PARADIGMAS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO: UMA ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS NA CONSTRUÇÃO METODOLÓGICA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.14600305
Claudinéia Correia dos Santos1
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar como os diferentes paradigmas ontológicos e epistemológicos influenciam a escolha de metodologias e a construção do conhecimento em pesquisas científicas no campo da administração. A pesquisa aborda a relação entre as perspectivas ontológicas e epistemológicas predominantes e suas implicações na definição de abordagens metodológicas. Para isso, foram definidos os seguintes objetivos específicos: conceituar os paradigmas ontológicos e epistemológicos predominantes na pesquisa científica em administração; identificar as principais abordagens metodológicas associadas aos paradigmas de pesquisa (positivista, interpretativista e realista); e analisar as implicações desses paradigmas na construção e validação do conhecimento científico na área. A metodologia escolhida se baseia em pesquisa bibliográfica de caráter descritivo e exploratório, baseada na análise de obras relevantes, como artigos, livros e teses. Este estudo justifica-se pela importância de compreender como diferentes paradigmas de pesquisa moldam a produção científica, impactando práticas de investigação e validação do conhecimento. Assim, o trabalho busca promover uma reflexão crítica sobre os fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa em administração, auxiliando pesquisadores na escolha de abordagens mais adequadas aos seus objetivos. Com base na revisão bibliográfica realizada e na análise das obras consultadas, foi possível concluir que os paradigmas ontológicos e epistemológicos desempenham um papel central na definição das escolhas metodológicas, influenciando os resultados e a validação do conhecimento produzido no campo da administração.
Palavras-chave: Ciências da Administração; Paradigmas Ontológicos e Epistemológicos; Metodologia Científica.
ABSTRACT
This study aims to analyze how different ontological and epistemological paradigms influence the choice of methodologies and the construction of knowledge in scientific research in the field of administration. The research addresses the relationship between the predominant ontological and epistemological perspectives and their implications in the definition of methodological approaches. To this end, the following specific objectives were defined: to conceptualize the predominant ontological and epistemological paradigms in scientific research in administration; to identify the main methodological approaches associated with the research paradigms (positivist, interpretivist and realist); and to analyze the implications of these paradigms in the construction and validation of scientific knowledge in the area. The chosen methodology is based on bibliographic research of a descriptive and exploratory nature, based on the analysis of relevant works, such as articles, books, and theses. This study is justified by the importance of understanding how different research paradigms shape scientific production, impacting research practices and knowledge validation. Thus, the work seeks to promote a critical reflection on the theoretical and methodological foundations of research in administration, assisting researchers in choosing approaches that are most appropriate to their objectives. Based on the bibliographic review conducted and the analysis of the works consulted, it was possible to conclude that the ontological and epistemological paradigms play a leading role in defining methodological choices, influencing the results and validation of the knowledge produced in the field of administration.
Keywords: Administrative Sciences; Ontological and Epistemological Paradigms; Scientific Methodology.
1. Introdução
O presente trabalho tem como objetivo explorar o seguinte tema: a influência dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na seleção da metodológica nas ciências da administração. De acordo com (BURRELL e MORGAN, 2019), que argumentam que "a teoria social é substancialmente uma questão de metáfora, com diferentes escolas de pensamento adotando diferentes imagens básicas para compreender a natureza da realidade social". Essa perspectiva destaca a importância de compreender os pressupostos por trás dos diferentes métodos de pesquisa.
