O ESTUDANTE, O DOCENTE (OU TUTOR) E O CURSO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16790732
Elissandra Bueno Fagundes Freitas1
RESUMO
Este estudo tem como tema central a relação entre estudante, tutor e a estrutura dos cursos na Educação a Distância (EaD), analisando sua influência no processo de ensino-aprendizagem. Questiona-se: como essa interação impacta a qualidade da aprendizagem na EaD? O objetivo geral busca analisar como a articulação entre sujeitos e elementos da EaD contribui para a aprendizagem. Os objetivos específicos incluem investigar desafios enfrentados no ambiente virtual, compreender o papel do tutor na mediação pedagógica e avaliar práticas metodológicas e recursos estruturais dos cursos. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada por meio de estudo bibliográfico em plataformas como Google Acadêmico e Scielo, com análise textual e contextualização dos dados. Os resultados indicam que a interação entre estudante, tutor e estrutura do curso é essencial para uma aprendizagem significativa. Estudantes enfrentam desafios como isolamento e dificuldades tecnológicas, enquanto tutores lidam com sobrecarga e carência de formação específica. O tutor, ao exercer mediação pedagógica empática e técnica, fortalece a autonomia e o engajamento. Metodologias ativas, integradas a tecnologias educacionais como Moodle e Google Classroom, contribuem para o protagonismo estudantil e a aprendizagem ativa. Conclui-se que a EaD requer planejamento pedagógico intencional, formação continuada de tutores e uso eficaz das tecnologias. Assim, a modalidade se consolida como um modelo educacional potente e humanizado.
Palavras-chave: Cursos a Distância. Estudante. Professor/tutor. Tecnologias Educacionais.
ABSTRACT
This study has as its central theme the relationship between student, tutor and the structure of courses in Distance Education (DE), analyzing its influence on the teaching-learning process. The question is: how does this interaction impact the quality of learning in distance education? The general objective seeks to analyze how the articulation between subjects and elements of distance education contributes to learning. Specific objectives include investigating challenges faced in the virtual environment, understanding the role of the tutor in pedagogical mediation, and evaluating methodological practices and structural resources of the courses. The research, with a qualitative approach, was carried out through a bibliographic study on platforms such as Google Scholar and Scielo, with textual analysis and contextualization of the data. The results indicate that the interaction between student, tutor and course structure is essential for meaningful learning. Students face challenges such as isolation and technological difficulties, while tutors deal with overload and lack of specific training. The tutor, by exercising empathetic and technical pedagogical mediation, strengthens autonomy and engagement. Active methodologies, integrated with educational technologies such as Moodle and Google Classroom, contribute to student protagonism and active learning. It is concluded that distance education requires intentional pedagogical planning, continuous training of tutors and effective use of technologies. Thus, the modality consolidates itself as a powerful and humanized educational model.
Keywords: Distance Courses. Student. Teacher/tutor. Educational Technologies.
1. INTRODUÇÃO
A Educação a Distância (EaD) tem se consolidado como uma alternativa viável e democrática para a formação educacional no Brasil, de maneira especial diante das transformações tecnológicas e das novas demandas sociais por flexibilidade e acessibilidade no ensino.
Com o crescimento da modalidade, surgem novos papéis e responsabilidades para os principais sujeitos envolvidos: o estudante, o docente (ou tutor) e a própria estrutura do curso. Esses elementos formam um tripé essencial para a qualidade da EaD, mas que, por vezes, apresenta desafios quanto à interação, ao engajamento e à mediação pedagógica efetiva.
Um dos principais problemas enfrentados nessa modalidade diz respeito à desarticulação entre esses três eixos: estudante, docente/tutor e o curso, o que pode comprometer tanto o processo de aprendizagem quanto a permanência do aluno na formação. A ausência de um acompanhamento ativo, a dificuldade de adaptação do estudante à autonomia exigida e a falta de metodologias realmente interativas são fatores que comprometem a efetividade da EaD. Diante disso, questiona-se: como a relação entre o estudante, o docente (ou tutor) e a estrutura do curso influencia o processo de ensino-aprendizagem na Educação a Distância?
