O PAPEL DO BRINCAR NA CONSTRUÇÃO DO SABER
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16938362
Débora Correa da Silva Ferreira1
RESUMO
Este paper aborda a aprendizagem por meio do brincar, tema que tem ganhado destaque no campo educacional devido à sua capacidade de promover o desenvolvimento integral das crianças. Reconhecida como uma atividade essencial na infância, a brincadeira estimula a criatividade, a socialização e o pensamento crítico, configurando-se como uma ferramenta poderosa para o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo principal deste estudo é analisar a importância do brincar como estratégia pedagógica, especialmente no contexto da educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Para isso, a metodologia adotada baseia-se em pesquisa bibliográfica, com fundamentação teórica em autores como Vygotsky, Piaget e Kishimoto, que discutem o papel do lúdico no processo educativo. A partir da análise desses referenciais e da articulação crítica com a prática docente, evidencia-se que o brincar não deve ser encarado apenas como um momento de lazer, mas como um meio eficaz para a aprendizagem significativa. Conclui-se que, quando valorizado de maneira intencional e planejada, o brincar transforma a sala de aula em um espaço de descobertas, promovendo o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança.
Palavras-chave: Aprendizagem lúdica. Desenvolvimento infantil. Prática pedagógica.
ABSTRACT
This paper addresses learning through play, a topic that has gained prominence in the educational field due to its ability to promote the integral development of children. Recognized as an essential activity in childhood, play stimulates creativity, socialization, and critical thinking, establishing itself as a powerful tool for the teaching-learning process. The main objective of this study is to analyze the importance of play as a pedagogical strategy, especially in the context of early childhood education and the initial years of elementary school. For this purpose, the methodology adopted is based on bibliographic research, grounded in theoretical frameworks from authors such as Vygotsky, Piaget, and Kishimoto, who discuss the role of play in the educational process. From the analysis of these references and the critical articulation with teaching practice, it is evident that play should not be seen merely as a moment of leisure but as an effective means for meaningful learning. It is concluded that when play is intentionally and thoughtfully valued, it transforms the classroom into a space of discovery, promoting cognitive, affective, and social development in children.
Keywords: Playful learning. Child development. Pedagogical practice.
1 Introdução
A infância é um período rico em descobertas, marcado por experiências que moldam a forma como a criança compreende o mundo ao seu redor. Nesse cenário, o brincar destaca-se como uma linguagem própria da criança, sendo um instrumento potente de expressão, interação e aprendizagem. A relevância do brincar transcende o campo do lazer, configurando-se como um elemento essencial no processo de desenvolvimento infantil, especialmente quando integrado ao ambiente escolar. Justifica-se, portanto, a necessidade de discutir sua importância na prática pedagógica, reconhecendo que a ludicidade favorece o desenvolvimento cognitivo, emocional e social.
Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar a importância do brincar como estratégia pedagógica, especialmente no contexto da educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. A metodologia adotada para a elaboração deste artigo é a pesquisa bibliográfica, fundamentada em estudiosos que abordam a ludicidade no processo educativo. Por meio de uma análise crítica da literatura, buscou-se compreender como a brincadeira, quando intencionalmente inserida nas práticas pedagógicas, pode potencializar a construção do conhecimento, fortalecer o vínculo entre educador e educando e estimular a autonomia da criança.
Além desse aspecto, é fundamental compreender que o brincar, quando pensado como prática pedagógica, não apenas enriquece o processo de ensino-aprendizagem, mas também contribui para a valorização da infância como etapa singular do desenvolvimento humano. Ao brincar, a criança se reconhece como sujeito ativo e criador de sentidos, o que amplia as possibilidades de construção de saberes. Essa abordagem permite que a escola seja percebida não apenas como espaço de transmissão de conteúdos, mas como ambiente de experiências vivas, onde emoções, interações e descobertas se entrelaçam na produção do conhecimento. Assim, o brincar fortalece a identidade infantil e favorece a formação integral do educando.
