GESTÃO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO APOIO À EDUCAÇÃO NO CAMPO
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13993622
Marco Antônio Barros1
Fabio Patron2
Atila Barros3
RESUMO
A Inteligência Artificial (IA) possui o potencial de transformar o ensino, tornando-o mais acessível, eficiente e personalizado, especialmente em regiões rurais, onde o acesso a recursos educacionais e a professores qualificados é frequentemente limitado. A capacidade da IA de adaptar conteúdos às necessidades individuais dos alunos, assim como a automação de tarefas pedagógicas, pode contribuir de maneira significativa para a melhoria da qualidade do ensino. Além disso, ao oferecer suporte ao trabalho docente, a IA pode otimizar o processo educativo e aliviar demandas administrativas, permitindo que os professores foquem mais em atividades de ensino. Para analisar o impacto dessas tecnologias no contexto rural, o presente estudo adota a Teoria das Representações Sociais como arcabouço teórico. Essa teoria fornece uma base para compreender como as percepções e crenças da comunidade em relação à IA influenciam sua aceitação e uso no ambiente escolar. Ao explorar essas representações, é possível avaliar de que forma a integração da IA pode ocorrer de maneira sustentável e culturalmente adequada, promovendo uma implementação mais eficaz e sensível às necessidades locais.
Palavras-chave: Tecnologia. Inteligência Artificial. Educação no Campo.
ABSTRACT
Artificial Intelligence (AI) has the potential to transform education, making it more accessible, efficient, and personalized, particularly in rural areas where access to educational resources and qualified teachers is often limited. AI's ability to tailor content to the individual needs of students, as well as automate pedagogical tasks, can significantly contribute to improving the quality of education. Additionally, by providing support to teaching staff, AI can optimize the educational process and reduce administrative demands, allowing teachers to focus more on instructional activities. To analyze the impact of these technologies in rural contexts, this study adopts the Social Representations Theory as a theoretical framework. This theory provides a foundation for understanding how community perceptions and beliefs regarding AI influence its acceptance and use within the school environment. By exploring these representations, it becomes possible to assess how AI integration can occur in a sustainable and culturally appropriate manner, promoting a more effective and context-sensitive implementation.
Keywords: Technology. Artificial intelligence. Education in the Countryside.
INTRODUÇÃO
A educação no campo é marcada por desafios intricados, decorrentes tanto de fatores geográficos quanto socioeconômicos, que comprometem a equidade no acesso à educação de qualidade. A dispersão geográfica, a infraestrutura precária e a sazonalidade das atividades agrícolas são obstáculos que exigem soluções inovadoras para que a população no campo tenha oportunidades educacionais compatíveis com as suas necessidades. Nesse cenário, a riqueza cultural e o potencial econômico das comunidades do campo não podem ser subestimados; ao contrário, constituem elementos centrais na busca por estratégias educacionais que respeitem e valorizem as especificidades locais.
É nesse contexto que as tecnologias digitais, em especial a inteligência artificial (IA), emergem como ferramentas transformadoras. A IA possui o potencial de atuar como um facilitador do processo de ensino-aprendizagem, ampliando o acesso à informação e conectando as comunidades rurais a um vasto conjunto de oportunidades educacionais. Contudo, a aplicação da IA no campo educacional rural deve ir além da simples introdução de tecnologia. É terminante que as inovações tecnológicas sejam sensíveis ao contexto social e cultural das populações atendidas. Para tanto, a Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici, oferece uma lente teórica fundamental para compreender as percepções e significados que os indivíduos e comunidades constroem em torno da educação e da tecnologia (Moscovici, 2003).
A Teoria das Representações Sociais destaca que as percepções e entendimentos compartilhados por grupos sociais são construídos a partir de experiências, valores e práticas culturais. No contexto da educação no campo, essas representações moldam a maneira como as comunidades veem o papel da escola, do professor e das novas tecnologias. A IA, por ser uma tecnologia emergente, tende a ser inicialmente recebida com desconfiança ou mal compreendida, especialmente em contextos em que o acesso às tecnologias é limitado. Assim, a introdução da IA no ambiente educacional no campo deve ser mediada por uma compreensão profunda dessas representações sociais, a fim de garantir que a tecnologia não apenas atenda às necessidades educacionais, mas também seja aceita e incorporada de forma significativa pelas comunidades.
Nesse sentido, a colaboração entre educadores, especialistas em tecnologia e membros das comunidades rurais é importante para garantir que a IA seja implementada de maneira eficaz e culturalmente adequada. A adaptação curricular ao contexto rural deve considerar não apenas os conteúdos tradicionais da educação, mas também incluir saberes locais, como práticas agrícolas sustentáveis, manejo ambiental e economia rural. A inserção dessas temáticas no currículo escolar fortalece a conexão entre o conhecimento acadêmico e a realidade cotidiana dos alunos, tornando o aprendizado mais relevante e motivador.
A IA, quando implementada de forma contextualizada, pode desempenhar o papel de tutor virtual, oferecendo suporte personalizado e contínuo aos estudantes. Ferramentas de IA têm a capacidade de adaptar o ritmo e o conteúdo do ensino às necessidades individuais dos alunos, proporcionando feedback imediato e orientações específicas sobre o seu progresso. Além disso, a IA pode facilitar o aprendizado colaborativo, conectando alunos e professores de diferentes localidades e promovendo a troca de experiências e saberes.
