O ENSINO DE LIBRAS PARA FAVORECER A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NOS CURSOS EAD
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13584514
Rosangela Miao Paulini1
RESUMO
Pretende-se mostrar, abordando este tema, que o trabalho com o deficiente auditivo é controverso. Destaca-se no trabalho a existência de duas linhas usadas na alfabetização e inclusão dos alunos deficientes auditivos, que são a oralista e a Língua de Sinais (LIBRAS). A primeira delas enfatiza o uso de métodos fundamentados no treinamento oral, ao passo que a segunda destaca a sinalização. De modo geral a eficácia no uso da Língua de Sinais é tanto maior quanto mais cedo ela for introduzida na educação dos alunos surdos. Quanto mais precoce for tomada esta medida, a tendência é de que os alunos com deficiência auditiva grave e profunda se beneficiem mais do uso de Libras. Fica bem claro neste paper que, com relação ao aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado. É essencial considerar sempre o fato de que cada criança tem uma história própria e, no uso de LIBRAS, é muito importante que a escola, o professor e a família desta criança estejam unidos no mesmo projeto, qual seja usar LIBRAS como instrumento de alfabetização, educação e inserção social dos portadores de deficiência auditiva grave e/ou profunda.
Palavras-chaves: Deficiência auditiva. Inclusão. LÍNGUA DE SINAIS.
ABSTRACT
The aim is to show, by addressing this topic, that working with hearing impaired people is controversial. The work highlights the existence of two lines used in literacy and inclusion of hearing-impaired students, which are oralist and Sign Language (LIBRAS). The first of them emphasizes the use of methods based on oral training, while the second highlights signaling. In general, the effectiveness of using Sign Language is greater the earlier it is introduced in the education of deaf students. The earlier this measure is taken, the tendency is for students with severe and profound hearing impairment to benefit more from the use of Libras. It is very clear in this paper that, in relation to students with hearing impairment, what seems certain is that they should not be guided by Manichaeism; There is no rule or recipe that guarantees a good result. It is essential to always consider the fact that each child has their own story and, when using LIBRAS, it is very important that the school, the teacher and the child's family are united in the same project, which is using LIBRAS as a literacy tool, education and social insertion of people with severe and/or profound hearing impairment.
Keywords: Hearing impairment. Inclusion. SIGN LANGUAGE.
1 INTRODUÇÃO
O tema para o desenvolvimento deste paper foi “Deficiência auditiva” e a inclusão dos alunos nos cursos EAD. A delimitação para o mesmo foi “O uso de LIBRAS para a inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais na área da audição”.
Nos tempos atuais, a sociedade vem discutindo questões inerentes à inclusão. Porém, sabe-se que não basta somente garantir o ingresso às escolas dos alunos com necessidades especiais auditivas. É preciso oferecer programas educacionais adequados às suas especificidades. Tratando-se de pessoas surdas, toda a educação gira em torno do desenvolvimento da linguagem.
Essas pessoas, geralmente, se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua completa - como qualquer língua oral -, que se processa por recursos espaço-visual, apresentando uma estrutura linguística diferenciada da Língua Portuguesa, que tem características predominantes oral-auditiva. Outro fator relevante é, justamente, o ensino da Língua Portuguesa. Por não serem falantes nativos dessa língua, seu aprendizado não acontecerá naturalmente.
Na maioria dos casos, tanto nas escolas especiais, quanto nas inclusivas, professores e especialistas ainda desconhecem tais especificidades. Diante dessas questões, que envolvem buscar informações inerentes à surdez, com embasamentos teóricos e práticos, busca-se articular diversas contribuições, por meio do curso de atualização proposto, para melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem da Educação de Surdos, não só do ponto de vista pedagógico como do linguístico e social.
O objetivo geral, que norteou os estudos sobre o tema escolhido foi enfocar a importância de uma educação bilíngue para o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos alunos surdos. Foi estabelecido o seguinte problema para a abordagem do tema: De que modo o ensino de LIBRAS na escola regular contribui para a inclusão dos alunos com deficiência auditiva, colaborando para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional?
Este paper foi desenvolvido com a associação da pesquisa bibliográfica, (para a apresentação dos dados pesquisados em livros, revistas pedagógicas e instrumentos afins), e a pesquisa descritiva
2 COMO ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA SURDA
Explica Silva (2015) que a audição é fundamental, sendo que os sons que cercam os indivíduos são captados pela audição e transformados em estímulos que são percebidos no córtex cerebral sendo então analisados, compreendidos e discriminados. Indivíduos portadores de deficiência auditiva, dependendo do grau dessa deficiência, ficam parcial ou totalmente impedidos de perceber os sons e, portanto de aprender a linguagem pelos processos normais de ouvir e imitar.