A inclusão de práticas lúdicas no planejamento escolar também contribui para uma aprendizagem mais significativa, pois permite que a criança estabeleça conexões entre experiências pessoais e conteúdos formais. Ao explorar diferentes formas de expressão e resolução de problemas, o aluno desenvolve habilidades cognitivas e socioemocionais simultaneamente, fortalecendo sua autonomia e capacidade de reflexão. Dessa forma, o brincar deixa de ser apenas recreação e torna-se um recurso pedagógico que promove a integração de conhecimento, criatividade e desenvolvimento humano.
2 O brincar como prática educativa e transformadora
Na contemporaneidade, a aprendizagem por meio do brincar tem se consolidado como uma estratégia pedagógica essencial, especialmente na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Essa abordagem reconhece a criança como protagonista do próprio processo educativo, estimulando não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também habilidades socioemocionais e motoras. Ao incorporar práticas lúdicas ao cotidiano escolar, os educadores criam oportunidades para que os alunos experimentem, explorem e construam conhecimentos de maneira significativa, conectando o imaginário infantil às demandas do mundo real.
Brincar cria para a criança uma zona de desenvolvimento proximal. Nessa atividade, a criança comporta-se como se fosse mais avançada do que é na realidade, aproximando-se de níveis mais complexos de pensamento e ação. No brinquedo, ela antecipa papéis sociais, internaliza regras e organiza o comportamento de acordo com objetivos imaginários. Dessa forma, o brincar não é apenas um passatempo, mas um meio privilegiado de desenvolvimento psicológico e social, integrando emoção, cognição e interação com o outro (Vygotsky 1996, p. 119).
Esse fenômeno demonstra que o brincar não é mera distração, mas um momento de avanços psicológicos significativos que contribuem para o amadurecimento das funções cognitivas e sociais da criança. Segundo Vygotsky (1991), ao brincar, a criança ultrapassa o comportamento esperado para sua idade, assumindo papéis e enfrentando situações que ainda não vivencia em seu cotidiano.
Com isso, o brincar deixa de ser apenas um momento de diversão e passa a ser um recurso pedagógico estratégico, capaz de integrar cognição, emoção e interação social. Ao vivenciar situações lúdicas, a criança aprende a resolver problemas, tomar decisões, negociar com os colegas e respeitar regras, desenvolvendo competências essenciais para a vida escolar e social. Além disso, essas experiências favorecem a construção de vínculos afetivos, fortalecem a autoestima e promovem a inclusão, permitindo que todos os alunos participem de forma ativa e significativa no processo de aprendizagem.
De acordo com Piaget (1998) e Kishimoto (2007), o brincar favorece a internalização de regras e conceitos, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais, tornando-se uma ferramenta essencial para a aprendizagem significativa. Ao participar de atividades lúdicas, a criança é estimulada a compreender relações de causa e efeito, organizar seu pensamento, solucionar problemas e interagir de forma cooperativa com os colegas, consolidando competências fundamentais para a vida escolar e social. Além disso, o brincar possibilita que conceitos abstratos sejam assimilados por meio da experiência concreta, tornando o aprendizado mais ativo, contextualizado e duradouro. Nesse processo, a prática lúdica atua como ponte entre o conhecimento teórico e a vivência prática, respeitando os ritmos individuais e os interesses de cada aluno, e contribuindo para a formação integral e autônoma do educa
Ademais, Piaget (1998) destaca que o brincar favorece a assimilação e a acomodação de novos conhecimentos, pois a criança, ao manipular objetos e interagir com os pares, constrói ativamente seu saber. Para o autor, a aprendizagem ocorre quando o sujeito enfrenta situações que desafiam seu pensamento, e o brincar proporciona esses estímulos, promovendo desequilíbrios que levam à reorganização dos esquemas mentais. Assim, o brincar atua como ponte entre o conhecimento concreto e as construções cognitivas mais abstratas, fundamentais para o desenvolvimento intelectual.
Kishimoto (2007), ao estudar o lúdico na educação, argumenta que a brincadeira deve ser compreendida como um direito da criança e não apenas como recurso didático. Ela ressalta que o ambiente escolar deve valorizar o brincar como parte essencial do processo de aprendizagem, favorecendo a criatividade e a autonomia do aluno. Nessa perspectiva, a brincadeira torna-se uma ponte entre o mundo interno da criança e o universo do conhecimento formal. Valorizar o brincar, portanto, é reconhecer o protagonismo infantil e promover ambientes educacionais que respeitem as diversidades e singularidades presentes em cada criança.
