SALA DOS PROFESSORES: SUBJETIVIDADE CONSTITUÍDA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.15245045
Helena de Fátima Bernardes Millani1
RESUMO
Este estudo tem como objetivo geral analisar a subjetividade constituída no ambiente da sala dos professores, compreendendo como as interações entre os docentes influenciam diretamente a construção da identidade profissional. O estudo se justifica pela importância de aprofundar o conhecimento sobre os processos psicológicos e sociais vivenciados pelos professores, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias que possam melhorar o ambiente escolar. Para atingir esses objetivos, foi utilizado o método bibliográfico, com análise de publicações acadêmicas recentes sobre subjetividade e educação, permitindo compreender como as interações interpessoais, os fatores históricos e estruturais, bem como as dinâmicas inconscientes, interferem na saúde mental e na identidade dos docentes em seu cotidiano escolar. Nos resultados, buscou-se contextualizar a formação da subjetividade docente por meio das práticas pedagógicas vivenciadas nesse espaço coletivo; conceituar a subjetividade à luz das teorias psicanalítica, histórico-cultural e materialista, a partir dos aportes de Freud (1921), González Rey (2005), Marx (1982), Vygotsky (1934) e Bok (2019); e identificar possíveis soluções para conflitos emocionais e interpessoais que afetam negativamente o ambiente escolar. A relevância deste estudo está centrada na necessidade de compreender como as dinâmicas subjetivas influenciam o desempenho docente e, consequentemente, impactam a qualidade do ensino ofertado.
Palavras-chave: Docente. Ensino. Subjetividade.
ABSTRACT
This study aims to analyze the subjectivity formed within the teachers' room environment, understanding how interactions among teachers directly influence the construction of their professional identity. The research seeks to understand how interpersonal interactions among educators impact the psychological construction of their professional identity. It uses a bibliographic method to examine how interpersonal interactions, historical and structural factors, and unconscious dynamics influence teachers' mental health and identity formation in their daily school activities. The results contextualize teacher subjectivity through the pedagogical practices experienced in the teachers' lounge, highlighting how these interactions are shaped by professional relationships and social influences. Additionally, the concept of subjectivity is discussed, drawing upon psychoanalytic, historical-cultural, and materialist perspectives, and identifying strategies to resolve emotional and interpersonal conflicts that negatively affect the school environment. The study's significance lies in the necessity to deepen the understanding of subjective dynamics within the teachers' interactions, which directly affect their professional performance and the overall quality of education provided.
Keywords: Subjectivity. Teacher identity. Interpersonal relationships.
1 INTRODUÇÃO
A sala dos professores é um espaço central no ambiente escolar, onde ocorrem interações que transcendem as discussões pedagógicas, influenciando diretamente a construção da identidade docente. Nesse ambiente, os educadores compartilham experiências, desafios e emoções que moldam suas subjetividades, refletindo tanto aspectos individuais quanto coletivos. A compreensão dessas dinâmicas é essencial para promover um ambiente de trabalho saudável e colaborativo, impactando positivamente a qualidade do ensino.
A subjetividade dos professores é construída a partir de múltiplas influências, incluindo fatores históricos, sociais e culturais. As interações na sala dos professores servem como um microcosmo das relações sociais mais amplas, onde se manifestam questões de poder, identidade e resistência. A análise dessas interações permite compreender como os docentes negociam suas posições e constroem significados compartilhados, influenciando suas práticas pedagógicas e relações com os alunos.
Este estudo tem como objetivo geral analisar a subjetividade constituída na sala dos professores, compreendendo como as interações nesse espaço influenciam a identidade docente. Especificamente, busca-se: contextualizar a formação da subjetividade na prática pedagógica e suas relações com o espaço coletivo da sala dos professores; conceituar a subjetividade a partir das perspectivas psicanalítica, histórico-cultural e materialista, abordando suas implicações na constituição da identidade docente; e apresentar possíveis soluções para conflitos subjetivos que emergem nesse ambiente, promovendo reflexões sobre estratégias que favoreçam a construção de relações saudáveis e produtivas entre os educadores.
A justificativa para esta pesquisa reside na importância de compreender a subjetividade docente como um fenômeno multidimensional, influenciado por fatores psíquicos, sociais e históricos. Freud (1921) destaca a relevância do inconsciente na constituição do sujeito, permitindo refletir sobre os conflitos internos que emergem na sala dos professores. González Rey (2005) amplia essa compreensão ao propor que a subjetividade se manifesta de forma sistêmica e integrada ao meio social. Marx (1867) aponta que a subjetividade é atravessada pelas condições materiais e pelas relações de poder dentro das instituições, o que ressoa nas dinâmicas hierárquicas do ambiente escolar. Vygotsky (1934) enfatiza a mediação social e cultural no desenvolvimento psicológico, evidenciando como as interações no espaço da sala dos professores contribuem para a formação da identidade profissional. Ana Bok (2019) complementa essa discussão ao problematizar a subjetividade a partir de uma abordagem crítica e contemporânea, destacando os desafios emocionais e estruturais enfrentados pelos docentes na atualidade. Assim, o estudo da subjetividade constituída nesse espaço possibilita compreender as condições que favorecem ou dificultam o desenvolvimento dos professores e, consequentemente, o impacto disso na educação.
