METODOLOGIAS ATIVAS E OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO DOCENTE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17162353

Andrea de Mello Teles¹

RESUMO
O presente artigo analisa a implementação das metodologias ativas no contexto educacional brasileiro, enfocando os desafios enfrentados pelos docentes e as estratégias para tornar a prática pedagógica mais significativa e humanizada. A pesquisa tem como objetivo compreender de que maneira essas metodologias, ao promoverem protagonismo estudantil, colaboração e pensamento crítico, podem ser efetivamente incorporadas ao cotidiano escolar, considerando barreiras formativas, estruturais, culturais e emocionais. Adota-se como método a pesquisa bibliográfica qualitativa, a partir da seleção e análise de obras publicadas entre 2017 e 2023, priorizando autores brasileiros que abordam a temática das metodologias ativas e da formação docente. Os resultados indicam que, embora as metodologias ativas apresentem potencial transformador, sua aplicação depende de formação inicial e continuada consistente, suporte institucional, infraestrutura adequada e atenção ao bem-estar emocional do professor. Constatou-se ainda que práticas graduais, contextualizadas e colaborativas contribuem para a eficácia das estratégias e para a humanização do ensino. Conclui-se que a adoção das metodologias ativas exige mudanças estruturais, culturais e pedagógicas, reafirmando o papel do docente como mediador, facilitador e agente central da inovação educacional, capaz de articular conhecimento, criatividade e desenvolvimento integral dos estudantes.
Palavras-chave: Metodologias Ativas. Docência Contemporânea. Inovação Pedagógica. Formação Docente. Aprendizagem Significativa.

ABSTRACT
This article analyzes the implementation of active methodologies in the Brazilian educational context, focusing on the challenges faced by teachers and strategies to make pedagogical practice more meaningful and humanized. The research aims to understand how these methodologies, by promoting student empowerment, collaboration, and critical thinking, can be effectively incorporated into daily school life, considering formative, structural, cultural, and emotional barriers. The method adopted is qualitative bibliographic research, based on the selection and analysis of works published between 2017 and 2023, prioritizing Brazilian authors who address the topic of active methodologies and teacher training. The results indicate that, although active methodologies have transformative potential, their application depends on consistent initial and ongoing training, institutional support, adequate infrastructure, and attention to teachers' emotional well-being. It was also found that gradual, contextualized, and collaborative practices contribute to the effectiveness of the strategies and the humanization of teaching. It is concluded that the adoption of active methodologies requires structural, cultural, and pedagogical changes, reaffirming the role of the teacher as a mediator, facilitator, and central agent of educational innovation, capable of articulating knowledge, creativity, and the integral development of students.
Keywords: Active Methodologies. Contemporary Teaching. Pedagogical Innovation. Teacher Training. Meaningful Learning.Keywords: O mesmo conteúdo de palavras-chave, porém em inglês.

1 INTRODUÇÃO

A educação contemporânea tem passado por profundas transformações impulsionadas por mudanças sociais, tecnológicas e pedagógicas, exigindo novas formas de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, as metodologias ativas de ensino têm se destacado como estratégias inovadoras, que colocam o estudante no centro do processo educativo, promovendo autonomia, engajamento e desenvolvimento de competências essenciais ao século XXI (FERREIRA et al., 2020). Tais metodologias incluem práticas como a sala de aula invertida, o ensino por projetos, a aprendizagem baseada em problemas (PBL) e as tutorias colaborativas, que rompem com o modelo tradicional centrado na transmissão de conteúdo.

Apesar de seu potencial, a implementação dessas metodologias enfrenta desafios significativos, sobretudo relacionados à formação e atuação docente, à infraestrutura escolar e à cultura educacional vigente (SANTOS & OLIVEIRA, 2018). Muitos professores ainda não se sentem preparados ou apoiados para adotar essas práticas, o que compromete sua eficácia. Além disso, o paradigma de ensino tradicional, fortemente arraigado na formação inicial de docentes, dificulta a integração de abordagens participativas (CUNHA, 2021). Outro aspecto relevante é a influência da cultura digital, que exige do professor novas competências para incorporar tecnologias de forma pedagógica e inclusiva (ANDRADE & REZENDE, 2022). Contudo, barreiras como desigualdade de acesso e falta de suporte técnico limitam sua aplicação.