No entanto, para que a IA contribua efetivamente para o desenvolvimento educacional no campo, é necessário que a sua implementação considere as infraestruturas tecnológicas disponíveis e as particularidades socioculturais das comunidades rurais. A inclusão das representações sociais nesse processo é indispensável para evitar a importação de modelos de ensino e tecnologia descontextualizados, que possam ser inadequados ou ineficazes nas realidades locais.
A Teoria das Representações Sociais, portanto, oferece uma estrutura analítica para compreender como as inovações tecnológicas, como a IA, podem ser introduzidas de maneira a respeitar e valorizar os saberes e as práticas culturais do meio rural. Ao reconhecer que as percepções sobre educação e tecnologia são moldadas pelas experiências coletivas das comunidades, torna-se possível desenvolver estratégias que alinhem a inovação tecnológica às expectativas e necessidades dos alunos e educadores. Somente por meio dessa sinergia entre inovação tecnológica e respeito às representações sociais será possível garantir que a IA contribua para uma educação rural mais inclusiva, equitativa e transformadora, promovendo o desenvolvimento sustentável e a valorização do conhecimento local.
Por fim, a aplicação da IA na educação no campo deve ser vista não como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta para fortalecer o processo educativo, tornando-o mais democrático e relevante para as comunidades rurais. A inclusão das representações sociais nesse processo garante que a IA seja utilizada de forma ética e culturalmente sensível, promovendo uma educação que dialogue com as realidades locais e contribua para o desenvolvimento integral dos estudantes e das suas comunidades.
OS DESAFIOS ENFRENTADOS
O trabalhador rural é frequentemente caracterizado como um indivíduo que reside e atua no campo em locais como fazendas, sítios ou comunidades agrícolas. Embora não haja uma definição única para este termo, geralmente esse profissional se engaja em atividades relacionadas à agricultura, pecuária, pesca ou silvicultura, estabelecendo uma conexão profunda com a terra e a natureza. Esse grupo tende a adotar um estilo de vida mais simples e tradicional, com uma forte cultura comunitária e familiar. Além disso, os trabalhadores rurais são reconhecidos por suas habilidades e conhecimentos especializados no que diz respeito à produção de alimentos e ao manejo de animais.
É relevante observar que a vida no campo é multifacetada e pode variar consideravelmente em diferentes regiões dentro do mesmo estado ou município. As condições econômicas, sociais e culturais de uma comunidade rural podem impactar de maneira significativa as atividades e o estilo de vida dos trabalhadores que nela habitam. Esse grupo é caracterizado por uma grande diversidade em termos de etnia, gênero, idade, formação educacional e origem geográfica. Entretanto, uma característica comum entre muitos trabalhadores rurais é a baixa escolaridade. Esta condição educacional limitada frequentemente restringe suas oportunidades de emprego e o acesso a recursos como financiamentos bancários e auxílios governamentais destinados ao meio rural (Frey, 2000).
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a taxa de analfabetismo em áreas rurais do Brasil foi de 46,3%. Isso significa que a taxa de analfabetismo rural é 2,8 vezes superior à taxa de analfabetismo urbano que era de 16,8% em 2022. Isso constitui aproximadamente 5,5 milhões de pessoas que vivem em áreas rurais no país que estão excluídos de uma formação educacional. Embora a taxa de analfabetismo em áreas rurais do Brasil tenha diminuído significativamente nas últimas décadas, ela ainda é maior do que a taxa em áreas urbanas. Ainda, a qualidade da educação em áreas rurais do Brasil pode variar bastante, com muitos desafios enfrentados por professores e alunos devido às limitações geográficas e de infraestrutura.
Das mais de 180 mil escolas brasileiras, 56.954 mil estão na zona rural, segundo o Censo Escolar de 2022. Nessas áreas, 33% dos domicílios não possuem acesso à internet, uma taxa que aumenta conforme diminui a renda. Dos estudantes com 10 anos ou mais sem acesso à internet, 94,7% estudam em escolas públicas (TIC Domicílios de 2022).
Em 2020, com a pandemia de COVID-19, a evasão escolar nas áreas rurais se intensificou ainda mais. O fechamento das escolas e a necessidade de aulas remotas criaram desafios para as famílias que vivem nessas regiões mais afastadas dos centros urbanos. A falta de acesso à internet de qualidade e a dificuldade de adaptação ao ensino remoto foram algumas das barreiras enfrentadas pelos estudantes no campo. Para intensificar a evasão, muitas famílias tiveram sua renda afetada pela pandemia, o que levou muitos adolescentes a abandonarem a escola para ajudar nas atividades agrícolas e pecuárias da família. A falta de recursos financeiros foi um dos fatores determinantes para a evasão escolar em algumas áreas rurais.
Para combater a evasão escolar no campo que se estende mesmo depois da pandemia, faz-se necessário investir em políticas públicas que garantam o acesso à educação de qualidade e a redução da distância entre as escolas e as comunidades rurais. Além das políticas públicas, é importante incentivar os pais e responsáveis a valorizarem a educação de seus filhos e a compreenderem a importância da escolarização para o futuro das crianças e jovens. Essas características demonstram os desafios enfrentados pelo homem no campo, e a importância de políticas públicas que busquem garantir melhores condições de educação e qualidade de vida para as pessoas que vivem no campo e do campo.
