O PREÇO DA CONEXÃO VIRTUAL: DA FRAGILIDADE INFANTIL À BRUTALIDADE EMOCIONAL DO ADULTO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.14915086


Nilton Pereira da Cunha1


RESUMO
A dependência crescente das tecnologias tem provocado uma diminuição nas interações jenuínas, afetando diretamente a qualidade das emoções e relações humanas. As implicações emocionais e sociais da conexão digital no contexto da sociedade híbrida, onde as interações físicas e virtuais coexistem, mas as virtuais têm se sobreposto às reais. Essa transformação é prejudicial tanto para os adultos como para as crianças, essas últimas estão numa fase crítica do desenvolvimento cerebral, especialmente e 0 a 3 anos, cujos cérebros estão sendo moldados por estímulos digitais que substituem os alívios emocionais essenciais para a formação de vínculos afetivos e habilidades sociais. Entre os adultos, observa-se um embrutecimento emocional, caracterizado pelo aumento da polarização e intolerância, que alimenta a fragmentação social e dificulta uma convivência harmoniosa. Esses impactos da sociedade híbrida necessita urgentemente de ações para preservar as interações reais e garantir o desenvolvimento emocional saudável das futuras gerações. A análise filosófica, sociológica e jurídica é sugerida como ferramenta para entender e mitigar os crescentes efeitos negativos que tal processo imprime em nós seres humanos, e, em todas as fases da vida. Nem estamos dando conta, que tal processo não é uma adpatação, mas uma mudança estrutural das relações e emoções humanas. São as emoções que determinam a qualidade de vida da nossa existência. Se temos, atualmente, bilhões de pessoas com problemas neurobiológicos no mundo é pelo fato de que as emoções estão sendo moldadas, já que o ser humano é biologiamente preparado para desenvolver as emoções de forma adequada e equilibrada apenas através das interações genuinas e não superficiais.
Palavras-chave: Embrutecimento emocional. Polarização. Intolerância. Emoções humanas.

ABSTRACT
The growing dependence on technologies has caused a decrease in human interactions, directly affecting the quality of emotions and human relationships. The emotional and social implications of digital connection in the context of a hybrid society, where physical and virtual interactions coexist, but virtual interactions have overlapped real ones. This transformation is harmful for both adults and children, the latter are in a critical phase of brain development, especially those aged 0 to 3, whose brains are being shaped by digital stimuli that replace the emotional relief essential for the formation of affective bonds and social skills. Among adults, there is an emotional stultification, characterized by increased polarization and intolerance, which fuels social fragmentation and makes harmonious coexistence difficult. These impacts of the hybrid society urgently require actions to preserve real interactions and ensure the healthy emotional development of future generations. Philosophical, sociological and legal analysis is suggested as a tool to understand and mitigate the growing negative effects that this process has on us human beings, and at all stages of life. We are not even realizing that this process is not an adaptation, but a structural change in human relationships and emotions. It is emotions that determine the quality of life of our existence. If we currently have billions of people with neurobiological problems in the world it is because emotions are being shaped, since human beings are biologically prepared to develop emotions in an adequate and balanced way only through genuine and non-superficial interactions.
Keywords: Emotional stultification. Polarization. Intolerance. Human emotions.

1. INTRODUÇÃO

A utilização crescente das tecnologias digitais tem promovido uma transformação radical nas relações humanas, tanto no âmbito virtual quanto no real. A conexão digital, embora tenha trazido inúmeras facilidades, também tem se mostrado um terreno fértil para o cultivo de um novo tipo de intolerância, caracterizado pela fragilidade emocional nas crianças e pela brutalidade emocional nos jovens e adultos.

Ao longo da história, as formas de intolerância foram frequentemente associadas a questões como classe social, gênero e cor, mas, na contemporaneidade, essa intolerância se manifesta de maneira mais insidiosa, com a destruição de amizades e o afastamento de vínculos que levaram anos para serem construídos.

A interação humana tem se deslocado gradativamente do mundo real para o ambiente virtual e digital, e, não estamos nos darmos conta que, estamos trazendo característia típicas das interações virtuais para as interações do mundo real. Isso se deve por essa troca crescente, não há como desenvolvermos empatia sem a troca genuina. Por exemplo, em locais onde antes era comum observar interações sociais – como no transporte público, na academia, ou até mesmo em mesas de bar – hoje prevalece o isolamento proporcionado pelos dispositivos móveis. A conexão virtual tem suplantado cada vez mais as interações presenciais, moldando nossas emoções de maneira invisível, porém de forma substancial tanto nos adultos como nas crianças.

Entre os adultos, o impacto dessa mudança nas interações não é menos preocupante. Observa-se um crescente embrutecimento emocional, alimentado pela intensificação da polarização e da intolerância, que ganham força no espaço digital e que também passou a ser vivenciado no ambiente das interações diretas.

As redes sociais, que deveriam servir para a troca de ideias e a construção de diálogos, muitas vezes tornam-se ambientes de confronto, onde as opiniões extremas prevalecem e as divergências são vistas como ameaças a serem eliminadas. Esse cenário de radicalização das opiniões e de fechamento para o debate construtivo tem gerado uma sociedade mais fragmentada, onde as emoções, antes nutridas por interações empáticas e construtivas, são agora moldadas pela exacerbação da discordância e pela dificuldade de convivência.

