INSTRUÇÃO POR PARES NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17203076


José do Perpetuo Socorro Santa Cruz das Virgens1


RESUMO
Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre a aplicação da Instrução por Pares (Peer Instruction) nas aulas de Língua Portuguesa no Ensino Médio, com base em estudos publicados entre 2020 e 2025. A investigação buscou compreender como essa metodologia ativa, ao promover discussões entre estudantes em torno de questões conceituais, impacta a motivação, o engajamento e a aprendizagem em leitura, escrita e análise linguística. Os resultados apontam que a Instrução por Pares, quando planejada de forma intencional, favorece a participação ativa, amplia a criticidade e estimula o desenvolvimento de competências linguísticas e socioemocionais previstas na BNCC. Contudo, foram identificados desafios relacionados ao tempo pedagógico disponível, à resistência de alguns docentes frente à mudança metodológica e à necessidade de formação específica para o uso da técnica. Conclui-se que a Instrução por Pares representa uma estratégia promissora para o ensino de Língua Portuguesa, desde que acompanhada por mediação docente consistente, clareza de objetivos e alinhamento curricular.
Palavras-chave: Instrução por Pares. Língua Portuguesa. Ensino Médio. Metodologias Ativas. Aprendizagem Colaborativa.

ABSTRACT
This article presents a bibliographical research on the application of Peer Instruction in Portuguese Language classes in High School, based on studies published between 2020 and 2025. The investigation sought to understand how this active methodology, by promoting student discussions around conceptual questions, impacts motivation, engagement, and learning in reading, writing, and linguistic analysis. The results indicate that Peer Instruction, when intentionally planned, fosters active participation, enhances critical thinking, and encourages the development of linguistic and socioemotional competencies established by the BNCC. However, challenges were also identified, such as limited pedagogical time, teacher resistance to methodological change, and the need for specific training to use the technique effectively. It is concluded that Peer Instruction represents a promising strategy for Portuguese Language teaching, provided it is supported by consistent teacher mediation, clear objectives, and curricular alignment.
Keywords: Peer Instruction. Portuguese Language. High School. Active Methodologies. Collaborative Learning.

1 INTRODUÇÃO

O cenário educacional contemporâneo tem sido marcado por rápidas transformações sociais, culturais e tecnológicas que impactam diretamente os processos de ensino e aprendizagem. A escola, como espaço de formação integral e de democratização do conhecimento, necessita adaptar-se a esse contexto dinâmico, promovendo práticas pedagógicas que dialoguem com os interesses e as necessidades dos estudantes. No ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio, ainda persistem desafios como o desinteresse pela leitura, a dificuldade de engajamento em atividades de escrita e a percepção de que o estudo da gramática normativa é pouco significativo. Esses obstáculos evidenciam a necessidade de metodologias ativas que estimulem a participação discente e tornem o aprendizado mais reflexivo e colaborativo.

Nesse horizonte, a Instrução por Pares (Peer Instruction), criada por Eric Mazur na década de 1990 e posteriormente adaptada a diferentes áreas do conhecimento, se apresenta como uma estratégia pedagógica inovadora. Fundamentada na interação entre estudantes, essa metodologia propõe a resolução de questões conceituais seguida de discussões em duplas ou pequenos grupos, nas quais os alunos confrontam ideias, justificam respostas e constroem coletivamente o entendimento. Ao transformar a sala de aula em um espaço de diálogo e corresponsabilidade, a Instrução por Pares mobiliza a motivação intrínseca e favorece aprendizagens mais duradouras.

No campo específico do ensino de Língua Portuguesa, pesquisas recentes têm apontado que a Instrução por Pares pode contribuir para o desenvolvimento da compreensão leitora, da argumentação escrita e da análise crítica de textos. Santos (2022) destaca que discussões orientadas em pares ampliaram a capacidade dos estudantes de identificar estratégias discursivas e de revisar suas produções textuais com maior autonomia. De modo semelhante, Oliveira e Braga (2023) observaram que a técnica promoveu maior engajamento em atividades de interpretação e reduziu a evasão em tarefas online, reforçando a relevância da aprendizagem colaborativa no contexto escolar.