Nota-se, logo de início, que existe grande diferença na maneira pela qual se processa a aprendizagem na criança que ouve em relação àquela que é surda. Na primeira, a aprendizagem apresenta-se como um processo natural e espontâneo, enquanto que na segunda é um processo árduo e difícil que requer acompanhamento cuidadoso e permanente do professor, sempre acompanhado por uma equipe especializada multi e interdisciplinar, de modo que, somando os esforços e conhecimentos, sejam capazes de despertar o seu interesse, conscientizá-la para a necessidade de aquisição da fala, transformando essa aprendizagem em um processo consciente e deliberado, pôr meio da utilização de recursos técnicos e científicos.
São considerados como deficientes auditivos os indivíduos que apresentam uma média de perda auditiva superior a 26 decibéis. A deficiência auditiva inclui uma ampla diversidade de problemas que decorrem, direta ou indiretamente, desta condição. Varia de pessoa para pessoa, tanto quanto ao tipo e grau de perda auditiva, como a época em que ocorrei e sua causa. A classificação da deficiência auditiva pôr exames médicos, educadores e técnicos especializados no campo é muito importante para qualquer programa de reabilitação do deficiente auditivo, ajudando-o a superar suas dificuldades, a viver com sua deficiência e a integrar-se social e profissionalmente à comunidade onde vive. (NASCIMENTO e ACIOLI, 2013, Disponível em http://penta.ufrgs.br, Acesso em: 25 jul. 2024)
Ainda que existam dificuldades a serem superadas pela criança surda no seu processo de ensino-aprendizagem, uma coisa é certa: quanto mais precoce for o diagnóstico e tratamento da deficiência auditiva, maiores as chances de que esta criança seja capaz de superar com autonomia suas dificuldades e alcançar resultados mais positivos na sua escolarização, bem como tudo o mais que faça na sua vida.
Recomenda Scliar (2014) que as crianças surdas participem de um programa de estimulação precoce, elaborado pôr uma equipe multidisciplinar. Já ficou comprovado por várias pesquisas que a educação tardia impede os deficientes auditivos de conseguirem oralização.
A educação inclusiva, direcionada às crianças surdas, tenta alcançar um processo de comunicação total que as beneficie, com o uso de todos os meios comunicativos possíveis e de recursos linguísticos e não linguísticos, combinando sinais, oralização, leitura orofacial, gestos, linguagem escrita, datilogia (soletração manual), pantomima, desenho, etc., mas sempre ajustando os recursos citados às necessidades e possibilidades do aluno, a fim de não sobrecarregá-lo nem fazê-lo desistir por sentir que está sendo exigido além de sua real capacidade.
É preciso considerar, ainda, o fato de que pessoas surdas costumam apresentar dificuldades no uso da linguagem escrita, ainda que já tenham passado por um longo período de escolarização, apresentam dificuldades no uso da linguagem escrita. Scliar (2014) explica que, entre outras peculiaridades, suas construções apresentam uma sequencia de palavras que se caracteriza por desrespeitar a ordem convencional da língua portuguesa, onde os enunciados são compostos com o predomínio de nomes que pôr vezes substitui verbos; mostram uma tendência a restringir o texto à informação simplificada. Com isto, diversos desvios das regras de construção do português podem ser notados.
Na análise preliminar de alguns textos produzidos em atividade coletiva, Góes, notou vários desvios das regras de construção do português, tais como: uso inadequado ou omissão de preposições; terminação verbal não correspondente à pessoa do verbo, inconsistência de tempo e modo verbal; flexão inadequada de gênero em adjetivos e artigos; uso incorreto do pronome pessoal do caso oblíquo, entre outros. (GUARINELLOL et al., 2012, Disponível em http://www.scielo.br, Acesso em: 25 jul. 2024)
Segundo Mazzotta (2013), o aluno surdo (deficiente auditivo) participa das práticas cotidianas escolares, interagindo com outros surdos e com a sociedade através da Língua Brasileira de Sinais. Não se atribui aos sinais o mesmo estatuto das línguas faladas, e pôr isso mesmo, a língua de sinais é referida comumente e de modo impróprio, como "linguagem de gestos" ou "mímica". A LIBRAS envolve, além do uso de gestos, sendo sua aprendizagem dependente, à semelhança do que ocorre com qualquer língua, da inserção na comunidade de usuários e da dinâmica de relações sociais que se estabelece.