A pesquisa, desenvolvida por meio do método bibliográfico, conta com a análise de produções acadêmicas que abordam a subjetividade a partir das perspectivas psicanalítica, sociocultural e materialista. O levantamento bibliográfico possibilitou a construção de um arcabouço teórico que sustente a análise sobre a constituição subjetiva na sala dos professores, evidenciando as interações sociais, os fatores históricos e os processos inconscientes que permeiam esse ambiente.
Nos resultados, discute-se que a sistematização das subjetividades permite pela troca de experiencias no encontro antes das aulas, não apenas aprofundar a compreensão sobre a subjetividade docente, mas também refletir sobre estratégias que possam contribuir para a melhoria do ambiente escolar, promovendo relações interpessoais mais saudáveis e fortalecendo a identidade dos professores em sua prática pedagógica a partir das discussões neste espaço.
2 SALA DOCENTE: SUBJETIVIDADE CONSTITUÍDA
2.1 SALA DOS PROFESSORES COMO ESPAÇO DE SUBJETIVIDADE
Iniciando as discussões, Bazza (2022), informa que a sala dos professores é um espaço onde a troca de experiências fortalece a construção da subjetividade docente, permitindo que os educadores reflitam sobre suas práticas e encontrem suporte emocional para enfrentar os desafios cotidianos.
Já na visão de Bazza (2022), as relações estabelecidas entre professores na sala dos professores contribuem diretamente para a formação de um ambiente propício ao aperfeiçoamento profissional. Ao expressarem suas dificuldades e êxitos cotidianos, os docentes podem aprender uns com os outros, ressignificando suas práticas pedagógicas através de um processo contínuo de reflexão coletiva.
Percebe-se que as trocas discursivas se configuram como poderosas ferramentas para o crescimento subjetivo dos educadores, pois permitem enfrentar os desafios que se apresentam no dia a dia, transformando o espaço em local privilegiado para a construção coletiva da identidade docente.
Contudo, as interações entre docentes possibilitam o desenvolvimento profissional através da análise coletiva dos processos pedagógicos, permitindo ajustes nas estratégias de ensino e na seleção de materiais mais adequados para diferentes contextos educacionais (Dias, 2023).
Nesse mesmo sentido, as trocas que ocorrem na sala dos professores são permeadas por questões subjetivas relacionadas ao modo como cada educador enxerga sua atuação profissional e seus desafios diários. A subjetividade docente, conforme destacam Diniz e Oliveira (2022), envolve sentimentos, expectativas e valores que orientam a atuação pedagógica e que são continuamente transformados pelo contato com os pares. Nesse processo interativo, o compartilhamento de vivências facilita a construção de novos referenciais pedagógicos e promove a atualização constante dos professores em relação às suas práticas.
Abrindo um breve espaço no tempo, o clássico de Freud (1921) destacou que a interação social e a troca discursiva entre pares têm papel fundamental na elaboração emocional e na formação das identidades profissionais, algo frequentemente observado no cotidiano das salas dos professores.
Quando analisando na atualidade, Kim e Dias (2021) ressaltam que as intervenções educacionais decorrentes das trocas realizadas na sala dos professores têm papel decisivo na produção de conhecimento prático. Ao participarem de discussões sobre estratégias didáticas e métodos pedagógicos diversos, os professores encontram suporte para a tomada de decisões, aperfeiçoando suas ações em sala de aula. Dessa forma, a subjetividade docente é enriquecida, ampliando o repertório dos professores e oferecendo-lhes ferramentas eficazes para enfrentar desafios profissionais, o que reflete positivamente no desenvolvimento dos estudantes.
Na visão de González Rey (2005), o compartilhamento de experiências promove o desenvolvimento da subjetividade, uma vez que a reflexão coletiva amplia a percepção sobre o próprio trabalho e fortalece a capacidade de enfrentar adversidades profissionais.
Na perspectiva de Marx (1867), aprecia-se uma visão crítica essencial sobre as condições materiais que permeia as relações docentes no ambiente escolar. A sala dos professores, frequentemente marcada por desigualdades e relações hierárquicas, é também um espaço de negociação dessas tensões. As trocas entre professores não apenas permitem o aprimoramento pedagógico, mas também expõem claramente as contradições materiais e sociais que permeiam a educação. Assim, ao compreenderem essas contradições, os professores são capazes de atuar criticamente e transformar o ambiente escolar em um espaço mais justo e democrático.
Através das trocas informais na sala dos professores, surgem oportunidades espontâneas para a reflexão crítica sobre o trabalho docente, contribuindo para um ambiente escolar mais colaborativo e inclusivo (Rossato, Martinez, 2023).