Parte-se da hipótese de que, quando há uma mediação pedagógica eficaz por parte do docente/tutor, aliada a uma proposta curricular interativa e à participação ativa do estudante, o processo de aprendizagem em cursos de EAD torna-se mais significativo, favorecendo tanto a permanência quanto o sucesso acadêmico dos alunos.
Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar como a interação entre estudante, docente (ou tutor) e curso impacta a qualidade da aprendizagem na EaD. Como objetivos específicos, busca-se: investigar os desafios enfrentados por estudantes e tutores no ambiente virtual de aprendizagem; compreender o papel do tutor na mediação pedagógica e no apoio à aprendizagem; e, avaliar práticas metodológicas e recursos utilizados na estruturação de cursos EaD.
A relevância deste estudo se justifica pela necessidade de compreender os fatores que promovem ou limitam o êxito dos cursos a distância, especialmente em um cenário de expansão dessa modalidade no Brasil. A pesquisa contribuirá socialmente ao oferecer reflexões que podem favorecer a permanência e o sucesso dos estudantes na EaD, além de colaborar cientificamente com dados e análises sobre a mediação pedagógica, o papel do tutor e a qualidade da estrutura dos cursos. Ao ampliar o entendimento sobre as dinâmicas da EaD, o trabalho visa auxiliar instituições e profissionais a adotarem práticas mais eficazes e centradas no sujeito da aprendizagem.
O estudo se concretizou por meio da pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa. O levantamento e a seleção dos estudos foram realizados nas plataformas: Google Acadêmico, Scielo, bem como no manual e elaboração, o que permitiu selecionar artigos de revistas eletrônicas e e-book. Como procedimentos técnicos, foram adotados a leitura integral, a análise textual, a contextualização dos dados e informações, para subsequentemente elaborar a redação.
O presente estudo está organizado em capítulos, iniciando com uma introdução que apresenta a estrutura geral do texto. O segundo capítulo é dedicado a uma reflexão sobre Educação a Distância, o estudante e tutor, tratando sobre a interação entre os sujeitos e os elementos do processo formativo. Assim, o capítulo aborda a importância da mediação pedagógica, o papel do tutor, os desafios enfrentados por estudantes e educadores no ambiente virtual, bem como o uso de metodologias ativas e recursos tecnológicos na estruturação de cursos que favoreçam uma aprendizagem significativa e participativa.
2 INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ESTUDANTE, TUTOR E CURSO
A interação entre os sujeitos e os elementos que compõem o processo de ensino-aprendizagem na Educação a Distância (EaD) representa um dos principais fatores que influenciam a qualidade da formação. Nesse modelo, o estudante assume uma postura mais ativa e autônoma, enquanto o tutor exerce um papel de mediação pedagógica fundamental para a construção do conhecimento.
Paralelamente, a estrutura do curso, incluindo recursos didáticos, ambiente virtual, planejamento metodológico e organização curricular, precisa estar alinhada a essas demandas, garantindo suporte e motivação ao aprendiz. Assim, compreender como se dá essa relação entre estudante, tutor e curso é essencial para avaliar os impactos da EaD no processo formativo, identificar lacunas e propor estratégias que favoreçam a aprendizagem significativa.
2.1 Desafios da EaD: Vivências e Dificuldades de Estudantes e Tutores no Ambiente Virtual
O crescimento da Educação a Distância trouxe à tona uma série de desafios que envolvem tanto o estudante quanto o tutor. Embora a EaD seja reconhecida por sua flexibilidade e alcance, o ambiente virtual de aprendizagem ainda apresenta barreiras significativas, como a falta de preparo tecnológico, a ausência de disciplina dos estudantes, a carência de interação humana e as limitações na formação pedagógica dos tutores. De acordo com Litwin (2001), o sucesso na EaD depende do desenvolvimento da autonomia do aluno, da qualidade dos materiais didáticos e da atuação do tutor como mediador do conhecimento, sendo fundamental que este esteja preparado para lidar com as dificuldades dos estudantes e promover uma aprendizagem ativa e contextualizada.