A deficiência auditiva extrema, ou mesmo a mais moderada mas que se manifesta nos primeiros meses de vida de um ser humano ocasionará transtornos no seu desenvolvimento. Tanto é que, durante muito tempo e inclusive no presente, existem casos em que a deficiência auditiva chega a ser confundida com a deficiência mental e seus portadores são chamados erroneamente de "mudos" ou "surdos-mudos". Por isto, para ajudar na superação das dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos, a EAD deve ser aliada à tecnologia, que ajuda a suprir esta necessidade e vai amenizar os entraves, criando novos caminhos para as pessoas, com ou sem deficiência. Sem dúvida, a acessibilidade no ensino e a flexibilidade de horários, são benefícios bastante óbvios nessa relação entre estudante e formato de ensino. No entanto, é interessante perceber que a inclusão social é o que mais se destaca nas possibilidades que a EAD traz ao aluno especial.
Esclarece Sassaki (2014), contudo, que a surdez não afeta o desenvolvimento cognitivo das pessoas e que estas pessoas não são mudas. Elas têm a capacidade de emitir sons, mas se não falam, é quase sempre por temerem que sejam alvo de deboches, por não ouvirem, por não terem recebido treinamento para falar ou por qualquer outro motivo.
Afirma ainda Sassaki (2014) que é importantíssimo detectar com o máximo de certeza possível, o momento em que se instalou a surdez, a fim de que seja possível planejar as necessidades de estimulação da criança, seja qual for a idade. Mas também são necessárias outras informações, tais como: a época em que a surdez foi diagnosticada; se ocorreu antes ou depois do nascimento ou parto; o grau da perda auditiva e se a audição foi estimulada desde o início, por exemplo.
Todos estes detalhes serão primordiais para que o profissional que irá atender o deficiente auditivo conheça com detalhes o histórico desse indivíduo, o que envolve: conhecer a história de cada pessoa; a época em que ocorreu a surdez e qual foi o grau da perda; o tipo de atendimento reabilitacional recebido, oral ou oral com sinais/gestos, estimulação feita para a aquisição da linguagem, aproveitamento dos resíduos auditivos e outras informações mais, para poder prestar o melhor atendimento possível, tanto na área da Educação quanto na de Saúde.
Segundo Lira e Bohadana (2002), são muitos os fatores que influenciam no atendimento a ser dado ao deficiente auditivo e que, mais tarde, irão influenciar não somente na sua inclusão na escola regular, mas, sobretudo, no seu processo de ensino-aprendizagem. Portanto, o grau e o tipo da perda de audição, bem como a idade em que esta ocorreu, determinarão importantes diferenças em relação ao tipo de atendimento que o aluno irá receber. Não se pode ignorar nunca que quanto maior for a perda auditiva, maiores serão os problemas linguísticos e maior será o tempo em que o aluno precisará receber atendimento especializado.
O processo de socialização da criança surda é similar ao de uma criança com a audição perfeita, no que se refere a ter seu início a partir dos primeiros meses ou anos de vida. É quando ocorre o início da fase de socialização da criança surda, quando ela precisa ter sua educação adequada a suas necessidades e, sobretudo, a suas características pessoais. A observação de suas respostas aos primeiros atendimentos escolares e clínicos (estimulação auditiva, sociabilização etc.), servirá para indicar o caminho a seguir: optar pelo ensino especializado (escola e classe especial), ou pelo ensino comum.
As pessoas com deficiência há muito já vêm se especializando e fazendo cursos em entidades de ensino superior e até mesmo são professores em inúmeros desses cursos. Pessoas com deficiência podem se qualificar para serem aceitos e podem conseguir empregabilidade por meio de suas competências e não somente pelo fato de haver leis que garantam vagas por meio de cotas.
A construção da linguagem oral no indivíduo marcado pela surdez profunda representa um penoso e longo processo, do qual fazem parte conquistas do tipo: tomar conhecimento do mundo sonoro, aprender a utilizar todas as vias perceptivas que podem complementar a audição, perceber e conservar a necessidade de comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender a expressar-se, fazendo uso dos avanços tecnológicos que foram acontecendo desde 1900.
Desde 1900, os avanços tecnológicos possibilitaram a ampliação do EAD, dessa forma, é crescente o número de pessoas com deficiência auditiva, que buscam o ensino EAD como forma de integração acadêmica. A Inclusão se apresenta como um direito social, visando a inserção desses indivíduos no nível superior. Os recursos tecnológicos disponíveis são apresentados como ferramentas facilitadoras e devem ser usados amplamente no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), nas videoaulas, chats, podendo incluir importantes instrumentos, como a Libras, que é a principal linguagem de comunicação dos surdos. Assim, cabe discutir as dificuldades presentes na acessibilidade de alunos surdos no ensino superior EAD.