A interação entre docentes na sala dos professores possibilita uma reflexão profunda sobre as metodologias utilizadas em sala de aula. Dias (2023) salienta que a escolha dos métodos pedagógicos não é neutra, mas fortemente influenciada pela subjetividade pública do professor. As discussões realizadas nesse espaço coletivo permitem aos docentes confrontarem suas próprias crenças e pressupostos pedagógicos, tornando-os conscientes de como suas escolhas impactam o processo de ensino-aprendizagem. Isso garante que as decisões metodológicas sejam mais consistentes e eficazes, beneficiando diretamente os estudantes.
Bok (2019) aponta que a subjetividade docente é intensamente influenciada pelas práticas pedagógicas cotidianas; assim, o diálogo entre professores é vital para confrontar dificuldades e desenvolver soluções práticas que melhorem o desempenho coletivo.
Essas trocas também atuam como estratégias de apoio emocional e socialização profissional, permitindo que os professores enfrentem situações estressantes ou emocionalmente complexas com maior segurança e equilíbrio (Diniz; Oliveira, 2022).
Bok (2019) enfatiza que os desafios contemporâneos enfrentados pelos docentes requerem uma prática reflexiva constante, possível especialmente através do diálogo com colegas mais experientes ou com perspectivas diferentes. A sala dos professores, portanto, constitui-se como espaço vital para que os docentes questionem suas práticas, repensem suas ações e encontrem soluções inovadoras para problemas cotidianos. As trocas constantes de experiências e saberes proporcionam não apenas aperfeiçoamento técnico, mas também fortalecem emocionalmente os docentes, tornando-os mais confiantes e preparados para enfrentar os desafios da profissão.
Outro ponto destacado por González Rey (2005) é que a subjetividade docente deve ser compreendida em uma perspectiva relacional, dinâmica e historicamente construída. Nesse sentido, a sala dos professores é o local por excelência onde essas relações se estabelecem e se renovam continuamente. O processo de diálogo entre os educadores favorece o surgimento de novas formas de entendimento sobre a prática docente, contribuindo diretamente para a formação de profissionais mais sensíveis, empáticos e capazes de lidar com a diversidade presente no ambiente escolar.
Para Vygotsky (1934), a aprendizagem ocorre na interação com o outro; assim, a sala dos professores oferece um ambiente essencial para o desenvolvimento de competências profissionais por meio das relações interpessoais e trocas colaborativas.
É um ambiente especialmente significativo para o desenvolvimento profissional docente, já que possibilita interações constantes que influenciam diretamente o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas e a formação da subjetividade. Nesse espaço, os professores compartilham experiências, revelam desafios e trocam soluções, criando uma dinâmica que fortalece tanto o desenvolvimento pessoal quanto coletivo. Essas interações permitem que os educadores construam novas perspectivas, atualizem estratégias didáticas e resolvam problemas comuns do cotidiano escolar (Bazza, 2022).
A subjetividade docente, moldada pelas experiências individuais e coletivas, é constantemente construída e reconstruída nas trocas realizadas entre professores. A partir das conversas informais e discussões pedagógicas, os educadores desenvolvem uma visão mais crítica e abrangente sobre seus métodos de ensino, possibilitando a transformação contínua de suas práticas educativas. Além disso, a troca frequente permite uma melhor compreensão das próprias limitações e potencialidades, facilitando o aperfeiçoamento profissional por meio da aprendizagem compartilhada (Diniz; Oliveira, 2022).
Essas interações, muitas vezes informais, proporcionam aos professores a oportunidade de expressarem sentimentos, angústias e inseguranças relacionadas ao exercício da profissão. Ao compartilhar essas experiências emocionais, os educadores criam vínculos que fortalecem a rede de apoio profissional e emocional dentro da instituição. O acolhimento proporcionado pelos colegas gera um ambiente positivo e empático, essencial para o bem-estar emocional e a redução do estresse profissional (Silva, 2024).
Outro aspecto relevante dessas trocas é o seu potencial para minimizar o isolamento profissional dos professores. A docência, muitas vezes marcada por uma prática solitária em sala de aula, ganha um contorno colaborativo na sala dos professores, permitindo que os educadores tenham acesso ao apoio e às sugestões dos colegas. Essa interação contribui significativamente para a melhoria do ambiente de trabalho e para a qualidade do ensino ofertado aos alunos (Kim; Dias, 2021).
As trocas também possibilitam a reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas, permitindo aos professores perceberem com clareza os impactos de suas decisões metodológicas. Ao discutirem conjuntamente as estratégias utilizadas em sala, os docentes tornam-se mais conscientes da influência de suas subjetividades na seleção dos conteúdos e materiais didáticos, aprimorando continuamente o processo de ensino-aprendizagem (Dias, 2023).