Nesse contexto, o uso de tecnologias digitais surge como uma ferramenta promissora para mitigar esse problema e promover a permanência dos estudantes na escola. As tecnologias digitais, quando integradas de forma estratégica ao sistema educacional, podem transformar a experiência de aprendizado no campo, tornando-a mais acessível, interativa e conectada com as realidades locais. Uma das principais vantagens dessas tecnologias é a possibilidade de superar barreiras físicas e geográficas, permitindo que os alunos tenham acesso ao ensino à distância e a recursos educacionais que não estariam disponíveis em escolas rurais tradicionais. Plataformas de ensino online, aulas por videoconferência e materiais didáticos digitais podem ser utilizados para complementar o ensino presencial, oferecendo alternativas viáveis para os alunos que, por diferentes razões, têm dificuldades de frequentar a escola regularmente.
Além disso, as tecnologias digitais oferecem uma oportunidade para personalizar o ensino de acordo com as necessidades e o ritmo de aprendizado de cada estudante. Ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), por exemplo, podem criar planos de estudo individualizados, adaptar conteúdos e fornecer feedback em tempo real, o que contribui para um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz (Barros, 2023). Essa personalização é especialmente importante no contexto rural, onde a diversidade de experiências e o ritmo de vida dos estudantes podem variar consideravelmente. Ao permitir que os alunos aprendam no seu próprio ritmo e de forma autônoma, as tecnologias digitais podem reduzir a frustração com o ensino formal e aumentar o engajamento, prevenindo a evasão.
Outro aspecto relevante é a capacidade das tecnologias digitais de conectar os alunos com o mundo exterior e expandir seus horizontes. Em muitas regiões rurais, a falta de perspectivas profissionais é uma das principais causas da evasão escolar. Os jovens muitas vezes não conseguem enxergar a relevância dos conteúdos escolares para suas realidades imediatas ou suas futuras trajetórias de vida. As tecnologias digitais podem, nesse sentido, atuar como uma ponte entre o conhecimento adquirido na escola e o mercado de trabalho, expondo os estudantes a novas possibilidades de carreira, ao mesmo tempo em que lhes oferecem formação em habilidades que podem ser aplicadas diretamente em suas comunidades. Cursos de capacitação online, plataformas de empreendedorismo rural e programas de ensino técnico voltados para o desenvolvimento sustentável são exemplos de como as tecnologias podem criar caminhos para que os jovens vejam valor em sua educação e permaneçam na escola.
No entanto, é importante ressaltar que o uso de tecnologias digitais para prevenir a evasão escolar no campo depende de uma série de fatores contextuais. Primeiramente, a infraestrutura tecnológica nas áreas rurais precisa ser ampliada e modernizada. O acesso à internet de qualidade, dispositivos móveis e computadores ainda é limitado em muitas regiões, o que compromete a implementação eficaz dessas ferramentas. Políticas públicas que visem à expansão da conectividade nas áreas rurais são, portanto, fundamentais para viabilizar o uso das tecnologias digitais no combate à evasão escolar.
Além disso, a capacitação dos professores e gestores escolares para o uso pedagógico das tecnologias digitais é essencial. O simples acesso à tecnologia não garante sua utilização adequada ou sua integração ao processo de ensino-aprendizagem. É necessário que os educadores recebam formação contínua para que possam adaptar suas práticas pedagógicas ao uso de novas ferramentas e para que possam orientar os alunos no uso produtivo das tecnologias. A formação de redes de colaboração entre educadores, onde sejam compartilhadas boas práticas e experiências com o uso de tecnologia na educação rural, também pode contribuir para o fortalecimento dessa estratégia (Arroyo, 2007).
Por fim, o uso de tecnologias digitais deve ser orientado por uma visão de educação inclusiva, que leve em consideração as particularidades culturais, sociais e econômicas das comunidades rurais. A tecnologia, por si só, não é uma solução mágica para a evasão escolar. Ela deve ser implementada de maneira a respeitar as realidades locais, engajando as comunidades no processo educacional e garantindo que os conteúdos e métodos de ensino estejam alinhados com as necessidades e aspirações dos estudantes. A construção de uma educação no campo que faça sentido para os alunos e suas famílias é uma condição indispensável para o sucesso de qualquer iniciativa de combate à evasão escolar.
As tecnologias digitais oferecem um vasto potencial para enfrentar a evasão escolar no campo, desde que sejam utilizadas de forma estratégica, inclusiva e contextualizada. Elas podem ampliar o acesso à educação, personalizar o aprendizado, conectar os estudantes com novas oportunidades e contribuir para a construção de um ensino mais engajador e relevante. Para que esse potencial seja plenamente realizado, no entanto, é necessário um esforço coordenado entre governo, escolas, comunidades e outros atores envolvidos no campo educacional, assegurando que as condições materiais e pedagógicas estejam presentes para garantir o sucesso dessa iniciativa.
IA PARA EDUCAÇÃO NO CAMPO
A aplicação da inteligência artificial (IA) no contexto educacional rural apresenta diversas possibilidades para melhorar o acesso à educação, a qualidade do ensino e criar oportunidades de aprendizado. A IA se destaca por sua capacidade de superar barreiras geográficas, oferecendo acesso a recursos educacionais em regiões remotas por meio de plataformas de ensino online. Tais plataformas, baseadas em IA, disponibilizam cursos, aulas e materiais educacionais, permitindo que estudantes em áreas rurais tenham acesso ao conhecimento de professores especializados (Valente et al., 2023).
É importante ressaltar que a IA não visa substituir o papel dos educadores, mas atua como uma ferramenta complementar que pode enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Uma das principais vantagens da IA reside em sua capacidade de examinar grandes volumes de dados educacionais, como desempenho dos alunos, resultados de avaliações e interações em sala de aula, permitindo a identificação de padrões e tendências. Essa análise de dados auxilia educadores e instituições a tomarem decisões mais informadas, possibilitando ajustes nos currículos, a identificação de áreas problemáticas e o aprimoramento das estratégias de ensino. Além disso, a IA promove o acesso igualitário a recursos educacionais, independentemente da localização geográfica ou das limitações físicas, facilitando o acesso a materiais de aprendizagem online, traduções automáticas e suporte a alunos com necessidades especiais, tudo acessível a partir de smartphones ou computadores.