Quando tratamos de crianças, especialmente na faixa etária de 0 a 3 anos, o impacto é ainda mais devastador. Nessa fase crucial do desenvolvimento, por exemplo, nos alívioss emocionais, fundamentais para a construção de uma base segura e saudável, estão sendo mediados, principalmente pelas tecnologias. As crianças que deveriam receber afeto, atenção e estímulos do mundo ao seu redor, de seus cuidadores, estão expostas frequentemente a dispositivos digitais que não oferecem as mesmas respostas emocionais dispobibilizadas na interação humana real.

Esse processo de substituição do contato humano por estímulos virtuais interfere diretamente na formação das áreas responsáveis ​​pela empatia, pelo vínculo afetivo e pelas habilidades sociais, podendo até comprometer o desenvolvimento emocional de maneira irreversível, especialmente, se não for precocemente diagnosticado.

Esse cenário de radicalização das opiniões e de fechamento ao debate construtivo tem gerado uma sociedade mais fragmentada, onde as emoções, antes nutridas por interações empáticas e construtivas, são agora moldadas pela exacerbação da discordância e pela dificuldade de convivência.

O isolamento emocional resultante da predominância das interações virtuais contribui para a desconexão entre os indivíduos, intensificando o desgaste das relações sociais e acentuando a intolerância, que, em tempos passados, era mais associada a questões históricas e sociais, mas que agora se propaga de maneira difusa, envolvendo até os aspectos mais banais da convivência.

Percebe-se este processo a partir da tansição à sociedade híbrida, onde as interações físicas e virtuais coexistem e são quase indistintas. Paulatinamentee observa-se uma crescente preferência às interações virtuais em detrimento das reais. Ressalte-se também que esse processo está distorcendo o modo como nos relacionamos e afetando diretamente a qualidade das nossas emoções e da convivência no cotidiano do mundo real.

No entanto, o impacto mais devastador, possivelmente, ocorre no desenvolvimento do cérebro das crianças, em sua fase mais crítica, que é do 0 aos 3 anos, em que estão sendo privadas das interações humanas genuínas e de experiências emocionais reais. À medida que as conexões afetivas e sociais são mediadas por telas, essas crianças acabam crescendo sem as habilidades emocionais essenciais para a construção de vínculos saudáveis, deixando-nos questionar – qual será o preço que pagaremos, a longo prazo, por essa transformação nas formas de convivência humana?

2. BREVE RESENHA DA GÊNESES DA CONEXÃO DIGITAL

A conexão digital está atrelada ao advento da internet, que tem como ponto de partida a criação da Advanced Reasearch Project Agency (ARPA). Cujo objetivo principal era o desenvolvimento de programas ligados aos satélites e ao espaço. Posteriormente veio a criação da NASA - National Aeronautics & Space Administration -, no verão de 1958 e em 1961 a Universidade da Califórnia – UCLA – em Santa Bárbara herdou da Força Aérea um enorme computador IBM; o Q-32. Este fato iria permitir à ARPA orientar a sua investigação para a área da, recem nascida, Informática. Para dirigir e coordenar o Command and Control Research (CCR) foi contratado o psicólogo Joseph Licklider que era um especialista em computadores já com reputação internacional.

No CCR o trabalho baseava-se na utilização do “batch processing” processamento de dados por lotes e em tempo diferido. Este processo que satisfazia a maioria das necessidades de cálculo não se adequava à comunicação interativa com computadores nem à transmissão de dados entre eles.

Licklider criou então o IPTO – Information Processing Techniques Office orientado para a comunicação interativa e transmissão de dados. Para a comunicação rápida entre as equipes de investigadores era necessária a construção de uma rede - NET - pelo que a investigação, no âmbito da ARPA, foi orientada para a construção de redes de comunicação de dados.

Em 1965 Licklider deixou a ARPA, mas a sua orientação foi continuada pelo seu sucessor Robert Taylor, também psicólogo. Dispondo de um orçamento de 19 milhões de dollares, Taylor iniciou o financiamento da primeira rede de computadores.

A tarefa não era fácil. Já existiam redes de computadores desenvolvidas pelos fabricantes, mas cada um deles impunha as suas normas e utilizava linguagens de comunicação incompatíveis com as dos restantes. Por outro lado a rede deveria oferecer confiança aos utilizadores, isto é, as mensagens deveriam chegar intactas aos receptores quaisquer que fossem os acidentes encontrados no seu percurso entre o emissor e o receptor.

A solução proposta para o problema compreendia por um lado a utilização de redes do tipo distribuído nas quais era possível conectar um receptor e um emissor utilizando vários percursos. Se um nó da rede cortasse a mensagem deveria continuar o seu percurso utilizando outro caminho disponível.

Alguns anos antes o norte americano Paul Baran e o inglês Donald Davies tinham imaginado um sistema de computação por pacotes que resolveria o problema. Uma mensagem nunca circularia completa na rede; seria “cortada” previamente em “bocados” que seriam enviados por caminhos distintos. Cada “bocado”, “encapsulado” num pacote conteria o endereço do emissor, o endereço do receptor, o número de ordem do “bocado” e, evidentemente, o conteúdo do “bocado”. Deste modo o computador receptor poderia reconstituir, localmente, para o receptor a mensagem original.

