PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: FOCO NOS ALUNOS COM TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

PDF: Clique Aqui


REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10348658


Byanka Firmino Matins de Souza¹


RESUMO
A prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa de alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) é um dos grandes desafios da educação inclusiva. A partir de uma perspectiva centrada no aluno, é preciso buscar estratégias que possibilitem a construção do conhecimento de forma significativa, considerando suas necessidades e características individuais. Nesse contexto, é fundamental uma compreensão dos princípios da aprendizagem significativa e suas implicações para a educação inclusiva. O objetivo deste paper é discutir a importância da prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa no contexto da educação inclusiva, com foco nos alunos com TGD, e apresentar estratégias que podem ser utilizadas pelos professores para facilitar a construção do conhecimento desses alunos.
Palavras-chave: Prática Pedagógica. Educação inclusiva. Aprendizagem significativa. Transtorno global do desenvolvimento.

1. INTRODUÇÃO

A prática pedagógica desempenha um papel fundamental na promoção da aprendizagem significativa e inclusiva. Para alcançar esse objetivo, é necessário considerar as necessidades individuais dos alunos, especialmente daqueles que possuem algum tipo de transtorno global do desenvolvimento (TGD).

Este estudo tem como objetivo explorar a importância de uma prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa dos alunos com TGD e buscar respostas para a seguinte questão problema: Como a prática pedagógica pode ser adaptada para proporcionar uma aprendizagem significativa aos alunos com TGD?

A aprendizagem significativa é um processo que vai além da simples memorização e reprodução de informações. Ela implica na construção ativa do conhecimento, relacionando-o com experiências prévias e estabelecendo conexões relevantes.

Para os alunos com TGD, essa abordagem se torna ainda mais crucial, pois eles apresentam desafios na área social, da comunicação e no desenvolvimento da linguagem, que podem afetar diretamente a sua capacidade de aprendizado.

Diante dessa realidade, a prática pedagógica precisa ser adaptada adequadamente para atender às necessidades específicas desses alunos, promovendo uma aprendizagem significativa e inclusiva.

A prática pedagógica inclusiva busca garantir a participação ativa dos alunos com TGD, proporcionando-lhes oportunidades de aprendizado e desenvolvimento integral, como qualquer outro estudante.

Nesse sentido, o presente estudo busca investigar estratégias e abordagens que possam ser utilizadas pelos professores para promover uma prática pedagógica mais eficaz e inclusiva para alunos com TGD.

2. PRÁTICA PEDAGÓGICA

A prática pedagógica é um elemento fundamental para a aprendizagem significativa dos alunos com TGD.

Segundo a teoria da aprendizagem significativa proposta por Ausubel (1968), o conhecimento é construído a partir da relação entre as informações novas e as que já estão presentes na estrutura cognitiva do aluno, ou seja, a aprendizagem se dá a partir da conexão entre o que o aluno já sabe e os novos conteúdos que lhe são apresentados.

Conforme Ausubel (1968):

A aprendizagem significativa depende, em grande medida, da maneira como o material é apresentado ao aluno - a estruturação dos conteúdos e a organização das informações devem propiciar a formação de conexões com os conhecimentos anteriores do aluno.

Segundo Coll (1999, p.25), "a prática pedagógica é o conjunto de atividades do docente visando à efetivação das intenções educativas". Para atender às necessidades dos alunos com TGD, a prática pedagógica deve ser flexível, adaptada e centrada no aluno.

A utilização de estratégias de ensino diferenciadas é fundamental para a aprendizagem significativa dos alunos com TGD.

De acordo com Mantoan (2003, p.102), é necessário "organizar um plano de ensino individualizado, que valorize o potencial de cada aluno".

2.1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A educação inclusiva é um processo que busca garantir a aprendizagem de todos os alunos, independentemente de suas características individuais.

De acordo com Mantoan (2003), a inclusão não se trata apenas de colocar o aluno com necessidades educacionais especiais na sala de aula regular, mas de oferecer condições para que ele possa participar plenamente do processo educacional.

Mantoan (2003) afirma que "a inclusão diz respeito, pois, a todos os alunos, sem exceção, sem discriminação".

Nesse contexto, a prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa assume um papel ainda mais relevante, uma vez que é preciso considerar as necessidades específicas de cada aluno

A educação inclusiva busca garantir a participação e a aprendizagem de todos os alunos, independentemente de suas necessidades especiais.

De acordo com Santos (2010, p.78), "a educação inclusiva é um processo em que se busca a valorização das diferenças e a garantia do direito à educação para todos".

Para promover a inclusão dos alunos com TGD, é necessário realizar adaptações curriculares, levando em consideração suas habilidades, interesses e ritmo de aprendizagem.

Segundo Luckesi (2010, p.93), as adaptações curriculares "devem ser viabilizadas pela relação interativa do aluno com o objeto de conhecimento".

Uma prática pedagógica inclusiva é fundamental para a aprendizagem significativa de alunos com TGD. Segundo Egawa (2016), essa abordagem busca assegurar que todos os estudantes tenham acesso igualitário às oportunidades de aprendizagem, independentemente das suas características individuais.