O papel do educador nesse contexto é crucial, pois sua mediação transforma a atividade lúdica em uma experiência de aprendizado profunda e significativa, capaz de integrar aspectos cognitivos, afetivos e sociais do desenvolvimento infantil. Ao planejar brincadeiras que dialoguem tanto com os conteúdos curriculares quanto com os interesses e necessidades individuais dos alunos, o professor cria oportunidades para que cada criança explore, descubra e consolide saberes de maneira ativa e participativa. Essa atuação não se limita à supervisão da atividade, mas envolve observação constante, avaliação formativa e intervenções pontuais que ampliam o potencial educativo do brincar. Dessa forma, o educador contribui para a construção de um ambiente de ensino mais dinâmico, inclusivo e motivador, no qual as aprendizagens tornam-se duradouras, significativas e conectadas à realidade dos estudantes, fortalecendo também a autonomia, a criatividade e a capacidade de resolução de problemas de cada criança.
No cenário educacional contemporâneo, valorizar o brincar como estratégia de ensino tornou-se fundamental para garantir uma educação de qualidade, centrada no desenvolvimento integral da criança. Professores que incorporam práticas lúdicas ao currículo conseguem promover aprendizagens significativas, engajar os alunos e criar ambientes inclusivos, nos quais a diversidade de habilidades e ritmos de aprendizagem é respeitada. Contudo, o brincar exige planejamento, formação docente e recursos adequados para que sua aplicação seja realmente efetiva. Além disso, o brincar possibilita a integração de conteúdos formais com experiências concretas, permitindo que o aluno compreenda conceitos de forma mais profunda e contextualizada.
A integração do brincar ao currículo escolar exige sensibilidade por parte do educador, que deve planejar atividades que respeitem os interesses e o ritmo de aprendizagem dos alunos. Ao contrário do ensino tradicional, que prioriza a repetição e a memorização, o brincar permite que a criança explore o conteúdo de forma prazerosa e significativa. Essa abordagem favorece a aprendizagem ativa, onde o aluno é protagonista do próprio processo formativo. A implementação dessa prática requer, portanto, formação continuada dos professores e recursos pedagógicos que incentivem a ludicidade.
É preciso, no entanto, romper com a visão de que brincar na escola é perda de tempo. Muitas vezes, a pressão por resultados imediatos leva à negligência de práticas lúdicas, consideradas secundárias frente ao conteúdo curricular. No entanto, estudos mostram que a aprendizagem significativa ocorre quando o aluno se envolve emocionalmente com a atividade, e o brincar é, por excelência, uma prática envolvente. Por meio do brincar, o estudante desenvolve não apenas habilidades cognitivas, mas também socioemocionais, o que contribui para sua formação integral.
Quando a escola valoriza o brincar, ela reconhece a criança como sujeito de direitos, capaz de aprender por meio da experimentação e da descoberta. O educador, nesse contexto, atua como mediador, propondo situações que desafiem e estimulem o raciocínio, a imaginação e a expressão. Tal abordagem humaniza o processo educativo, aproximando a escola da realidade infantil e favorecendo vínculos afetivos importantes para o desenvolvimento. É essencial que o educador esteja atento às necessidades individuais e coletivas, promovendo um ambiente inclusivo e estimulante.
A ludicidade também se revela importante na inclusão escolar, pois permite a participação de todos os alunos, independentemente de suas limitações. O brincar promove a empatia, a colaboração e o respeito às diferenças, contribuindo para a formação de uma comunidade escolar mais justa e acolhedora. É, portanto, um instrumento que fortalece a cidadania desde os primeiros anos de vida. A prática lúdica oferece espaço para que cada criança encontre seu lugar na coletividade, respeitando suas particularidades.
Em ambientes lúdicos, a avaliação da aprendizagem também pode se tornar mais eficaz, pois o professor consegue observar de forma mais natural o desenvolvimento das competências e habilidades. A espontaneidade da brincadeira revela aspectos do pensamento e do comportamento infantil que, muitas vezes, não aparecem em avaliações formais. Essa observação contínua permite intervenções pedagógicas mais precisas e personalizadas.
