O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE AOS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO E-LEARNING NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16938140
Joana de Lourdes Evangelista1
RESUMO
Esta pesquisa aborda o papel do professor diante dos desafios e perspectivas do e-learning na educação básica, com foco na Escola Pública Municipal Dona Durvalina, em São João do Manhuaçu, Minas Gerais. O objetivo é compreender como as mudanças no perfil dos alunos e os avanços das tecnologias digitais influenciam as práticas pedagógicas, as competências e habilidades docentes diante dos desafios enfrentados. A metodologia adotada foi da pesquisa bibliográfica, qualitativa, exploratória e aplicada, fundamentada em obras de autores como Alves e Lopes, Nóvoa, Bacich e Moran, Camargo e Daros, Cardoso et al., Cunha et al., Duque et al., Curtolo e Evangelista. Foram analisados conteúdos sobre metodologias ativas, competências digitais, formação continuada e integração das tecnologias digitais emergentes. Espera-se como resultado a proposição de estratégias pedagógicas inovadoras que favoreçam a inclusão e a personalização da aprendizagem. Conclui-se que a integração planejada das tecnologias digitais e metodologias ativas fortalecem o papel do professor como mediador e facilitador da aprendizagem significativa atendendo à demanda educacional contemporânea.
Palavras-chave: E-learning. Tecnologias Digitais. Estratégias Pedagógicas. Competências Docentes. Metodologias Ativas. Formação Continuada.
ABSTRACT
This research addresses the role of teachers in the face of the challenges and prospects of e- learning in basic education, focusing on the Dona Durvalina Municipal Public School in São João do Manhuaçu, Minas Gerais. The objective is to understand how changes in student profiles and advances in digital technologies influence pedagogical practices, competencies, and teaching skills in the face of these challenges. The methodology adopted was bibliographic, qualitative, exploratory, and applied research, based on the works of authors such as Alves and Lopes, Nóvoa, Bacich and Moran, Camargo and Daros, Cardoso et al., Cunha et al., Duque et al., Curtolo and Evangelista. Content on active methodologies, digital competencies, continuing education, and the integration of emerging digital technologies were analyzed. The expected outcome is the proposal of innovative pedagogical strategies that promote inclusion and personalized learning. It is concluded that the planned integration of digital technologies and active methodologies strengthens the role of the teacher as a mediator and facilitator of meaningful learning, meeting contemporary educational demands.
Keywords: E-learning. Digital Technologies. Pedagogical Strategies. Teaching Competencies. Active Methodologies. Continuing Education.
1. Introdução
A crescente presença das tecnologias digitais na educação básica vem transformando significativamente o papel do professor e as dinâmicas de ensino-aprendizagem. A inserção de recursos digitais e do e-learning exige a adaptação das práticas pedagógicas, contemplando novas competências e estratégias metodológicas adequadas às demandas da sociedade contemporânea e ao perfil dos alunos que crescem imersos na cultura digital.
A relevância deste estudo está na necessidade de compreender como as tendências educacionais e as tecnologias emergentes afetam a prática docente, especialmente na Escola Pública Municipal Dona Durvalina, em São João do Manhuaçu, Minas Gerais. Investigar essas mudanças contribui para propor soluções pedagógicas mais inclusivas e inovadoras, alinhadas aos desafios e às oportunidades do cenário educacional atual.
O problema de pesquisa consiste em compreender de que forma as mudanças no perfil e no modo de aprendizagem dos alunos, associadas aos avanços tecnológicos, impactam o papel do professor, as competências e habilidades exigidas diante dos desafios enfrentados. Parte-se da hipótese de que a incorporação consciente das tecnologias digitais promove maior engajamento e eficácia no processo de aprendizagem, desde que acompanhada por formação e suporte adequados.
