AVALIAÇÃO ESCOLAR: PROCESSO, CONHECIMENTO E CONSTRUÇÃO
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10349723
Danilo Américo Pereira da Silva¹
1. INTRODUÇÃO
Quando pensamos em avaliação é comum pensar nos resultados finais, de caráter quantitativos obtidos pelos educandos durante o percurso escolar. Os indivíduos envolvidos nesse processo o consideram como fator para avaliar o percentual de alcance dos educandos em relação aos objetivos propostos nos diversos níveis escolares. Geralmente se considera que o sujeito da avaliação é o educando (ao passo que se deveria considerar além deste o professor, os pais e o corpo administrativo da escola) e o objeto a ser avaliado é o de ensino e aprendizagem.
O processo avaliativo é um tema que detêm bastante curiosidade, devido às diversas observações obtidas na educação básica durante o decorrer dos anos. Decido então por trabalhar esse assunto, pois pretendo compreender não apenas em que consiste a avaliação, mas, sobretudo, analisar em que realidade ela realmente acontece, e como acontece.
As multiplicidades de debates na pedagogia nos trazem questionamentos, como: O que avaliar que instrumentos utilizar, e ainda, refletir um pouco mais sobre tão complexo tema, tanto na teoria quanto na prática.
Mas as indagações acerca do tema “avaliação” não consistem apenas em curiosidades, mas na necessidade de compreender esses aspectos relacionados a ela, bem como aprimorar pratica pessoal para estabelecer, no âmbito profissional, as devidas conclusões e reflexões sobre avaliação. Apenas observando tal tema, o profissional da educação estará apto, ao meu ver, a desenvolver um trabalho consciente, eficiente, e acima de tudo, ser humanamente compreensivo, a partir da observação, em desenvolver um trabalho prático, competente e esclarecedor dos nortes da avaliação.
Para o desenvolvimento deste trabalho, estarei realizando uma pesquisa de caráter bibliográfico cujos temas perpassem pela avaliação escolar, a construção de saberes e conhecimentos. Pretendo, para tentar responder a essa questões, recorrer a revistas, livros, à internet e outras fontes que trazem informações relevantes para esse trabalho. Para tal, serão consideradas ideologias de autores como Cipriano Carlos Luckesi Phillippe Perrenoud, Jussara Hoffmann, Paulo Freire, Carlos Jamil Cury, Jose Carlos Libâneol, Pereira Kraemer e outros autores que, de forma direta ou indireta, serão citados nesse trabalho. Os trabalhos desses autores servirão de base na investigação do tema.
Este trabalho terá como objetivo geral refletir acerca do processo de avaliação escolar, bem como discutir instrumentos utilizados para avaliar, frente a algumas colocações acerca do tema e da pratica avaliativa. Os objetivos específicos serão: conhecer os aspectos pertinentes à avaliação que podem ajudar na relação professor – educando; enumerar instrumentos necessários a uma avaliação eficiente; compreender a importância do processo de avaliação para professor e educandos; analisar aspectos positivos e negativos na prática avaliativa; refletir sobre a prática avaliativa e seus pressupostos no mundo atual.
A princípio tentarei abordar algumas reflexões sobre a avaliação da aprendizagem escolar, bem como discutir conceitos como o que é avaliar, por que avaliar, a quem avaliar e quando avaliar. Serão revistas diferentes opiniões e abordagens sobre a avaliação, o papel do professor e educando nos processos avaliativos. Na sequência será discutida a avaliação como processo de ação reflexiva e, ao final do desenvolvimento, serão trabalhados alguns pressupostos sobre a prática avaliativa, enfatizando a avaliação escolar como perspectiva para construção do conhecimento.
Poder-se-á notar no desenvolver desse trabalho que o ato de avaliar é muito mais sério do que se pode pensar. Envolvem pessoas, instrumentos e um enorme cuidado por parte do educador para não programar uma educação bancária, em que o educando apenas recebe um universo de informações, não as assimila e é avaliado simplesmente o resultado final. Apesar de tantas discussões, muitos ainda esperam do processo avaliativo um caráter punitivo e classificatório.