Para aliviar o trabalho dos computadores – emissor e receptor -, denominado “host” foi decidido construir computadores intermediários que processassem o trabalho de “routing”. Cada computador seria assim conectado à rede através de um computador intermediário denominado IMP – Interface Message Processor-. Para que todos os computadores podessem comunicar-se era necessário criar um protocolo de comunicações que regulasse o intercâmbio de mensagens.

Os primeiros protocolos construídos foram o Telnet – ligação interactiva de um treminal com um computador remoto – e o FTP – File Transfer Protocol; transferência de ficheiros entre dois computadores -. As denominações originais dos protocolos eram DEL (Decode – Encode - Language; linguagem de codficação-descodificação) e NIL (Network Interchange Language; linguagem de intercâmbio na rede).

Em 1969 nasce a ARPANET que culmina com o desenvolvimento da primeira rede de computadores entre a Universidade da Califórnia – Los Angeles -, SRI - Stanford Research Institute -, Universidade de Utah e Universidade da Califórnia – Santa Bárbara.

No início do ano de 1980 a ARPANET foi dividida em duas redes. A MILNET que servia as necessidades militares e a ARPANET que suportava a investigação. O Departamento de Defesa coordenava, controlava e financiava o desenvolvimento em ambas as redes.

Em 1990, o Departamento de Defesa dos USA desmantelou a ARPANET a qual foi substituída pela rede da NSF, rebatizada NSFNET que se popularizou, em todo o mundo, com a denominação Internet.

Para expansão da utilização da Internet foi decisiva a criação da www – World Wide Web – criada por dois engenheiros do CERN – Centre Eoropéen por la Recherche Nucléaire – Robert Caillaiu e Tim Berners-Lee, do HTML HyperText Markup Language - e dos Browsers. O primeiro browser utilizado foi o LYNX que apenas permitia a transferência de textos. O MOSAIC, concebido na Universidade de Ilinois – USA - já permitia a transferência de textos e imagens. Do MOSAIC derivaram os populares Nescape e Internet Explorer2.

Internet transformou-se num sistema mundial público, de redes de computadores - numa rede de redes -, ao qual qualquer pessoa ou computador, previamente autorizado, pode conectar-se. Obtida a conexão o sistema permite a transferência de informação entre computadores. A infra-estrutura utilizada pela Internet é a rede mundial de telecomunicações3.

Com a evolução da internet, a sociedade passou a experimentar novas formas de interação, mediadas por dispositivos móveis, computadores e plataformas digitais. O que antes parecia ser uma inovação tecnológica isolada, agora se transformou no alicerce da vida cotidiana no atual estágio da sociedade contemporânea4.

A possibilidade de estarmos conectados de forma instantânea, sem as limitações do tempo e do espaço, trouxe avanços significativos em diversas áreas, mas também gerou um impacto profundo no desenvolvimento humano, na subjetividade humana.

A conexão digital tem consequências mais complexas do que se imagina, especialmente no desenvolvimento emocional do ser humano.

3. A NOVA FORMA DE INTERAÇÃO SOCIAL

Com o avanço da internet, o surgimento de plataformas digitais inovadoras, jogos imersivos e aplicativos diversos, testemunhamos uma transformação radical nas formas de interação humana, tanto para crianças quanto para adultos. Esta revolução tecnológica não apenas alterou o modo como nos comunicamos, mas também redefiniu os conceitos de sociabilidade, identidade e pertença, criando novas dinâmicas sociais e culturais, permitindo que as pessoas se conectem de maneiras inéditas, mas também gerando novos desafios.

O espaço digital se tornou um novo território de expressão e comunicação, onde as fronteiras físicas e temporais perderam sua dimensão. As redes sociais, por exemplo, possibilitam uma comunicação instantânea entre indivíduos de diferentes partes do mundo, criando uma manifestação de globalização das relações humanas5. Porém, esse novo ambiente também traz consigo uma série de questões filosóficas e sociológicas sobre as circunstâncias ocasionais.

A velocidade das interações e a imediatez da comunicação geram frequentemente relações mais superficiais, em que a profundidade do contato humano é obtida pela busca constante por validação e reconhecimento. A "presença" digital, embora aparentemente mais acessível, muitas vezes leva à desconexão real com o outro, resultando em um paradoxo: uma sociedade cada vez mais conectada com o outro, que está distante, e cada vez menos interações face a face com quem está próximo.

Em última instância, o avanço da internet e das tecnologias digitais coloca-nos diante de novos horizontes de convivência e socialização, ao mesmo tempo em que nos desafiamos a refletir sobre os impactos dessa transformação nas nossas relações, identidades e compreensão do mundo6.

A experiência humana, que antes era moldada principalmente por interações presenciais e direta na realidade física, agora se expande para um domínio digital que, embora traga inovações e facilidades, também impõe dilemas éticos, existenciais, sociológicos e da subjetividade humana. O desafio é encontrar um equilíbrio que permita a integração das novas tecnologias de forma saudável e consciente, preservando os aspectos mais profundos da convivência humana e da autêntica mediação face a face7.

