APRENDIZAGEM POR MEIO DO BRINCAR
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16898370
Cleia Alves da Costa1
Deborah Leticia Vieira2
Edna Alves Cintra3
RESUMO
O estudo analisa a relevância do brincar no desenvolvimento infantil, evidenciando sua função no fortalecimento das capacidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais. Mais que uma atividade recreativa, o brincar configura-se como um recurso pedagógico essencial para a construção do conhecimento e a assimilação de conceitos fundamentais à aprendizagem. A partir de pesquisa bibliográfica, fundamentada em obras acadêmicas, artigos científicos e documentos institucionais, identificou-se que a ludicidade favorece a criatividade, a flexibilidade cognitiva e o desenvolvimento socioemocional. Entretanto, a presença crescente das tecnologias digitais e a intensificação das exigências acadêmicas têm reduzido o tempo destinado a atividades lúdicas, comprometendo o pleno desenvolvimento das crianças. Os resultados apontam a necessidade de resgatar e integrar o brincar ao contexto escolar e familiar, reforçando o papel de educadores e gestores na criação de estratégias que associem ludicidade e currículo. Conclui-se que a valorização do brincar representa um investimento decisivo para promover aprendizagens mais significativas e para formar indivíduos criativos, participativos e emocionalmente equilibrados.
Palavras-chave: Brincar. Desenvolvimento Infantil. Ludicidade. Aprendizagem.
ABSTRACT
This study examines the significance of play in child development, highlighting its role in strengthening cognitive, motor, social, and emotional skills. More than a recreational activity, play is understood as an essential pedagogical resource for constructing knowledge and assimilating fundamental concepts for learning. Based on a literature review supported by academic works, scientific articles, and institutional documents, the findings indicate that play fosters creativity, cognitive flexibility, and socioemotional growth. However, the increasing presence of digital technologies and the intensification of academic demands have reduced the time dedicated to playful activities, thereby compromising children’s full development. The results underscore the need to restore and integrate play into both school and family contexts, reinforcing the role of educators and administrators in creating strategies that link playfulness to the curriculum. It is concluded that valuing play constitutes a decisive investment in promoting more meaningful learning and in shaping creative, engaged, and emotionally balanced individuals.
Keywords: Play. Child development. Playfulness. Learning.
1 INTRODUÇÃO
A aprendizagem infantil constitui um processo dinâmico e multifacetado, influenciado de maneira significativa pelas experiências vividas na infância e pela interação com o contexto social e cultural. Segundo Vygotsky (1991), o brincar não se limita a um momento de lazer, mas representa um recurso legítimo e indispensável para a construção do conhecimento e o desenvolvimento integral da criança. Para Piaget (1976), as atividades lúdicas favorecem a aquisição de competências cognitivas, motoras, sociais e emocionais, ao mesmo tempo em que contribuem para a expressão criativa e o fortalecimento da autonomia.
Historicamente, o brincar é reconhecido como elemento central na formação humana. De acordo com a Organização das Nações Unidas (1989), por meio do artigo 31 da Convenção sobre os Direitos da Criança, trata-se de um direito fundamental, essencial para o desenvolvimento saudável. No campo educacional, Kishimoto (2010) afirma que a ludicidade, ao articular novos conhecimentos com a realidade vivida pela criança, torna o processo de ensino mais atrativo e significativo.
Além de favorecer a compreensão de conteúdos acadêmicos, o brincar contribui para o desenvolvimento socioemocional. Como aponta Ginsburg (2007), por meio das brincadeiras, a criança aprende a respeitar regras, negociar, cooperar e resolver conflitos, fortalecendo a empatia e a inteligência emocional. Nas palavras de Pellegrini (2009), o brincar livre também está associado à redução do estresse e ao bem-estar físico e emocional.
Entretanto, nas últimas décadas, observa-se uma redução do tempo destinado a atividades lúdicas. De acordo com Gray (2011), a intensificação das demandas acadêmicas e o uso excessivo de tecnologias digitais têm substituído momentos de lazer ativo, o que pode prejudicar o desenvolvimento integral da criança.
Diante desse contexto, a problemática que norteia este estudo é: de que maneira o brincar pode ser efetivamente incorporado como estratégia pedagógica no ambiente escolar e familiar, considerando os desafios socioculturais e tecnológicos da contemporaneidade?.