Os autores (LINCOLN e GUBA, 1994) defendem que os paradigmas representam visões de mundo fundamentais que definem, para o pesquisador, 'a natureza da realidade (ontologia), a relação entre o conhecedor e o conhecido (epistemologia). Desta forma discutir sobre a influência dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na escolha metodológica nas Ciências da Administração justifica-se pela relevância crescente de um entendimento crítico sobre como diferentes visões do mundo moldam a produção do conhecimento científico. Assim, é possível notar que os paradigmas de pesquisa podem impactar direta nas práticas de investigação científica, grupos de pesquisadores, instituições acadêmicas e organizações, através da orientação metodológica, da interpretação de resultados e da validação do conhecimento produzido. Para tanto, este trabalho buscará conceituar os paradigmas ontológicos e epistemológicos predominantes na pesquisa científica em administração, identificar as principais abordagens metodológicas associadas aos diferentes paradigmas de pesquisa e analisar as implicações desses paradigmas na construção e validação do conhecimento científico em administração. Sendo assim, o presente trabalho estabeleceu como problema de pesquisa, como os paradigmas ontológicos e epistemológicos influenciam a escolha de metodologias e a construção do conhecimento em pesquisas científicas no campo da administração? E como objetivo geral analisar como os diferentes paradigmas ontológicos e epistemológicos influenciam a escolha de metodologias e a construção do conhecimento em pesquisas científicas no campo da administração.
Para alcançar o objetivo geral, os objetivos específicos serão definidos com base em uma abordagem estruturada, capaz de proporcionar uma compreensão ampla e integrada do tema. O primeiro objetivo específico consiste em conceituar os paradigmas ontológicos e epistemológicos predominantes na pesquisa científica em administração, proporcionando uma análise detalhada sobre os fundamentos filosóficos que orientam as diferentes formas de pensar e investigar na área. Essa conceituação permitirá estabelecer as bases teóricas indispensáveis para compreender como as correntes de pensamento moldam as práticas científicas.
O segundo objetivo é identificar as principais abordagens metodológicas associadas aos diferentes paradigmas de pesquisa, especificamente os paradigmas positivista, interpretativista e realista. Por meio desse objetivo, busca-se mapear como cada paradigma influencia a escolha de métodos, técnicas e estratégias de coleta e análise de dados, destacando as características únicas de cada abordagem e suas contribuições para a produção de conhecimento em administração.
Por fim, o terceiro objetivo é analisar as implicações dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na construção e validação do conhecimento científico em administração. Esse objetivo visa compreender como as premissas filosóficas subjacentes impactam não apenas a forma como o conhecimento é gerado, mas também os critérios adotados para validar e avaliar sua relevância e aplicabilidade no campo da administração. Dessa maneira, espera-se oferecer uma reflexão crítica sobre os desafios e potencialidades associados à pluralidade paradigmática na ciência administrativa.
O presente estudo consiste em pesquisa aplicada, de caráter exploratório e descritivo que segundo (CERVO e BERVIAN, 2007) a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Nesse sentido, os resultados serão apresentados sobre forma qualitativa, a partir da coleta de informações de fontes secundárias, incluindo revisão bibliográfica. Como fontes de pesquisa, a fim de colher o referencial teórico necessário para embasar as análises e discussões, serão realizadas pesquisas em livros, artigos e sites relacionados ao tema. Espera-se que o presente estudo contribua para uma reflexão crítica sobre os fundamentos epistemológicos que orientam a pesquisa em administração, destacando a importância dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na produção e validação do conhecimento científico. Ao examinar criticamente as diferentes abordagens metodológicas este estudo tem como objetivo oferecer contribuições para a compreensão das dinâmicas complexas que estruturam a investigação científica no campo da administração.
2. Fundamentos Ontológicos, Epistemológicos e Metodológicos
No campo da pesquisa científica sua edificação se dá através a interação entre ontologia, epistemologia e metodologia serve como uma estrutura crítica que molda a busca do conhecimento em várias disciplinas. A ontologia, busca se concentrar no estudo do ser e da existência, estabelece as bases para a compreensão da natureza da realidade que os pesquisadores procuram investigar, sendo que conceitos chave como realismo, idealismo e construtivismo desempenham em conjuntura papéis essenciais na definição dos parâmetros da investigação. De acordo com (KILLAM, 2013) um princípio fundamental da ontologia na pesquisa é seu papel na melhoria da comunicação, fornecendo uma compreensão compartilhada de uma área temática, preenchendo assim as lacunas causadas pela diversidade de origens, idiomas, ferramentas e técnicas.