No entanto, com a presença crescente da tecnologia e das plataformas digitais, com suas interações rápidas e efêmeras, há um signifiativo impacto na subjetividade humana, alterando a maneira como os indivíduos de todas as idades se percebem e se relacionam com o mundo.

A comunicação da digitalização não se restringe apenas às mudanças no comportamento social ou nas formas de interação; ela abrange as camadas mais profundas da subjetividade humana, afetando a percepção de identidade, a construção do "eu" e as formas de pertencimento e validação. A experiência em ambientes virtuais, onde as interações se dão de forma instantânea e, muitas vezes, superficial, criam uma experiência de distanciamento da própria realidade emocional e existencial. Isso gera um dilema existencial sobre o que é real e o que é produzido, e como os indivíduos, tanto as crianças quanto os adultos, lidam com esse cenário

Em um nível mais amplo, essas relações superficiais levantam questões filosóficas sobre a natureza da identidade e da experiência humana. Se, por um lado, a digitalização ao mundo virtual oferece novas formas de socialização e interação, por outro lado, ela coloca como riscos potenciais a interferência das relações e a aprendizagem da experiência pessoal.

A constante presença da tecnologia nos convida a uma reflexão sobre os limites da subjetividade em um mundo cada vez mais mediado por dispositivos e algoritmos. A forma como nos relacionamos com o mundo virtual e com os outros, muitas vezes, obscurece a compreensão mais óbvia de quem somos e do que realmente desejamos, criando uma tensão entre as demandas externas e a necessidade do desenvolvimento humano equilibrado da salubriade emocional.

Esse distanciamento da personalidade e da essência humana parece estar se intensificando à medida que nos mergulhamos cada vez mais em plataformas virtuais que privilegiam a performance e a visibilidade em detrimento da reflexão interna e da construção de relações genuínas.

Em muitos casos, parece que esse processo levou à perda de aspectos fundamentais da experiência humana, apontando para um processo gradual de desumanização8.

À medida que as interações são cada vez mais mediadas por plataformas digitais, a essência da convivência humana – baseada no contato direto, na troca emocional e na experiência compartilhada – começa a ser ofuscada. As relações, agora pautadas por análises de desempenho, curtidas e feedbacks instantâneos, tornam-se desprovidas da profundidade que caracteriza a verdadeira conexão humana.

Essa mudança das interações presenciais para o universo virtual gerou um cenário onde a ocorrência das emoções e das experiências pessoais é derivada de uma busca incessante por validação externa. Nesse novo contexto, as emoções não são mais vivenciadas de forma plena, no calor das interações reais, mas sim filtradas e moldadas para se ajustarem às configurações do mundo digital. A experiência emocional, em vez de ser sincera e autêntica, passa a ser construída com base em respostas rápidas, curtas e muitas vezes superficiais.

O prazer de uma conexão óbvia, como o simples ato de compartilhar um momento de afeto ou de aprender com a experiência do outro, dá lugar a um comportamento voltado para a conquista de "likes", seguidores e aprovação online. Essa busca constante por validação, alimentada pela lógica das redes sociais, faz com que as emoções se tornem cada vez mais condicionadas ao que é esperado e aceito pelo público digital, ao invés de refletirem uma vivência mais autêntica, subjetiva e natural.

A transição das interações presenciais para o universo virtual, com todas as suas nuances e complexidades, está começando a impactar, de maneira significativa, até mesmo as interações no mundo real. Um exemplo claro dessa mudança pode ser observado na forma como, em muitos casos, as pessoas são descartadas como "amigos" simplesmente por não compartilharem as mesmas ideologias ou opiniões.

O que antes era considerado um ponto de respeito nas relações interpessoais — a facilidade das diferenças e a convivência com a diversidade de pensamentos e escolhas hoje — é frequentemente ignorado. No mundo digital, onde as opiniões são amplificadas e as divergências são muitas vezes tratadas com intolerância, há uma tendência crescente de se distanciar de quem não pensa da mesma maneira. O impacto disso no mundo real é palpável, pois essas dinâmicas virtuais ocorrem a reflexo diretamente nas relações presenciais.

O conceito de "bolhas" que caracteriza as interações virtuais parece estar se consolidando de maneira alarmante também nas relações face a face. Na esfera digital, as bolhas ideológicas e sociais surgem quando os indivíduos se cercam de conteúdos e pessoas que compartilham as mesmas opiniões, criando um ambiente isolado onde as divergências são cada vez mais difíceis de aceitar. Esse fenômeno, que inicialmente era restrito ao mundo virtual, tem sido progressivamente incorporado ao cotidiano, impactando as relações pessoais e até amizades de longa data.

O afastamento de pessoas, antes próximas, devido a simples divergências de opinião ou ideologia, é um reflexo direto dessa dinâmica digital que começa a transbordar para a realidade social. O que antes eram debates saudáveis, baseados no respeito mútuo pelas diferenças, agora se transformam em rupturas, de amizades e respeito pelo outro, em um embrutecimento emocional.