O objetivo desta pesquisa é compreender como as mudanças no perfil dos alunos e os avanços das tecnologias digitais influenciam as práticas pedagógicas, as competências docentes e os desafios enfrentados. A investigação está alinhada às contribuições teóricas de autores que abordam os fundamentos teóricos e estratégias para orientar a transformação digital nas escolas, conciliando inovação com práticas pedagógicas sólidas e contextualizadas. Neste estudo adotou-se a metodologia da pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, exploratória e aplicada, fundamentada em obras de autores como Alves e Lopes, Nóvoa, Bacich e Moran, Camargo e Daros, Cardoso et al., Cunha et al., Duque et al., Curtolo e Evangelista. A pesquisa bibliográfica permite analisar e discutir ideias de diferentes autores com base em publicações previamente disponibilizadas, possibilitando a construção de um arcabouço teórico sólido (Gil, 2019).
Os dados foram obtidos por meio da seleção criteriosa de materiais acadêmicos relevantes, contemplando autores que tratam sobre os assuntos centrais do trabalho. O tratamento dos dados ocorreu por meio da análise de conteúdo, com abordagem interpretativa, relacionando evidências teóricas com o contexto da instituição estudada. A pesquisa, embora sólida em sua fundamentação, apresenta como limitação a ausência de pesquisa de campo e a dependência de dados secundários.
Este estudo está estruturado em três seções principais, além da introdução e das considerações finais. O referencial teórico é apresentado em três subseções: A primeira aborda as mudanças no perfil dos alunos e as novas demandas da aprendizagem. A segunda discute o papel do professor na era digital, competências e metodologias inovadoras. A terceira subseções referencial teórico analisa o e-learning e as tecnologias emergentes na escola pública, apresentando benefícios, desafios e estratégias de implementação. Na seção das considerações finais, são retomadas as principais conclusões do estudo, com sugestões para práticas pedagógicas inclusivas que utilizem de modo crítico e responsável os recursos digitais.
2. As Práticas Docentes Diante ao E-learning e as Tecnologias Digitais Emergentes
2.1 As Mudanças no Perfil dos Alunos e as Novas Demandas da Aprendizagem
A compreensão das transformações no perfil dos alunos exige a análise da evolução histórica dos métodos de aprendizagem na educação básica. Conforme Alves e Lopes (2024), o avanço das plataformas digitais ampliou o acesso a saberes, democratizando conteúdos e permitindo maior interatividade entre estudantes e professores, o que exige novas estratégias pedagógicas alinhadas às realidades digitais.
O contexto histórico evidencia que, enquanto a educação tradicional valorizava a transmissão linear de conhecimento, as demandas contemporâneas requerem protagonismo discente e mediação ativa do professor. As plataformas digitais ampliaram o repertório de recursos disponíveis, tornando o ambiente de aprendizagem mais dinâmico e adaptado às necessidades individuais dos estudantes.
Nóvoa (2019) destaca que as mudanças sociais e tecnológicas transformaram a escola e o papel docente, impondo a necessidade de compreender o novo perfil discente. As gerações atuais crescem imersas em tecnologias digitais, desenvolvendo expectativas de aprendizagem baseadas na instantaneidade, interatividade e personalização dos conteúdos educativos, desafiando modelos pedagógicos tradicionais.
Essa realidade gera implicações profundas no processo de ensino-aprendizagem, exigindo que o professor compreenda tanto as potencialidades quanto as fragilidades dos estudantes. A familiaridade tecnológica não garante, por si só, competências críticas e reflexivas, sendo essencial que a mediação pedagógica desenvolva habilidades cognitivas e socioemocionais adequadas ao século XXI.
O letramento digital dos docentes é fundamental para acompanhar as transformações cognitivas, sociais e culturais resultantes da cultura digital (Costa & Ferreira, 2020). Essa competência possibilita ao professor criar experiências de aprendizagem significativas, integrando recursos tecnológicos com objetivos pedagógicos claros e estratégias que favoreçam a construção ativa do conhecimento.