DESENVOLVIMENTO
2. PROFESSOR
Na perspectiva da avaliação escolar basta que se considerem todas as peças envolvidas no processo, mas a peça principal inegavelmente é o educando, como será focado posteriormente. Isso implica eleger o professor como mediador entre educando e o conhecimento que se deseja alcançar. Para tanto, se faz necessária uma relação de envolvimento, companheirismo, dedicação e parceria entre educando e professor, para que o produto final seja realmente recíproco e satisfatório.
No decorrer do processo avaliativo, é necessário que o professor não foque apenas com o resultado final, ou seja, com o que o educando conseguiu alcançar do que foi trabalhado. É necessário que todo o decorrer dos trabalhos seja considerado; assim dá aos educandos e professores a chance de corrigirem possíveis falhas e caracteriza um processo de natureza oportunizadora, formativa eficaz.
Parafraseando, Luckesi (1978), este diz que “A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisões”. Essa tomada de decisões só será possível se todo o processo de avaliação for acompanhado pelo professor.
A oportunidade dada ao educando e ao professor elege o professor como mediador da aprendizagem, e o educando não exerce uma postura tradicional de mero receptor, mas é sim ativo, participa da construção do conhecimento, do processo teórico-prático, ao qual está engajado, fixando perspectivas inovadoras, crescimento intelectual, adquirindo competências para a ação social, aliás, papel esse intimamente ligado à prática escolar.
Capacitar o educando para a prática da avaliação requer que o professor busque uma postura pedagógica que permita a descoberta do conhecimento, a posse da criatividade, da expressividade, que leve o educando a desenvolver habilidades, que seja capaz de opinar, perceber, descobrir, refletir e, sobretudo, agir na sociedade em que está inserido, visando a transformação não só social, mas também em âmbito pessoal.
Pensar a educação analisando diretrizes sociais diversas e preparar o educando para o mercado de trabalho requer que exija dele desenvolvimento de capacidades como o trabalho em equipe, a partilha, a coletividade. A aprendizagem a busca pelo conhecimento e a avaliação são necessários para aferir aquilo que o educando aprenda a conhecer, a ser, a conviver, esses pilares, norteiam a educação e são tidos como base para o desenvolvimento de potencialidades.
A avaliação não deve se limitar apenas a verificação de aprendizagem dos conteúdos passados pelo professor em sala, usando elementos como prova, exercícios avaliativos, entre outros. Ela vai muito, além disso. Por mais elementos avaliativos que contemplem a formação de aspectos qualitativos da aprendizagem, visando o crescimento pessoal, afetivo e cognitivo do educando.
Kraemer (2005) quando cita Wachowicz e Romanowski, (2002) aponta que embora a questão da nota tenha evoluído historicamente uma vez trabalhada a realidade, a onde a maioria das instituições escolares ainda utilizam a nota quantitativa como modelo de avaliação e superação escolar. Para esses autores, a nota por si só não apresenta condições necessárias para revelar o progresso da aprendizagem do educando, sendo esta apenas a soma dos resultados obtidos durante o processo
Quanto ao educando, o processo avaliativo refere-se às suas conquistas e dificuldades, quanto ao professor, deve ser considerada a prática de avaliação que está sendo utilizada para mediar a aprendizagem, também como forma de repensar os meios pedagógicos em prol do educando.
Saul (1988, p.61) menciona que, “O compromisso principal da avaliação é fazer com que as pessoas, direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional, escrevam a sua própria história e gerem as suas próprias alternativas de ação”. Isso quer dizer que o educando deve conhecer suas próprias potencialidades, estar situado diante do que está sendo proposto, buscar construir novas estruturas para conquistar seus objetivos e o que é mais importante: saber se autoavaliar. Só assim ele vai estar realmente consciente do que está sendo feito em prol de sua aprendizagem e o que ele próprio está fazendo para alcançar seus objetivos.
Sabe-se que o termo avaliação gera controvérsias entre educandos, professores, diretores, especialistas ligados direta ou indiretamente no processo ensino e aprendizagem. Alguns a defendem como se ela significasse a resolução perfeita dos problemas da educação, outros querem severamente determinar o seu fim. Isso também acontece porque ela gira em torno de termos sócio-econômicos, políticos, se relaciona com aspectos metodológicos, ligados à definição de critérios, análise, e interpretação de resultados.