4. O EMBRUTECIMENTO EMOCIONAL E A FRAGILIDADE INFANTIL

O conceito de "embrutecimento emocional" surge com força ao refletirmos sobre o impacto que a tecnologia, especialmente o universo digital, tem nas relações humanas. Quando falamos de eliminação do convívio e do afastamento de pessoas por motivos banais, como uma simples divergência de opinião, estamos observando um processo que vai além da superficialidade das interações virtuais. O embrutecimento emocional, nesse contexto, é caracterizado pela perda de sensibilidade e pela diminuição da capacidade de tolerar e respeitar as diferenças que sempre foram essenciais para a convivência social. Ao invés de buscar entendimento e diálogo, as pessoas estão se distanciando de maneira cada vez mais abrupta, em um movimento que é impulsionado pelas mesmas dinâmicas que definem as interações digitais: a pressão pela conformidade e a busca pela validação.

Esse fenômeno que está em curso no atual cenário da polarização, imprimida pela ótica da sociedade híbrida, onde o mundo real e o virtual se mesclam, tendo este último como predominânia das interações sociais, leva à intolerância de situações e circustâncias que antes, na sociedade pré-híbrida, eram aceitas com todo o respeito pelo de ponto de vista e opinião do outro.

Nesse sentido, comenta José Luiz Braga que: “A recusa de acolhimento mútuo entre diferentes – em comportamento, culturas, interesses, opiniões, motivações e preferências, além das diferenças socialmente produzidas – leva com frequência a uma intolerância opressora, malgrado a importância hoje percebida (mas pouco realizada) de reconhecimento e valorização da diversidade humana”9.

Nessa nova sociedade, as relações que antes se sustentavam pela convivência, afeto, troca de experiências e pela capacidade de lidar com os conflitos de forma construtiva, agora são testadas por esse novo padrão de intolerância. A banalização do corte de laços afetivos, com base em pequenas diferenças ou em opiniões divergentes, reflete uma sociedade cada vez mais insensível às complexidades emocionais e à natureza multifacetada das pessoas.

Esse afastamento por motivos banais, que se tornou comum nas interações digitais, está se infiltrando nas interações do dia a dia, resultando em um ciclo de isolamento social e emocional. A busca incessante por um espaço de conformidade, onde todos devem pensar e agir da mesma forma, promove a perda da capacidade de aceitar e respeitar o outro.

A intolerância histórica era, em grande parte, marcada por uma estrutura social e desigual, onde determinadas classes ou minorias eram sistematicamente marginalizadas e oprimidas. Essa intolerância se manifestou em formas de discriminação racial, de classe, de gênero e de orientação sexual, onde as diferenças eram vistas como ameaças ou justificativas para a opressão. Era uma intolerância baseada em lideranças e na ideia de que grupos dominantes tinham o direito de controlar e discriminar os mais vulneráveis.

Hoje, a intolerância não se configura mais apenas no âmbito de classes ou de minorias. A sociedade híbrida contemporânea experimenta um novo tipo de intolerância que não se limita a grupos marginalizados, mas se espalha por diversas camadas da população, afetando até aqueles que antes eram vistos como amigos, aliados ou parte do "mainstream". Estas características são seguimentadas por uma recusa crescente em aceitar qualquer tipo de diferença — seja ela política, ideológica, cultural ou até mesmo comportamental, em aspectos do cotidiano, como pontos de vistas pessoais, escolhas de estilo de vida e até opiniões triviais, que antes eram consideradas parte do convívio natural entre as pessoas.

A grande diferença da intolerância atual é sua manifestação em questões que podem parecer banais ou superficiais. O que antes eram debates civis ou convivência com diferentes pontos de vista, hoje se transformam em focos de hostilidade e agressividade. As interações nas redes sociais desempenham um papel central nesse processo: na sociedade pré-digital, opiniões que antes eram discutidas com respeito e tolerância já não é mais, agora são frequentemente alvo de ataques, como se fossem ameaças existenciais.

O que antes era apenas uma diferença de convicção, em um cenário de convivência plural, agora é visto como algo a ser eliminado. Um simples comentário político ou uma postura cultural divergente, muitas vezes, são suficientes para gerar um clima de animosidade, criando um clima de polarização, onde o diálogo se torna cada vez mais difícil, e as pessoas são forçadas a se alinharem rigidamente a uma única visão de julgamento.

Ao falarmos sobre "embrutecimento emocional", estamos falando sobre a perda da sensibilidade para as nuances das relações humanas. A eliminação do outro, muitas vezes, por motivos banais, reflete uma sociedade que se torna cada vez mais incapaz de lidar com a diferença de forma empática e construtiva. Esse processo, no atual cenário, não está limitado apenas às relações virtuais, mas permeia as relações face a face, transformando o convívio social em um terreno cada vez mais árido, onde a diversidade de pensamentos e sentimentos não encontra mais espaço para florescer.

A capacidade de ouvir, de aprender com a diferença e de construir pontes entre opiniões divergentes parece estar sendo substituída por uma tendência crescente de segregação, que resulta no enfraquecimento das relações interpessoais e na diminuição da riqueza emocional das pessoas, ou seja, na subjetividade humana.

O efeito do embrutecimento emocional é particularmente visível entre adolescentes, jovens e adultos, em um processo que se intensifica à medida que as interações digitais se tornam predominantes na vida cotidiana.