Os chatbots educacionais, por sua vez, constituem uma interação adicional entre alunos e o ambiente educacional. Esses sistemas, capazes de interagir com os estudantes em linguagem natural, respondem a perguntas, oferecem suporte individualizado e monitoram o progresso do aprendizado. A utilização de IA permite a adaptação do conteúdo e a personalização do ensino, ajustando-se às necessidades individuais dos alunos. Como afirmam Kuyven et al. (2018), "os chatbots são sistemas capazes de conversar com usuários em linguagem natural, simulando um diálogo humano", e suas aplicações vão desde e-commerce e suporte ao cliente até o campo educacional.
Os chatbots desempenham um papel fundamental ao fornecer respostas instantâneas às dúvidas dos alunos e apoio em tempo real. Eles podem auxiliar na busca por informações relevantes, responder questões sobre o conteúdo do curso e oferecer orientações sobre prazos e tarefas. Além disso, os chatbots podem ajudar os alunos a localizar recursos educacionais, como artigos, livros e vídeos, recomendando materiais com base nos interesses e nas necessidades dos estudantes, aprofundando seu conhecimento em tópicos específicos. Os chatbots inteligentes têm a capacidade de atuar como professores virtuais, adaptando-se às particularidades de cada aluno, fornecendo explicações personalizadas, sugerindo materiais de estudo adicionais, propondo exercícios práticos e oferecendo feedback sobre o desempenho.
No entanto, para que a IA seja efetiva nesse contexto, é essencial que os chatbots sejam projetados considerando a usabilidade, a simplicidade da linguagem e a capacidade de compreender e responder adequadamente às perguntas dos alunos. Além disso, sua integração a um ambiente educacional mais amplo, com o suporte e supervisão dos professores, é fundamental para garantir a personalização necessária e a eficácia do aprendizado.
Para desmistificar a utilização da IA na educação, é necessário compreender seu funcionamento, evitando preconceitos e rejeições a essa tecnologia, especialmente em contextos escolares, sejam eles urbanos ou rurais. A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento social, e, em um momento histórico marcado pela crescente dependência da tecnologia, torna-se determinante avaliar como a implementação da IA pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da vida no campo.
O ChatGPT, por exemplo, é um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI4, baseado na arquitetura GPT-3.5, que é uma versão avançada do modelo GPT (Generative Pre-trained Transformer). O GPT-3.5 é treinado em uma ampla variedade de dados textuais, sendo capaz de gerar respostas relevantes e coesas a partir das informações fornecidas. Essa tecnologia utiliza aprendizado de máquina pré-treinado, sendo exposta a grandes volumes de dados para aprender padrões e estruturas linguísticas (Wolfram, 2023). O ChatGPT permite que os usuários façam perguntas, solicitem informações e recebam respostas geradas pelo modelo, podendo ser empregado em diversas aplicações, desde assistentes virtuais até suporte ao cliente automatizado.
O uso do ChatGPT para educação no campo pode ser uma ferramenta preciosa para apoiar o aprendizado e fornecer recursos educacionais interativos. É importante, no entanto, que a IA não substitua a presença de professores qualificados; seu uso deve ser complementar ao ensino tradicional e integrado a um ambiente educacional apropriado. Os educadores devem orientar e supervisionar o uso do ChatGPT, garantindo sua aplicação eficaz e segura.
“Os chatbots são sistemas capazes de conversar com usuários em linguagem natural, simulando um diálogo humano. Atualmente, as aplicações de chatbots variam desde e-commerce, recuperação de informações, helpdesk, suporte ao cliente e assistentes digitais” (Larisane Kuyven et al, 2018, p.123-124).
Meneses (2023) destaca que as discussões sobre o uso do ChatGPT no ensino se concentram na aprendizagem do aluno e na produção de conteúdo a ser entregue aos professores, frequentemente sem que haja um resultado cognitivo no aprendizado. Essa situação aponta para a necessidade de repensar os processos de ensino, priorizando abordagens que estimulem o pensamento analítico, onde os alunos possam explorar reflexões sobre os conteúdos gerados pelo ChatGPT. A interação com a IA requer a iniciativa do aluno, que deve formular perguntas ou comandos para obter respostas ou conteúdos relevantes.
Impedi-la não parece uma opção viável; no entanto, novos mecanismos de curadoria de conteúdo e avaliação da aprendizagem devem ser considerados. Essa é uma oportunidade para valorizar um antigo ditado dos professores: “saber fazer perguntas é mais importante que respostas, porque a razão de uma boa resposta precisa coexistir em uma boa pergunta” (Meneses, 2023, p. 2). O ChatGPT oferece acesso a informações sobre uma ampla gama de tópicos, permitindo que os alunos façam perguntas sobre assuntos que estão estudando ou explorem novos conceitos. Essa interação pode ampliar o alcance do currículo e trazer conhecimentos adicionais para as áreas rurais, além de fornecer suporte individualizado, com explicações personalizadas e orientações adaptadas às necessidades específicas de aprendizado dos alunos.