Também importante é que as trocas na sala dos professores ajudam os docentes a enfrentarem desafios pedagógicos contemporâneos. Diante das constantes mudanças sociais e educacionais, a atualização de práticas e estratégias de ensino torna-se essencial. O diálogo constante com colegas proporciona a atualização necessária para enfrentar as demandas educacionais atuais, promovendo uma postura mais flexível e adaptável entre os educadores (Bok, 2019).
Essas interações também favorecem o desenvolvimento de uma subjetividade mais aberta à inovação. Ao ouvirem e observarem diferentes formas de atuação pedagógica, os professores são incentivados a testar novas abordagens, metodologias e tecnologias em sala de aula. A troca de experiências amplia as possibilidades de inovação, resultando em práticas educativas mais dinâmicas e atrativas para os alunos (Rossato; Martinez, 2023).
A formação da subjetividade profissional não ocorre apenas individualmente, mas é fruto das relações interpessoais mediadas por uma comunicação efetiva na sala dos professores. A interação dialógica promove um ambiente onde cada professor pode aprender com o outro, mediado pelas linguagens e práticas culturais específicas do grupo, fortalecendo, assim, o desenvolvimento coletivo (Vygotsky, 1934).
Essas trocas ampliam as perspectivas dos professores sobre a inclusão e diversidade no ambiente escolar. Ao compartilharem experiências relacionadas à inclusão educacional, os docentes são capazes de rever preconceitos e aprimorar suas práticas pedagógicas para atender melhor às necessidades específicas dos alunos, enriquecendo o processo educativo com práticas mais acolhedoras e inclusivas (Rossato; Martinez, 2023).
A importância dessas trocas também reside na sua capacidade de promover o desenvolvimento emocional dos docentes, reduzindo o esgotamento profissional. Ao dividirem dificuldades e encontrarem suporte mútuo, os professores conseguem lidar melhor com as pressões e desafios da profissão, fortalecendo o equilíbrio emocional necessário para o exercício eficaz da docência (Bazza, 2022).
Essas experiências de diálogo permitem aos professores se posicionarem criticamente frente às próprias práticas e crenças pedagógicas, identificando o que precisa ser mantido, ajustado ou abandonado. Esse processo reflexivo, que ocorre naturalmente nas interações cotidianas, promove o crescimento pessoal e profissional, tornando-os docentes mais capacitados e atentos às necessidades educacionais emergentes (Diniz; Oliveira, 2022).
Os professores que vivenciam interações constantes na sala dos professores também tendem a apresentar maior autoestima e confiança em suas capacidades profissionais. O reconhecimento obtido através das trocas, onde suas experiências são valorizadas pelos colegas, contribui para um fortalecimento subjetivo que melhora significativamente o desempenho docente em sala de aula (Silva, 2024).
Essas interações, ao serem incorporadas no cotidiano escolar, fortalecem a cultura institucional, construindo uma identidade profissional coletiva mais sólida. Os professores passam a enxergar-se não apenas como profissionais isolados, mas como parte de um grupo integrado e colaborativo, gerando uma cultura escolar positiva e favorável à inovação pedagógica contínua (Kim; Dias, 2021).
Observa-se, a análise crítica das condições estruturais e sociais da educação é constantemente potencializada por meio das trocas discursivas entre docentes. Os professores têm oportunidade de debater e questionar coletivamente as condições materiais e institucionais que interferem em suas práticas cotidianas, potencializando uma atuação crítica e engajada na realidade educacional.
Essas experiências colaborativas criam condições favoráveis para a promoção de ações educacionais conjuntas, como projetos interdisciplinares e ações coletivas para solução de problemas comuns. Ao compartilharem objetivos e práticas, os professores ampliam o alcance de suas ações pedagógicas, fortalecendo a coesão e o espírito colaborativo dentro da escola (Dos Santos; Mundim; Do Carmo Pereira, 2023).
A interação na sala dos professores também fortalece a capacidade dos docentes em lidar com situações de conflito interpessoal. Ao compartilharem estratégias e vivências pessoais relacionadas ao manejo de conflitos, os professores podem aperfeiçoar habilidades sociais e emocionais fundamentais para garantir relações mais saudáveis e produtivas na escola (Bok, 2019).
Por fim, a dinâmica de interação frequente na sala dos professores contribui decisivamente para o fortalecimento de uma subjetividade docente comprometida com a educação de qualidade. Ao estabelecerem trocas constantes de saberes1, estratégias e experiências, os docentes criam condições concretas para o desenvolvimento profissional contínuo, impactando diretamente a qualidade do ensino oferecido aos estudantes (Gonzalez Rey, 2005).
2.1.1 Subjetividade docente
A subjetividade docente refere-se ao modo como os professores percebem a si mesmos, suas práticas e relações dentro do contexto educacional. Conforme Bazza (2022), essa percepção se constrói continuamente nas interações entre os educadores, moldando-se pela troca de saberes e experiências que ocorrem especialmente na sala dos professores.