A incorporação consciente das tecnologias digitais implica superar usos superficiais ou meramente instrumentais. O letramento digital docente permite explorar as plataformas como ambientes de aprendizagem interativo e colaborativo, promovendo tanto a autonomia quanto a participação ativa dos alunos nos processos educativos.
Quando integradas de forma planejada, as tecnologias digitais ampliam a capacidade de personalização da aprendizagem (Alves & Lopes, 2024). Recursos adaptativos ajustam o conteúdo e a velocidade de estudo ao perfil de cada estudante, potencializando o desenvolvimento cognitivo e oferecendo suporte às diferentes necessidades educacionais presentes nas salas de aula.
No entanto, a personalização exige do professor competências de análise e interpretação de dados educacionais, de forma a identificar padrões de aprendizagem e adaptar metodologias. Esse processo requer formação continuada, permitindo que a prática docente acompanhe o dinamismo tecnológico e as rápidas transformações no perfil discente.
Nóvoa (2019) ressalta que, em tempos de metamorfose escolar, a atuação docente deve conciliar tradição e inovação, equilibrando a transmissão cultural com a construção colaborativa de saberes. Essa abordagem híbrida responde às demandas contemporâneas, preservando valores educacionais e incorporando metodologias que dialoguem com a cultura digital. Ao equilibrar inovação e tradição, o professor garante que os estudantes desenvolvam competências digitais sem perder o vínculo com fundamentos humanistas. Essa perspectiva assegura que o uso de tecnologias não substitua o sentido formativo da educação, mas, sim, potencialize o pensamento crítico e a responsabilidade social.
Costa e Ferreira (2020) argumentam que o letramento digital é um processo contínuo, no qual o professor precisa manter-se atualizado frente às constantes inovações tecnológicas. Essa atualização garante que as práticas pedagógicas sejam compatíveis com as expectativas e habilidades dos alunos, favorecendo um ambiente escolar inclusivo e adaptado à diversidade.
Alves e Lopes (2024) reforçam que as mudanças no perfil discente exigem que a escola repense suas metodologias e currículos. A integração planejada e crítica de tecnologias permite atender às necessidades de um público diversificado, alinhando a aprendizagem com as demandas da sociedade atual. A formação contínua dos professores é fundamental para desenvolver práticas pedagógicas relevantes que incorporem recursos digitais de forma reflexiva. Esse compromisso promove aprendizagens significativas, fortalece a autonomia dos alunos e amplia sua participação ativa no processo educativo.
2.2 O Papel do Professor na Era Digital: Competências, Práticas e Metodologias Inovadoras
O professor do século XXI precisa adotar metodologias ativas que incentivemo protagonismo do estudante e o engajamento na construção do conhecimento (Bacich & Moran, 2018). Essas abordagens favorecem a aprendizagem significativa e desenvolvem competências essenciais para lidar com os desafios da sociedade contemporânea, marcada pela interatividade e pela transformação digital acelerada.
A adoção de metodologias ativas implica que o docente assuma um papel de mediador e facilitador, orientando o estudante na resolução de problemas reais e no uso crítico das tecnologias. Esse novo perfil docente exige flexibilidade, inovação e capacidade de integrar recursos digitais aos objetivos pedagógicos, respeitando as especificidades de cada contexto escolar.
Segundo Camargo e Daros (2021), estratégias pedagógicas digitais eficazes exigem alinhamento entre recursos tecnológicos e objetivos de aprendizagem, garantindo que as ferramentas escolhidas potencializem os resultados educacionais. O professor deve selecionar tecnologias que favoreçam a colaboração, a personalização e a interatividade, ampliando as oportunidades de construção de saberes em ambientes físicos e virtuais.
O uso criterioso das tecnologias requer do docente a habilidade de planejar atividades que combinem metodologias tradicionais e digitais, criando experiências de aprendizagem diversificadas. Essa abordagem híbrida contribui para o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e emocionais, preparando os estudantes para atuar em uma sociedade globalizada e conectada digitalmente.