A implementação do ChatGPT na prática pedagógica requer um planejamento cuidadoso e colaboração entre educadores e desenvolvedores de tecnologia. A tecnologia deve ser vista como uma ferramenta de apoio, visando aprimorar e complementar o processo de aprendizagem, e não como uma solução mágica para todos os problemas educacionais. É fundamental garantir que sua utilização seja ética e responsável, sempre com o objetivo de beneficiar os alunos e desenvolver habilidades relevantes para a vida real.
Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação realizado pela Unesco, publicado em 6 de julho de 2023, o direito à educação é cada vez mais sinônimo de direito à conectividade adequada. No entanto, a desigualdade de acesso permanece um dilema mundial, com 40% das escolas primárias, 50% das escolas de primeiro nível da educação secundária e 65% das escolas de segundo nível da educação secundária ainda desconectadas da internet. Dessa forma, uma parcela significativa das instituições de ensino ainda não possui acesso à web.
O relatório enfatiza que não basta garantir acesso à internet ou equipamentos de informática; é imprescindível que esses recursos sejam integrados às atividades pedagógicas em alinhamento com as carências e objetivos estabelecidos pelos educadores. O foco deve ser nos resultados e não apenas nos recursos, uma vez que as tecnologias digitais podem fortalecer a inclusão, acessibilidade e personalização para alunos com deficiência, removendo barreiras de aprendizagem e comunicação. Contudo, em muitas regiões, as tecnologias digitais ainda apresentam custos elevados, tornando-se acessíveis a uma minoria (UNESCO, 2023).
Diante desse cenário, é terminante que a implementação da inteligência artificial e, em particular, do ChatGPT na educação no campo seja feita de maneira estratégica e inclusiva. Para que a IA cumpra seu papel de forma eficaz, é necessário um esforço conjunto entre educadores, gestores e desenvolvedores de tecnologia. As políticas educacionais devem priorizar a formação de professores, capacitando-os para integrar essas ferramentas tecnológicas em suas práticas pedagógicas, de modo a potencializar o aprendizado dos alunos.
Além disso, a infraestrutura tecnológica deve ser ampliada, garantindo conectividade em todas as escolas, especialmente em áreas rurais, onde o acesso ainda é limitado. Isso não apenas permitirá a utilização de recursos educacionais digitais, mas também promoverá um ambiente de aprendizagem mais rico e interativo. A inclusão de recursos tecnológicos deve ser acompanhada de uma reflexão crítica sobre seu uso, assegurando que as ferramentas de IA, como chatbots e assistentes virtuais, sirvam para fomentar a autonomia dos alunos e a construção de um conhecimento mais significativo.
A educação, especialmente em contextos rurais, deve se adaptar às novas demandas, considerando as especificidades e as necessidades dos alunos. As interações com a IA devem ser mediadas por educadores, que desempenham um papel fundamental na orientação do processo de aprendizagem, promovendo um ensino que valoriza a curiosidade, o pensamento crítico e a capacidade de questionar. Assim, a integração da IA para educação no campo pode não apenas enriquecer a experiência de aprendizado, mas também contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e preparados para os desafios contemporâneos. Deste modo, a reflexão e a ação conjunta em torno da inteligência artificial na educação não são apenas desejáveis, mas necessárias para garantir um futuro mais inclusivo e equitativo. À medida que avançamos, é imperativo que continuemos a explorar as possibilidades que a tecnologia oferece, sempre com o objetivo de aprimorar a educação e a qualidade de vida no campo, assegurando que todos os estudantes tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
A carência de um projeto específico voltado para a implementação de tecnologias digitais, incluindo a inteligência artificial (IA), nas escolas situadas no campo pode ser analisada por meio da Teoria das Representações Sociais (TRS), proposta por Serge Moscovici (2003). Esta teoria destaca a importância das representações sociais na organização e na estruturação do pensamento e do comportamento humano, fornecendo um arcabouço teórico abrangente para a análise das dinâmicas observadas nas comunidades educacionais rurais.
De acordo com Rateau (2012), a Teoria das Representações Sociais se revela como uma ferramenta fundamental para a compreensão de como indivíduos e grupos elaboram, modificam e comunicam suas realidades sociais por intermédio de sistemas de opiniões, conhecimentos e crenças. A teoria propicia uma avaliação aprofundada de como essas diferentes representações sociais influenciam as interações, decisões e ações das pessoas em variados contextos e situações. Assim, desempenha um papel importante, oferecendo uma perspectiva coletiva que enriquece a análise de fenômenos humanos (Rateau et al., 2012).
Desenvolvida na França durante a década de 1960, conforme delineado por Moscovici (2003), a Teoria das Representações Sociais investiga a forma como o conhecimento prático, ou senso comum, é produzido, estruturado e disseminado entre distintos grupos sociais. Moscovici sustenta que as representações sociais constituem uma forma específica de conhecimento, caracterizada pela sabedoria popular, cujos conteúdos revelam a operação de processos geradores e funcionais marcados socialmente (Moscovici, 2003).
Sob a ótica da Teoria das Representações Sociais, todo conhecimento é validado por meio da experiência social. As representações coletivas, portanto, constituem compilações de saberes e crenças cuja principal função é a transmissão de conhecimentos ancestrais, integrando a herança social e cultural à experiência pessoal dos indivíduos. Dentro dessa perspectiva, a individualidade é mediada socialmente; os indivíduos não atuam de forma isolada, e as representações coletivas tendem a ser impostas, apresentando-se de maneira estática e homogênea (Chamon, 2014).