O ambiente coletivo da sala dos professores atua como espaço privilegiado para a constituição subjetiva dos educadores, uma vez que propicia momentos de diálogo, reflexão e crítica sobre a própria prática profissional. Esses momentos permitem que os docentes revejam seus conceitos e posicionamentos diante das diferentes situações enfrentadas em sala de aula (Diniz; Oliveira, 2022).
Freud (1921) argumenta que o sujeito se constitui também por meio das relações interpessoais, destacando o valor das trocas simbólicas no processo de formação da subjetividade docente. Assim, o diálogo constante entre os professores é uma ferramenta que possibilita o reconhecimento de conflitos internos e o fortalecimento emocional dos educadores.
Para González Rey (2005), a subjetividade é um sistema complexo que envolve aspectos individuais, sociais e culturais. Nessa perspectiva, a sala dos professores funciona como um espaço privilegiado para o desenvolvimento dessas subjetividades, permitindo aos educadores compreenderem e ressignificarem suas práticas de maneira mais profunda e consciente.
De acordo com Diniz e Oliveira (2022), as interações docentes possibilitam que os educadores desenvolvam uma subjetividade mais autônoma e crítica, fortalecendo a capacidade de questionar e transformar realidades escolares, o que impacta positivamente suas ações pedagógicas.
A subjetividade docente também é influenciada por fatores externos, como relações institucionais, práticas administrativas e contextos sociais mais amplos. Conforme Marx (1867), essas condições materiais influenciam diretamente a constituição subjetiva dos indivíduos, determinando comportamentos e posicionamentos dentro do espaço escolar.
Vygotsky (1934) enfatiza a relevância das interações sociais na construção da subjetividade, destacando que o diálogo entre colegas na sala dos professores é uma importante fonte de aprendizado e desenvolvimento psicológico. Essas trocas colaborativas ajudam os docentes a desenvolverem novas perspectivas pedagógicas e metodológicas.
Segundo González Rey (2005), a subjetividade é uma construção dinâmica e sistêmica, influenciada diretamente pelas experiências sociais vividas no cotidiano. Na sala dos professores, essas experiências são compartilhadas, permitindo que cada docente encontre suporte para reorganizar suas práticas educativas e enfrentar desafios cotidianos.
Essas interações fortalecem o sentimento de pertencimento ao grupo, essencial para o desenvolvimento de uma subjetividade profissional saudável e proativa. Um ambiente acolhedor favorece o surgimento de uma identidade coletiva positiva entre os educadores (Dias, 2023).
Marx (1867) também destaca que as condições materiais, como a infraestrutura física da escola, influenciam significativamente a subjetividade docente. Uma sala dos professores bem-organizada favorece trocas saudáveis e produtivas, permitindo relações interpessoais mais positivas e colaborativas.
Para Rossato e Martínez (2023), a subjetividade social que emerge nas interações da sala dos professores é fundamental para promover processos inclusivos na escola. Ao compartilhar dificuldades, professores tornam-se mais sensíveis às diferentes realidades sociais e educativas dos estudantes.
A comunicação efetiva na sala dos professores é decisiva para que os docentes consigam lidar com pressões externas e internas da profissão, fortalecendo emocionalmente sua subjetividade e reduzindo riscos de desgaste profissional (Kim; Dias, 2021).
Conforme Silva (2024), a construção da subjetividade docente tem forte relação com as dinâmicas de participação e colaboração estabelecidas no espaço coletivo, onde cada docente pode refletir sobre seu papel profissional e social, redefinindo suas posturas diante dos desafios educacionais.
Bok (2019) afirma que os professores, ao dialogarem, elaboram subjetivamente estratégias práticas, tornando o trabalho pedagógico mais eficaz e satisfatório. O diálogo é um mecanismo poderoso para transformação pessoal e profissional, permitindo a constante renovação da identidade docente.
Gracioli e Pezzato (2021) enfatizam que o espaço físico da sala dos professores influencia diretamente a formação subjetiva. Um espaço adequado facilita o diálogo aberto, melhorando a qualidade das relações interpessoais e incentivando uma construção subjetiva mais positiva entre docentes.
Diniz e Oliveira (2022) destacam que a subjetividade docente é constantemente desafiada e redefinida pelas trocas pedagógicas. Ao se exporem a diferentes perspectivas, os professores constroem práticas educativas mais ricas e diversificadas.
Dias (2023) aponta que as escolhas metodológicas e a seleção de conteúdos pelos professores são fortemente influenciadas pela subjetividade pública, construída a partir das interações e discussões realizadas no espaço coletivo da sala dos professores.
De acordo com Silva (2024), as relações estabelecidas na sala dos professores são fundamentais para que o educador desenvolva uma subjetividade mais participativa, contribuindo para a promoção de um ambiente escolar mais democrático e dialógico.
Kim e Dias (2021) acrescentam que as ações concretas decorrentes das discussões na sala dos professores são fundamentais para fortalecer a subjetividade dos educadores, promovendo intervenções pedagógicas mais efetivas e colaborativas.