Ao passo que o campo de estudo da epistemologia se concentra na natureza e no escopo do conhecimento, sua influência estende-se de maneira significativa à seleção dos métodos de pesquisa. Nesse sentido, conforme apontado por Guizzardi (2008), as crenças epistemológicas desempenham um papel central na fundamentação das suposições sobre o que constitui conhecimento válido e sobre os caminhos para obtê-lo. Essas crenças não apenas moldam as escolhas metodológicas dos pesquisadores, mas também regem a forma como as informações são interpretadas e validadas no processo investigativo.
A influência da epistemologia manifesta-se através de diversas posturas, incluindo o positivismo, o interpretativismo e o realismo. Cada uma dessas perspectivas epistemológicas sustenta metodologias distintas, que refletem seus fundamentos filosóficos e suas visões de mundo. O positivismo privilegia métodos quantitativos e busca por objetividade, focando na mensuração e na explicação causal de fenômenos. O interpretativismo, por outro lado, adota uma abordagem qualitativa, enfatizando a interpretação de significados subjetivos e a construção intersubjetiva do conhecimento. Já o realismo crítico busca integrar aspectos dessas perspectivas, investigando os mecanismos subjacentes que explicam os fenômenos, frequentemente por meio de uma combinação de métodos.
Esse artigo tem como objetivo explorar como considerações ontológicas e epistemológicas fundamentam escolhas metodológicas, ao mesmo tempo que influenciam o desenvolvimento de soluções práticas e contextualizadas. Por meio de uma análise detalhada, busca-se oferecer subsídios teóricos e práticos que não apenas orientem a compreensão dos fundamentos filosóficos, mas também promovam sua aplicação em pesquisas científicas. Assim, ao investigar as interseções entre filosofia e prática científica, este trabalho visa destacar a relevância das escolhas paradigmáticas na pesquisa contemporânea.
Além disso, a análise proposta neste artigo busca fornecer uma visão abrangente das relações entre filosofia e pesquisa científica, evidenciando como as posturas epistemológicas moldam a prática investigativa. Tal abordagem busca preparar o terreno para uma discussão mais aprofundada nos capítulos seguintes, nos quais serão examinados de maneira detalhada os paradigmas e suas respectivas implicações metodológicas. Ao conectar as bases filosóficas com o contexto prático da pesquisa, espera-se contribuir para uma reflexão crítica sobre as escolhas que sustentam a produção de conhecimento científico.
2.1 Paradigmas Ontológicos e Epistemológicos na Pesquisa Científica
A pesquisa científica pode ser entendida como uma jornada rica e desafiadora em que os paradigmas ontológicos e epistemológicos servem como bússolas fundamentais. Essas referências filosóficas não são apenas construções teóricas distantes, mas lentes que orientam os pesquisadores na compreensão e interpretação da realidade. A ontologia, ao explorar a natureza daquilo que acreditamos ser verdadeiro, e a epistemologia, ao examinar os caminhos para o conhecimento, estabelecem um diálogo crítico que transcende as abstrações acadêmicas. São esses fundamentos que orientam os cientistas na escolha dos métodos, definindo não apenas como estudar um problema, mas também os horizontes e limites do que pode ser compreendido. Toda decisão de pesquisa, desde a formulação de questões até a seleção de ferramentas analíticas, traz profundas implicações filosóficas. Muitas vezes, sem se aperceberem, os investigadores traduzem pressupostos ontológicos e epistemológicos em estratégias concretas de investigação, revelando como a nossa compreensão da realidade molda intrinsecamente o conhecimento que produzimos.
Cada decisão de pesquisa desde a formulação de uma pergunta até a seleção de instrumentos de análise arrega consigo uma carga filosófica profunda. Pesquisadores, muitas vezes sem perceber, traduzem pressupostos ontológicos e epistemológicos em estratégias concretas de investigação, revelando como nossa compreensão da realidade molda intrinsecamente o conhecimento que produzimos.
