POSSIBILIDADES DE USO CARTOGRAFIA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16816255
Eugênio Jesus Santana1
Rosanete Brito de Oliveira2
Sirlene Karin Minozzo Finkler3
RESUMO
A utilização da cartografia na aula de geografia nos anos finais do ensino fundamental é necessária para que os alunos desenvolvam a construção do conhecimento geográfico para melhorar e enriquecer a aula de geografia e desenvolver a capacidade de compreensão do espaço, ou seja, o processo de ensino da linguagem cartográfica é fundamental. Por esta razão, o presente trabalho tem por objetivo geral discutir a respeito da cartografia como recursos didáticos no ensino-aprendizado no âmbito escolar, especialmente no ensino Fundamental II, haja vista que é notória a relevância da utilização de mapas e o quanto este recurso didático está presente no ensino da geografia. Além disso, traz como objetivos específicos: discutir acerca do ensino da cartografia na geografia; demonstrar a relevância da linguagem cartográfica na comunicação geográfica no contexto da educação escolar, principalmente no Ensino Fundamental II; discutir acerca da atuação do professor no ensino da geografia; e discutir sobre as particularidades dos mapas. Para cumprir com tal proposta, a metodologia estabelecida é bibliográfica, qualitativa e exploratória, dos quais os conteúdos selecionados encontram-se no Google acadêmico. Ademais, conclui-se que o desenvolvimento dessa linguagem cartográfica nas aulas de geografia, especialmente no Ensino Fundamental II, permite que os alunos desenvolvam a capacidade de ler e usar mapas por meio de símbolos, e depois adquirir habilidades e percepções relacionadas à leitura de representações geoespaciais e referenciais gerais.
Palavras-chave: Cartografia. Geografia. Recurso didático. Educação brasileira.
ABSTRACT
The use of cartography in geography classes in the final years of elementary school is necessary for students to develop the construction of geographical knowledge, improve and enrich geography lessons, and develop the ability to understand space. In other words, teaching the cartographic language is essential. For this reason, the present work has the general objective of discussing cartography as a teaching resource in the teaching-learning process in schools, especially in Elementary School II, given the clear relevance of using maps and how much this teaching resource is present in geography education. In addition, its specific objectives are: to discuss the teaching of cartography in geography; to demonstrate the relevance of cartographic language in geographic communication in the school education context, mainly in Elementary School II; to discuss the teacher’s role in teaching geography; and to discuss the particularities of maps. To fulfill this proposal, the methodology used is bibliographic, qualitative, and exploratory, with the selected content found in Google Scholar. Furthermore, it is concluded that the development of this cartographic language in geography classes, especially in Elementary School II, allows students to develop the ability to read and use maps through symbols, and later to acquire skills and perceptions related to reading geospatial representations and general references.
Keywords: Cartography. Geography. Teaching resource. Brazilian education.
1 INTRODUÇÃO
A educação no Brasil passa por um período difícil, são inúmeras as discussões e opiniões sobre a trajetória educacional, inclusive sobre os métodos de ensino. No que se refere ao ensino da Geografia, ao discutir a respeito da função da Geografia diversas respostas surgem a respeito desta temática. Sendo assim, é necessário que os docentes das disciplinas precisam demonstrar o verdadeiro significado e valor dos componentes do currículo, especialmente em termos da capacidade de compreender o mundo da vida. É preciso mostrar que ela existe no seu cotidiano. Ademais, é fundamental que haja a formação do aprendizado dos alunos em interpretação à cartografia, visto que se sabe sabemos que são muito importantes para o ensino e aprendizagem da Geografia e, conjuntamente, promovem a criação de conhecimento.
A base do curso de geografia é que os alunos / cidadãos aprendam a ler criticamente as imagens dos mapas, ou seja, a decifrá-las e transmitir informações para o uso diário, sobretudo no que diz respeito à necessidade de utilização de recursos cartográficos. Por sua vez, a cartografia é definida como "a arte de projetar, criar, escrever e distribuir mapas" (JOLY, 2008, p. 07), e é capaz de desenhar áreas geográficas no papel diretamente relacionadas à geografia na forma de linguagem cartográfica.
Dominar essa linguagem significa compreender e aplicar um conjunto de regras e símbolos e, se usado corretamente, pode criar uma representação simbólica de um espaço específico. Almeida (2010), Passini (2007), Francischette (2004) são importantes pesquisadoras a respeito do ensino e das representações do espaço. Elas acreditam que preparar os alunos para a leitura de mapas também corresponde à importância da leitura comum e da escrita, da contagem e da aritmética.