Conforme Bazza (2022), a sala dos professores desempenha papel essencial como ambiente formativo, ampliando o desenvolvimento das competências pedagógicas e subjetivas dos docentes. Nesse espaço, professores expõem não apenas questões relacionadas à sua prática profissional, mas também sentimentos, frustrações e conquistas diárias, estabelecendo uma rede informal de suporte emocional que fortalece os vínculos interpessoais. Essa rede, construída nas relações cotidianas, promove uma atmosfera de confiança e respeito mútuo, onde é possível abordar tanto questões profissionais quanto aspectos pessoais que inevitavelmente afetam o desempenho docente.
Ao dialogar sobre os desafios enfrentados, os professores são capazes de construir estratégias compartilhadas para resolução de conflitos, permitindo uma abordagem coletiva dos problemas educacionais, que frequentemente refletem dificuldades sistêmicas mais amplas da instituição escolar. Essas trocas não apenas proporcionam um fortalecimento emocional coletivo, mas também favorecem um processo contínuo de aprendizado profissional, refletindo-se diretamente na qualidade do ensino oferecido.
Dessa forma, o espaço da sala dos professores vai além do aspecto físico e logístico, configurando-se como um ambiente essencial para a constituição da subjetividade docente, que, por sua vez, influencia profundamente as práticas pedagógicas implementadas no contexto escolar (Bazza, 2022).
A importância das trocas de experiências entre professores também é destacada por Bok (2019), para quem a construção da subjetividade docente está intrinsecamente relacionada ao contexto social e pedagógico vivenciado cotidianamente pelos educadores. Ao interagir de maneira aberta e colaborativa, os professores têm oportunidade de refletir sobre suas práticas pedagógicas, avaliando de maneira crítica suas escolhas metodológicas e estratégias didáticas. Essas trocas são fundamentais para a criação de uma identidade profissional coletiva que potencializa o processo de ensino-aprendizagem e reduz sentimentos de isolamento e insegurança típicos da profissão docente.
Bok ressalta ainda que essas interações contribuem para o desenvolvimento de estratégias criativas e inovadoras no enfrentamento das dificuldades escolares, uma vez que os docentes passam a perceber novas formas de resolver problemas que antes pareciam insuperáveis. O diálogo constante entre pares possibilita a construção de conhecimentos compartilhados que são imediatamente aplicáveis ao cotidiano educacional, o que fortalece tanto a autoestima quanto a autoconfiança profissional dos professores envolvidos. Dessa maneira, fica evidente que o fortalecimento da subjetividade coletiva promovido pelas interações na sala dos professores gera não apenas benefícios individuais, mas também resultados coletivos significativos para toda a comunidade escolar (Bok, 2019).
A perspectiva marxista apresentada por Marx (1867) também lança luz sobre a compreensão das interações docentes ao considerar a influência das condições materiais e sociais na constituição subjetiva dos indivíduos. Nesse sentido, a sala dos professores é entendida como um espaço socialmente determinado, onde as relações de poder e as estruturas hierárquicas manifestam-se com clareza, influenciando diretamente as formas de interação entre os professores. Esses fatores materiais e institucionais moldam tanto a subjetividade docente quanto as práticas pedagógicas adotadas pelos profissionais, muitas vezes gerando tensões e conflitos internos que precisam ser negociados e superados coletivamente.
Marx sugere que o reconhecimento dessas relações de poder e suas contradições é o primeiro passo para uma atuação docente crítica e consciente, capaz de transformar o ambiente escolar em um espaço mais justo e igualitário. Ao estabelecerem diálogos sobre essas questões, os professores conseguem refletir sobre suas próprias posições no contexto institucional, criando estratégias que permitem não apenas resistir, mas também transformar positivamente o ambiente escolar, promovendo práticas educativas mais democráticas e inclusivas (Marx, 1867).
Vygotsky (1934) oferece outra importante perspectiva teórica para a compreensão das trocas na sala dos professores, destacando que as interações sociais são fundamentais para o desenvolvimento psicológico e profissional do indivíduo. Nesse sentido, o diálogo constante entre os docentes não é apenas uma atividade comunicacional, mas uma importante ferramenta de mediação do desenvolvimento cognitivo e emocional. Ao compartilharem suas experiências, dificuldades e estratégias pedagógicas, os professores passam a adquirir novas formas de compreensão e atuação profissional que não seriam possíveis isoladamente. Dessa forma, as interações na sala dos professores tornam-se espaços privilegiados para o aprendizado mediado, onde cada docente pode internalizar saberes e práticas provenientes da experiência coletiva, ampliando significativamente seu repertório profissional e sua capacidade de lidar com situações pedagógicas complexas. Vygotsky destaca ainda que a qualidade das interações entre os educadores define o grau de desenvolvimento profissional alcançado, pois um ambiente colaborativo e dialógico potencializa a criatividade pedagógica e fortalece as relações interpessoais, o que é fundamental para a constituição de uma subjetividade docente rica, criativa e capaz de enfrentar desafios educacionais complexos.