Diante desse cenário, a presente pesquisa busca compreender os desafios enfrentados pelos docentes na adoção das metodologias ativas, considerando aspectos estruturais, formativos e culturais. A relevância do estudo se dá pela necessidade de identificar estratégias que possam apoiar a prática docente, contribuindo para uma educação mais inovadora, significativa e adaptada às demandas contemporâneas.

O objetivo geral desta pesquisa é analisar os principais obstáculos à implementação de metodologias ativas no contexto escolar, enquanto os objetivos específicos incluem: (1) identificar barreiras institucionais e formativas que impactam a adoção dessas metodologias; (2) investigar a percepção dos docentes sobre o uso de tecnologias digitais como recurso pedagógico; e (3) discutir possíveis estratégias para fortalecer a atuação docente frente às demandas da educação contemporânea.

Portanto, este trabalho se justifica pela importância teórica e prática de compreender os fatores que influenciam a adoção de metodologias ativas, oferecendo subsídios para políticas educacionais, formação docente e práticas pedagógicas mais efetivas. O estudo se organiza em seções que apresentam os fundamentos teóricos das metodologias ativas, a análise dos desafios enfrentados pelos professores e, por fim, considerações que apontam caminhos para o aprimoramento da prática educativa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: METODOLOGIAS ATIVAS E DESAFIOS DA DOCÊNCIA 2

A seção de fundamentação teórica tem como objetivo aprofundar a compreensão sobre as metodologias ativas e os desafios enfrentados pelos docentes na sua implementação. A partir de uma análise da literatura recente, busca-se apresentar os conceitos centrais dessas abordagens pedagógicas, identificar os fatores que dificultam sua adoção e discutir as condições necessárias para que se tornem práticas efetivas e significativas no contexto educacional brasileiro. Dessa forma, este capítulo fornece o embasamento teórico que sustentará a análise do problema de pesquisa, destacando a relação entre inovação pedagógica, formação docente e a realidade das escolas, preparando o terreno para a reflexão sobre estratégias e práticas mais humanas e eficazes.

2.1 Conceito e fundamentos das metodologias ativas

As metodologias ativas configuram-se como alternativas críticas ao modelo tradicional de ensino, caracterizado pela centralidade do professor como transmissor de conhecimento. Nessa perspectiva inovadora, o foco desloca-se para o estudante, que assume papel de protagonista no processo de aprendizagem, engajando-se ativamente na construção colaborativa do saber por meio da resolução de problemas, da interação social e da aplicação prática dos conteúdos (Ferreira, Silva & Torres, 2020).

Entre as práticas mais difundidas no Brasil destacam-se a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), a sala de aula invertida, o estudo de caso, a aprendizagem por projetos e as trilhas de aprendizagem personalizadas. Tais estratégias, além de promoverem maior motivação e engajamento, favorecem a autonomia intelectual e o desenvolvimento de competências socioemocionais, essenciais no contexto educacional contemporâneo (Moran, 2018; Bacich & Moran, 2018).

A adoção dessas práticas, entretanto, demanda do docente um novo perfil profissional. Mais do que transmitir informações, é necessário assumir o papel de mediador, orientador e facilitador das experiências de aprendizagem. Santos e Oliveira (2018) destacam que “o professor deve abandonar o papel de orador e assumir o de arquiteto de experiências pedagógicas” (p. 95), o que implica planejar ambientes interativos, desafiadores e colaborativos. Nessa mesma direção, Vieira e Ramos (2023) defendem que as metodologias ativas devem ser compreendidas como práticas pedagógicas fundamentadas em empatia, escuta e diálogo constante, de modo a evitar que se reduzam a simples modismos ou técnicas descontextualizadas.

Com isso, percebe-se que a consolidação das metodologias ativas não se limita ao uso de ferramentas ou técnicas inovadoras, mas envolve uma mudança paradigmática na relação professor–estudante. Essa transformação exige uma postura reflexiva e crítica dos educadores, bem como o fortalecimento de práticas institucionais que favoreçam a autonomia, a colaboração e a aprendizagem significativa (Anastasiou & Alves, 2015; Valente, 2019).

2.2 Desafios na implementação das metodologias ativas

A implementação das metodologias ativas apresenta múltiplos desafios de ordem estrutural, formativa, cultural e emocional, que impactam diretamente a prática docente e a efetividade do processo de ensino-aprendizagem. Cunha (2021) observa que a formação inicial ainda privilegia conteúdos teóricos em detrimento da prática inovadora, o que dificulta a adoção de estratégias participativas (p. 113). Da mesma forma, a formação continuada, quando ofertada de maneira pontual e superficial, limita a consolidação dessas práticas e reduz seu potencial transformador (Ferreira, Silva & Torres, 2020).