Estudantes da EaD frequentemente enfrentam dificuldades relacionadas à gestão do tempo, à autorregulação da aprendizagem e à ausência de vínculos presenciais, fatores que podem gerar sentimentos de isolamento e desmotivação (Moore, 1993; Valente, 2017). Por outro lado, tutores muitas vezes lidam com a sobrecarga de demandas, a ausência de formação contínua para o uso de tecnologias educacionais e a dificuldade de acompanhar individualmente os discentes. A comunicação assíncrona, característica predominante em muitos cursos a distância, também pode enfraquecer a troca de experiências e dificultar a personalização do ensino (Palloff; Pratt, 2014).
Além disso, é preciso considerar que muitos cursos de EaD não foram planejados originalmente para o ensino remoto, o que compromete a coerência metodológica e a qualidade das interações. Segundo Kenski (2012), a EaD exige mais do que a mera transposição de conteúdos presenciais para o meio digital, ela demanda um redesenho pedagógico que valorize a colaboração, a interação significativa e o protagonismo do estudante. Quando essas dimensões são negligenciadas, o ambiente virtual torna-se pouco atrativo, reduzindo a participação dos alunos e limitando seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional.
Portanto, identificar e compreender os desafios enfrentados por estudantes e tutores no contexto da EaD é essencial para promover melhorias nos cursos, aprimorar a formação dos profissionais envolvidos e favorecer uma aprendizagem mais eficaz e humanizada. A superação desses obstáculos passa necessariamente por investimentos em formação docente, inovação metodológica e valorização da escuta ativa dos estudantes no processo educacional.
Portanto, identificar e compreender os desafios enfrentados por estudantes e tutores no contexto da EaD é essencial para promover melhorias nos cursos, aprimorar a formação dos profissionais envolvidos e favorecer uma aprendizagem mais eficaz e humanizada. A superação desses obstáculos passa necessariamente por investimentos em formação docente, inovação metodológica e valorização da escuta ativa dos estudantes no processo educacional.
Outro ponto importante refere-se à necessidade de integrar recursos tecnológicos que não apenas transmitam conteúdos, mas que também estimulem a participação ativa e colaborativa dos estudantes. Ferramentas como fóruns interativos, videoconferências e plataformas adaptativas podem contribuir para a personalização do ensino e a construção de comunidades de aprendizagem, minimizando a sensação de isolamento e fortalecendo o engajamento (Silva; Gomes, 2020). Para isso, é fundamental que haja suporte técnico acessível e constante, garantindo que eventuais dificuldades operacionais não se transformem em barreiras para o aprendizado.
Além disso, políticas institucionais que valorizem a formação contínua de tutores e professores, aliadas a estratégias de acompanhamento pedagógico e psicológico dos estudantes, são essenciais para o sucesso da EaD. De acordo com Moran (2015), a combinação de metodologias ativas com o uso criativo das tecnologias pode transformar o ambiente virtual em um espaço de interação rica e aprendizagem significativa, desde que os educadores estejam preparados para atuar como facilitadores e motivadores do processo. Dessa forma, a EaD pode superar a visão de ensino mecanizado e se consolidar como uma modalidade inclusiva, dinâmica e efetiva.
2.2 O Papel do Tutor na Mediação Pedagógica e no Suporte à Aprendizagem
No contexto da educação mediada por tecnologias, o tutor assume um papel fundamental como elo entre o conteúdo, o estudante e os processos pedagógicos. Longe de ser apenas um transmissor de informações, o tutor é um mediador da aprendizagem, atuando na orientação, acompanhamento e estímulo ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do estudante. Essa mediação exige competências específicas, como escuta ativa, empatia, domínio dos conteúdos e das ferramentas tecnológicas, além de sensibilidade para intervir de maneira adequada frente às dificuldades apresentadas pelos alunos.
Segundo Valente (2020), o tutor deve criar condições didáticas que incentivem a autonomia, o pensamento crítico e o protagonismo do estudante, ao mesmo tempo em que estabelece vínculos pedagógicos que sustentem o processo de aprendizagem. Para isso, é necessário que o tutor desenvolva práticas mediadoras que articulem os conteúdos aos contextos reais dos alunos, promovendo interações significativas, feedbacks construtivos e momentos de reflexão. Nesse sentido, o tutor atua como facilitador do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando suporte individualizado e criando condições para que o estudante avance em sua trajetória de aprendizagem.