A capacidade de lidar com a diversidade de opiniões e de manter relações mais profundas e conhecidas tem sido severamente impactada pela lógica das redes sociais e das plataformas digitais. As interações virtuais, que são muitas vezes rápidas, superficiais e pautadas pela busca incessante por validação, estão promovendo um ambiente de intolerância crescente e de isolamento emocional. Essa dinâmica tem gerado um afastamento não apenas físico, mas também emocional, pois as pessoas começam a se distanciar umas às outras com facilidade, especialmente quando as divergências ideológicas ou de opinião tornam um obstáculo quase intransponível para a manutenção da amizade, do relacionamento.

Tal processo de embrutecimento emocional entre adultos, jovens e adolescentes, inclusive, atingindo também nas crianças está diretamente relacionado à incapacidade crescente de lidar com a complexidade das relações humanas e de conrole dos impulsos. Em vez de aprender a negociar e aceitar as diferenças, muitos se refugiam em bolhas sociais, onde só se convivem com pessoas que pensam da mesma forma.

Esse movimento de segregação virtual reflete diretamente nas interações reais, onde a empatia e a disposição para entender o outro estão sendo minadas. À medida que as relações se tornam mais frágeis e menos resilientes criam-se barreiras emocionais cada vez mais rígidas. Em vez de um espaço de troca e aprendizagem, as relações surgerem a ser tratadas como algo resolvido, com base em opiniões ou ideologias que, em tempos passados, eram permeadas por uma ótica de respeito pela diversidade de julgamentos.

A experiência humana de construir uma identidade, negociar com as próprias emoções e desenvolver a empatia é fundamental para o crescimento pessoal e social. No entanto, quando as relações são superficiais e fragmentadas, e quando o valor do outro é constantemente questionado com base em simples discordâncias, o impacto no desenvolvimento emocional desses indivíduos pode ser profundo. A carência de habilidades de convivência e o enfraquecimento da capacidade de lidar com a diferença podem resultar em dificuldades para estabelecer conexões mais óbvias e complexas.

A conexão digital, especialmente quando excessiva, tem efeitos variados dependendo da fase da vida. Para os adultos, ela tende a promover o processo do "embrutecimento emocional". À medida que as interações digitais se intensificam, as relações tornam-se mais superficiais, e a capacidade de lidar com as diferenças e desenvolver a empatia diminui.

Nesse cenário, a facilidade com que os vínculos são rompidos por divergências de opinião ou ideologia evidencia como a brutalidade emocional que se instala, dificultando a manutenção de relações mais profundas e distintas. As interações, antes mais equilibradas e baseadas no respeito pela diversidade, tornam-se mais polarizadas e intolerantes, refletindo a dinâmica fria e distante das redes sociais.

É importante sinalizar que o processo que envolve a salubridade emocional, nas crianaças, é ainda mais preocupante. Quando os dispositivos digitais passam a ser usados de forma precoce e excessiva tem um impacto devastadora no desenvolvimento neurológico dos sentidos e das emoções, especialmente na fase de 0 aos 3 anos de vida, uma fase fundamental para a formação de capacidades cognitivas e emocionais. Nesse estágio, o cérebro infantil está em plena fase de desenvolvimento, e as interações sociais e emocionais desempenham um papel crucial na construção das habilidades sociais, na regulação emocional e no desenvolvimento da empatia.

Quando uma criança é exposta a um ambiente digital de forma precoce e excessiva, especialmente em detrimento das interações físicas e das experiências sociais diretas, o impacto no desenvolvimento do seu cérebro pode ser significativo. Durante a primeira infância, o cérebro da criança está em uma fase crucial de formação e plasticidade, onde as conexões neurais são construídas com base nas experiências que ela vivencia. As interações sociais face a face, como brincar com amigos, conversar com os pais ou participar de atividades em grupo, são fundamentais para o desenvolvimento das áreas responsáveis ​​pela regulação emocional, pela empatia e pela habilidade de compreender e lidar com as emoções.

A tecnologia afeta na maturação cognitiva, afetiva e social10. Ela tem provocado transformações profundas em todos os aspectos da vida humana, afetando pessoas de todas as gerações. Essa fusão entre o mundo físico e o digital gera novas dinâmicas de interação, comunicação e aprendizagem, impactando desde os adultos até os mais jovens. Embora o efeito de uma vida digitalizada seja evidente em todas as idades, a preocupação se torna ainda mais urgente quando se trata das crianças, especialmente da geração Beta, que iniciou em 2025.

O impacto da conexão digital precoce e excessiva é particularmente preocupante em uma fase de desenvolvimento em que o cérebro está mais vulnerável e em formação. As crianças de hoje, desde a mais tenra idade, estão sendo imersas em um ambiente altamente tecnológico, no qual a interação face a face e os estímulos do mundo real são gradualmente substituídos pelas telas.

Ou seja, ao invés de experimentar o mundo de forma direta, através do toque, da interação física e da vivência no espaço real, as crianças estão imersas em um universo onde seus sentidos e suas emoções são frequentemente moldados pelas telas. As interações digitais, muitas vezes rápidas e superficiais, oferecem uma estimulação intensa, mas não proporcionam a mesma riqueza de experiências que surgem nas interações humanas e no contato humano.