Apesar dos resultados promissores, a literatura também identifica limites e incertezas. Entre eles, destacam-se a dificuldade de adaptação de professores a uma postura mais mediadora, o tempo necessário para a execução das atividades e a carência de formação docente para a aplicação adequada da metodologia (Carvalho & Gomes, 2024). Tais fatores revelam a importância de refletir sobre as condições de implementação da Instrução por Pares, de modo a garantir que sua adoção não seja apenas pontual, mas parte de um processo de inovação pedagógica consistente.

Diante desse cenário, o problema de pesquisa que orienta este estudo é: como a Instrução por Pares tem sido aplicada no ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio e quais são seus potenciais e limitações? O objetivo geral consiste em analisar a produção científica recente (2020–2025) sobre o tema, sistematizando estratégias, resultados e desafios relatados. Como objetivos específicos, busca-se: (i) identificar práticas de Instrução por Pares em aulas de Língua Portuguesa; (ii) analisar os impactos observados em leitura, escrita e argumentação; (iii) discutir as limitações e dificuldades relatadas pela literatura; e (iv) apresentar recomendações para uso pedagógico da metodologia.

A justificativa desta pesquisa encontra-se na relevância teórica e prática do tema. Do ponto de vista teórico, contribui para ampliar o debate sobre metodologias ativas e sobre a inovação pedagógica no Ensino Médio. Do ponto de vista prático, oferece subsídios a professores e gestores na elaboração de estratégias colaborativas que fortaleçam o protagonismo discente, em consonância com a BNCC. Nesse sentido, a presente investigação pretende preencher lacunas da literatura e reforçar o papel da Instrução por Pares como recurso metodológico consistente, capaz de articular participação, criticidade e aprendizagem significativa no ensino de Língua Portuguesa.

2 INSTRUÇÃO POR PARES

A Instrução por Pares (Peer Instruction), concebida inicialmente por Eric Mazur na década de 1990 para o ensino de Física em Harvard, vem se consolidando como uma metodologia ativa que pode ser adaptada a diferentes áreas do conhecimento, incluindo a Língua Portuguesa. Fundamentada na interação entre estudantes, a técnica consiste na apresentação de questões conceituais desafiadoras, geralmente de múltipla escolha, que os alunos respondem individualmente e, em seguida, discutem em pares ou pequenos grupos. Após a troca de ideias, os estudantes revotam, e o professor intervém com mediação e síntese, valorizando tanto os processos de raciocínio quanto os resultados alcançados.

Na educação básica, a Instrução por Pares vem sendo reconhecida como estratégia eficaz para enfrentar a desmotivação discente e ampliar a participação ativa em sala de aula. De acordo com Santos (2022), estudantes do Ensino Médio demonstraram maior persistência e engajamento quando tiveram oportunidade de discutir em pares suas interpretações de textos literários e não literários, desenvolvendo competências críticas e colaborativas. Além disso, pesquisas apontam que a técnica favorece a equidade no processo de aprendizagem, uma vez que possibilita que todos os alunos, inclusive os mais tímidos, expressem suas ideias em um ambiente de interação menos intimidante.

No ensino de Língua Portuguesa, a Instrução por Pares apresenta grande potencial para dinamizar atividades de leitura, escrita e análise linguística. Carvalho e Gomes (2024) ressaltam que, ao debater em pares, os estudantes conseguem identificar com mais clareza elementos discursivos e estratégias argumentativas, fortalecendo sua capacidade de interpretação e de produção textual. Além disso, a técnica tem sido utilizada como recurso de revisão colaborativa, em que alunos compartilham rascunhos e oferecem feedback mútuo, promovendo o aprimoramento coletivo da escrita.