2.1 ENSINO E APRENDIZAGEM
O primeiro passo para que a avaliação escolar alcance resultados positivos seja desenvolver um conceito diferente e menos preconceituoso de avaliar. Para tal atitude, torna-se necessário responder algumas perguntas para então entender de forma coesa o que circunda o universo avaliativo.
Avaliar implica, sobretudo, definir medidas e critérios que devem ser usados para julgar o desempenho dos educandos e professores, determinar quais critérios abranger, diferentes formas de coleta de informações. O fato é que muitas vezes em vez de serem valorizados os aspectos educacionais, o planejamento do ensino e a aquisição da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas. Avaliar é medir não para classificar um educando como melhor ou pior do que outro, mas sim para diagnosticar o que ainda precisa ser feito para ajuda-lo.
Quando se interroga sobre o que é avaliar as respostas mais frequentes que se ouve são medir, valorizar, julgar, verificar. Avaliar é medir não para classificar um educando como melhor ou pior do que o outro, mas sim para diagnosticar o que ainda precisa ser feito para ajuda-lo. Valorizar seus conhecimentos prévios para a partir daí planejar atividades que sejam proficientes e adequadas às suas necessidades. Julgar para formar um juízo de valor, para promover, para comprovar. Verificar se as ações pedagógicas utilizadas casaram com a teoria-prática necessária para fazer do educando um ser social e preparado para a vida em sociedade, para o mercado de trabalho. Talvez a partir do momento que esses conceitos forem bem assimilados a avaliação será realmente satisfatória e terá realmente objetivos opostos de apenas medir, julgar e verificar. Mas essa mudança deve ocorrer em todos os níveis de ensino e com todos os profissionais envolvidos.
Para Nérici (1977), “A avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação previa”. Portanto, baseando-se em suas palavras, o processo de avaliação perpassa os momentos avaliativos, devendo se somar-se a todos os demais processos compreendidos pelo ato de educar.
Embora as notas, os exames, os exercícios avaliativos não sirvam de impulso para os educandos, que se sente amedrontados, inseguros e nervosos, (visão errada que se tem de avaliação), para muitos professores isso também configura um momento de vingança e punição. Isso porque grandes partes dos institutos educacionais e deparam com problemas de indisciplina, desrespeito ao ser humano, pobreza, drogas e tantos outros fatores, que aliados a desvalorização e péssimo salário dos professore, os tornam rancorosos e vingativos.
O sistema quantitativo de notas é um processo comum, inerente a vida escolar, embora já discutido que quantificar o conhecimento não seja um processo adequado para os dias atuais. Mas a avaliação deve ocorrer de fato para constatar se os objetivos do professor foram alcançados. Além de fornecer uma análise acerca da aquisição de saberes durante o ensino e a aprendizagem, a avaliação possibilita que o professor trace novas estratégias para que os conhecimentos sejam assimilados pelos educandos, é possível a partir da avaliação, uma análise da situação do ensino oferecido, apurando eficiências e deficiências que vão exigir novas soluções, atuações e investimentos.
Nesta perspectiva, podemos afirmar junto a Gadotti (1990), quando este diz que “A avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento e reflexão sobre a ação. Sendo assim, avaliação não pode em hipótese alguma deixar de existir...”.
Segundo Luckesi (2002), o processo avaliativo é crucial para a a concretização do projeto educacional. Sendo este processo para Kraemer (2005) aquele que de fato sinaliza os objetivos da aprendizagem escolar e seus valores. Portanto a importância da interação deve haver na escola por parte do educando, professor, e da equipe pedagógica.
Para que haja igualdade entre todos os envolvidos no processo educacional, faz-se necessária o educando, parte fundamental e pilar e do processo, do conhecimento, o professor que é mediador entre o educando e a aprendizagem, a escola que serve como suporte e ponto de apoio das partes anteriores, além da família que exerce suma importância de orientação e exemplo para os educandos.
O professor não pode avaliar meramente a pessoa do educando, mas sim o processo de ensino, guiado pelas dificuldades e necessidades de cada indivíduo. A autoavaliação deve fazer presente constantemente, para que ninguém se perca diante daquilo que precisa mudar ou melhorar. Além disso, ela permite que cada um reflita sobre suas posturas e necessidades.