2.2. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

A aprendizagem significativa é um processo em que o aluno busca atribuir significado aos conteúdos trabalhados, relacionando-os com seus conhecimentos prévios e estabelecendo conexões entre eles.

Segundo Novak (1998), "a aprendizagem precisa ser encarada como um processo ativo de construção do conhecimento, em que os alunos são desafiados a relacionar o que já sabem com os novos conteúdos".

A aprendizagem significativa busca promover a construção do conhecimento de forma ativa e significativa para o aluno, relacionando os novos conteúdos com suas experiências anteriores.

Para Ausubel (2003, p.52), "a aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação é agregada de forma substantiva e não literal na estrutura cognitiva do aluno".

Alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) podem apresentar desafios nesse processo devido às suas características particulares de desenvolvimento. Segundo Vygotsky (1991), a aprendizagem deve ocorrer dentro da "zona de desenvolvimento proximal", que é a distância entre o nível de desenvolvimento atual e o nível que pode ser alcançado com o suporte de um adulto mais competente.

Na prática pedagógica com alunos com TGD, é importante utilizar estratégias que favoreçam a assimilação dos conteúdos de forma significativa.

De acordo com Coll et al. (1996, p.63), "é fundamental criar situações pedagógicas ricas em significado, relacionando os conteúdos com a realidade dos alunos".

Estratégias Pedagógicas para a Aprendizagem Significativa:

  • Adaptação Curricular:
    Uma das estratégias essenciais para a prática pedagógica com alunos com TGD é a adaptação curricular.
    De acordo com Pérez Juste (2009, p.56), a adaptação curricular consiste em "ajustar o currículo aos diferentes ritmos, estilo de aprendizagem e características individuais de cada aluno".
    Dessa forma, os conteúdos curriculares são ajustados para garantir a compreensão e o envolvimento ativo dos alunos com TGD, promovendo uma aprendizagem significativa.

  • Utilização de recursos visuais e concretos:
    Outra estratégia eficaz é a utilização de recursos visuais e concretos no ensino. Segundo Martínez (2012), esses recursos auxiliam na compreensão de conceitos abstratos e na organização das informações, favorecendo a aprendizagem significativa para alunos com TGD.

  • Trabalho em pequenos grupos: 
    A promoção do trabalho em pequenos grupos é uma prática pedagógica que facilita a interação social e a troca de ideias entre os alunos, favorecendo a aprendizagem significativa.
    De acordo com Tadeu et al. (2018, p.73), "esse tipo de atividade permite uma maior participação dos estudantes com TGD e proporciona um ambiente seguro para o desenvolvimento de habilidades sociais".

 3. CONCLUSÃO

A prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa de alunos com TGD é um dos grandes desafios da educação inclusiva. Nesse sentido, é fundamental uma compreensão dos princípios da aprendizagem significativa e suas implicações para a educação inclusiva. A prática pedagógica voltada para a aprendizagem significativa de alunos com TGD é um dos grandes desafios da educação inclusiva.

É preciso buscar estratégias que possibilitem a construção do conhecimento de forma significativa, considerando as necessidades e características individuais dos alunos com TGD.

Conforme Ausubel (1968), "a prática pedagógica deve ser estruturada de forma a fornecer aos alunos a oportunidade de estabelecer conexões relevantes com seus conhecimentos prévios, promovendo a construção de significados". Para tanto, é importante que a prática pedagógica seja organizada de forma a despertar o interesse e a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem.

A educação inclusiva, aliada a uma abordagem centrada no aluno, a valorização das diferenças e a promoção da aprendizagem significativa, contribui para a inclusão e o desenvolvimento desses alunos.

É fundamental que os professores se capacitem para atender às necessidades individuais de cada aluno com TGD, proporcionando um ambiente inclusivo que estimule seu pleno desenvolvimento cognitivo e social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUSUBEL, D. P. Educational psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968.

AUSUBEL, David P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2003.

COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1996.

COLL, César. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 1999.

EGAWA, R.Y. (2016). Educação inclusiva no Brasil: Reflexões acerca do tema.

Revista Científica Interdisciplinar, 5(1), 139-151.

LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 2010.

MARTÍNEZ, M.L. (2012). Recursos didácticos y aprendizaje significativo. Contribuciones a la Educación, 5(9), 92-99. 

 MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

NOVAK, J. D. Aprender, criar e usar o conhecimento: uma abordagem para a educação. São Paulo: Senac, 1998.

PÉREZ JUSTE, R. (2009). La Adaptación Curricular como modelo de construcción de la respuesta educativa en el aula. Revista Digital de Educación Inclusiva, 2(2), 45-60. 

SANTOS, Simone C.C. Educação inclusiva: convergências entre políticas internacionais e legislação. Petrópolis: Vozes, 2010.

TADEU, A. C., et al.(2018). Promoção de interações sociais de alunos com transtornos globais do desenvolvimento por meio de atividades em grupo. Revista Educação Especial, 31(61), 61-74.

VYGOTSKY, L.S.(1991). A formação social da mente. Martins Fontes.


¹ Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Cidade Verde (UniCV).