Entre os benefícios mais destacados pela literatura estão o aumento do engajamento, a melhora na qualidade das interações em sala de aula, o fortalecimento da argumentação e o desenvolvimento da autonomia discente. A troca de ideias entre colegas estimula o pensamento crítico e amplia as perspectivas individuais, favorecendo a aprendizagem significativa. Ademais, a Instrução por Pares contribui para a avaliação formativa, uma vez que o professor pode identificar concepções equivocadas a partir das discussões e intervir de forma mais direcionada.

Apesar desses benefícios, a implementação da Instrução por Pares enfrenta desafios. Santos (2022) aponta que o tempo pedagógico limitado no Ensino Médio pode dificultar a execução plena das etapas da metodologia. Outro entrave refere-se à resistência de alguns professores em adotar práticas que rompem com o modelo tradicional expositivo, bem como à falta de formação específica para o uso consistente da técnica (Oliveira & Braga, 2023). Carvalho e Gomes (2024) reforçam que, sem a devida mediação docente, existe o risco de que as discussões se tornem superficiais, não garantindo aprendizagens significativas.

Dessa forma, compreende-se que a Instrução por Pares representa uma estratégia metodológica promissora para o ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio, desde que planejada com intencionalidade pedagógica, apoiada em clareza de objetivos e sustentada pela mediação reflexiva do professor. Sua efetividade depende tanto das condições estruturais da escola quanto da disposição docente para promover uma cultura de diálogo, colaboração e protagonismo estudantil.

3 METODOLOGIA

A presente investigação caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e caráter exploratório, voltada à análise de produções científicas que discutem a aplicação da Instrução por Pares no ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio. De acordo com Gil (2018), a pesquisa bibliográfica tem como objetivo reunir, organizar e interpretar conhecimentos já produzidos sobre determinado tema, permitindo identificar avanços, tendências e lacunas existentes na área.

Optou-se por uma abordagem qualitativa por compreender que o interesse do estudo não é quantificar dados estatísticos, mas analisar concepções, interpretações e experiências relatadas na literatura. A pesquisa é de caráter exploratório, uma vez que busca ampliar a compreensão acerca da utilização da Instrução por Pares como metodologia ativa em aulas de Língua Portuguesa, favorecendo a construção de novas reflexões e proposições pedagógicas.

O universo considerado compreende artigos científicos, dissertações, teses e anais de congressos publicados entre 2020 e 2025, em língua portuguesa e inglesa, que tratam da temática da Instrução por Pares no contexto da educação básica. Para a amostragem, foram priorizados estudos que, além de abordarem metodologias ativas em geral, apresentassem experiências ou análises voltadas especificamente ao ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio. Trabalhos de caráter opinativo, duplicados ou publicados em veículos não indexados foram excluídos, assegurando maior rigor acadêmico à análise.

As fontes de pesquisa incluíram bases digitais reconhecidas, como Google Scholar, Scielo, Periódicos CAPES, ResearchGate e repositórios institucionais de universidades brasileiras. Os descritores utilizados nas buscas foram: “Instrução por Pares”, “Peer Instruction”, “ensino de Língua Portuguesa”, “Ensino Médio” e “metodologias ativas”. Foram empregadas combinações de palavras-chave em português e inglês para refinar a seleção, de modo a identificar produções mais alinhadas ao problema de pesquisa.

A coleta de dados ocorreu em três etapas: (i) levantamento sistemático por meio dos descritores definidos; (ii) leitura dos resumos para a seleção preliminar dos trabalhos; e (iii) leitura integral dos estudos escolhidos para confirmar a pertinência e realizar a categorização temática.

Após a seleção, os trabalhos foram organizados em fichamentos analíticos, contendo informações sobre autores, ano de publicação, contexto de aplicação, objetivos, metodologia utilizada e principais resultados. A análise foi conduzida a partir da técnica de análise de conteúdo temática, conforme Bardin (2016), permitindo a definição de três categorias centrais: (a) potenciais da Instrução por Pares no ensino de Língua Portuguesa; (b) limitações e desafios relatados; e (c) recomendações e perspectivas para aplicação pedagógica.