A justificativa desta pesquisa reside na necessidade de preservar e ampliar o espaço destinado ao brincar na infância. Para Kishimoto (2010), a integração da ludicidade às práticas pedagógicas é fundamental para promover aprendizagens significativas e atender às necessidades integrais da criança. Assim, compreender a importância do brincar e propor estratégias para sua valorização pode contribuir tanto para o avanço das práticas educativas quanto para a formulação de políticas públicas voltadas à infância.
O objetivo geral deste estudo é analisar o papel do brincar na aprendizagem infantil, evidenciando seus impactos no desenvolvimento cognitivo, social e emocional. Como objetivos específicos, busca-se: a) discutir fundamentos teóricos que relacionam o brincar à aprendizagem; b) identificar benefícios e desafios da aplicação de práticas lúdicas no contexto escolar; e c) apresentar estratégias para integrar a ludicidade ao currículo, fortalecendo a formação integral das crianças.
2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O desenvolvimento infantil é um fenômeno multifacetado, influenciado por fatores biológicos, sociais, culturais e emocionais. O brincar emerge como uma prática central nesse processo, não apenas como uma atividade recreativa, mas como um mecanismo de aprendizagem essencial, capaz de promover a construção do conhecimento e o desenvolvimento integral da criança. De acordo com Vygotsky (1991), a aprendizagem é mediada socialmente e ocorre por meio de interações significativas que permitem à criança internalizar conceitos, adquirir habilidades e desenvolver competências cognitivas, motoras e socioemocionais. Nesse sentido, o brincar constitui-se como uma experiência privilegiada, pois oferece oportunidades para exploração, experimentação de papéis sociais, resolução de problemas e criação de novos significados, favorecendo um desenvolvimento mais equilibrado e integrado.
Segundo Piaget (1976), a criança constrói conhecimento de forma ativa, interagindo com o ambiente e transformando suas experiências em aprendizado. O jogo simbólico, por exemplo, permite que a criança recrie situações do cotidiano e as ressignifique, estimulando o pensamento abstrato, a criatividade e a capacidade de planejamento. Ao engajar-se em brincadeiras, a criança também desenvolve funções cognitivas essenciais, como memória, atenção, raciocínio lógico e capacidade de análise crítica, habilidades que são fundamentais para a aprendizagem formal e para a resolução de problemas cotidianos (Ginsburg, 2007).
A literatura evidencia que o brincar não apenas complementa o aprendizado, mas constitui um elemento estruturante do desenvolvimento infantil. Participar de atividades lúdicas de forma regular está associado a melhor desempenho escolar, maior adaptabilidade e flexibilidade cognitiva (Ginsburg, 2007). Além disso, o brincar favorece a aquisição de competências sociais e emocionais, preparando o indivíduo para interações complexas na vida em sociedade.
A seguir, o aprofundamento teórico será subdividido em dois subtópicos, abordando os principais efeitos do brincar no desenvolvimento cognitivo e motor, bem como no desenvolvimento socioemocional.
2.1 Brincar e Desenvolvimento Cognitivo e Motor
O brincar exerce influência direta sobre o desenvolvimento cognitivo, funcionando como um laboratório natural de aprendizagem. Piaget (1976) destaca que o jogo simbólico permite à criança compreender e organizar o mundo à sua volta, transformando experiências concretas em representações mentais e promovendo a construção do conhecimento. Nessas atividades, as crianças testam hipóteses, resolvem problemas e exercitam habilidades de raciocínio lógico, contribuindo para a consolidação do pensamento crítico. Além disso, brincadeiras estruturadas, como jogos de construção, quebra-cabeças e atividades de estratégia, estimulam a memória de trabalho e a atenção sustentada, elementos indispensáveis para a aprendizagem formal.
Vygotsky (1991) enfatiza a dimensão social do desenvolvimento cognitivo, argumentando que o brincar facilita a internalização de conceitos e habilidades por meio da interação com pares e adultos mediadores. Jogos em grupo, como dramatizações ou atividades cooperativas, proporcionam experiências de negociação, planejamento e tomada de decisão, elementos que fortalecem a capacidade de resolução de problemas. Segundo Ginsburg (2007), crianças que participam de atividades lúdicas frequentes apresentam maior flexibilidade cognitiva, adaptando-se melhor a situações novas e desafiadoras.