Nesse contexto, as representações sociais ligadas à educação no campo, frequentemente permeadas por visões negativas e estereotipadas, são, muitas vezes, internalizadas por gestores e educadores das escolas. Essa internalização tem um impacto direto nas práticas e decisões pedagógicas, levando à desconsideração dos avanços tecnológicos disponíveis e, consequentemente, à perpetuação de um modelo educacional genérico e padronizado. Este modelo ignora as particularidades regionais e as necessidades específicas dos alunos. Portanto, é essencial que essas representações sejam reconhecidas e questionadas, com o objetivo de construir um modelo educativo que valorize a singularidade das comunidades rurais. Isso permitirá a promoção de uma educação mais inclusiva e adaptada às realidades contemporâneas, favorecendo a construção de um ambiente educacional que respeite e integre as diversidades culturais e sociais presentes nas escolas do campo.
Além disso, a promoção de um ambiente educativo que respeite as particularidades das comunidades rurais deve incluir a formação de professores, gestores e educadores que estejam conscientes e preparados para lidar com as especificidades culturais e sociais de seus alunos. Essa formação deve ser contínua e abarcar não apenas as competências pedagógicas, mas também a familiarização com as tecnologias digitais e suas aplicações no contexto educativo. A capacitação desses profissionais é fundamental para que possam integrar de forma efetiva as inovações tecnológicas às suas práticas, contribuindo para uma educação que seja relevante e significativa para os estudantes.
Outra estratégia terminante para a superação das barreiras impostas pelas representações sociais negativas é a inclusão de narrativas locais no currículo escolar. Isso envolve a valorização das histórias, saberes e práticas da comunidade, possibilitando que os alunos vejam suas realidades refletidas nas aulas. A utilização de tecnologias digitais pode facilitar essa integração, proporcionando um espaço onde os alunos possam não apenas aprender, mas também compartilhar suas experiências e conhecimentos, promovendo a troca cultural e a construção coletiva do saber.
Ademais, é imprescindível que haja um engajamento da comunidade no processo educativo. Os pais e membros da comunidade devem ser incentivados a participar ativamente das decisões escolares e do desenvolvimento curricular, criando um laço entre a escola e a comunidade que favoreça a relevância da educação oferecida. Esse envolvimento pode ajudar a desfazer estereótipos e preconceitos, contribuindo para uma visão mais positiva da educação no campo e, por conseguinte, incentivando os jovens a valorizarem sua formação.
Por fim, a implementação de políticas públicas que incentivem a adoção de tecnologias digitais nas escolas rurais é um passo fundamental para garantir que essas instituições não fiquem à margem da transformação educacional que caracteriza o mundo contemporâneo. Essas políticas devem considerar as realidades específicas das comunidades, promovendo iniciativas que visem a infraestrutura adequada, o acesso a equipamentos tecnológicos e a capacitação de profissionais. Somente assim será possível construir um modelo educacional que não apenas reconheça, mas também valorize a singularidade das comunidades rurais, contribuindo para um futuro mais inclusivo e igualitário.
Dessa forma, ao examinar a ausência de um projeto específico para a implementação de tecnologias digitais nas escolas do campo sob a perspectiva da Teoria das Representações Sociais, é evidente que a construção de um modelo educacional que respeite e valorize as identidades locais não é apenas desejável, mas necessária. Esse modelo deve ser pautado pela transformação das representações sociais, permitindo que educadores e gestores se libertem das narrativas limitantes que têm sido historicamente associadas à educação rural. A busca por uma educação que reconheça e integre as particularidades regionais é um caminho fundamental para a promoção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos os indivíduos, independentemente de sua origem, tenham acesso a oportunidades de aprendizado e desenvolvimento que respeitem suas singularidades.
De acordo com Araújo (2008):
As representações sociais são formas de conhecimento socialmente construídas pelos integrantes dos grupos para explicar as relações estabelecidas entre eles, com outros grupos e com a natureza. Isso ocorre mediante o caráter coletivo das ideias, histórias e experiências vividas por um grupo social específico e essa construção vai servir de orientação para a ação social (Araújo, 2008, p.110).
O estudo de uma determinada cultura e sociedade pode ser feito de forma mais completa utilizando a teoria das representações sociais como ferramenta metodológica, conforme Araújo (2008). A teoria auxilia na compreensão da formação geral das conexões sociais e culturais entre os indivíduos de um grupo, oferecendo assim uma abordagem teórico-metodológica para investigar o impacto significativo da teoria das representações sociais na compreensão das relações sociais e culturais dentro de um grupo humano.
Mais que inserção dê tecnologia digitais nas escolas, o olhar para educação não deve se apoiar somente em ferramentas estatísticas e facilitadoras de conhecimento. Segundo Chamon (2016), compreendemos o saber como uma construção social e histórica e a educação como transmissor desse conhecimento:
A educação é imprescindível ao ser humano visto que não nascemos suficientemente equipados (do ponto de vista genético) para a produção de nossa existência. Não se deve, no entanto, entender educação como mero transporte ou transmissão de conhecimento: ela é, também, produtora de conhecimento (Chamon, 2016, p.187).
Segundo a Teoria das Representações Sociais, todo conhecimento é examinado na experiência social e a representação coletiva é um conjunto de conhecimentos e crenças que tem como principal função transmitir conhecimentos ancestrais e integrar o patrimônio social e cultural além da experiência pessoal (Chamon, 2014).