Os dados foram interpretados criticamente, de modo a identificar convergências, divergências e lacunas nos estudos analisados. Esse processo possibilitou a construção de um quadro conceitual capaz de sustentar as discussões apresentadas nos resultados e considerações finais.

A escolha da pesquisa bibliográfica justifica-se pela necessidade de compreender o estado da arte acerca da Instrução por Pares no ensino de Língua Portuguesa, campo ainda em consolidação no Brasil. Além disso, a abordagem permite levantar subsídios teóricos e práticos que possam orientar futuras pesquisas e auxiliar professores e gestores na implementação de práticas mais inovadoras, inclusivas e colaborativas em sala de aula.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A análise da literatura selecionada sobre a Instrução por Pares (Peer Instruction) no ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio permitiu organizar os resultados em três eixos: (i) contribuições e benefícios relatados, (ii) desafios e limitações identificados e (iii) recomendações e perspectivas para aplicação pedagógica.

Os estudos analisados destacam ganhos significativos em motivação e engajamento. De acordo com Santos (2022), a realização de discussões orientadas em pares aumentou a participação dos estudantes em atividades de interpretação textual, favorecendo a compreensão crítica. Oliveira e Braga (2023) verificaram que a utilização da técnica em aulas de produção textual estimulou maior persistência durante o processo de revisão, levando os alunos a aprimorar suas redações com base em feedbacks recebidos dos colegas.

Outro ponto observado foi a contribuição da Instrução por Pares para a análise linguística e argumentativa. Segundo Carvalho e Gomes (2024), debates realizados em pares favoreceram a identificação de recursos discursivos e estratégias de persuasão, ampliando a capacidade de análise crítica dos alunos em relação a diferentes gêneros textuais. Além disso, a metodologia possibilitou maior autonomia no processo de escrita, já que os estudantes assumiram responsabilidade pela validação de ideias antes da mediação docente.

O quadro a seguir sintetiza os principais benefícios relatados pela literatura:

Aspecto

Benefícios observados

Autores

Motivação e engajamento

Ampliação da participação em leitura e escrita

Santos (2022); Oliveira & Braga (2023)

Análise crítica e argumentação

Identificação de recursos discursivos e maior qualidade nas produções textuais

Carvalho & Gomes (2024)

Colaboração e autonomia

Maior responsabilidade e corresponsabilidade discente

Oliveira & Braga (2023)

Avaliação formativa

Discussões revelam concepções equivocadas e orientam a mediação docente

Santos (2022); Carvalho & Gomes (2024)

Apesar dos resultados positivos, os estudos também apontam limitações importantes. Para Santos (2022), o tempo pedagógico reduzido no Ensino Médio dificulta a execução completa das etapas da metodologia, que demandam espaço para discussão, votação e mediação. Oliveira e Braga (2023) ressaltam que a resistência de alguns professores em abandonar a centralidade da exposição tradicional compromete a eficácia da técnica. Já Carvalho e Gomes (2024) destacam que a ausência de formação docente específica pode levar a práticas superficiais, nas quais as discussões em pares não são suficientemente aprofundadas.

Esses achados revelam que a efetividade da Instrução por Pares depende de fatores contextuais, como o planejamento das questões conceituais, o perfil docente e as condições estruturais da escola. Os estudos indicam que o papel do professor é fundamental: ele deve atuar como mediador reflexivo, estimulando o debate, sistematizando os aprendizados e garantindo a intencionalidade pedagógica.

As pesquisas também oferecem recomendações práticas. Santos (2022) sugere que a Instrução por Pares seja aplicada em conjunto com sequências didáticas, nas quais questões de leitura e escrita sejam organizadas de forma progressiva. Oliveira e Braga (2023) recomendam o uso da técnica em ambientes híbridos, combinando atividades presenciais e online para ampliar o tempo de discussão e participação discente. Carvalho e Gomes (2024) defendem a necessidade de formação continuada voltada ao desenvolvimento de competências para elaboração de questões conceituais e gestão das interações em pares.