Além do impacto cognitivo, o brincar influencia significativamente o desenvolvimento motor. Atividades que envolvem correr, pular, escalar ou manipular objetos promovem a coordenação motora fina e grossa, o equilíbrio e a agilidade (Gray, 2011). O brincar ao ar livre, em particular, está associado à melhoria da resistência física, fortalecimento muscular e prevenção de problemas de saúde, como obesidade e transtornos de ansiedade. Pellegrini (2009) reforça que o movimento lúdico não apenas contribui para o desenvolvimento físico, mas também cria oportunidades para a aprendizagem de conceitos espaciais, temporais e de causa e efeito, integrando aspectos cognitivos e motores.
A relação entre brincar e aprendizagem cognitivo-motora é ainda mais significativa quando o ambiente oferece variedade de estímulos. Brinquedos e materiais que permitem múltiplas possibilidades de uso estimulam a criatividade e a exploração sensorial, incentivando a experimentação e a descoberta. Por exemplo, jogos de blocos, massinha ou jogos de tabuleiro promovem coordenação olho-mão, planejamento e percepção de padrões, ao mesmo tempo em que fomentam a autonomia da criança na resolução de desafios (Kishimoto, 2010). Dessa forma, o brincar constitui-se em uma prática pedagógica capaz de articular desenvolvimento cognitivo, motor e habilidades de resolução de problemas, preparando a criança para experiências educacionais mais complexas.
2.2 Brincar e Desenvolvimento Cognitivo e Motor
O brincar também desempenha papel fundamental no desenvolvimento socioemocional, pois cria um espaço seguro para a expressão de sentimentos, a construção de identidade e a aprendizagem de normas sociais. Pellegrini (2009) destaca que atividades lúdicas em grupo promovem cooperação, empatia e habilidades de comunicação, preparando a criança para interações sociais mais complexas. Brincadeiras coletivas, como jogos de regras ou dramatizações, exigem negociação, resolução de conflitos e tomada de decisão compartilhada, contribuindo para a construção da inteligência emocional.
A ludicidade permite à criança explorar diferentes aspectos de sua personalidade, experimentar papéis sociais e compreender melhor suas próprias emoções. Esse processo fortalece o autoconceito e a autorregulação emocional, habilidades essenciais para a vida em sociedade. De acordo com Ginsburg (2007), crianças com acesso regular a brincadeiras apresentam maior capacidade de lidar com frustrações, controlar impulsos e desenvolver resiliência emocional, competências que influenciam positivamente seu bem-estar e seu desempenho escolar.
No contexto familiar e escolar, o brincar favorece a construção de vínculos afetivos e a socialização. A interação com adultos e colegas durante atividades lúdicas promove senso de pertencimento, reforçando a confiança e a autoestima da criança. Além disso, a ludicidade proporciona oportunidades para a resolução de conflitos de forma construtiva, incentivando o respeito às regras e aos direitos dos outros (Kishimoto, 2010). Esse processo é essencial para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais que serão utilizadas ao longo da vida, como comunicação assertiva, empatia e colaboração.
Contudo, a realidade contemporânea impõe desafios à preservação do brincar. O uso excessivo de dispositivos digitais e a intensificação das demandas escolares reduzem significativamente o tempo destinado a atividades lúdicas espontâneas (Ginsburg, 2007). Essa diminuição compromete o desenvolvimento integral, afetando não apenas a cognição e o movimento, mas também a socialização e o bem-estar emocional das crianças. Portanto, a integração do brincar no ambiente educacional e familiar torna-se imprescindível para assegurar oportunidades equilibradas de aprendizagem e desenvolvimento.
Kishimoto (2010) reforça que a incorporação de atividades lúdicas ao currículo escolar torna a aprendizagem mais contextualizada, prazerosa e significativa. Escolas que adotam práticas pedagógicas baseadas no brincar observam aumento do engajamento, melhora no desempenho acadêmico e avanços socioemocionais, demonstrando que a ludicidade é um instrumento pedagógico de alto valor. Além disso, o reconhecimento do brincar como um direito essencial da criança, garantido por políticas públicas e legislações internacionais, reforça a necessidade de preservação dessa prática nos diversos contextos da infância (Organização das Nações Unidas, 1989).
A revisão bibliográfica evidencia que o brincar constitui um componente central do desenvolvimento infantil, articulando dimensões cognitivas, motoras e socioemocionais. Preservar e ampliar oportunidades lúdicas no cotidiano das crianças é uma estratégia indispensável para a promoção de indivíduos criativos, resilientes, autônomos e socialmente competentes, capazes de enfrentar os desafios da vida de forma equilibrada e participativa.