Explica Brito (2015) que a abordagem oralista tem como pressuposto básico o fato de que a comunicação se baseia na fala; não se aceita a utilização dos gestos ou sinais para representar ou indicar coisas, objetos etc. Busca-se no oralismo aproveitar os mínimos resíduos de audição que tenham sobrado para este individuo de maneira a guiá-lo na aquisição da fala e da linguagem, sendo associados à leitura da expressão facial.
Explica Lira (2003) que até a década de 60, como na maioria dos países, o Brasil seguia a orientação dominante, considerando como melhor alternativa, para o ensino de crianças surdas, o atendimento em separado, já que seus problemas linguísticos as diferenciavam das crianças ouvintes. Surgiram devido a este posicionamento muitas escolas especiais para surdos, onde os portadores de deficiência auditiva eram educados, predominantemente, sob o aspecto da reabilitação oral.
Com a chegada dos anos 80, e acompanhando a nova tendência mundial de integração, adotou-se nova orientação no campo da educação dos surdos: a meta que as escolas passaram a se colocar ultrapassava o campo clínico/terapêutico, englobando o campo pedagógico e linguístico.
A integração do aluno surdo ao sistema regular de ensino passou a ser entendida como um processo natural e decorrente da evolução histórica da Educação Especial, fundamentada nos direitos humanos. Representa uma tendência que cada vez mais se confirma e solidifica nos últimos anos, no Brasil e em outros países. Tendo em mente que a meta da educação dos portadores de deficiência auditiva passou a enfocar também o aspecto acadêmico e linguístico,
Da parte do aluno, é essencial estabelecer, para cada caso, o momento ideal para que ele comece a frequentar a classe comum do ensino regular, caso seja esta a sua escolha. Merece destaque, neste caso, a Educação Infantil como o momento ideal para promover o desenvolvimento geral da criança com deficiência auditiva, uma vez que o objetivo maior deste estágio inicial da escolarização é possibilitar um maior desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social de todas as crianças - ouvintes ou surdas. A escola promove experiências e conhecimentos, por meio de jogos e brincadeiras, bem como do convívio com outras crianças e outros adultos, fora do ambiente doméstico.
A socialização, que se inicia antes dos 3 anos, vai se consolidando entre os 4 e os 6 anos de idade. Para que possa expressar seus desejos e suas necessidades, utilizando gestos e/ou sons, a criança surda deve ser exposta a uma linguagem compreensível para ela, contribuindo assim para sua socialização. O desafio do trabalho precoce com a criança surda está em criar situações de comunicação que favoreçam sua expressão e sua interação contínua com as pessoas, utilizando-se do olhar, dos gestos, dos sinais, da linguagem oral etc. (GIL, Disponível em http://www.tvebrasil.com.br, Acesso em: 25 jul. 2024)
Deve a escola preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições de aprender um código de comunicação que permita seu ingresso na realidade sociocultural, com efetiva participação na sociedade. Mencionam Perlin e Miranda (2003) que o trabalho de linguagem, tanto em Língua Portuguesa (oral) quanto na Língua de Sinais Brasileira (LSB), é desenvolvido de forma a dar ao indivíduo surdo , já na sua infância, um instrumento linguístico que a torne capaz de se comunicar.
Para desenvolver este trabalho, recorreu-se a vários recursos, sendo que os mais relevantes são atividades de imitação, jogos, desenho, dramatizações, brincadeiras de faz de conta, histórias infantis etc. As atividades relacionadas permitem, simultaneamente, a aquisição de linguagem e a aprendizagem de conceitos e regras de um código de comunicação, aspectos, essenciais para o processo de integração escolar.
Nesse sentido, a capacitação dos profissionais é indispensável. Eles propõem a formação continuada de profissionais na área da inclusão e intérpretes nas aulas, facilitando a adaptação dos alunos com deficiência auditiva. De acordo com os autores, as estratégias presentes proporcionam aos alunos surdos maior interação com os outros alunos e com seus tutores/monitores através dos chats, permitindo a troca de informações de forma dinâmica, tornando o aprendizado significativo.
Considerando que o indivíduo surdo enfrenta muitas dificuldades em seu processo de socialização e adaptação escolar, o educador deve estar atento e preparado para aproveitar todas as situações mais corriqueiras que sirvam a tais propósitos. Acima de todas as situações possíveis, deve aproveitar aquelas que estão relacionadas às ideias e aos interesses do indivíduo surdo já na sua infância, para estimular e desenvolver seu processo de comunicação.
É importante não somente usar tais situações, mas aproveitar os brinquedos e brincadeiras prediletos para motivá-las a aprender seus nomes, reproduzindo o ruído que fazem, possibilitando sentir as vibrações que muitos deles produzem (os carros quanto passam pela rua), os nomes e cores desses brinquedos (carrinhos, motos e bonecas), ensinando como reproduzir com as bonecas o cuidado materno, dando nome aos sentimentos - 'eu gosto', 'eu choro', 'eu estou triste', 'eu estou alegre' etc.
