2025.
Viega, K. et al. (2025). Ambiente digital na educação: Entre oportunidades e desafios do século xxi. Revista Tópicos, v. 3, n. 21, 2025. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/ambiente-digital-na-educacao-entre-oportunidades-e-desafios-do-seculo-xxi. Acesso em: 27 jun. 2025.
1 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]
2 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]
3 Mestre em Educação pela Universidad Europea del Atlántico. E-mail: [email protected]