Esses estímulos digitais, presentes nos aplicativos, jogos e vídeos, são artificiais e foram cuidadosamente pensados por especialistas em design e neuropsicologia para ativar uma dosagem significativa de dopamina no cérebro das crianças. A dopamina, substância química relacionada ao prazer e à recompensa, é liberada sempre que um desejo é satisfeito ou uma meta é alcançada, criando uma sensação de satisfação imediata.

O objetivo dos especialistas de plataformas digitais, redes sociais, jogos e aplicativos é estimular de forma contínua o sistema de recompensa do cérebro, ativando a liberação de dopamina e criando uma necessidade constante de consumo. Para isso, são utilizados conhecimentos profundos sobre como os cérebros reagem a estímulos rápidos e gratificação imediata. Esses mecanismos, inicialmente concebidos para atrair a atenção e engajar os usuários, abordando todas as fases da vida, afetando a subjetividade emocional.

Portanto, os impactos dessa relação com a tecnologia são profundos e abrangem, não apenas para as crianças, mas também para os adultos. A busca incessante pela gratificação digital, projetada para prender a atenção de todos é uma constante, resulta em um ciclo que contribui para o embrutecimento emocional dos adultos e o subdesenvolvimento emocional das crianças.

As novas gerações, como a geração Beta, podem enfrentar uma realidade ainda mais desafiadora, onde a integração plena da Inteligência Artificial (IA) na vida cotidiana poderá ampliar esses efeitos, tornando o desafio ainda mais complexo. A crescente desconexão das emoções genuínas e a dificuldade em cultivar relações reconhecidas e empáticas configuram um cenário preocupante, onde as bases do entendimento mútuo, da solidariedade e da convivência saudável são gradualmente erodidas.

Os primeiros mil dias de vida são relevantes para o desenvolvimento cerebral e mental da criança, perdurando-se pelos primeiros anos de vida até a fase da adolescência, sendo que durante os três primeiros anos é observada a fase de maior plasticidade cerebral, definida como a capacidade do cérebro em se remodelar de acordo as experiências vividas pela criança11.

Nesse contexto, o neurocientista, Alvaro Pascqual-Leone, da Escola de Medicina de Harvard, citado por Nicholas Carr, diz que “A neuroplasticidade é uma construção das mais importantes da evolução humana, é uma característica que permite ao cérebro e ao sistema nervoso escapar das restrições do seu prórpio genôma e, assim, adaptar-se as pressões do ambiente, as mudanças fisiológicas e a quaisquer outras experiências12.

Quando uma criança é exposta a um mundo digital e virtual de forma precoce e excessiva, o córtex pré-frontal pode não se desenvolver de forma aprimorada, comprometendo habilidades de se relacionar com os outros e de interpretar emoções de maneira precisa. Isso ocorre porque o córtex pré-frontal depende de interações sociais reais, em que o feedback emocional, como o tom de voz, os gestos, os olhares e o toque, são essenciais para o entendimento das emoções13.

As emoções têm função social e papel decisivo no processo de interação social. Uma interação rica envolver uma rede complexa neural como o córtex pré-frontal (responsável pelas funções de tomadas de decisões, empatia e controle dos impulsos) e as amigialas (responsáveis pelo desenvolvimento dos sentidos e das emoções), se essas áreas não forem constantemente atividas elas podem diminuir sua funcionalidade e até mesmo serem podadas, pela necessidade da poda neural, para que o cérebro possa funcionar bem nas áreas que estão sendo mais estimuladas. Ou seja, o uso precoce e excessivo de telas podem afetar a área social do cérebro e mitigar o desenvolvimento dos sentidos e das emoções.

Como diz o psicólogo Paul Ekman, “são as emoções que determinam a qualidade de vida da nossa existência”14.

As emoções são o alicerce da nossa existência, moldando quem somos e como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Enquanto nos adultos elas se manifestam de forma complexa e, por vezes, silenciosa, nas crianças elas desempenham um papel ainda mais profundo, sendo o ponto de partida para a formação de uma vida equilibrada e saudável.

O impacto das emoções na infância é determinante para o desenvolvimento das habilidades sociais, cognitivas e afetivas, e quando bem trabalhadas, por meio de interações reais e naturais, essas experiências emocionais se transformam na base da qualidade de vida do indivíduo. Ao fornecer ambientes genuínos de conexão e compreensão, podemos cultivar não apenas o bem-estar imediato, mas também o potencial de uma vida plena e resiliente.

As emoções não são apenas reações passageiras; elas são a chave para a construção de uma vida saudável, onde a empatia, a autocompreensão e o respeito ao outro podem florescer e minimizar o embrutecimento emocional, nos adultos e melhor qualidade às crianças, ou seja, ao futuro da manutenção de uma sociedade saudável e equilibrada .

5. CONCLUSÃO

Em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia, a capacidade de se conectar de maneira profunda e significativa com os outros ficou comprometida, resultando em um isolamento emocional, onde as interações humanas se tornam superficiais e as redes de apoio, que são essenciais para o bem-estar, se enfraquecem.

Esse cenário não afeta apenas a qualidade das relações interpessoais, mas também contribui para um aumento de questões de saúde mental, como ansiedade, solidão e depressão, especialmente entre as gerações mais jovens, que estão crescendo imersas no ambiente digital. As consequências de não se cultivar uma empatia genuína e uma comunicação profunda têm o potencial de transformar a forma como uma sociedade se organiza, afetando a coesão social e a construção de um futuro harmônico.