Informa Parolin (2005) que é através da repetição das palavras e da vivência que as crianças aprendem a compreender uma língua e a usá-la. Isto vale para indivíduos ouvintes e para aqueles com perda auditiva. Mas as crianças com perda auditiva precisam de mais estímulos, de mais repetições e de mais vivências. A partir do momento em que a criança surda percebe que cada objeto tem um nome, o progresso torna-se mais rápido.
A inclusão da criança deficiente auditiva na escola regular deve ser cercada de tantos cuidados quanto merece o aluno que não é portador desta deficiência. A criança não pode ser “jogada” na sala de aula para ter o mesmo rendimento de seus colegas ouvintes. O professor que adotar esta atitude estará demonstrando que desconhece por completo a necessidade da criança surda de ter um atendimento cuidadoso, para que desenvolva suas habilidades comunicativas.
Na educação inclusiva, por outro lado, a criança surda participa ativamente do sistema educacional, inserida que está no mesmo. Espera-se que ela, os professores e toda a escola disponham de meios e recursos que auxiliem seu pleno desenvolvimento escolar, sem sacrifícios. Contudo, a inclusão na escola comum, sobretudo no Ensino Fundamental, não é a única realidade para todos os portadores de deficiência. Deve constituir um processo gradativo, que respeite as diferentes necessidades e interesses de cada um.
Ainda que a inclusão da criança com surdez em classe comum da escola regular seja uma das grandes metas da Educação Inclusiva atual, este processo tem mais chances de ser bem sucedido se acontecer de maneira gradativa e resultar de um estudo de cada caso, individualmente. Não adianta nada tratar todos os alunos surdos de maneira padronizada, pois cada um deles são pessoas únicas, a começar pelo grau de surdez que apresentam.
O ponto de partida deste processo inclusivo para o aluno surdo é verificar se a criança que apresenta este tipo de deficiência está preparada para frequentar uma classe comum. É necessário que fique bem claro se as diferenças entre ouvinte e não ouvintes não serão demasiadas no universo da sala de aula da escola regular, sobretudo aquelas diferenças relacionadas à linguagem.
Este diagnóstico deve ser feito em bases concretas e científicas, a partir da reunião de dados como: parecer médico, resultados das avaliações audiológicas periódicas, informações da fonoaudióloga e da família etc. - que possibilitem ao professor e a escola em geral melhor compreenderem o que a falta de audição pode causar ao ser humano e que tipo de reação à criança terá no ambiente escolar.
O aluno surdo não pode ser colocado em uma classe comum antes de ter adquirido um nível de linguagem suficiente para permitir um diálogo, mesmo que simples, com professores e colegas. Como o oralismo é uma das práticas ainda mais usadas para a comunicação com os deficientes auditivos, a conquista de um bom vocabulário e certo domínio de leitura e escrita mostra-se fundamentais. Com esse domínio da linguagem, ele pode expressar seus pensamentos e sentimentos, e consegue ainda compreender os conceitos utilizados nas diferentes disciplinas.
Além do mais, a escola comum também precisa contar com recursos capazes de facilitar o processo de inclusão, como por exemplo: dispor de profissionais que saibam ensinar a LSB (Língua de Sinais Brasileira), para alunos surdos que tenham uma linguagem oral restrita; Material concreto e visual que sirva de apoio para garantir a assimilação de conceitos novos; Orientação de professores da Educação Especial - itinerantes ou de salas de recursos.
A inclusão eficiente, seja para o aluno surdo ou para aqueles que apresentem qualquer outra NE (Necessidade Especial), deve estar direcionada para a sua capacidade de aprendizagem e não para sua deficiência. Há que se respeitarem as potencialidades deste sujeito, investir nelas, ao invés de ressaltar suas dificuldades. Sobretudo, seja no ensino comum ou no especializado, tratar o aluno como sujeito do seu processo de aprendizagem, fazer com que ele se sinta participante e capaz de fazer escolhas com responsabilidade, programando-se para o futuro.
O conteúdo curricular a ser desenvolvido para o aluno surdo é exatamente o mesmo trabalhado com os alunos ouvintes, com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998). São necessárias adaptações curriculares para atender à especificidade da clientela, seja na escola especial ou na regular. O uso de materiais variados (jornais, revistas, propagandas, noticiários de TV, computadores etc.) contribui para motivar os alunos, mantê-los atualizados em relação aos acontecimentos do mundo e dar-lhes uma visão ampla dos acontecimentos. (RODRIGUES, et al., Disponível em http://www.cultura-sorda.eu, Acesso em: 30 abr. 2016)
Por sua vez, afirma Rodrigues (2015) que, se o professor trabalhar em sala de aula com atividades ligadas aos centros de interesses dos alunos, todos eles serão beneficiados. Melhor ainda se forem propostas atividades que integrem diferentes disciplinas. Na visão inclusiva, o indivíduo com perda auditiva deve ser acolhido a partir de uma proposta globalizadora, que valorize a escolaridade, os hábitos e as atitudes preparatórias para a vida adulta que possibilite a ele se tornar responsável pelo próprio processo escolar e consciente de seus direitos, que são os mesmos dos ouvintes.