No âmbito institucional, questões como infraestrutura inadequada, turmas numerosas e ausência de recursos tecnológicos constituem barreiras adicionais para a adoção das metodologias ativas. Andrade e Rezende (2022) destacam que “a aplicação das metodologias ativas depende de condições materiais e simbólicas que favoreçam o envolvimento docente e discente” (p. 132), evidenciando a necessidade de políticas de apoio e investimento educacional.

Além disso, a cultura escolar conservadora, marcada pela fragmentação do trabalho docente e pela ênfase em resultados mensuráveis, reforça a resistência à inovação e dificulta a consolidação de práticas pedagógicas centradas no estudante (Macedo, 2017). Esse cenário revela que a transformação educativa não se resume à inserção de novas metodologias, mas exige mudanças organizacionais e culturais mais amplas.

Outro aspecto relevante refere-se ao impacto emocional das inovações pedagógicas sobre os docentes. Lima (2019) observa que muitos professores vivenciam sentimentos de frustração, medo e insegurança diante das exigências de mudança, ressaltando que o bem-estar docente constitui condição indispensável para práticas efetivas e sustentáveis. Dessa forma, os desafios identificados reforçam a necessidade de compreender as metodologias ativas não apenas como técnicas, mas como parte de um movimento cultural e institucional que demanda formação contínua, suporte adequado e valorização docente.

2.3 Caminhos para práticas docentes mais humanas e eficazes

Superar os desafios relacionados à adoção das metodologias ativas requer uma articulação consistente entre formação docente, políticas educacionais e reestruturação do ambiente escolar. Cunha (2021) argumenta que a formação de professores deve ir além da mera capacitação técnica para aplicação de metodologias, contemplando a reflexão crítica sobre a prática pedagógica e o desenvolvimento de competências que favoreçam a autonomia e a inovação (p. 116). Nesse sentido, a criação de espaços de aprendizagem flexíveis, a integração consciente das tecnologias digitais e a promoção de momentos de reflexão coletiva constituem elementos centrais para fortalecer a aprendizagem ativa (Ferreira, Silva & Torres, 2020; Andrade & Rezende, 2022).

Outro aspecto importante refere-se à forma de implementação dessas práticas. Santos & Oliveira (2018) defendem que a adoção das metodologias ativas deve ocorrer de maneira gradual e contextualizada, respeitando as especificidades de cada realidade escolar, as características das turmas e as condições de trabalho dos docentes (p. 97). Paralelamente, Vieira & Ramos (2023) ressaltam a importância do desenvolvimento profissional coletivo, baseado em redes de colaboração, troca de experiências e reflexão compartilhada, que contribuem para a construção de uma cultura pedagógica mais aberta e inovadora (p. 110).

Portanto, compreender os fundamentos das metodologias ativas e reconhecer os obstáculos que permeiam sua aplicação possibilita delinear práticas pedagógicas mais significativas, participativas e humanizadoras. Nesse processo, torna-se imprescindível considerar o professor como agente central da transformação educacional, investindo em sua valorização, formação e bem-estar, de modo a garantir que as metodologias ativas cumpram seu papel de promover aprendizagens mais relevantes e duradouras.

Dessa forma, ao explorar os conceitos e fundamentos das metodologias ativas, identificar os desafios de sua implementação e apontar caminhos para práticas docentes mais humanas e eficazes, o capítulo teórico ofereceu um panorama consistente sobre o tema investigado. Essa fundamentação permite compreender a relevância do problema de pesquisa e sustenta a análise proposta neste estudo. A seguir, apresenta-se a metodologia adotada, detalhando os procedimentos de coleta, seleção e análise das fontes bibliográficas que possibilitaram o desenvolvimento das reflexões aqui apresentadas.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa adota uma abordagem de natureza qualitativa, com enfoque em pesquisa bibliográfica, por se tratar de um estudo voltado à análise e compreensão dos fundamentos das metodologias ativas e dos desafios enfrentados pelos docentes em sua implementação. A metodologia foi definida de modo a permitir a identificação, análise e interpretação das informações existentes na literatura, garantindo embasamento teórico consistente para a discussão do problema de pesquisa.