A título de exemplo, o positivismo, defendido pelo autor Karl Popper, que expõe que existe uma realidade objetiva, que pode ser quantificada e medida por meio de observação empírica, levando a metodologias que anteferem a análise estatística e os projetos experimentais. Em outra vertente contrastante, o interpretativismo, defendido pelo autor norte-americano Clifford Geertz, que ressalta a natureza subjetiva da realidade, argumentando que ela é construída por meio de interações sociais e contextos culturais, defendendo assim métodos qualitativos que capturam a riqueza da experiência humana. Além disso, o realismo, conforme aventado pelo escritor Roy Bhaskar, que precoriza um meio termo entre os paradigmas onde reconhece a existência de uma realidade independente, mas considera é reconhece o papel da interpretação humana, levando os pesquisadores a adotar abordagens de métodos heterogênos que combinam rigor quantitativo com profundidade qualitativa.
Em razão da influência dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na pesquisa científica, a seleção de abordagens metodológicas não advém de maneira isolada, mas reflete os pressupostos filosóficos que afiançam a investigação. Desta forma, faz-se fundamental explorar como cada paradigma traduz suas premissas em práticas metodológicas concretas, abordando a escolha de métodos e técnicas que possibilitem alcançar os objetivos de pesquisa. Na seção seguinte, se pretende explorar como esses paradigmas se manifestam em diferentes abordagens metodológicas, revelando a intrínseca conexão entre filosofia da ciência e prática investigativa.
2.2 Abordagens Metodológicas Associadas aos Paradigmas de Pesquisa
As abordagens metodológicas são muito mais do que simples técnicas de investigação; representam verdadeiras janelas através das quais os pesquisadores observam e interpretam a complexidade do mundo. Cada metodologia carrega consigo uma história filosófica própria, revelando distintas formas de compreender como o conhecimento é construído e validado.
Assim como os artistas escolhem pincéis e técnicas para retratar uma paisagem de maneira única, os cientistas selecionam metodologias que refletem suas perspectivas sobre a realidade. Essas escolhas não são neutras, mas sim expressões de visões cuidadosamente construídas sobre como explorar, interpretar e compreender as características ao nosso redor.
Na perspectiva positivista, segundo Popper (1959), a pesquisa busca objetividade por meio de métodos quantitativos rigorosos. Os estudos caracterizam-se por experimentos controlados, surveys e análises estatísticas, visando generalizações replicáveis e mantendo distância entre pesquisador e objeto de estudo.
Na abordagem interpretativista, conforme fundamentado por Geertz (1973), se observa uma valoriza a complexidade das experiências humanas. Privilegia metodologias qualitativas como entrevistas narrativas e estudos etnográficos, focando na compreensão dos significados subjetivos e contextos culturais.
O realismo, proposto por Bhaskar (1975), emerge como abordagem integradora. Reconhece uma realidade independente, mediada por interpretações humanas, adotando métodos mistos que combinam técnicas quantitativas e qualitativas para compreender mecanismos causais subjacentes.
A escolha metodológica não é neutra: reflete posicionamentos epistemológicos que orientam desde a formulação da pergunta de pesquisa até a seleção de instrumentos de coleta de dados. Na prática contemporânea, muitos pesquisadores adotam abordagens híbridas, reconhecendo que nenhum paradigma isoladamente captura completamente a complexidade dos fenômenos. A sofisticação metodológica reside na capacidade de escolher estratégias que melhor respondam às especificidades de cada investigação.
2.3 Implicações dos Paradigmas na Construção e Validação do Conhecimento
A construção do conhecimento científico é um processo labiríntico deveras instigado pelos paradigmas epistemológicos, os quais orientam as escolhas teóricas e metodológicas que moldam a investigação científica. Os diferentes olhares científicos – positivista, interpretativista e realista crítico – determinam fundamentalmente como os pesquisadores compreendem, investigam e validam a realidade, refletindo visões distintas sobre a natureza do conhecimento e da própria realidade.
Na formulação do problema de pesquisa, cada paradigma estabelece uma lógica própria, profundamente enraizada em suas premissas filosóficas. O positivismo, segundo Lakatos (1978), caracteriza-se por delimitar o objeto de estudo através de variáveis mensuráveis e hipóteses testáveis, privilegiando a objetividade e a replicabilidade. Esse paradigma enfatiza a busca por leis universais e relações causais que possam ser empiricamente verificadas, utilizando métodos quantitativos como principal ferramenta investigativa.