Crianças que brincam aprendem a resolver problemas, tomar decisões, argumentar, negociar e criar. Essas são habilidades essenciais não apenas para o ambiente escolar, mas para a vida em sociedade. O brincar, portanto, não é apenas um meio de aprender conteúdos, mas uma forma de desenvolver competências para a cidadania. Ao estimular essas capacidades, a escola contribui para a formação de cidadãos críticos e atuantes.
O professor que valoriza o brincar precisa planejar intencionalmente as atividades, respeitando a diversidade e o contexto dos alunos. Isso significa observar, escutar, propor e avaliar de forma sensível e crítica. A ludicidade não é sinônimo de ausência de intencionalidade, mas sim de mediação pedagógica eficaz e humanizadora. A prática reflexiva e o constante aprimoramento profissional são fundamentais para o sucesso dessa abordagem.
É fundamental, portanto, que as políticas públicas educacionais reconheçam e incentivem o uso do brincar como estratégia de ensino. A formação inicial e continuada dos professores deve incluir o estudo e a prática do lúdico, para que o educador compreenda seu valor e saiba utilizá-lo de forma consciente. Além disso, a articulação entre escola, família e comunidade deve ser fortalecida para garantir o direito ao brincar em diferentes contextos.
Montessori (1999) contribui significativamente para o debate sobre o brincar ao afirmar que a liberdade da criança para escolher suas atividades é essencial para o seu desenvolvimento. Para ela, o ambiente preparado, repleto de estímulos sensoriais e materiais adequados, favorece a aprendizagem autônoma, sendo o brincar uma expressão dessa liberdade. Segundo sua abordagem, a criança aprende melhor quando está engajada em atividades significativas, que despertam sua curiosidade e senso de descoberta. Isso reafirma a importância do educador como alguém que organiza o ambiente de forma intencional, respeitando o ritmo e os interesses do aluno.
Jean-Jacques Rousseau, ainda no século XVIII, já defendia a ideia de que a infância deve ser respeitada como uma fase própria da vida, com suas características, ritmos e modos de aprendizagem. Em sua obra Emílio (1762/2004), Rousseau argumenta que a educação deve ser centrada na criança, permitindo-lhe explorar o mundo por meio da experiência direta e do brincar. Ele enfatiza que o conhecimento verdadeiro só se constrói quando é vivenciado, e que o brincar proporciona essas vivências de forma natural. A valorização dessa perspectiva é essencial para uma prática pedagógica humanizada, que considera o aluno como sujeito ativo da sua formação.
Em resumo, partir das contribuições de Vygotsky, Piaget, Kishimoto, Montessori e Rousseau, é possível afirmar que o brincar constitui uma estratégia educativa plural, interdisciplinar e profundamente conectada com as necessidades humanas. A articulação entre teoria e prática evidencia que o brincar amplia os horizontes de aprendizagem e contribui para a formação de sujeitos autônomos, éticos e criativos. A sala de aula que acolhe o brincar torna-se um espaço vivo, dinâmico e acolhedor, onde o conhecimento é construído de forma afetiva e significativa. Dessa forma, reafirma-se o papel do educador como mediador sensível, capaz de transformar o cotidiano escolar por meio do lúdico.
A incorporação do brincar no contexto educacional também precisa ser compreendida sob a ótica da formação integral, que articula saberes cognitivos, sociais, afetivos e culturais. Ao brincar, a criança não apenas aprende conteúdos, mas também constrói valores, exercita a empatia e vivencia situações de cooperação. Esse processo revela que o lúdico não é apenas uma metodologia de ensino, mas um caminho para a formação cidadã, preparando o aluno para os desafios da vida em sociedade. Dessa forma, o brincar ultrapassa o espaço escolar e se conecta às experiências que a criança leva para a família e para a comunidade, consolidando aprendizagens que se estendem além dos muros da escola.