O procedimento de coleta de dados consistiu na seleção de obras científicas, livros, artigos acadêmicos e estudos publicados entre 2015 e 2025, priorizando autores brasileiros que abordam diretamente o tema das metodologias ativas, formação docente, inovação pedagógica e o contexto escolar contemporâneo. A escolha desse período visa garantir a atualidade das informações e a relevância das referências utilizadas.

Para a organização e análise das informações, foi realizado um levantamento sistemático da literatura, seguido de uma leitura crítica, destacando conceitos centrais, principais barreiras e soluções propostas. As informações coletadas foram categorizadas em três eixos temáticos: (1) fundamentos das metodologias ativas; (2) desafios enfrentados pelos docentes; e (3) propostas de práticas pedagógicas humanizadas e eficazes.

A análise dos dados seguiu critérios de comparação e síntese, permitindo a identificação de convergências e divergências nas abordagens estudadas, bem como o mapeamento de lacunas na literatura existente. A escolha da pesquisa bibliográfica justifica-se pela necessidade de compreender a produção científica sobre o tema, fornecendo subsídios para reflexões teóricas e práticas sobre a adoção de metodologias ativas no contexto educacional brasileiro.

Dessa forma, a metodologia adotada oferece um caminho sistemático e replicável, assegurando a validade do estudo e possibilitando que outros pesquisadores possam, futuramente, aprofundar ou replicar a investigação.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados obtidos na revisão bibliográfica permite identificar diferentes dimensões relacionadas à adoção das metodologias ativas e aos desafios enfrentados pelos docentes no contexto escolar brasileiro. Para facilitar a compreensão, a discussão foi organizada em três eixos temáticos: (1) fundamentos e potencial das metodologias ativas; (2) desafios enfrentados pelos docentes; e (3) estratégias e práticas pedagógicas eficazes.

4.1 Fundamentos e potencial das metodologias ativas

A literatura revisada evidencia que as metodologias ativas promovem aprendizagem significativa ao colocar o estudante no centro do processo educativo, estimulando autonomia, colaboração e pensamento crítico (FERREIRA, SILVA & TORRES, 2020). Práticas como PBL, sala de aula invertida, estudo de caso e projetos interdisciplinares foram apontadas como eficazes na construção de habilidades complexas, favorecendo a participação e o protagonismo discente. Esses achados corroboram a premissa de que a inovação pedagógica é capaz de tornar a aprendizagem mais contextualizada e conectada às demandas contemporâneas da sociedade.

4.2 Desafios enfrentados pelos docentes

Apesar do potencial transformador, os dados indicam múltiplos obstáculos à implementação das metodologias ativas. A formação inicial deficiente, centrada em conteúdos teóricos, dificulta que os docentes compreendam e experimentem novas estratégias (CUNHA, 2021). A formação continuada, muitas vezes superficial, não oferece suporte consistente, enquanto a sobrecarga de trabalho e a escassez de tempo inviabilizam planejamento colaborativo (FERREIRA, SILVA & TORRES, 2020; SANTOS & OLIVEIRA, 2018).

Além disso, limitações estruturais — como ausência de recursos tecnológicos, espaços adaptáveis e materiais didáticos inovadores — representam barreiras concretas à inovação (ANDRADE & REZENDE, 2022). A cultura escolar conservadora e a pressão por resultados imediatos reforçam a resistência à mudança, evidenciando a necessidade de transformação institucional e cultural (MACEDO, 2017). Finalmente, o impacto emocional da adoção de novas práticas, como ansiedade, medo e insegurança, exige atenção ao bem-estar docente como componente essencial da inovação pedagógica (LIMA, 2019).

4.3 Estratégias e práticas pedagógicas eficazes

A literatura aponta caminhos possíveis para superar os desafios identificados. Entre eles, destacam-se: (1) investimento em formação inicial e continuada, com ênfase em experiências práticas e reflexão crítica (CUNHA, 2021); (2) reestruturação do tempo e espaço escolar, promovendo ambientes flexíveis e colaborativos (FERREIRA, SILVA & TORRES, 2020); (3) utilização intencional de tecnologias digitais para ampliar a aprendizagem ativa (ANDRADE & REZENDE, 2022); e (4) construção de comunidades de aprendizagem entre professores, fortalecendo redes colaborativas de troca de experiências (VIEIRA & RAMOS, 2023).