A relevância da pesquisa parte da importância em destacar que a cartografia é o alicerce da compreensão espacial nos cursos de geografia. Portanto, o processo de ensino da linguagem cartográfica é muito importante desde o início da educação, porque o desenvolvimento dessa linguagem permite que os alunos tenham a capacidade de ler e usar os mapas baseados em símbolos, para que, assim, possam adquirir habilidades e percepções relacionadas à leitura geoespacial e sua representação geral.
Justifica-se a escolha do tema mediante o ensino da cartografia escolar dever penetrar no processo de desenvolvimento do aluno e ser acompanhado pela linguagem da cartografia. Infelizmente, é óbvio que as aulas deste assunto na educação básica não são perfeitas devido as dificuldades que os alunos enfrentam durante as aulas, haja vista que os mesmos possuem dificuldades na visualização e interpretação do mapa. É por esta razão que ressalta-se ainda mais que o ensino desta temática nas salas de aula, sejam realizados de forma didática, apresentando os mapas, não só pela memorização, principalmente nos anos finais do ensino fundamental.
Seguindo essa perspectiva, a pergunta que faz-se necessária é: como a cartografia pode ser inserida como recurso de ensino-aprendizado no contexto escolar? Ademais, para responder tal questão, o presente trabalho tem por objetivo geral discutir a respeito da cartografia como recursos didáticos no ensino-aprendizado no âmbito escolar, especialmente no ensino Fundamental II, haja vista que é notória a relevância da utilização de mapas e o quanto este recurso didático está presente no ensino da geografia. Além disso, o mesmo traz como objetivos específicos: discutir acerca do ensino da cartografia na geografia; demonstrar a relevância da linguagem cartográfica na comunicação geográfica no contexto da educação escolar, principalmente no Ensino Fundamental II; discutir acerca da atuação do professor no ensino da geografia; e discutir sobre as particularidades dos mapas.
A presente temática justifica-se, haja vista que a cartografia como recurso didático nas aulas de geografia é extrema importância, pois ira formar alunos com a capacidade de pesquisar e analisar ideias, coletar conhecimentos sobre as perspectivas reais do cotidiano. Sendo assim, na sociedade moderna, o uso da linguagem cartográfica tornou-se uma necessidade, e cada vez mais alunos e professores precisam entender a situação e ser capazes de observar e compreender o espaço circundante. O uso de conhecimento cartográfico é mais comum.
O ensino de geografia por meio da cartografia é uma ferramenta importante para explicar e compreender o espaço geográfico. Logo, a cartografia escolar fornece uma maneira conveniente para os alunos entenderem esse espaço e ajuda a entender os códigos usados para descrevê-lo. Ademais, para melhor realizar a leitura dessa proposta, a parte substancial do trabalho foi organizado em tópicos.
A metodologia estabelecida para a elaboração deste trabalho é uma revisão bibliográfica, qualitativa e exploratória. A pesquisa então baseia-se na leitura de livros, artigos e monografias contidas no Google acadêmico. Vale destacar que esta pesquisa vai ao encontro da reflexão crítica sobre a prática docente no ambiente escolar, que é um debate em toda a comunidade educativa. O núcleo deste trabalho é uma pesquisa qualitativa, cujo objetivo é analisar a utilização de recursos cartográficos como recursos didáticos no ensino-aprendizado no âmbito escolar, especialmente no ensino Fundamental II, com base na epistemologia crítica. Com base nas informações coletadas, estão associadas a teorias que influenciam a natureza da pesquisa (MARTINS, 2004).
2 DISCUTINDO A GEOGRAFIA
Durante séculos, as pessoas buscaram maneiras de se comunicar para registrar suas histórias com imagens. Por causa dessas formas de linguagem, foi criado o primeiro mapa, que se tornou uma ferramenta muito importante para determinar direções e locais. Todavia, antes dessa descoberta, as pessoas registraram os tempos pré-históricos com pinturas e até mesmo entalhes em pedra representando locais e/ou caminhos específicos. Em seguida, apontou que a trajetória da cartografia esteve ligada à construção social ao longo da história. Longo (2011) afirma que esses mapas foram usados pelos sumérios por volta de 2500 a.C. Eles representam a Mesopotâmia, incluindo em sua reprodução, os rio Eufrates e o Monte Zagros.