A processo avaliativo, ao contrário do que muitos pensam, deve ocorrer durante todo percurso educacional, perpassando até mesmo aquilo que se espera de fato alcançar com o conteúdo proposto. No início, porque possibilita ao professor indagar sobre o que os educandos sabem o que precisam saber o que querem saber. No decorrer, porque enfatiza as dificuldades e facilidades específicas de cada educando, oque precisa ser modificado ou reestruturado para que sejam alcançados os objetivos propostos, se a metodologia utilizada e os materiais didáticos estão sendo satisfatórios. No final, porque permite refletir sobre todo o acontecido, se foram cumpridas todas as metas, se foram alcançados os objetivos, além de promover uma auto avaliação de todo o envolvidos.
Avaliar é um ato pedagógico que requer ética, amadurecimento, bom senso, participação, e, todos esses elementos juntos contribuem para a autocrítica, o autoconhecimento, autonomia, envolvimento e compromisso com o todo.
Para que seja implementada uma avaliação realmente baseada na construção do saber e com caráter coletivo, existem vários instrumentos de avaliação. Esses instrumentos são comumente utilizados como estratégias traçadas pelo professor para atingir o que foi proposto no seu plano de aula.
Tendo o processo de avaliação como de suma importância para desenvolvimento do sistema de ensino e para o crescimento das pessoas, é imprescindível que ele ocorra em todo o decorre de um trabalho. A avaliação em termos gerais pode ser classificada como Diagnóstica, formativa e somática, na visão de certos autores.
E resumo a avaliação Diagnóstica permite verificar os conhecimentos prévios que o educando traz de casa e da sociedade em que está inserido, além de promover ao professor a oportunidade de trilhar caminhos para alcançar os objetivos a que se propôs seu planejamento. A Formativa ocorre de forma contínua, ou seja, durante todo o processo de ensino e aprendizagem, de forma que o professor acompanha o processo de ensino e aprendizagem do educando. Enquanto a avaliação Somática é a soma dos resultados que permitem a ampliação dos níveis de aprendizagem dos educandos e o progresso descrito durante a busca pela aprendizagem. Todas estas, juntas permitem ainda que educando e professor reflitam sobre suas dificuldades e conquistas durante o processo, contribuindo para o desenvolvimento da prática educacional.
Como mencionado várias vezes anteriormente, a avaliação deve representar para o educando não o sinônimo de fracasso, de erro, mas sinônimo de refazer, de recomeçar, de oportunizar. O momento de auto avaliação permite ao educando uma reflexão de como ele aprendeu, por que deixou de aprender algumas coisa, quais as suas conquistas e dificuldades, além de estar reconhecendo seu próprio processo de aprender.
2.2 AÇÃO, REFLEXÃO e AÇÃO
Normalmente, o processo de avaliação escolar ocorre em torno dos elementos açãoreflexão-ação (Kraemer, 2005), tendo por base as ações reflexivas pelas quais perpassam professor e educando nesse processo.
Pressupõe-se que o inicio do processo constitua a ação. A ação do levantamento de dados, de questões que ajudem o professor a diagnosticar o que os educandos sabem o que quere e o que precisam saber.
Parece consenso para alguns atores que, o papel do processo avaliativo consiste em focar em determinados critérios e a aquisição de saberes úteis que possam levar à uma tomada de decisão sobre um determinado fator, talvez a aprovação dos educandos. Mas a avaliação não exige um juízo de valor apenas superficial. Requer que as pessoas reflitam sobre suas ações, seus procedimentos, uma verificabilidade para melhoria dessas ações e desses procedimentos.
É importante respeitar o nível de aprendizagem de cada educando, as diferenças, as experiências educacionais. Isso implica adequar as experiências e necessidades às tarefas, atividades, conteúdos, formas de trabalho em grupo, em dupla ou individual.
Embora o processo de avaliação já seja discutido de formas mais qualitativas, esta parece sempre buscar por formas de processo avaliativo em si. Pressupondo assim um eixo de atividades que exigem do professor habilidades e métodos diversificados, em prol de alcançar os objetivos do seu planejamento e chegar a um resultado amplamente satisfatório.