Para sintetizar as informações discutidas, o quadro a seguir apresenta de forma coesa os fundamentos das metodologias ativas, os desafios enfrentados pelos docentes e as estratégias recomendadas para práticas pedagógicas mais eficazes:

Quadro 1 – Fundamentos, Desafios e Estratégias para a Implementação das Metodologias Ativas na Docência Contemporânea

Fonte: elaborado pelo autor a partir da revisão da literatura (2025).

Essas estratégias demonstram que a adoção das metodologias ativas não depende apenas de capacitação individual, mas de ações integradas que considerem formação, infraestrutura, cultura escolar e apoio emocional. O diálogo com a literatura evidencia que práticas graduais, contextualizadas e humanizadas aumentam a eficácia das metodologias e promovem mudanças duradouras na prática docente.

4.4 Considerações sobre os resultados

Os achados indicam que a implementação bem-sucedida das metodologias ativas exige uma abordagem sistêmica, articulando formação docente, políticas educacionais, recursos materiais e suporte emocional. Observa-se, portanto, que a inovação pedagógica não se limita a técnicas ou instrumentos, mas envolve transformação cultural, ética e profissional. Os resultados da análise reforçam a relevância da pesquisa, apontando que compreender e superar os desafios enfrentados pelos docentes é fundamental para promover uma educação mais participativa, inclusiva e significativa.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo evidencia que as metodologias ativas constituem-se como estratégias centrais para a promoção de uma aprendizagem significativa, pautada no protagonismo do estudante e na construção colaborativa do conhecimento. A análise demonstra que sua implementação exige dos docentes não apenas domínio técnico, mas também postura reflexiva, capacidade de mediação e constante adaptação às demandas sociais, culturais e tecnológicas do contexto escolar. Verificou-se que a adoção dessas metodologias depende de condições estruturais adequadas, de formação inicial e continuada consistente, de apoio institucional efetivo e do cuidado com o bem-estar emocional do professor, fatores essenciais para a inovação pedagógica. Os resultados indicam que a transformação educacional requer mudanças organizacionais e culturais nas instituições de ensino, com ambientes flexíveis, incentivo à colaboração docente e uso intencional das tecnologias digitais.

Apesar dos desafios, o estudo confirma que é possível avançar na humanização da prática docente e na efetividade da aprendizagem quando há articulação entre políticas públicas, estratégias pedagógicas inovadoras e desenvolvimento profissional contínuo. As contribuições teóricas fortalecem a compreensão dos fatores que influenciam a adoção das metodologias ativas, ao passo que as práticas apontam caminhos para valorizar a criatividade, a participação e a responsabilidade compartilhada entre professores e estudantes. Reconhece-se, contudo, a limitação da pesquisa por se restringir ao levantamento bibliográfico, não incluindo dados empíricos que poderiam enriquecer a análise com experiências concretas. Sugere-se, portanto, que futuras investigações explorem estudos de caso, entrevistas e questionários, aprofundando a compreensão sobre a aplicação das metodologias ativas em diferentes realidades escolares.

Em síntese, os objetivos estabelecidos foram alcançados, confirmando que a prática docente é elemento determinante na transformação educacional contemporânea e que o professor, em sua condição de mediador e agente central, deve ser valorizado e apoiado para que a inovação pedagógica se torne efetiva, democrática e sustentável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, L.; REZENDE, F. Tecnologias digitais e metodologias ativas: desafios e possibilidades para a docência contemporânea. Revista Brasileira de Educação, v. 27, n. 2, p. 130-140, 2022.

CUNHA, R. Formação docente e metodologias ativas: lacunas e perspectivas. Educação em Revista, v. 37, n. 1, p. 110-120, 2021.

FERREIRA, A.; SILVA, M.; TORRES, P. Metodologias ativas no ensino: experiências e práticas inovadoras. São Paulo: Editora Educação, 2020.

LIMA, S. Desafios emocionais e a inovação pedagógica na docência contemporânea. Revista de Psicologia da Educação, v. 12, n. 1, p. 55-65, 2019.

MACEDO, J. Inovação e cultura escolar: limites e possibilidades. Revista Brasileira de Ciências da Educação, v. 15, n. 2, p. 85-95, 2017.

SANTOS, R.; OLIVEIRA, T. Docência e metodologias ativas: práticas pedagógicas centradas no estudante. Rio de Janeiro: Vozes, 2018.

VIEIRA, P.; RAMOS, L. Educação humanizada e metodologias ativas: integração e prática docente. Revista Educação e Sociedade, v. 44, n. 3, p. 100-112, 2023.

¹ Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. [email protected]