Os egípcios e chineses em meados do século IV a.C. dominaram as técnicas cartográficas, que eram usadas para registrar os negócios diários, e inventaram um cadastro territorial que podia medir, registrar e delinear propriedades rurais para fins fiscais. Quando se trata de cartografia moderna, os gregos são considerados os pioneiros, enquanto Alexandria e Atenas são considerados os pináculos desta era histórica. Durante este período, apesar das limitações técnicas, as demonstrações foram limitadas às regiões do Tigre e Eufrates. Com a ajuda da trigonometria, os gregos presumiram que a Terra é uma esfera e criaram um sistema de coordenadas geográficas junto com muitas outras contribuições.
A cartografia da comunidade romana contribuiu na prática. Além disso, os mapas objetivavam demonstrar áreas pequenas, rotas comerciais e territórios. Quando estão comprometidos com objetivos geopolíticos, eles percebem que entender o espaço geográfico é uma ferramenta poderosa de governança. Afinal, o que é cartografia? Segundo Martinelli (apud FRANCISCHETT, 2002, p. 29),
A Cartografia é a ciência da representação e do estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas transformações ao longo do tempo, por meio de representações cartográficas – modelos icônicos – que reproduzem este ou aquele aspecto da realidade de forma gráfica e generalizada.
A cartografia desempenha o papel de representar o espaço geográfico, mas antes de apresentar a cartografia como uma ferramenta para o processo de aprendizagem geográfica, as pessoas devem entender que seu processo histórico começa antes da capacidade humana de ler e escrever. Ele vem desenvolvendo formas de comunicação na sociedade, e isso é feito com o auxílio de linguagens gráficas. Deve-se notar que as primeiras definições cartográficas retratavam todos os aspectos da Terra. Nos últimos 30 anos, a cartografia tem se definido como a teoria, tecnologia e prática responsável pela criação e uso de mapas. De acordo com Simielli (2008), a apresentação de mapas é a base para a sua compreensão.
Este conceito foi desenvolvido para que qualquer pessoa possa apresentar a cartografia como um método de fazer mapas. Ademais “assim, como propõem alguns autores, a cartografia passa a se preocupar com o usuário do mapa, com a mensagem transmitida e com a eficiência do mapa como meio de comunicação” (Simielli, 2008, p. 73). Pode-se perceber nesta breve história que a cartografia sofreu inúmeras mudanças durante sua existência. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Geografia, a Cartografia é definida da seguinte forma:
Um conhecimento que vem se desenvolvendo desde a pré-história até os dias de hoje. Através dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a idéia da produção do espaço: sua organização e distribuição. (BRASIL, 1998).
É notório ver o quão próxima a cartografia está relacionada ao cotidiano das pessoas, porque quando se trata de espaço geográfico, ela precisa descrever a imagem do mundo real do local analisado. Os fatos comprovam que a cartografia tem contribuído para o desenvolvimento social, econômico e político das pessoas hoje. Em todo este contexto, o mapa é entendido como uma linguagem mais antiga do que o próprio texto. No processo de evolução, o ser humano tem procurado realizar atividades de investigação no espaço envolvente e apresentá-lo para diversos fins. Os mapas surgem como forma de expressão e comunicação entre as pessoas, e sua importância se reflete na sistematização e apresentação das informações geradas pela localização, medição de distâncias e os elementos neles contidos.
3 O ENSINO DA CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA
O Ensino Fundamental consiste em um segmento da Educação Básica brasileira, estar dividida em duas etapas: Anos Iniciais (1º ao 5º ano), e Anos Finais (6º ao 9º ano). Essa ultima etapa é a consolidada Fundamental II, segmento que pode e deve se apropriar da contação de histórias. Sabemos que abrangem uma idade maior, onde os alunos estão em fase de transição, partindo da etapa criança e adentrando a adolescência. Diretrizes Curriculares da Educação Básica destacam que, além dos componentes obrigatórios comuns da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a escola pode complementar a grade curricular com uma parte diversificada para enriquecer o currículo e assegurar a contextualização dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades, visto que apresenta o mundo de diversas maneiras, além de proporcionar uma intertextualidade, o aluno conhece e o relaciona com sua vida.