Devem os educadores considerar a metodologia e as necessidades específicas dos alunos, para facilitar sua adaptação e sua integração. Fica o professor responsável por desenvolver o processo ensino-aprendizagem com o aluno surdo, adotando a mesma proposta curricular do ensino regular, com adaptações que permitam: ter acesso ao currículo usando inclusive meios de comunicação alternativos, como a Língua Brasileira de Sinais, mímica, desenho e expressão corporal; técnicas de avaliação compatíveis com as necessidades do aluno surdo; e, c) eliminação de atividades como o “ditado”, que não podem ser alcançadas pelo aluno surdo devido à sua deficiência, substituindo-as por outras mais acessíveis, significativas e básicas.
2.1 influência da Libras na Educação do Indivíduo surdo nos cursos EAD
Afirma Couto-Lensi (1997) que, segundo a Política Nacional de Educação Especial, a Integração é um processo ativo de participação das pessoas num contexto de relações humanas, dentro do qual acontece a interação de todas nos respectivos grupos sociais. A normalização é o princípio que representa a base filosófica ideológica da integração. Não se trata de normalizar as pessoas, mas sim o contexto em que se desenvolvem. Normalização significa, portanto, oferecer aos alunos com necessidades especiais modos e condições de vida diária os mais semelhantes possíveis às formas e condições de vida da sociedade.
Segundo este autor, realizou-se em 1990, em Paris, um Congresso Internacional, no qual os representantes da Comissão de Educação Integrada tentaram entrar em acordo sobre diferentes aspectos dos conceitos de normalização.
Afirma ainda este mesma autora que a integração do aluno surdo em uma classe comum é um processo complexo, que demanda cuidados diários do educador, bem como a presença de toda uma infraestrutura pedagógica na escola. Além do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, existem muitas outras variantes envolvidas nesta integração: a família, professores em geral da escola, fonoaudiólogos, assistentes sociais, alunos ouvintes, demais elementos da escola e, é claro, o próprio aluno surdo.
Ao contrário do que ocorre com os alunos ouvintes, para os quais a Língua Portuguesa atua como um instrumento linguístico facilitador nas relações deles com o mundo, para os surdos este mesmo código linguístico é um obstáculo que precisam ultrapassar com imensa dificuldade. Por outro lado, a Libras não é código universal que possibilita tradução, mas sim, a interpretação, quando se procura estabelecer uma correspondência entre as duas línguas.
Considerando que a aquisição da linguagem acontece quando existem condições internas do indivíduo (crescimento, audição, maturação neurológica) agregadas às condições externas adequadas, conclui-se que a linguagem de um surdo configura diferenças entre ele e outro surdo, e entre ele e um ouvinte, vidente ou cego.
Explica Sassaki (2014) que é essencial promover a estimulação precoce da criança, que nasce ou se torna surda no período de zero a três anos de idade, cuidado que se mostra indispensável para a aquisição da linguagem, já que o período citado é considerado um período crítico favorável, graças à plasticidade neural, própria do mesmo. A grande maioria dos surdos, porém, não é beneficiada por esse atendimento que se encontra implantada apenas nas grandes cidades brasileiras.
Sendo o deficiente auditivo privado total ou parcialmente de um dos sentidos que promovem o relacionamento humano entre pares e a socialização de cada indivíduo, é importante dar a toda criança surda, qualquer que seja o nível da sua perda auditiva, o direito de crescer bilíngue. Conhecendo e usando a língua de sinais e a língua oral (na sua modalidade escrita e, quando for possível, na sua modalidade falada) a criança alcançará um completo desenvolvimento das suas capacidades cognitivas, linguísticas e sociais.
Lembra Mazzotta (2013) que a Educação dos surdos foi sempre discutida apenas por ouvintes, sem considerar o pensamento das pessoas surdas sobre o assunto. Os resultados desse processo não são nada satisfatórios. A maioria dos surdos que estiveram na escola nas últimas décadas, e os que ainda estão, não puderam ser beneficiados por ela, principalmente considerando os atuais objetivos da educação, ou seja, promover o pleno desenvolvimento do educando, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.