Assim, ao estabelecer relações interpessoais positivas, mediadas por diálogo constante, os professores desenvolvem uma subjetividade saudável e crítica, potencializando significativamente sua atuação educativa e sua satisfação profissional (Diniz; Oliveira, 2022).
Portanto, a sala dos professores é um ambiente central para o desenvolvimento da subjetividade profissional docente, sendo um espaço indispensável para a formação continuada, a troca colaborativa e a construção de relações interpessoais saudáveis e produtivas (Bazza, 2022).
2.2 SALA DE PROFESSORES ENQUANTO ESPAÇO DE TROCAS DE EXPERIÊNCIAS
As trocas realizadas na sala dos professores também contribuem para a redução do isolamento profissional, um problema frequentemente enfrentado pelos docentes. Através das interações informais ou estruturadas, os professores encontram apoio emocional e técnico que os ajuda a enfrentar situações complexas, evitando o sentimento de solidão no exercício profissional (Rossato; Martinez, 2023). Assim, o compartilhamento de dificuldades e soluções fortalece os laços profissionais e melhora significativamente o ambiente escolar.
Gracioli e Pezzato (2021) destacam a importância do ambiente físico como fator relevante na construção subjetiva. Nesse sentido, um espaço acolhedor e bem estruturado, como uma sala de professores organizada e agradável, influencia positivamente as relações interpessoais e promove um clima propício para trocas eficazes de experiência. O ambiente acolhedor facilita o diálogo aberto e espontâneo, incentivando uma comunicação mais fluída e eficaz entre os educadores.
Conforme apontam Kim e Dias (2021), as intervenções educacionais realizadas a partir da troca de experiências entre professores geram impactos positivos diretos na prática pedagógica, proporcionando uma melhoria significativa na qualidade do ensino.
Dias (2023) ressalta que a subjetividade pública do professor é moldada por suas escolhas metodológicas e de conteúdos programáticos, decisões frequentemente enriquecidas pelos debates e diálogos ocorridos no espaço coletivo da sala dos professores.2
Silva (2024) reforça que as trocas de experiência na sala dos professores têm efeitos diretos no modo como os docentes compreendem e abordam as necessidades dos alunos. Ao compartilharem estratégias e práticas bem-sucedidas, os professores conseguem construir abordagens mais participativas e inclusivas, favorecendo o desenvolvimento integral dos estudantes. A construção coletiva do saber profissional resulta, portanto, em práticas mais inovadoras e inclusivas.
A partir da interação cotidiana, a sala dos professores proporciona um espaço seguro para o professor expressar dúvidas e inseguranças, favorecendo um clima de confiança que melhora o desempenho profissional (Bazza, 2022).
Diniz e Oliveira (2022) enfatizam que o ambiente da sala dos professores oferece condições adequadas para a formação de vínculos afetivos e profissionais que ajudam a fortalecer o compromisso docente com a aprendizagem.
A partilha de experiências na sala dos professores permite a constituição de um espaço democrático, onde ideias divergentes são valorizadas e negociadas, enriquecendo o repertório profissional dos envolvidos (Dos Santos; Mundim; Do Carmo Pereira, 2023).
A construção subjetiva docente, conforme Dos Santos, Mundim e Do Carmo Pereira (2023), também é favorecida por projetos e iniciativas exitosas compartilhadas entre os colegas na sala dos professores. Essas ações permitem que experiências bem-sucedidas sejam replicadas ou adaptadas, gerando um efeito multiplicador na escola. Assim, a sala dos professores torna-se espaço estratégico de fomento à inovação e à criatividade pedagógica.
De acordo com Gracioli e Pezzato (2021), espaços físicos influenciam diretamente a construção subjetiva dos indivíduos; assim, a organização acolhedora e favorável da sala dos professores pode potencializar significativamente a colaboração e a criatividade pedagógica.
Para Diniz e Oliveira (2022), a troca de experiências no cotidiano docente contribui diretamente para a construção de práticas pedagógicas mais eficazes. Ao ouvirem sobre experiências bem-sucedidas ou falhas ocorridas com colegas, os professores aprimoram suas habilidades, evitando repetir erros e ampliando seu repertório prático. Dessa forma, o diálogo constante promove um processo contínuo de aprendizado profissional.
Conforme Silva (2024), a subjetividade estudantil pode ser melhor compreendida e atendida quando os professores têm acesso constante a trocas reflexivas e colaborativas que ocorrem dentro da sala dos professores.
As discussões informais na sala dos professores facilitam a identificação precoce de dificuldades comuns, permitindo intervenções rápidas e eficazes, baseadas em experiências compartilhadas entre colegas (Kim; Dias, 2021).
Ao possibilitar trocas constantes, a sala dos professores contribui diretamente para o desenvolvimento de uma cultura escolar mais aberta e inclusiva, onde os docentes são estimulados a inovar e buscar melhorias contínuas em suas práticas pedagógicas (Rossato; Martinez, 2023).