O ensino de geografia é baseado no estudo da geoespacial. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: “o espaço geográfico, é entendido como aquele produzido e apropriado pela sociedade, composto por objetos – naturais, culturais e técnicos – e ações pertinentes a relações socioculturais e político-econômicas” (BRASIL, 1998). Para ajudar nessa exploração, tem-se a cartografia porque envolve uma representação geoespacial, que pode ser interpretada, compreendida e transformada quando organizada e utilizada. Seguindo este viés, de acordo com Castrogiovanni (1998, p. 38), “a Cartografia oferece a compreensão espacial do fenômeno” Portanto, pode-se dizer que a cartografia é uma ferramenta de conhecimento, e controle de território em específico.
A cartografia, como linguagem, desempenha um papel importante no currículo de geografia porque se torna um excelente meio de comunicação e informação. Porque os mapas, um dos recursos cartográficos, estão sempre associados ao ensino de geografia. Nesse sentido, a cartografia integrada no currículo de geografia é uma importante ajuda para os alunos na busca por temas de pesquisa. Além do fato de que a representação de regiões geográficas permite aos alunos compreender todo o seu conteúdo geográfico, como por exemplo, questões geopolíticas, de economia, de ecologia, questões sociais e culturais.
Cartografia e geografia juntas são responsáveis por explorar o espaço e as relações que ele contém, por isso, reconhece-se a importância da cartografia como uma ferramenta que combina conhecimentos históricos e sociais no ensino de geografia (FRANCISCHETT, 2002). Ademais, é necessário entender que a cartografia é também uma construção social, uma ferramenta que torna mais fácil para as pessoas lerem o mundo e criarem um espaço geográfico. A linguagem cartográfica visa explorar conteúdos geográficos para que os discentes compreendam o espaço e comecem a planejar suas atuações como temas históricos e políticos. Corroborando com tal análise, temos Santos (2013, p.40) quando afirma que “A Cartografia não é meramente um amontoado de técnicas, ela constrói, reconstrói e acima de tudo revela informações”.
A cartografia deve ser promovida como sugestão metodológica para o ensino-aprendizado, para que o ensino de geografia possa ser visto de forma mais crítica, promovendo a transformação social. Os professores devem ser capazes de ensinar os alunos a compreender a geografia por meio da cartografia, a fim de cultivar a capacidade de pensar, explorar, experimentar hipóteses e expressá-las.
Para Callai (2000), o papel da geografia e da cartografia é o alicerce da vida humana, pois nos possibilita ler o mundo e o espaço vital, e compreender que as dinâmicas espaciais nada mais são do que a relação entre a sociedade e a natureza. Segundo Andrade (1987, p. 14), a geografia é definida como "a ciência do estudo das relações entre a sociedade e a natureza", e sua história se baseia em várias etapas de construção e desconstrução de seus temas de pesquisa. hoje, é todo um espaço geográfico, que passa por transformações sócio-históricas e tudo relacionado à sua teoria, experiência e prática política.
Neste caso, entende-se que a Geografia como disciplina escolar é onde começamos a compreender o verdadeiro papel da Geografia e a sua importância na formação do conhecimento dos alunos. A tarefa da geografia é compreender a dinâmica da sociedade e fornecer informações para o mundo da leitura para que o sujeito possa entender e modificar o espaço da vida, da percepção e da concepção. Portanto, cabe ao professor que trabalha com a geografia escolar formular ações, refletir sobre o papel dos indivíduos em uma sociedade em constante mudança, apontar novos conteúdos a partir da realidade da sociedade e questionar os métodos tradicionais. Desta forma, o ensino-aprendizado de geografia desempenha um papel importante no processo de construção do conhecimento do aluno, porque conforme ele explora suas categorias de análise - espaço, lugar, território, paisagem, área e rede - eles aumentam seu conhecimento e compreensão da realidade vigente.
Os professores de Geografia devem estar cientes da importância de refletir sobre o conceito de espaço e suas transformações. Para Lacoste (1988, p. 256), a capacidade de pensar no espaço pode ser uma ferramenta para todo cidadão, não apenas um meio de compreender sobre o mundo e seus conflitos. Fortalecer a formação crítica para os alunos é um desafio diário na educação moderna e ajuda a formar pessoas que podem compreender os aspectos materiais e ideológicos do mundo do qual vivemos. Por esta razão, os professores devem encontrar novos métodos e habilidades todos os dias para realizar processos de ensino e aprendizagem significativos. Além disso, o foco deste trabalho é como os professores utilizam os mapas em sala de aula, principal recurso para as aulas de geografia.