Moore e Kearsley (2008) destacam que o tutor deve dominar as estratégias de comunicação em ambientes virtuais, promovendo interações que favoreçam a participação ativa do aluno, a cooperação entre pares e o sentimento de pertencimento. Essa dimensão afetiva e social do papel do tutor é essencial, especialmente em cursos a distância, em que a ausência física do professor pode gerar sentimentos de isolamento e desmotivação. A atuação do tutor, portanto, contribui para minimizar esses efeitos, reforçando a presença pedagógica e fortalecendo o vínculo entre os sujeitos envolvidos.
De acordo com Silva (2010), a mediação pedagógica exercida pelo tutor é também estratégica para garantir a aprendizagem significativa, pois envolve a capacidade de articular conteúdos, estratégias metodológicas e recursos digitais de forma coerente e contextualizada. Essa articulação exige do tutor um conhecimento didático-pedagógico refinado, capaz de adequar o ensino às necessidades e estilos de aprendizagem dos estudantes, promovendo equidade e inclusão educacional.
Além disso, Moran (2013) argumenta que o tutor precisa ser um gestor da aprendizagem, acompanhando o progresso dos estudantes, analisando suas dificuldades e propondo intervenções eficazes. Tal acompanhamento exige o uso de indicadores de desempenho, registros de participação e avaliações formativas, que permitem ao tutor diagnosticar e responder adequadamente às demandas individuais e coletivas da turma.
Assim, compreende-se que o papel do tutor vai muito além de uma função técnica ou meramente operacional. Trata-se de uma função pedagógica complexa e estratégica, essencial para garantir a qualidade da mediação e a efetividade dos processos formativos. O tutor é, portanto, um agente ativo na promoção de uma aprendizagem dialógica, colaborativa e emancipadora, contribuindo diretamente para o sucesso educacional dos estudantes.
2.3 Metodologias Ativas e Recursos Tecnológicos na Estruturação de Cursos EAD
A Educação a Distância (EaD) tem evoluído significativamente nas últimas décadas, impulsionada pelos avanços tecnológicos e pela necessidade de modelos educacionais mais flexíveis e acessíveis. Nesse cenário, a utilização de metodologias ativas e recursos tecnológicos inovadores tem se consolidado como uma estratégia essencial para a estruturação de cursos EaD que busquem promover o protagonismo estudantil e a aprendizagem significativa.
As metodologias ativas se fundamentam em uma abordagem centrada no estudante, onde este deixa de ser um receptor passivo de informações e passa a ser um agente ativo na construção do conhecimento. Segundo Bacich, Moran e Trevisani (2018), essas metodologias exigem que os cursos sejam estruturados com atividades que envolvam investigação, resolução de problemas, colaboração e aplicação prática dos conteúdos, favorecendo o desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico e da capacidade de tomada de decisão dos estudantes.
Dentre as metodologias ativas mais utilizadas na EaD, destacam-se a sala de aula invertida, o estudo de caso, a aprendizagem baseada em projetos (ABP) e a gamificação. A sala de aula invertida, por exemplo, permite que o estudante acesse previamente os conteúdos teóricos por meio de vídeos, podcasts ou textos digitais, e utilize os momentos síncronos ou os fóruns para discutir, aplicar e aprofundar esses conhecimentos com a mediação do tutor (Valente, 2020). Essa abordagem é potencializada pelos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que oferecem recursos como fóruns, quizzes, chats, wikis e webconferências.
A gamificação, por sua vez, tem ganhado destaque na EaD por integrar elementos de jogos – como desafios, recompensas, rankings e narrativas – a atividades pedagógicas, promovendo o engajamento, a motivação e a permanência dos estudantes. De acordo com Huizinga et al. (2020), a gamificação contribui para o fortalecimento da aprendizagem ativa, ao mesmo tempo em que cria experiências lúdicas e imersivas no ambiente digital.
No que se refere aos recursos tecnológicos, é imprescindível que a estruturação dos cursos EaD esteja pautada em plataformas acessíveis, responsivas e que ofereçam suporte à personalização da aprendizagem. Ferramentas como o Moodle, Google Classroom, Microsoft Teams, têm sido amplamente utilizadas para organizar conteúdos, propor atividades interativas e acompanhar o desempenho dos estudantes. Além disso, tecnologias como realidade aumentada, vídeos interativos, podcasts e inteligência artificial têm ampliado as possibilidades pedagógicas no ambiente virtual.