Segundo Perlin (2003), foi no início da década de 90 que este quadro começou a ser revertido, a favor do aluno surdo. Graças ao Bilinguismo e aos estudos socioantropológicos da surdez o processo de inclusão do aluno surdo na escola regular começou a ter mais chances de êxito efetivo. Isto aconteceu pelo fato de que, no Bilinguismo, são contemplados os aspectos relacionados aos comportamentos, valores, atitudes, estilos cognitivos e práticas sociais dos grupos minoritários. O surdo passou a receber mais apoio para fazer-se ouvir e encontra um caminho que deixa falar o gesto e no qual a sua voz pode ser ouvida.
O bilinguismo da criança Surda implica no uso da língua de sinais, usada pela comunidade Surda, e da língua oral usada pela maioria ouvinte. Esta última adquire-se na sua modalidade escrita e, quando possível, na sua modalidade falada. Em cada criança as duas línguas jogarão papéis diferentes: em algumas crianças predominará a língua de sinais, em outras predominará a língua oral e noutras haverá um certo equilíbrio entre ambas as línguas. (GROSJEAN, 2014. Acesso em: 25 jul. 2024)
Moura (2001) completa essa tese informando que, nesse sentido não se diferenciam de metade da população mundial, aproximadamente, que convive com duas ou mais línguas (estima-se que há no mundo, atualmente, tantas pessoas – se não mais – bilíngues quanto monolíngues). Como outras crianças bilíngues, as crianças surdas usarão ambas as línguas nas suas vidas cotidianas como membros integrantes de dois mundos, neste caso, o mundo ouvinte e o mundo surdo.
Acredita Moura (2001) que a LIBRAS deve ser a primeira língua (ou uma das primeiras) adquirida pelas crianças com uma perda auditiva a partir de severa. A língua de sinais é uma língua natural, plenamente desenvolvida, que assegura uma comunicação completa e integral. Diferentemente da língua oral, a língua de sinais permite às crianças Surdas, em idade precoce, comunicar-se com os pais plenamente, desde que ambos adquiram-na rapidamente.
A Libras desempenha papel essencial na promoção do desenvolvimento cognitivo e social da criança, possibilitando-lhe a aquisição de conhecimentos sobre o mundo ao qual pertence. Graças a esta modalidade de linguagem, a criança surda desenvolverá sua identificação com o mundo surdo (um dos dois mundos aos quais a criança pertence) logo que entre em contato com esse mundo. Além do mais, a Língua de Sinais facilitará a aquisição da língua oral, seja na modalidade escrita ou na modalidade falada, pois será um importante instrumento de comunicação do professor com esta pessoa que está buscando sua inclusão na escola regular e na sociedade em geral.
Por estes motivos, não vale a pena aguardar vários anos na expectativa de se atingir um nível satisfatório, o qual pode jamais ser atingido, negando ao longo deste tempo o direito de acesso da criança surda a uma língua que permita a ela satisfazer suas necessidades de comunicação, socialização e alfabetização (a Língua de Sinais).
Agir deste modo é o mesmo que praticamente aceitar o risco de incorrer em um atraso no seu desenvolvimento linguístico, cognitivo, social ou pessoal. Embora o sinal seja a maneira mais natural do deficiente auditivo se comunicar, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) só foi legalizada em 1997. Antes disso, os gestos existiam, mas não eram organizados sistematicamente e toda a escola para surdos era baseada na técnica oralista.
Como língua que é, a Libras inclui todos os componentes que os outros idiomas possuem: gramática, semântica, sintaxe, etc. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela linguística. Mas existem muitas diferenças com o Português, o que dificulta ao surdo o aprendizado da escrita do idioma oficial brasileiro.
Explica Parolin (2005) que quem nunca lidou com a Língua de Sinais sente muita dificuldade, por exemplo, ao ler um texto escrito por um surdo. "A língua de sinais não tem masculino e feminino, não usa muitas preposições e nem artigos. São só os núcleos das frases mesmo que tem também a ordem preferencial das palavras. Na frase 'eu quero comprar uma bota' o mais importante é a bota. Então o surdo diz 'bota ou quero comprar'. Libras pura só utiliza expressão facial e movimentos. Nessa linguagem, só existe o passado, o presente e o futuro, por isso é tão difícil para a criança surda aprender verbos".
Na maioria das salas de aula que ensinam surdos, as professoras não usam LIBRAS puramente. É um português sinalizado. É uma maneira de o professor chegar mais perto da criança, para saber se ela está entendendo, para ela discutir com ele sobre os assuntos em questão e colocar a opinião dela.