A formação continuada é essencial para que o professor acompanhe as inovações tecnológicas e pedagógicas (Cardoso et al., 2021). Essa formação possibilita a apropriação crítica das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), fortalecendo a capacidade docente de aplicar metodologias inovadoras e de promover a inclusão digital no ambiente escolar.
A formação continuada deve ser planejada como um processo permanente e reflexivo, no qual o professor atualiza seus conhecimentos, compartilha práticas e colabora com colegas. Essa perspectiva favorece o desenvolvimento de competências digitais e pedagógicas necessárias para integrar metodologias ativas e recursos tecnológicos de forma crítica e efetiva.
Para Cunha et al. (2024), metodologias ativas são estratégias centradas no estudante, nas quais a aprendizagem ocorre por meio de experiências práticas e reflexivas. Elas promovem o desenvolvimento da autonomia, da capacidade de resolver problemas e do pensamento crítico, competências indispensáveis no contexto educacional da era digital. A aplicação de metodologias ativas exige que o professor desenvolva habilidades de planejamento e adaptação de atividades, considerando diferentes estilos de aprendizagem e níveis de familiaridade tecnológica dos estudantes. Isso requer um olhar atento para a diversidade da turma e a disposição para inovar constantemente nas práticas pedagógicas.
Bacich e Moran (2018) ressaltam que a integração de metodologias ativas ao uso de tecnologias digitais amplia o alcance e a profundidade da aprendizagem. Ambientes virtuais, recursos multimídia e plataformas colaborativas potencializam o engajamento discente, permitindo o acompanhamento personalizado do progresso e o incentivo à aprendizagem autônoma e colaborativa.
Ao integrar tecnologias e metodologias ativas, o professor potencializa a aprendizagem, mas também enfrenta desafios como a necessidade de infraestrutura adequada, tempo para planejamento e apoio institucional. Superar essas barreiras requer políticas educacionais que valorizem o papel docente e incentivem a inovação pedagógica com suporte técnico e formativo contínuo.
Camargo e Daros (2021) observam que as estratégias digitais bem-sucedidas dependem de um planejamento pedagógico claro, que considere as metas de aprendizagem, o perfil dos estudantes e a viabilidade técnica. A escolha das ferramentas deve priorizar a funcionalidade e o alinhamento com os objetivos educacionais, evitando a adoção de recursos apenas pelo seu apelo tecnológico.
Essa visão estratégica no uso da tecnologia permite ao professor otimizar tempo e recursos, criando experiências de aprendizagem significativas e contextualizadas. Ao selecionar ferramentas adequadas, o docente evita dispersões e favorece um ambiente digital que contribui efetivamente para o desenvolvimento das competências previstas no currículo escolar. Cardoso et al. (2021) defendem que a formação docente para uso de TIC deve contemplar aspectos técnicos e pedagógicos, permitindo ao professor compreender como adaptar o uso das ferramentas às necessidades reais de ensino. Essa abordagem garante que as tecnologias sejam mediadoras efetivas no processo educativo e não apenas acessórios complementares.
O alinhamento entre técnica e pedagogia fortalece o papel do professor como agente de transformação. Ao compreender como as tecnologias podem potencializar as metodologias ativas, o docente cria um espaço de aprendizagem mais inclusivo, participativo e coerente com as demandas de uma sociedade digitalmente interconectada.
A efetividade das metodologias ativas depende de um ambiente que valorize a participação do estudante e incentive o pensamento crítico (Cunha et al., 2024). O professor, como mediador, precisa criar desafios e oportunidades que estimulem o protagonismo discente e a construção coletiva de soluções para problemas complexos.