À luz da teoria das representações sociais, pode-se concluir que a adoção de tecnologias digitais e inteligência artificial (IA) no contexto educacional rural não deve ser vista apenas como uma inovação técnica, mas também como uma transformação simbólica. As representações sociais que moldam a percepção da educação no campo estão profundamente enraizadas em tradições culturais, vivências comunitárias e práticas cotidianas ligadas à agricultura e à vida rural. Ao integrar a IA de forma estratégica, respeitando essas representações, é possível transformar o processo educacional em uma ferramenta que não apenas supere barreiras geográficas e infraestruturais, mas que também fortaleça a identidade cultural e o senso de pertencimento dos alunos (Barros, 2023).
A tecnologia, ao ser incorporada à educação no campo, pode modificar as representações sociais sobre o papel da escola e das novas ferramentas de aprendizado, criando uma visão mais inclusiva e progressista da educação no campo. No entanto, é indispensável que esse processo de inserção tecnológica considere as formas de conhecimento já valorizadas pelas comunidades rurais, evitando um choque cultural e promovendo uma simbiose entre o saber tradicional e as inovações digitais (Barros, 2023). Desse modo, a IA pode ser vista não apenas como um recurso de modernização, mas como uma ponte que valoriza e amplia os horizontes educacionais, sem desvinculá-los das raízes sociais e culturais dos estudantes.
A colaboração entre educadores, tecnólogos e membros das comunidades rurais é, portanto, essencial para garantir que as representações sociais sejam levadas em conta no desenvolvimento de currículos e metodologias de ensino. Isso assegura que a educação, mediada pela IA, reflita as realidades e aspirações dos alunos, promovendo um aprendizado significativo e adaptado ao seu contexto. Em última análise, essa abordagem integrada pode contribuir para uma educação que não apenas acompanha o avanço tecnológico, mas também potencializa as capacidades e a autonomia das comunidades rurais, respeitando suas especificidades e fortalecendo sua coesão social.
IA E TRS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
A educação no campo enfrenta desafios complexos, que incluem a escassez de recursos, a falta de infraestrutura adequada e a necessidade de respeitar e integrar as culturas locais. Nesse contexto, a união da Inteligência Artificial (IA) com a Teoria das Representações Sociais (TRS) emerge como uma abordagem inovadora e promissora para aprimorar o processo educativo em comunidades rurais.
A Inteligência Artificial, um campo da ciência da computação que simula processos de inteligência humana, como aprendizado, raciocínio e autocorreção, pode desempenhar um papel inovador na educação. A IA pode ser utilizada para personalizar o aprendizado, oferecer feedback instantâneo e facilitar o acesso a recursos educacionais, tornando o ensino mais dinâmico e adaptado às necessidades individuais dos alunos. Por meio de plataformas educacionais baseadas em IA, é possível ajustar o conteúdo de acordo com as dificuldades específicas de cada estudante, promovendo uma experiência de aprendizado mais eficaz. A literatura aponta para a eficácia dos chatbots na educação, que têm sido estudados como ferramentas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem em diferentes contextos (Kuyven et al., 2018).
Além disso, a IA possibilita o acesso a materiais didáticos digitalizados, permitindo que estudantes em regiões remotas tenham contato com uma variedade de recursos, como vídeos, textos e exercícios interativos. A análise de dados, outra aplicação da IA, oferece a oportunidade de examinar o desempenho dos alunos, possibilitando que educadores identifiquem tendências e ajustem suas estratégias de ensino.
Por sua vez, a Teoria das Representações Sociais, proposta por Serge Moscovici, busca compreender como as pessoas percebem, interpretam e se relacionam com o mundo social (Moscovici, 2003). As representações sociais, construídas a partir das experiências cotidianas, influenciam comportamentos, atitudes e práticas. Na educação, essa teoria pode ser aplicada para criar um currículo que reflita as experiências e as culturas dos alunos do campo, promovendo um aprendizado significativo e contextualizado. Além disso, a formação de educadores deve considerar as representações sociais dos alunos, contribuindo para um ambiente de aprendizagem inclusivo e valorizador das experiências locais, conforme discutido por Arroyo (2007).
A intersecção entre IA e TRS pode gerar um impacto significativo na educação no campo, criando um ambiente de aprendizado que seja verdadeiramente adaptado às necessidades e realidades dos alunos. O desenvolvimento de conteúdos personalizados, que considerem as representações sociais, é uma forma de garantir que o aprendizado seja relevante. A análise das representações sociais dos estudantes, por meio de ferramentas de IA, permite que os educadores compreendam melhor o contexto cultural e social em que os alunos estão inseridos, facilitando a construção de um diálogo cultural enriquecedor. Chamon (2014) destaca que as representações sociais contribuem para entender as especificidades da educação no campo, permitindo que os educadores ajustem suas abordagens pedagógicas.
Contudo, a implementação da IA na educação no campo deve ser realizada com cautela. É fundamental considerar questões éticas, como a privacidade dos dados dos alunos, o viés algorítmico e a necessidade de formação adequada para os educadores. A tecnologia deve ser acessível a todos, garantindo que as comunidades rurais não sejam abandonadas na era digital. A inclusão e a equidade são aspectos essenciais a serem considerados, para que o potencial transformador da IA e da TRS seja plenamente realizado.