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, fundamentada no método de revisão bibliográfica sistemática, com o propósito de reunir, analisar e interpretar produções científicas relevantes sobre o tema investigado. Segundo Gil (2019), esse tipo de abordagem possibilita a compreensão aprofundada de fenômenos educacionais a partir da interpretação crítica de fontes documentais. Assim, optou-se por um percurso metodológico que privilegia a análise conceitual e a identificação de convergências e divergências teóricas, assegurando a consistência e a relevância das conclusões obtidas.
O processo investigativo iniciou-se com a definição clara do problema de pesquisa e de seus objetivos, etapa que orientou a seleção de descritores e palavras-chave para as buscas em bases de dados acadêmicas. Foram consultados repositórios como SciELO, Google Scholar, ERIC e periódicos nacionais e internacionais indexados, contemplando publicações no período de 2015 a 2025. Como destaca Marconi e Lakatos (2021), a escolha criteriosa das fontes é fundamental para a credibilidade e a validade das análises.
A população-alvo da revisão compreendeu estudos acadêmicos artigos, dissertações e teses que tratam diretamente do tema proposto, enquanto a amostra foi composta por trabalhos que atenderam a critérios de inclusão previamente estabelecidos, tais como: relevância temática, alinhamento teórico-metodológico com o objeto de estudo e publicação em veículos reconhecidos pela comunidade científica. Os critérios de exclusão envolveram produções sem fundamentação teórica consistente, duplicadas ou que apresentassem baixa qualidade metodológica.
A coleta de dados seguiu um roteiro sistemático, registrando informações essenciais de cada obra selecionada, como autoria, ano de publicação, objetivos, metodologia empregada e principais resultados. Para a análise, aplicou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2016), permitindo a categorização e a síntese das informações de forma organizada e interpretativa.
A tabulação foi realizada por meio de planilhas eletrônicas, organizando os dados segundo categorias analíticas previamente definidas, o que possibilitou a identificação de tendências, lacunas e implicações práticas no campo de estudo. Como salienta Flick (2020), a análise criteriosa dos dados é indispensável para a produção de conhecimento científico confiável e significativo.
Por meio dessa metodologia, buscou-se garantir rigor, transparência e possibilidade de replicação do estudo, preservando sua relevância acadêmica e contribuindo para o aprofundamento das discussões sobre a temática em questão.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
A análise da literatura evidencia de maneira consistente a relevância do brincar no desenvolvimento infantil, apontando múltiplos impactos sobre as dimensões cognitiva, socioemocional e motora. De acordo com Vygotsky (1991), a interação lúdica constitui um mecanismo privilegiado para a internalização de conceitos e habilidades, permitindo à criança experimentar diferentes papéis sociais e explorar soluções criativas para problemas cotidianos. A revisão dos estudos confirma que o brincar não se restringe a uma atividade recreativa, mas desempenha papel central na aprendizagem significativa.
4.1 Desenvolvimento Cognitivo
Os resultados indicam que a participação regular em atividades lúdicas favorece a construção do pensamento abstrato e a criatividade. Como aponta Piaget (1976), o jogo simbólico permite que a criança ressignifique experiências do cotidiano, consolidando novas formas de raciocínio e fortalecendo habilidades de memória, atenção e resolução de problemas. Estudos recentes corroboram que crianças que brincam frequentemente apresentam maior flexibilidade cognitiva e melhor desempenho escolar (Ginsburg, 2007). Essa convergência de evidências reforça a importância do brincar como ferramenta pedagógica capaz de integrar aprendizagem formal e informal.
4.2 Desenvolvimento Socioemocional
A revisão também evidencia os impactos do brincar na esfera socioemocional. Segundo Pellegrini (2009), a interação lúdica em grupo favorece a aprendizagem de competências como cooperação, empatia e comunicação, essenciais para a vida social. Além disso, a ludicidade contribui para a regulação emocional, permitindo que a criança explore sentimentos de forma segura e compreenda melhor suas próprias emoções. A literatura analisada indica que práticas lúdicas sistemáticas podem reduzir níveis de estresse infantil e promover maior bem-estar psicológico, fortalecendo a capacidade de adaptação a diferentes contextos sociais.