Segundo Kenski (2019), a qualidade de um curso EaD está diretamente relacionada à articulação entre as metodologias utilizadas e os recursos tecnológicos disponíveis. É necessário que a proposta pedagógica esteja alinhada com os objetivos de aprendizagem, considerando a diversidade dos perfis dos estudantes e suas formas de acesso ao conteúdo. Assim, o planejamento de cursos a distância requer uma visão sistêmica, integradora e inovadora por parte dos educadores e instituições.
A estruturação de cursos EaD eficazes demandas o uso intencional de metodologias ativas e de recursos tecnológicos que favoreçam a construção colaborativa do conhecimento. Essa combinação fortalece a mediação pedagógica, estimula a participação ativa dos estudantes e amplia as possibilidades de ensino-aprendizagem, contribuindo para a consolidação de práticas educacionais mais inclusivas, significativas e alinhadas às demandas da contemporaneidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta discussão, foi possível alcançar os objetivos propostos ao analisar de forma crítica e fundamentada os principais aspectos que envolvem a Educação a Distância (EaD), especialmente no que se refere à interação entre estudantes, tutores e estrutura curricular. O estudo evidenciou que a qualidade da formação na EaD depende de uma complexa rede de relações pedagógicas e estruturais, nas quais o estudante assume um papel ativo e o tutor atua como mediador fundamental no processo de ensino-aprendizagem.
O objetivo de compreender os desafios enfrentados por estudantes e tutores no ambiente virtual foi atingido por meio da análise das dificuldades práticas vivenciadas nesse contexto, como a ausência de interação presencial, a sobrecarga de demandas, a falta de preparo tecnológico e as fragilidades na formação pedagógica. Ficou ratificada a necessidade de ações estruturantes e formativas que fortaleçam os sujeitos envolvidos no processo educacional.
O objetivo de analisar o papel do tutor na mediação pedagógica e no suporte à aprendizagem – foi abordado com profundidade, destacando-se a importância da atuação sensível, estratégica e intencional do tutor. Demonstrou-se que, para além do domínio técnico, o tutor deve desenvolver competências pedagógicas e socioemocionais que favoreçam a criação de vínculos, a escuta ativa, o acompanhamento contínuo e a promoção da autonomia estudantil.
Por fim, o objetivo de discutir o uso de metodologias ativas e recursos tecnológicos na estruturação dos cursos EaD – foi contemplado ao apresentar estratégias inovadoras, como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em projetos e gamificação, além de ferramentas tecnológicas como AVAs, fóruns, quizzes, chats, wikis e webconferências. Essas abordagens demonstraram-se eficazes para potencializar a aprendizagem ativa, o engajamento e a construção significativa do conhecimento.
Assim, conclui-se que a efetividade da EaD está diretamente relacionada à articulação entre sujeitos, metodologias e tecnologias, sendo imprescindível investir na formação continuada dos tutores, na escuta das necessidades dos estudantes e no planejamento pedagógico alinhado à realidade digital contemporânea. Apenas por meio dessa integração é possível promover uma educação a distância verdadeiramente humanizada, inclusiva e de qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LITWIN, E. Educação a distância: temas para debate. Porto Alegre: Artmed, 2001.
MOORE, M. G. Theory of transactional distance. In: KEEGAN, D. (Ed.). Theoretical principles of distance education. London: Routledge, 1993.
MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
MORAN, J. M. O papel do tutor presencial e a distância nos processos de ensino-aprendizagem online. In: SILVA, L. M.; FARIA, L. S. P. (Orgs.). Tutoria em educação a distância: fundamentos e práticas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes online. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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VALENTE, J. A. Ensino e aprendizagem com tecnologias digitais. Campinas, SP: Papirus, 2017.
VALENTE, J. A. Educação a distância: fundamentos, práticas e desafios. Campinas, SP: Unicamp, 2020.
1 Graduada em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Aracajú; Pós-Graduada em Educação Infantil pelo Centro Universitário Barão e Mauá; Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University Florida – USA. E-mail:
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