A integração da Inteligência Artificial e da Teoria das Representações Sociais oferece uma oportunidade única para revolucionar a educação no campo. Ao personalizar o aprendizado e respeitar as realidades culturais dos alunos, é possível criar um ambiente educacional mais inclusivo e eficaz. A pesquisa e a prática nessa intersecção devem ser incentivadas, garantindo que as soluções educacionais atendam verdadeiramente às necessidades das comunidades rurais. Com um enfoque colaborativo e respeitoso, a educação pode se tornar um instrumento poderoso para o desenvolvimento social e cultural no campo, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dispersão geográfica, a infraestrutura limitada e a sazonalidade das atividades agrícolas constituem desafios significativos que demandam soluções inovadoras e eficazes. Contudo, é efetivo reconhecer a riqueza cultural e o potencial econômico das populações no campo, o que implica que a verdadeira dificuldade reside na adaptação de uma educação de qualidade que respeite e valorize essa realidade multifacetada (Caldart, 2009). Nesse contexto, as tecnologias digitais, em especial a inteligência artificial (IA), emergem como ferramentas promissoras que podem facilitar a superação dessas barreiras. Elas têm o potencial de atuar como uma ponte de acesso à informação, conectando comunidades rurais a um vasto mundo de oportunidades disponíveis.
O acesso à internet, a dispositivos móveis, microcomputadores e notebooks, quando associados à IA, pode democratizar o processo de aprendizado, desde que utilizados de forma estratégica e eficaz. A utilização adequada dessas tecnologias pode fomentar um ambiente de educação colaborativa, adaptada às necessidades e ao desenvolvimento dos alunos, respeitando suas especificidades e ritmos individuais.
No campo, a IA pode desempenhar o papel de tutor virtual, proporcionando suporte contínuo e personalizado aos estudantes. Por meio de orientações sobre tarefas, práticas de exercícios e feedback imediato sobre seu progresso, a inteligência artificial pode enriquecer a experiência de aprendizado. No entanto, é imprescindível destacar que a implementação da IA na educação rural deve ser cuidadosamente adaptada às necessidades específicas das comunidades. Isso requer uma análise profunda não apenas da infraestrutura tecnológica disponível, mas também das particularidades do meio rural e das vivências das pessoas que nele habitam, incluindo sua cultura, tradições e experiências pessoais.
Um aspecto decisivo para a promoção de uma educação relevante, inclusiva e eficaz para estudantes no campo é a adequação do currículo escolar às demandas específicas do contexto rural. Essa adaptação curricular visa garantir que os conteúdos abordados em sala de aula estejam em consonância com as particularidades e a realidade no campo. A inclusão de temáticas como agricultura, pecuária, agroecologia, manejo sustentável e economia rural proporciona aos alunos uma conexão direta entre os conhecimentos adquiridos na escola e as atividades cotidianas que desempenham, bem como suas futuras carreiras. Esse alinhamento curricular não apenas aumenta a relevância da educação oferecida, mas também fortalece a motivação dos estudantes, ao perceberem que o saber escolar tem aplicação prática no mundo que os cerca (Barros, 2024).
Apoiando-se na Teoria das Representações Sociais, a colaboração entre educadores, especialistas em tecnologia e membros da comunidade é determinante para garantir que a inteligência artificial (IA) seja inovadora de maneira assertiva e sensível ao contexto cultural no ambiente educacional rural (Atila, 2024). A Teoria das Representações Sociais nos permite entender que as percepções e implicações sobre a educação e a tecnologia são moldadas por valores, práticas e experiências compartilhadas no âmbito social. Assim, a adoção da IA precisa estar em harmonia com as representações sociais das comunidades no campo, respeitando suas particularidades e formas de ver o mundo.
Essa colaboração entre diferentes atores promove a acessibilidade e a eficácia das inovações tecnológicas, já que leva em consideração as representações sociais já apresentadas, em vez de importar modelos externos à realidade local. Apenas por meio desse esforço conjunto será possível garantir que a IA contribua para o desenvolvimento educacional, atendendo às necessidades dos alunos de forma inclusiva e sem desconsiderar o conhecimento tradicional. Assim, a Teoria das Representações Sociais oferece uma perspectiva para entender como as inovações tecnológicas podem modificar positivamente as representações sobre a educação no campo, promovendo uma educação que se alinha às realidades locais e contribui para um desenvolvimento mais sustentável e equitativo.
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1 Pós-graduação em Gestão de Projetos (PUC-MINAS). Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação (UNESA-RJ). Especialista em Gerenciamento de infraestrutura, implantação e sustentação de plataforma de sistemas de automação e ERP (Ipiranga Produtos de Petróleo S.A.). E-mail: [email protected]
2 Historiador pela Faculdade de Filosofia Santa Doroteia (FFSD-RJ). Docente em História (SEEDUC-RJ). Pós-graduado em Gestão Escolar pela Universidade Gama Filho (UGF-RJ) e Pós-graduado em Ensino da Sociologia pela Universidade Única de Ipatinga (FUNIP-MG). e-mail: [email protected]
3 Docente dos Cursos de Pedagogia, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Ciências da Computação (UNESA-RJ). Doutorando em Educação pela Universidade Nacional de Rosário (UNR-ARG). Mestrado em Educação (UNESA-RJ). MBA em Data Warehouse e Business Intelligence (FI - PR). Pós-Graduado em Engenharia de Software, Antropologia, Psicopedagogia, Educação no Campo e Filosofia (FAVENI-MG). Historiador pela Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU-SP). Coordenador e docente do Curso de Especialização (Lato Sensu), MBA e Pós-Graduação em Inteligência Artificial e Gestão do Conhecimento (FESAV-ES). E-mail: [email protected]
4 A OpenAI é uma empresa de pesquisa em inteligência artificial fundada em dezembro de 2015 em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos. Seu objetivo é desenvolver e promover inteligência artificial amigável e benéfica para a humanidade. A empresa realiza pesquisas avançadas em IA, desenvolve modelos de linguagem poderosos e cria tecnologias que podem ser aplicadas em uma ampla variedade de campos.