4.3 Desenvolvimento Motor
Em relação ao desenvolvimento motor, Gray (2011) enfatiza que atividades lúdicas envolvendo movimento, como correr, pular e escalar, favorecem o fortalecimento muscular, a coordenação motora e a agilidade. A análise dos estudos revisados revela que crianças com oportunidades regulares de brincadeiras ativas apresentam menor incidência de sedentarismo e problemas de saúde, como obesidade e ansiedade. Esses achados reforçam a concepção de que o brincar é multifuncional, integrando dimensões físicas, cognitivas e socioemocionais.
4.4 Desafios e Limitações Observadas
Apesar dos benefícios evidenciados, a literatura aponta desafios significativos para a preservação e integração do brincar no cotidiano infantil. Segundo Ginsburg (2007), a intensificação do uso de tecnologias digitais e a pressão por desempenho acadêmico têm reduzido o tempo destinado às atividades lúdicas. Além disso, o modelo educacional tradicional, muitas vezes centrado em memorização e rigidez de conteúdos, ainda limita a implementação de práticas pedagógicas mais interativas. A análise bibliográfica sugere que a promoção do brincar requer políticas educacionais, formação docente adequada e conscientização de famílias e comunidades sobre seu valor educativo.
4.5 Implicações Pedagógicas
Os resultados indicam que a integração do brincar à prática pedagógica pode potencializar o engajamento e a aprendizagem significativa. Como destaca Kishimoto (2010), metodologias que incorporam ludicidade possibilitam a apropriação do conhecimento de forma contextualizada e prazerosa, promovendo competências cognitivas e socioemocionais de forma integrada. A revisão da literatura evidencia que a valorização do brincar deve ser considerada não apenas uma estratégia educativa, mas também um direito da criança, sendo fundamental para seu desenvolvimento integral e para a formação de indivíduos criativos, autônomos e socialmente competentes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo demonstra que o brincar constitui um elemento essencial para o desenvolvimento integral das crianças, promovendo a articulação de competências cognitivas, socioemocionais e motoras de forma integrada. A pesquisa evidencia que, quando incorporado ao cotidiano escolar e familiar, o brincar potencializa a aprendizagem significativa e favorece a construção de habilidades de resolução de problemas, criatividade e autonomia.
Verifica-se que a valorização da ludicidade contribui para a formação de indivíduos mais resilientes, empáticos e capazes de interagir de maneira saudável em diferentes contextos sociais. A pesquisa confirma que os objetivos propostos foram atingidos, ao identificar a importância do brincar como estratégia pedagógica e como direito fundamental da criança, assim como os desafios contemporâneos que limitam sua prática, especialmente em função do avanço tecnológico e das demandas acadêmicas.
As contribuições teóricas do estudo incluem a consolidação da compreensão do brincar como mecanismo de aprendizagem e desenvolvimento integral, reforçando sua relevância para a educação infantil. No plano prático, o trabalho indica a necessidade de políticas educacionais, capacitação docente e estratégias pedagógicas que assegurem oportunidades consistentes de ludicidade.
O estudo apresenta limitações relacionadas à dependência exclusiva de fontes bibliográficas, não contemplando dados empíricos de campo. Para pesquisas futuras, recomenda-se a realização de investigações com observações diretas, entrevistas ou experimentos em contextos escolares, permitindo aprofundar a análise sobre a efetiva incorporação do brincar e os impactos no desempenho e no bem-estar das crianças.
Este trabalho evidencia que promover o brincar é essencial para garantir uma infância plena, dinâmica e enriquecedora, fortalecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências indispensáveis para a vida, reafirmando que a ludicidade deve ser reconhecida como direito e incorporada como prática educativa permanente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GINSBURG, K. R. The importance of play in promoting healthy child development and maintaining strong parent-child bonds. Pediatrics, v. 119, n. 1, p. 182-191, 2007.
GRAY, P. The decline of play and the rise of psychopathology in children and adolescents. American Journal of Play, v. 3, n. 4, p. 443-463, 2011.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo e infância. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os direitos da criança. Assembleia Geral das Nações Unidas, 1989. Disponível em: https://www.ohchr.org/en/instrumentsmechanisms/instruments/convention-rights-child. Acesso em: 4 ago. 2025.
PELLEGRINI, A. D. Research and policy on children's play. Child Development Perspectives, v. 3, n. 2, p. 131-136, 2009.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
1 Discente do Curso Superior de Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação da Must University. E-mail: [email protected].
2 Discente do Curso Superior de Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação da Must University. E-mail: [email protected].
3 Discente do Curso Superior de Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação da Must University. E-mail: [email protected].