Nos adultos, o uso excessivo das redes sociais tem levado a uma triste repetição da lógica da eliminação, como uma espécie delete também nas relações reais, ou seja, por motivos simples e banais, vínculos de amizade que duraram anos sendo construídos são cortados, gerando um embrutecimento emocional que enfraquece a verdadeira conexão entre as pessoas. Esse fenômeno reflete uma sociedade cada vez mais intolerante, onde a superficialidade das interações digitais e sua forma de exclusão está sendo aplicada nas relações jenuínas, reais, onde, as pessoas passam a achar isso natural, sem nem perceber que, na verdade, estamos sendo moldados pelos algoritmos.

Nas crianças, o cenário é ainda mais alarmante, com o uso precoce e excessivo de telas afetando diretamente o desenvolvimento da área social do cérebro, especialmente entre 0 e 3 anos, fase crucial para a formação de habilidades emocionais e cognitivas. Esses desafios bloquearam uma reflexão profunda sobre os rumores da sociedade e uma conscientização urgente sobre os impactos do mundo digital, destacando a importância de cultivar relações humanas reais e de proteção ao ritmo natural do desenvolvimento infantil.

Ou seja, em um ambiente que favorece o contato genuíno, onde as interações humanas não ocorram pela frieza da tecnologia. A preservação do bem-estar emocional e cognitivo das crianças, bem como a revalorização das relações interpessoais entre os adultos, são essenciais para garantir que o impacto das redes sociais e das telas não prevaleça sobre a verdadeira conexão humana.

A sociedade precisa considerar que o futuro de nossas gerações não é apenas nas inovações tecnológicas, mas também na capacidade de cultivar espaços de empatia, cuidado e respeito, onde as emoções possam ser vívidas e desenvolvidas de forma plena e saudável. É essencial que possamos criar ambientes que favoreçam o desenvolvimento emocional genuíno, tanto para as crianças quanto os adultos, para que possamos resgatar o valor das relações humanas e preservar a capacidade de nos conectarmos de forma verdadeira. Somente assim seremos capazes de construir um futuro onde a tecnologia seja uma ferramenta a serviço do bem-estar coletivo, sem comprometer a essência de nossas interações mais jenuínas e comprometer o futuro da humanidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 Nilton Pereira da Cunha é Professor, Mestre em Ciência da Educação, Doutorando, Psicopedagogo e Escritor, com graduação e pós-graduação lato e stricto sensu na área da educação e também graduado e pós-graduado em Direito. Professor de Educação Especial por mais de uma década pela Secretaria de Educação de Pernambuco. Autor de dezenas de artigos publicados em vários países da América Latina, por exemlo: Brasil, Argentina e Colômbia. Também com mais de uma dezena de livros públicados na língua portuguesa e em castelhano, entre eles: O autismo e a interação social: como desenvolver uma criança saudável na Era Digital; El autismo y la interación social: cómo desarrollar una crianza saludable en la Era Digital; Educação, Família e Geração Digital: desafios e perspectivas da pós-modernidade.

2 UNIVERSIDADE DO MINHO. Breve História da Internete.

3 KOTLER, Philip. Marketing 3.0: as forças que estão definido o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

4 CUNHA, Nilton Pereira da. A sociedade Híbrida: sua implicação no desenvolvimento infantil. Disponível em: https://revistatopicos.com.br/artigos/a-sociedade-hibrida-e-suas-implicacoes-no-desenvolvimento-infantil. Consultado em: 20/02/2025.

5 WOOFI. Saiba mais sobre Conexão Digital: o eu é, os impactos e importância. Disponívl em: https://woofimobile.com.br/conexao-digital/. Consultado em: 20/02/2025.

6 SANTAELLA, L. Intersubjetividade nas redes soiais. Repercussões na educação. In: Alex Primo (Org.). Interações em redes. Porto Alegre: Sulina, 2013, v, 1 p. 33-50

7 TUCKLE, Sherry. Fronteiras do real e do virtual.

8 CÁRDENAS, Adriana. A tecnología pode desumanizar os seres humanos? Disponível em: https://www.idealist.org/pt/days/a-tecnologia-pode-desumanizar-os-seres-humanos. Consultado em: 21/02/2025

9 BRAGA, José Luiz. Polarização como estrutura da intolerância: uma questão comunicacional. In: HELLER, Bárbara; CAL, Danila; ROSA, Ana Paula da. Midiatização (in) tolerância e reconhecimento. Salvador: EDUFBA, 2020.

10 TABORDA, Lorena dos Santos. A influência da tecnologia no desenvolvimento infantil.

11 BARRETO, Michelle de Jesus; AZEVEDO, Rebea Soares; ALENCAR, Carla; LIMA, Alcione Assunção Correia. Os impactos das telas no desenvolvimneto infantil. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/145232226/impactos-do-tempo-de-tela-na-infancia. Consultado em: 21/02/2025.

12 CARR, Nicholas. SUPERFICIALES: ¿Qué está haciendo internet con nuestras mentes? Taurus: Bogotá, 2011.

13 DAMÁSIO, António. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

14 EKMAN, Paul. El rostro de las emociones: Qué nos revelan las expresiones faciales.