Essas interações promovem o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento diante dos desafios emocionais que frequentemente surgem na carreira docente, proporcionando fortalecimento da identidade profissional (Bok, 2019).
A sala dos professores, portanto, não se limita a ser um local de descanso ou preparação das aulas, mas se consolida como um espaço essencial para o aperfeiçoamento contínuo da prática docente3, fortalecendo relações interpessoais, promovendo a saúde mental e contribuindo decisivamente para a qualidade do ensino ofertado (Diniz; Oliveira, 2022).
Finalmente, Bazza (2022) reforça que as interações na sala dos professores não são apenas momentos de convivência informal, mas oportunidades valiosas de crescimento pessoal e profissional. Ao fornecerem apoio emocional, reforçarem identidades positivas e partilharem estratégias eficazes, os professores contribuem diretamente para a construção de um ambiente escolar mais saudável e produtivo, impactando diretamente a qualidade educacional da instituição.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que a subjetividade é formada em um processo contínuo e dinâmico, influenciado diretamente pelas relações sociais e culturais nas quais o indivíduo está inserido. Nesse sentido, a sala dos professores desempenha um papel essencial, funcionando como ambiente de mediação subjetiva, onde os docentes elaboram suas percepções sobre o trabalho, ressignificam suas experiências e constroem coletivamente significados que impactam diretamente suas práticas educativas. As trocas cotidianas nesse espaço são marcadas por emoções, valores e expectativas que, quando compartilhados, geram uma compreensão mais profunda sobre o trabalho pedagógico e suas implicações subjetivas.
Assim, a sala dos professores não apenas promove a construção da identidade profissional, mas também atua como um espaço de elaboração emocional e ressignificação das práticas pedagógicas. Nesses momentos, os professores são incentivados a assumir uma postura ativa na reconstrução das condições sociais e emocionais que permeiam suas atividades diárias, fortalecendo uma subjetividade autônoma, crítica e engajada. Essa abordagem permite que os educadores enfrentem com mais segurança e criatividade as demandas da profissão, refletindo diretamente na qualidade da educação que oferecem aos seus alunos.
Todavia, o processo de construção da subjetividade docente é intrinsecamente ligado às interações interpessoais desenvolvidas no espaço coletivo da sala dos professores. Ao compartilharem suas experiências, tanto positivas quanto negativas, os docentes criam condições para um diálogo constante sobre os desafios pedagógicos e as dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar. Esse diálogo permite que os educadores construam conjuntamente alternativas para resolver situações complexas, promovendo uma abordagem crítica e reflexiva sobre suas práticas educativas.
Os autores enfatizam que essas trocas colaborativas favorecem o surgimento de uma subjetividade docente mais aberta, reflexiva e crítica, capacitada a enfrentar os desafios impostos pelo contexto educacional contemporâneo. Além disso, a presença de um ambiente que estimula o diálogo e a reflexão coletiva gera um sentimento de pertencimento essencial para que os professores se sintam seguros em sua atuação profissional, impactando diretamente na motivação, na satisfação com o trabalho e, consequentemente, na qualidade do ensino que proporcionam aos estudantes.
A sala de professores é um espaço de subjetividade e trocas, portanto, tornam-se instrumentos valiosos para o aperfeiçoamento contínuo dos professores, oferecendo-lhes condições concretas para enfrentar desafios emocionais e profissionais. Este espaço, ao se constituir como local privilegiado para essas interações subjetivas, promove não apenas o fortalecimento individual dos docentes, mas também um ambiente escolar mais humano, democrático e eficaz no desenvolvimento de práticas pedagógicas de qualidade e inclusivas.
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1 Outro benefício relevante é a ampliação das habilidades de comunicação interpessoal, resultado direto das constantes interações entre docentes. O diálogo constante ajuda os professores a aprimorarem habilidades comunicativas fundamentais para sua atuação profissional, como escuta ativa, empatia e assertividade (Vygotsky, 1934).
2 A contribuição de Freud (1921) reforça o entendimento de que o diálogo e a troca entre os indivíduos são fundamentais para a construção de processos psíquicos individuais e coletivos. Na sala dos professores, essas interações proporcionam um contexto onde os docentes podem elaborar emocionalmente suas experiências e ansiedades profissionais, contribuindo para a saúde mental e emocional da equipe como um todo. Assim, ao dividir suas experiências e angústias, os professores encontram suporte emocional e estratégias eficazes para lidar com situações desafiadoras.
3 Vygotsky (1934) corrobora que o processo de aprendizado ocorre principalmente através da interação social, destacando a sala dos professores como ambiente essencial para a formação contínua dos docentes. Neste espaço, professores aprendem uns com os outros através da mediação das experiências compartilhadas, possibilitando o desenvolvimento de novas competências e uma melhoria contínua nas práticas educativas adotadas.