A atuação mediadora do professor fortalece relações educativas, estimula o engajamento e forma cidadãos críticos e colaborativos. A combinação de metodologias ativas com ferramentas digitais expande oportunidades de aprendizagem, atendendo melhor às exigências educacionais atuais. É fundamental que o educador mantenha uma postura de constante atualização, adaptando-se às mudanças tecnológicas e sociais. Essa disposição para aprender continuamente assegura práticas inovadoras, focadas no aluno e adequadas aos desafios do século XX.
2.3 O E-learning e as Tecnologias Digitais na Escola Pública: Desafios e Perspectivas
O e-learning, impulsionado pela inteligência artificial, redefine os processos de ensino-aprendizagem, oferecendo recursos adaptativos que personalizam a experiência educacional (Duque et al., 2025). Essa abordagem amplia o alcance da educação, permitindo que estudantes com diferentes perfis e ritmos de aprendizagem participem de forma ativa e significativa do processo formativo.
A personalização proporcionada pelo e-learning promove maior engajamento discente e favorece a construção de conhecimentos mais duradouros. Ao permitir a adaptação dos conteúdos às necessidades individuais, cria-se um ambiente mais inclusivo e eficiente, no qual a tecnologia atua como mediadora das interações pedagógicas e do desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais.
Segundo Curtolo (2025a), o design instrucional na educação infantil deve considerar as especificidades do desenvolvimento infantil e integrar recursos digitais que estimulem a curiosidade, a criatividade e a autonomia. A aplicação de metodologias planejadas garante que o uso da tecnologia seja orientado para objetivos pedagógicos claros e contextualizados.
Esse cuidado com o design instrucional é essencial para que a tecnologia não se torne um fim em si mesma, mas um meio para potencializar a aprendizagem. A organização de atividades, a sequência didática e a escolha dos recursos devem favorecer a interação, a exploração e a construção ativa do conhecimento, especialmente nos primeiros anos escolares. Curtolo (2025b) destaca que a inteligência artificial aplicada à educação a distância permite criar percursos formativos personalizados, respeitando as diferenças individuais dos alunos. Sistemas inteligentes analisam dados de desempenho e sugerem ajustes no conteúdo, oferecendo ao professor informações estratégicas para intervenções mais precisas e eficazes. A utilização desses sistemas inteligentes potencializa o papel docente como mediador, pois fornece subsídios para identificar dificuldades e propor soluções direcionadas. Esse processo contribui para otimizar o tempo de ensino e promover experiências de aprendizagem mais significativas, alinhadas às necessidades e expectativas de cada estudante.
Para Evangelista (2025a), os ambientes digitais oferecem oportunidades únicas para a inclusão de estudantes com necessidades especiais, adaptando recursos e estratégias conforme suas demandas específicas. Essa flexibilidade é fundamental para assegurar que todos os alunos tenham acesso equitativo ao conhecimento, independentemente de suas limitações.
A inclusão digital na educação básica fortalece o compromisso com a equidade, mas requer planejamento cuidadoso, capacitação docente e suporte institucional. Sem esses elementos, corre-se o risco de ampliar desigualdades, transformando a tecnologia em um fator de exclusão para aqueles que não dispõem de acesso ou habilidades necessárias.
Evangelista (2025b) ressalta que a transição da educação infantil para o ensino fundamental pode ser facilitada pelo uso estratégico das tecnologias digitais. Recursos interativos e ambientes virtuais contribuem para suavizar as mudanças de rotina e metodologia, apoiando o desenvolvimento de habilidades essenciais para as novas demandas escolares.
Essa transição mediada pela tecnologia reduz o impacto emocional e cognitivo das mudanças, permitindo que os alunos se adaptem gradualmente a novos formatos e expectativas. A continuidade no uso de recursos digitais entre os níveis de ensino cria um elo pedagógico importante para o sucesso educacional.
Apesar dos avanços, a implementação do e-learning na escola pública enfrenta desafios como infraestrutura precária, conectividade insuficiente e resistência cultural (Duque et al., 2025). Esses fatores limitam o pleno aproveitamento das tecnologias emergentes e exigem estratégias específicas para superá-los.