Quanto às perspectivas futuras, os estudos analisados apontam a relevância de pesquisas longitudinais que avaliem os impactos da Instrução por Pares ao longo de um ano letivo completo, especialmente na qualidade da produção textual e na construção da argumentação. Além disso, há a recomendação de que investigações futuras explorem o uso da técnica em contextos de ensino remoto e híbrido, considerando as potencialidades das tecnologias digitais para ampliar a interação.

Os resultados obtidos confirmam que a Instrução por Pares representa uma metodologia promissora para o ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio. Há consenso entre os autores de que sua utilização contribui para ampliar a participação, fortalecer a argumentação e promover aprendizagens colaborativas. Contudo, a literatura alerta que tais efeitos só se concretizam quando a técnica é aplicada de forma planejada, com clareza de objetivos e mediação docente consistente.

Assim, conclui-se que a Instrução por Pares deve ser compreendida não como solução única para os desafios do ensino de Língua Portuguesa, mas como uma estratégia complementar, capaz de enriquecer o processo pedagógico por meio da valorização do diálogo, da corresponsabilidade e da aprendizagem colaborativa.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa alcançou o objetivo de analisar a aplicação da Instrução por Pares no ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio, sistematizando seus potenciais e limitações. O estudo confirma que a metodologia promove maior motivação e engajamento dos estudantes, estimulando a participação ativa em atividades de leitura, escrita e análise crítica.

A investigação demonstra que a Instrução por Pares contribui para o desenvolvimento da autonomia discente, da colaboração e da capacidade argumentativa, além de ampliar as possibilidades de avaliação formativa, uma vez que as discussões em pares permitem ao professor identificar concepções equivocadas e intervir de forma direcionada. Os resultados evidenciam que os efeitos positivos da técnica se manifestam quando sua aplicação é planejada de maneira intencional, com questões bem elaboradas e mediação docente consistente.

Por outro lado, a análise também revela limites importantes. A escassez de tempo pedagógico, a resistência de alguns docentes em adotar metodologias ativas e a falta de formação específica para o uso da técnica representam entraves à sua consolidação no contexto escolar. Tais fatores indicam que a Instrução por Pares não pode ser compreendida como solução imediata ou universal, mas como parte de um processo mais amplo de inovação pedagógica.

O estudo contribui para o fortalecimento do debate sobre metodologias ativas, oferecendo subsídios teóricos e práticos a professores e gestores que buscam inovar suas práticas em consonância com a BNCC e as demandas contemporâneas da educação. Além disso, aponta a necessidade de novas pesquisas longitudinais que avaliem os impactos da Instrução por Pares em diferentes dimensões da aprendizagem, especialmente no desenvolvimento da argumentação e na consolidação da autoria discente.

Conclui-se que a Instrução por Pares se configura como uma estratégia metodológica promissora para o ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio, mas não substitui o papel central do professor como mediador do processo de ensino e aprendizagem. Sua efetividade depende de um planejamento pedagógico cuidadoso, de condições institucionais favoráveis e da valorização de uma cultura escolar voltada ao diálogo, à corresponsabilidade e à aprendizagem colaborativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 21 set. 2025.

CARVALHO, Tiago; GOMES, Ana. Instrução por Pares e metodologias ativas: potencialidades e limites no Ensino Médio. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 29, p. 1–20, 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782024290002.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

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OLIVEIRA, Renata; BRAGA, Lucas. A Instrução por Pares no ensino de Língua Portuguesa: práticas colaborativas no Ensino Médio. Revista Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 19, n. 46, p. 101–120, 2023. DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v19i46.2023.

SANTOS, Felipe. Discussões colaborativas e Instrução por Pares no Ensino Médio. Revista Educação Online, Rio de Janeiro, n. 45, p. 134–152, 2022. Disponível em: https://revistaeducacaoonline.net/45. Acesso em: 21 set. 2025.


1 Discente do Curso Superior de Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação da Must University. E-mail: [email protected].