O processo avaliativo tende ocorrer por necessidade das instituições, seja por comodismo ou costumes, tendendo sempre em qualificar educandos de forma quantitativa em seus conhecimentos e esta esquece um dos fundamentos básicos da educação, o de formar sujeitos ativos socialmente e capazes de transformar o meio em que vivem.
Segundo Freire (2002, p.36), “A avaliação dentro da visão de um mundo globalizado está cada vez mais desigualitária, principalmente com os que não tiveram oportunidades de estudar ou de fazerem cursos técnicos ou profissionalizantes, porém, precisamos contribuir para a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo de risco por isso, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que pense em que se atua em que se cria em que se fala em que se ama em que se advinha à escola que apaixonadamente diz sim à vida”. Não se pode negar evidentemente que essa escola proclamada por Paulo Freire ainda não é acessível, devido a tantos impactos que perpassam a prática educacional. Sobretudo, para que essa escola não possa meramente constituir-se como utopia, o professor deve analisar sua capacidade de provocar a construção de aspectos cognitivos e ao educando cabe analisar a aquisição do conhecimento de forma proficiente.
Avaliando a aprendizagem, avalia-se o ensino, pois se pretende questionar a forma ensinada e suas maneiras de manifestação na sala de aula. Perrenoud (1999, p.143), define avaliação como uma avaliação que ajuda a criança a aprender e o professor a ensinar. Sua função é mesmo de nortear e situar todos os entes envolvidos nesse processo. Ajuda-os, sobretudo, a amadurecer e tornar a busca pelo conhecimento prazerosa e mútua.
É importante notar que o fenômeno da avaliação é um processo humanamente impossível de ser desenvolvido desvinculado do contexto social, cultural, politico, econômico e cognitivo ao qual o educando e os outros entes envolvidos se inserem. Os conhecimentos adquiridos não são repassados ou ensinados, mas são produtos da relação dos indivíduos com seu meio.
Para Ramos (2001), “A avaliação possui critérios de caráter reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizado no processo ensino e aprendizagem. Desta forma, estaremos criando cidadãos críticos, autônomos, criativos e solidários, que privilegiem a qualidade ao invés da quantidade”.
Sendo assim, Kraemer (2005) ao citar Perrenoud (1993) parece estar correta quando diz que “Mudar a concepção de avaliação como nota implica romper com padrões da própria historia e uma sociedade estilista e desigual"
3. CONCLUSÃO
No decorrer do processo avaliativo o educando deve ser tomado como sujeito que pensa, age, sente, constrói não como ser passivo que espera tudo pronto e acabado, que não luta, que não vive, apenas esta no mundo.
Não se pode pensar que a escola é a única responsável por promover a instrução e o conhecimento, porque as pessoas aprendem muito em suas relações umas com as outras. Mas é inegável que o conhecimento organizado e sistematizado adquirido na escola é essencial para o crescimento do indivíduo.
Mas apesar de tudo, a partir do momento que a prática avaliativa voltar-se menos a as nota punitivas, a classificação dos saberes em números, provavelmente os educandos se sentirão mais livres para opinar, para crescer, demonstrar o que conseguiram assimilar. E tendo o professor como mediador dessa aprendizagem, a escola como suporte para suas conquistas e a família como apoio incondicional, certamente as chances de os educandos contribuírem para um país mais justo, fraterno e consciente serão significativas. A avaliação escolar, muitas vezes, coopera com o processo de dominação do capitalismo, porque a escola a utiliza como caráter classificatório, separando os capazes dos incapazes.
Contudo se faz necessário que tantas propostas ainda não fiquem somente camufladas e acessível a uma minoria, mas que sejam esbanjadas em todos os patamares sociais, fazendo com que o sonho de uma educação de qualidade e para todos não seja apenas uma utopia. Repensar os métodos avaliativos é um ótimo caminho para estas conquistas.
Cabe a nós, supervisores e educadores, transformar essas teorias em prática, tanto na forma individual como coletiva, em prol de construir uma educação e uma prática avaliativa que visem a mudança, a aplicabilidade e, sobretudo a igualdade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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processo construtivo de um novo fazer. Disponível em: https://www.gestiopolis.com/avaliacao-da-aprendizagem-como-processo-construtivo-de-um-novo-fazer/
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