Superar essas barreiras requer investimentos consistentes em infraestrutura e programas de capacitação. A formação continuada dos professores é decisiva para garantir que a tecnologia seja incorporada de forma crítica e produtiva, ampliando seu impacto na aprendizagem e no desenvolvimento integral dos estudantes.
Segundo Curtolo (2025a), o planejamento instrucional aliado à infraestrutura adequada é um fator determinante para o sucesso do e-learning. A ausência de um desses elementos compromete a eficácia da metodologia, independentemente da qualidade dos recursos digitais disponíveis.
A integração entre pedagogia e tecnologia deve ser vista como um processo sistêmico, no qual todos os componentes do ambiente escolar – professores, gestores, estudantes e comunidade – participam ativamente da transformação digital. Essa colaboração favorece a sustentabilidade das inovações implementadas.
A adoção de tecnologias digitais emergentes precisa ser acompanhada por políticas públicas que incentivem e financiem projetos educacionais inovadores (Curtolo, 2025b). A ausência de diretrizes claras pode gerar iniciativas fragmentadas e sem continuidade, reduzindo o potencial transformador do e-learning. A criação de políticas públicas consistentes garante a padronização e a qualidade dos programas de e-learning. Essas políticas devem contemplar desde a infraestrutura e conectividade até a formação docente e a avaliação contínua dos resultados, assegurando que a tecnologia esteja a serviço do aprendizado.
Evangelista (2025a) observa que a colaboração entre professores é um elemento- chave para a implementação bem-sucedida do e-learning. O compartilhamento de práticas, experiências e recursos fortalece a comunidade escolar e acelera o processo de inovação pedagógica.
O trabalho colaborativo permite que os professores superem dificuldades técnicas e pedagógicas de forma coletiva, potencializando o impacto das tecnologias emergentes no ambiente escolar. Esse espírito de cooperação contribui para criar uma cultura de inovação sustentada e duradoura.
Evangelista (2025b) reforça que o apoio institucional é indispensável para consolidar o uso das tecnologias digitais na educação. Gestores escolares precisam oferecer suporte técnico, incentivar a experimentação pedagógica e garantir que os recursos estejam acessíveis a todos os docentes.
O suporte institucional cria um ambiente favorável para que os professores se sintam motivados a explorar novas metodologias. Assim, o e-learning deixa de ser uma proposta isolada e passa a integrar de forma orgânica o projeto pedagógico da escola, beneficiando toda a comunidade escolar. O sucesso do e-learning na escola pública depende da articulação entre políticas públicas, infraestrutura adequada, formação docente e engajamento comunitário. Essa integração é essencial para que as tecnologias emergentes cumpram seu papel de ampliar o acesso, promover a inclusão e melhorar a qualidade da educação básica.
3. Considerações Finais
O estudo evidenciou que a incorporação planejada das tecnologias digitais e do e- learning na educação básica potencializa o engajamento discente, favorece a personalização da aprendizagem e amplia as possibilidades pedagógicas. Retomando os objetivos propostos, verificou-se que o desenvolvimento de competências digitais docentes, aliado à formação continuada e ao suporte institucional, é fundamental para superar desafios e promover práticas educativas mais inovadoras, inclusivas e alinhadas às demandas da sociedade contemporânea.
Como contribuição, a pesquisa oferece subsídios teóricos para orientar estratégias de implementação das tecnologias emergentes no contexto escolar público, enfatizando a importância do equilíbrio entre inovação e fundamentos pedagógicos. Recomenda-se que futuras investigações incluam estudos de campo, ampliem o diálogo com professores e gestores e avaliem a efetividade de políticas públicas voltadas à transformação digital, garantindo a sustentabilidade das práticas e a melhoria contínua da qualidade do ensino.
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1 Graduada em Pedagogia. Especialista em Educação Inclusiva. Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail: [email protected].