Por outro lado, o interpretativismo, fundamentado em autores como Geertz (1973), volta-se para a compreensão dos significados subjetivos e das narrativas individuais, buscando captar as interpretações que os atores sociais atribuem às suas ações e contextos. Essa abordagem valoriza a construção do conhecimento como um processo intersubjetivo, priorizando métodos qualitativos, como entrevistas, etnografias e análises discursivas, para explorar a riqueza das experiências humanas.
O realismo crítico, proposto por Bhaskar (1975), apresenta-se como uma alternativa que busca revelar os mecanismos causais subjacentes aos fenômenos, combinando aspectos das abordagens anteriores. Ele enfatiza a necessidade de ir além das aparências observáveis, investigando as estruturas e relações que geram os eventos e padrões da realidade. O realismo reconhece a existência de uma realidade independente das percepções humanas, ao mesmo tempo que valoriza a construção social do conhecimento científico. Importante destacar que a compreensão dos paradigmas não busca estabelecer hierarquia entre eles, mas sim reconhecer a complementaridade das abordagens. Cada perspectiva oferece insights valiosos e únicos para a pesquisa científica, ampliando as possibilidades de compreensão dos fenômenos estudados. A sofisticação metodológica contemporânea reside, muitas vezes, no diálogo entre diferentes visões, permitindo a construção de abordagens integrativas que superam os limites impostos por uma única perspectiva paradigmática.
A escolha paradigmática, portanto, transcende a decisão metodológica, configurando-se como um posicionamento epistemológico sobre a natureza do conhecimento científico e a relação do pesquisador com o objeto de estudo. Ao explicitarmos esses pressupostos, não apenas nos tornamos pesquisadores mais críticos, mas também contribuímos para a produção de conhecimentos mais significativos e robustos. Esse processo reflexivo amplia nossa capacidade de lidar com a complexidade e a diversidade dos fenômenos no campo científico, reforçando a importância de compreender os paradigmas como lentes que enriquecem a prática investigativa.
3. Consideraçõe finais
Conforme apresentado ao longo deste trabalho, é possível reforçar a relevância do tema discutido, considerando que a influência dos paradigmas ontológicos e epistemológicos na pesquisa científica impacta de forma expressa a escolha de metodologias e a construção do conhecimento, especialmente no campo da administração. Este estudo buscou destacar como diferentes pressupostos filosóficos norteiam práticas investigativas, contribuindo para um entendimento mais crítico e fundamentado das abordagens metodológicas.
As informações e dados discutidos reforçam a importância de uma análise criteriosa dos paradigmas na produção acadêmica, evidenciando que a escolha metodológica não é neutra, mas reflete posicionamentos epistemológicos que direcionam a partir da definição do problema até a corroboração do conhecimento. Desse modo, a compreensão dessas conexões contribui de forma relevante para o progresso do campo da administração, auxiliando os pesquisadores a estremar estratégias mais congruente às particularidades de seus estudos e contextos de aplicação.
Os conteúdos apresentados neste trabalho asservam que outras pesquisas podem ser desenvolvidas sobre este tema, deviso a sua relevância. Estudos futuros podem investigar com maior profundidade a interação entre paradigmas e práticas específicas no âmbito administrativo.
Compreender os paradigmas metodológicos, como discutido ao longo deste artigo, não apenas sustenta a produção de conhecimento científico rigoroso, mas também promove a integração de perspectivas diversas, essencial para enfrentar os desafios complexos da contemporaneidade. Esse entendimento se torna uma condição indispensável para a consolidação de práticas de pesquisa que sejam tanto rigorosas quanto contextualmente relevantes, abrindo caminho para avanços significativos no meio acadêmico e prático.
Por fim, espera-se que este trabalho inspire reflexões críticas e motive a realização de novas investigações sobre as inter-relações entre ontologia, epistemologia e metodologia na pesquisa científica, fortalecendo a contribuição da administração enquanto ciência e prática.
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1 Discente do Curso de Doutorado em Administração da Enber University. Mestre em Administração de Empresas pela MUST University. Pós-graduada em Gerenciamento de Projetos pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Pós-graduada em Gestão Estratégica de Negócios pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Ibirapuera. E-mail: [email protected].