O ambiente institucional necessita atentar-se à Educação Cartográfica, buscando, sempre que possível, fortalecer práticas que apreciem os diversos fatores existentes na sociedade, quer seja a forma como está organizada ou as relações definidas nela. Em relação a isto, Passini (1994, p. 11) reitera que: “[...]é na escola que deve ocorrer à aprendizagem espacial voltada para a compreensão das formas pelas quais a sociedade organiza seu espaço o que só será plenamente possível com o uso de representações formais (ou convencionais) desse espaço”.
Portanto, em relação ao estudo cartográfico, fica claro que o corpo docente devem se esforçar cada vez mais para elaborar espaços relacionais por meio da aceitação e discussão de eventos que ocorrem no dia a dia dos alunos. Mostrar a espacialidade de cada um deles, subsidiar os objetos e o início da mudança do próprio espaço habitacional. Como ciência, a geografia visa descrever, analisar e compreender a relação entre o espaço e os elementos naturais e sociais. A relação entre o homem e a natureza é um dos objetos de investigação desta ciência e a tarefa do professor de geografia é incentivar os alunos a encontrarem informações para que possam compreender as várias formas de paisagem.
Inicialmente, no século XXI, as instituições de ensino do Brasil, especialmente as escolas públicas, começaram a sofrer mudanças, e essas mudanças foram resultado do surgimento da política neoliberal e do ambiente científico, tecnológico e de tecnologia da informação. Nesse período, o currículo escolar foi reorganizado para se adequar à proposta de reforma da padronização da educação nacional apresentada pelo governo brasileiro (BRASIL, 1998). No que se refere ao ensino de geografia e cartografia, o PCN tem emitido uma sequência de assuntos, a seguir relacionados, que devem ser considerados ao ensino Fundamental II do ensino básico para permitir aos alunos a aquisição de conhecimentos cartográficos. Posteriormente, desenvolveram autonomia na leitura e interpretação de mapas, imagens de satélite, etc. (BRASIL, 1998).
De acordo com o PCN, o objetivo deste conteúdo é cultivar a capacidade dos alunos de ler mapas de forma crítica e se tornar um cartógrafo consciente. Para tanto, os alunos devem passar pelas diversas etapas que constituem a educação cartográfica na vida escolar, tais como: leitura e interpretação de mapas, cartas, planos, maquetes, esboços e semiótica. Assim, eles terão a percepção da criatividade (BRASIL, 1998). A aplicação da cartografia nas aulas de geografia é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento geográfico dos alunos, melhorando e enriquecendo o conteúdo das aulas de geografia e o cultivo da capacidade de compreensão do espaço, sendo imprescindível no processo de ensino da língua cartográfica. Isso foi importante desde o início, e principalmente nos anos finais do ensino fundamental.
Nesse caso, torna-se cada vez mais necessário utilizar a prática docente no processo de ensino e aprendizagem para com seus alunos do ensino fundamental II. Ademais, sair do caminho tradicional e escolher novas ferramentas pode estimular e despertar o interesse dos alunos por propostas e conteúdos de sala de aula, de forma a estimular o interesse dos alunos pela aprendizagem. Ressalta-se que conhecimento não é apenas transmissão de saber, mas também construção cotidiana, ou seja, o discente produz seu próprio conhecimento a partir de sua própria experiência. Entender os conceitos cartográficos permite desenvolver conhecimentos específicos para compreender o espaço geográfico. O desenvolvimento desse conhecimento norteia o mapeamento do meio ambiente, ou seja, o processo de codificação e decodificação de objetos existentes no local geográfico. Portanto, pode-se dizer que o ensino da cartografia é um dos pilares da pesquisa em geografia. Isso se confirma quando a cartografia ajuda a ler e compreender o mundo e fornece informações para a análise e compreensão de todos os aspectos do espaço geográfico.