Outro ponto relevante é que o brincar contribui diretamente para a inovação pedagógica. Em um cenário educacional que ainda enfrenta desafios relacionados à rigidez curricular e à priorização de resultados quantitativos, o lúdico surge como possibilidade de ruptura. Atividades criativas, jogos simbólicos e projetos interdisciplinares permitem que o aluno construa o conhecimento de forma ativa, interativa e prazerosa. Essa perspectiva reforça a importância de o educador assumir uma postura investigativa, capaz de observar, interpretar e ressignificar as práticas, de modo a garantir que o brincar esteja efetivamente alinhado aos objetivos formativos da escola.
Por fim, compreender o brincar como direito e como prática pedagógica essencial implica reconhecer sua dimensão política. Quando a escola legitima o espaço do lúdico, reafirma o compromisso com uma educação democrática, inclusiva e equitativa. O ato de brincar torna-se, então, um exercício de liberdade e de autonomia, no qual a criança experimenta ser sujeito de sua própria aprendizagem. Assim, o brincar não se reduz a uma técnica ou recurso, mas constitui um princípio educativo que valoriza a infância e fortalece a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
3 Considerações Finais
Diante do exposto, a análise do brincar como instrumento de aprendizagem evidencia a necessidade de ressignificar práticas pedagógicas, colocando a criança no centro do processo educativo. O brincar, quando valorizado e planejado, torna-se uma poderosa estratégia de ensino, favorecendo o desenvolvimento pleno e assegurando os direitos da infância. Ao adotar o lúdico como eixo estruturante da ação pedagógica, a escola assume um compromisso ético com a formação de sujeitos autônomos, críticos e criativos.
Em síntese, o brincar é um pilar insubstituível na construção de aprendizagens significativas na infância. Mais do que uma simples recreação, constitui um caminho potente que integra cognição, emoção e interação social. Cabe a professores, gestores e formuladores de políticas públicas reconhecerem e institucionalizarem o brincar como um direito fundamental e um recurso essencial à qualidade educacional, capaz de transformar a sala de aula em um espaço vivo de descobertas e crescimento. Essa valorização demanda repensar práticas pedagógicas, investir em formação docente e criar ambientes que favoreçam experiências lúdicas intencionais. Ao garantir tempo, espaço e recursos para o brincar, promove-se uma educação mais humana, inclusiva e efetiva. Assim, o brincar deixa de ser periférico e se consolida como o coração pulsante do processo educativo.
Nesse sentido, reafirma-se que o brincar não deve ser compreendido como prática acessória, mas como princípio estruturante de uma educação voltada para a formação integral. A escolha por práticas lúdicas no espaço escolar é também uma escolha ética, que reconhece e respeita os direitos da criança, ao mesmo tempo em que promove aprendizagens profundas e significativas. Valorizar o brincar implica assumir uma visão de escola que acolhe a diversidade, respeita os diferentes ritmos de desenvolvimento e incentiva a criatividade. Dessa forma, investir em experiências lúdicas é investir em uma educação capaz de transformar realidades e preparar cidadãos mais humanos, críticos e participativos.
Além de fortalecer a aprendizagem, o brincar contribui para o desenvolvimento de valores éticos e sociais, preparando o aluno para a vida em comunidade. Ao participar de atividades lúdicas, a criança aprende a respeitar regras, a cooperar com os colegas e a compreender diferentes pontos de vista. Dessa forma, o lúdico não apenas enriquece o conhecimento acadêmico, mas também promove a formação de cidadãos mais empáticos, conscientes e responsáveis, capazes de interagir de maneira positiva no mundo que os cerca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kishimoto, T. M. (2007). Ludicidade e educação. Cortez.
Montessori, M. (1999). A criança. Nova Cultural.
Piaget, J. (1998). A formação do símbolo na criança. Zahar.
Rousseau, J.-J. (2004). Emílio ou Da educação (tradução da obra original publicada em 1762). Loyola.
Vygotsky, L. S. (1991). A formação social da mente. Martins Fontes.
Vygotsky, L. S. (1996). A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Martins Fontes
1 Graduação em Ciências da Natureza pelo Instituto Superior de Educação de Brasília Centro. Graduada em Pedagogia pela Universidade Cesumar - Unicesumar. Especialização em Psicopedagogia pela Faculdade Albert Einsten. Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. Email: [email protected]