No entanto, afirmam os especialistas no uso de Libras que somente “falam” perfeitamente esta língua quem é surdo mesmo, porque é natural para eles. A linguagem de sinais “falada” pelos ouvintes, como no caso os professores de surdos, é muito mais “contaminada” pelo Português, que é a primeira língua dessas pessoas. Costumam ainda os professores de surdos enfatizar que ensinar somente Libras não adianta, porque essa língua é ágrafa (não tem escrita) e para procurar qualquer informação em livros, o surdo vai ter que saber uma linguagem mais culta, diferente dos sinais - elaborados principalmente para a linguagem cotidiana. (FARIA e BEZERRA, 2011. Disponível em <http://biblioteca.virtual.ufpb.br/>. Acesso em: 25 jul. 2024)
Pode-se concluir, pois, com base nas informações dadas por estas autoras que o fato de ser bilíngue deriva do conhecimento e capacidade de utilização correta de duas ou mais línguas. Em se tratando da segunda língua das crianças surdas esta será sempre a língua oral usada pela comunidade ouvinte à qual também pertencem. Esta língua, seja em sua versão falada e/ou escrita, é a mesma língua falada pelos membros de sua família e comunidade à qual pertence. Quando aqueles que convivem com a criança surda não conhecem a Língua de Sinais é importante que a comunicação se faça, ainda que isto só possa ocorrer através da língua oral. Também a língua oral, sobretudo em sua versão escrita, representa um meio importante para a aquisição de conhecimentos.
Segundo Sassaki (2014), grande quantidade do que as pessoas aprendem se transmite através da escrita, tanto em casa como na escola. Por isso, o êxito acadêmico do indivíduo surdo e seus futuros sucessos profissionais dependerão, em grande parte, de um bom manejo da língua oral na sua modalidade escrita e, quando possível, na modalidade falada.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deve-se ter sempre em mente que a Proposta Bilíngue privilegia igualmente o uso de duas línguas, permitindo ao indivíduo surdo à possibilidade de usá-las em condições de igualdade e, deste modo, ter facilitada sua socialização, educação escolar e aprendizagem de conteúdos. Deste modo, a Proposta Bilíngue não significa a negação, no caso do uso de LIBRAS, do valor da Língua Portuguesa oral. O que ocorre é que o indivíduo poderá optar pela língua que vai usar em cada situação linguística em que se encontre. Trata-se, pois, de uma proposta que considera as peculiaridades dos próprios surdos, incluindo a opinião dos surdos adultos com relação ao processo educacional da criança surda.
Pode-se definir o Bilinguismo como um enfoque educacional que possui como princípio de base o fato de que as crianças surdas são locutoras naturais de uma língua adaptada às suas experiências do mundo e às suas capacidades de expressão e compreensão: a língua de sinais. Esta língua, aliás, possui o conjunto de características das línguas naturais e permite o conjunto de funções destinadas à todas as línguas. Ela deve ser, portanto, ser considerada como língua “primeira”.
A LÍNGUA DE SINAIS estrutura o enunciado da criança, a construção generativa de seu pensamento e a expressão de sua personalidade. Quando se fala de Bilinguismo no campo da educação dos surdos, faz-se uma referência à existência de duas línguas no ambiente do surdo e estamos ao mesmo tempo, reconhecendo que os surdos vivem numa situação bilíngue.
Conclui-se que o EAD assume importante papel no processo de inserção do discente surdo no ensino superior. Através dos recursos tecnológicos, facilita o acesso a mecanismos indispensáveis no processo de aprendizagem desses indivíduos, como a linguagem brasileira de sinais (Libras), presente nos ambientes de aprendizagem virtual. Nesse sentido, a capacitação de docentes no EAD permitirá um melhor aproveitamento das ferramentas tecnológicas utilizadas, prevenindo assim evasões de discentes.
O contato precoce adulto surdo X criança surda, por meio de LIBRAS é que permitirá o acesso à linguagem. O início do processo de integração da criança surda à sociedade precisa acontecer ainda no seu ambiente familiar, progredindo daí para a vizinhança, com sua participação em atividades sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos "ouvintes". O referido processo deve ser ampliado a partir do seu ingresso na escola especial ou regular, conforme suas necessidades especiais. Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de qualidade é fator fundamental para sua integração plena.
Matricular o aluno surdo no sistema regular de ensino significa reconhecer nele um cidadão com idênticos direitos sociais de um ouvinte. É verdade que este aluno vai necessitar de um modelo orientador da Língua Portuguesa, bem como ficar exposto ao modelo linguístico nacional, uma vez que será no ambiente dos ouvintes que ele viverá sempre. A aprendizagem de uma língua acontece e se consolida quando alguém tem o contato direto com os falantes dessa língua.
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1 Aluna licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre - FAFIA de Alegre. Pós graduada em Psicopedagia e Educação [email protected]