No que se referente ao ensino fundamental, anos finais, é necessário formular o conteúdo da geografia de forma a abranger os seguintes termos básicos: localização, direção, representação, paisagem e localização territorial. A adoção de tal conceito permite-nos pensar sobre o processo de construção e a relação e contradição entre o ser humano e o espaço geográfico. Sob esse viés, a cartografia, segundo Castrogiovanni (2000) torna-se uma importante ferramenta para que os alunos se tornem leitores e cartógrafos ativos, conscientes do fato de que a perspectiva subjetiva da seleção dos fatos apontados é moldada pela escolha pessoal e pelo objetivo que está realizando. O uso de mapas nas aulas de geografia deve ser direcionado. Os Parâmetros Curriculares Nacionais fornecem orientações para cada disciplina, principalmente geografia do ensino fundamental, por isso é uma recomendação neste documento o seguinte:
Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção, identificando suas relações, problemas e contradições‖. Fazer leitura de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisagens. Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos. (BRASIL, 1998, p.122).
Obviamente, o mapa em si é, sem dúvida, uma espécie de recurso didático, que deve ser utilizado por professores de geografia e outros professores de áreas afins para apresentar vários tópicos, realizar processos dinâmicos de ensino e metodologia e desempenhar um papel no ensino, ao mesmo tempo, se gerenciado corretamente. Segundo Oliveira (1998, p, 56):
[...] os mapas constituem, sem dúvida, um dos valiosos recursos do professor de Geografia, Eles ocupam um lugar definido na educação geográfica de crianças e adolescentes, integrando as atividades, áreas de estudos ou disciplinas, porque atendem uma variedade de propósitos e são usados em quase todas as disciplinas escolares. Mas é somente o professor de Geografia que tem formação básica para propiciar as condições didáticas para o aluno manipular o mapa. Com parte inerente de todos os programas de Geografia, qualquer que seja o assunto tratado ou série considerada, o mapa ocupa um lugar de destaque.
Isso mostra a importância do uso de mapas na geografia cotidiana, principalmente no ensino fundamental II, objeto de estudo do presente artigo. Ademais, os mapas são vistos como um importante recurso para professores e alunos, por isso a importância de utilizá-los em sala de aula é óbvia, pois saber usá-los incentiva trabalhos que geram novos saberes geográficos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a elaboração do presente trabalho, conclui-se que todo este escrito suscitou em reflexões sobre a leitura e interpretação da cartografia no âmbito do ensino fundamental II do ensino básico. Nesse caso, os mapas foram discutidos inúmeras vezes haja vista que as pessoas o reconhecem que é uma ferramenta indispensável para a interpretação de espaços geográficos. Todo trabalho pode e deve ser expandido, não é chegado ao fim, somente ao resumo de tudo que aqui foi dito. Percebemos que a escola tem uma parcela na formação de cidadãos críticos, conscientes e atuantes na sociedade.
Ao concluir o trabalho pode se observar a importância da cartografia na vida dos alunos e professores, o ensinar é algo que está cada vez mais precisando de dedicação dos profissionais, a falta de recursos infelizmente está cada vez mais dificultando que façam algo de novo, portanto não é nada fácil ser um profissional da educação no país é sempre preciso estar preparado para se reinventar, sempre estar preparado para fazer a algo de acordo com o que tem e com os recursos que possuem, muitas das vezes os professores se vem desanimados meio tanto descaso porem sempre coloca o aluno em primeiro lugar e buscar melhorar a condição de aprendizado de cada um deles.
As considerações delineadas aqui formam muitas ideias importantes que não estão apenas relacionadas ao aprendizado do aluno, mas também à formação e desempenho de professores. Essas contribuições nos proporcionam uma compreensão aprofundada do processo de ensino e aprendizagem, principalmente na utilização de mapas, seja nos livros didáticos ou em outras formas. Ademais, fica evidente que a cartografia é a base do ensino de geografia, e necessita da formação de professores satisfatória para atingir o objetivo de cultivar a capacidade de compreensão espacial dos alunos. Nota-se o quanto aprender é necessário, portanto tudo que for feito em sala de aula precisa de uma análise adequada precisa seguir os padrões, os documentos existentes para que a aula possa ter a melhor qualidade possível.
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1 Graduação em Ciências Biológicas, Pedagogia, Matemática e Letras–Inglês. Especialista em Análise Comportamental do Autismo, Atendimento Educacional Especializado, Psicologia Escolar e Educacional, Metodologia do Ensino de História, Matemática e Biologia. Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação (Must University). E-mail: [email protected]
2 Graduação em Ciências Biológicas e Pedagogia. Especialista Alfabetização e Letramento. E-mail: [email protected]
3 Graduação em Pedagogia e licenciatura. Pós-Graduanda em Educação Digital Para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental pela UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste. Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail: [email protected]