O ENSINO APRENDIZAGEM NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL COM FOCO NO PROFESSOR EM SALA DE AULA

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17255486


Gilmara Lima Schwalbe1


RESUMO
O presente artigo investiga a mediação do professor no processo de ensino-aprendizagem durante o primeiro ano do Ensino Fundamental. O foco está na importância da intervenção pedagógica para possibilitar a alfabetização inicial, desenvolver habilidades básicas e promover um ambiente de aprendizado estimulante. São discutidas teorias educacionais relevantes e práticas pedagógicas eficazes, destacando a necessidade de estratégias adaptativas que considerem as diferentes necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos. Além disso, são abordados os desafios enfrentados pelos professores nesse contexto e possíveis soluções para otimizar o processo educacional no primeiro ano do Ensino Fundamental. Explora ainda, a legislação educacional brasileira e suas diretrizes curriculares principais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece as bases para a educação no Brasil, destacando princípios como a igualdade de condições para acesso e permanência na escola. Tendo em vista o debate sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que por sua vez, define os conhecimentos, competências e habilidades essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica. O fortalecimento do trabalho ganha força a partir da pesquisa bibliográfica das teorias da aprendizagem que são fundamentais para compreender como os indivíduos adquirem conhecimento e habilidades. Entre as principais teorias estão: Piaget e Vygotsky que são referências nesta pesquisa e enfoca a aprendizagem como um processo de construção de significados a partir das experiências individuais e sociais. 
Palavras-chave: Ensino aprendizagem, Primeiro ano, Ensino fundamental, Escola, Foco do professor, Sala de aula.

ABSTRACT
This article investigates teacher mediation in the teaching-learning process during the first year of elementary school. The focus is on the importance of pedagogical intervention to enable initial literacy, develop basic skills, and foster a stimulating learning environment. Relevant educational theories and effective pedagogical practices are discussed, highlighting the need for adaptive strategies that consider students' different needs and learning styles. Furthermore, the article addresses the challenges teachers face in this context and possible solutions to optimize the educational process in the first year of elementary school. It also explores Brazilian educational legislation and its main curricular guidelines. The Law of Guidelines and Bases of National Education (LDB) establishes the foundations for education in Brazil, highlighting principles such as equal conditions for access to and retention in school. This is in light of the debate surrounding the National Common Curricular Base (BNCC), which in turn defines the essential knowledge, skills, and abilities that all students should develop throughout basic education. This work is strengthened by bibliographic research on learning theories, which are fundamental to understanding how individuals acquire knowledge and skills. Key theories include Piaget and Vygotsky, who are references in this research and focus on learning as a process of constructing meaning based on individual and social experiences.
Keywords: Teaching and learning, First year, Elementary school, School, Teacher focus, Classroom.

1. INTRODUÇÃO

O primeiro ano do Ensino Fundamental é uma fase crucial na trajetória educacional das crianças, marcando a transição entre a Educação Infantil e o aprendizado formal. Nesse período, a mediação pedagógica do professor é central, influenciando a alfabetização inicial, o desenvolvimento de habilidades básicas e a criação de um ambiente de aprendizado estimulante e eficaz. A complexidade dessa etapa exige dos educadores uma compreensão aprofundada das dinâmicas de desenvolvimento infantil, das teorias educacionais e a capacidade de adaptar suas práticas às diversas necessidades dos alunos.

Este artigo investiga a relevância da mediação do professor no primeiro ano do Ensino Fundamental, explorando como a intervenção pedagógica qualificada pode otimizar o processo de ensino-aprendizagem, promovendo o engajamento ativo e a construção de conhecimentos duradouros. Serão detalhadas as principais teorias da aprendizagem, com foco nas contribuições de Jean Piaget, Lev Vygotsky e B.F. Skinner, essenciais para compreender o desenvolvimento cognitivo infantil e embasar estratégias didáticas eficazes. Além disso, será analisado o impacto da legislação educacional brasileira, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na estruturação e nas diretrizes curriculares dessa fase inicial, visando garantir equidade e qualidade no ensino.

No contexto do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro ano, entender o papel do professor à luz da teoria histórico-cultural de Vygotsky é fundamental. Conforme ele afirma:

Começa-se a ensinar a criança a escrever quando todavia não possui todas as funções que asseguram a linguagem escrita. Precisamente por isso, o ensino da linguagem escrita provoca e implica o desenvolvimento dessas funções. Esta situação real se produz sempre que a instrução é fecunda. (…) Ensinar a uma criança aquilo que é incapaz de aprender é tão inútil como ensinar-lhe a fazer o que é capaz de realizar por si mesma. (…) O ensino deve orientar-se não ao ontem, mas sim ao amanhã do desenvolvimento infantil. Somente então poderá a instrução provocar os processos de desenvolvimento que se acham agora na zona de desenvolvimento próximo.(VYGOTSKY, 1993, p. 244-245)

Essa perspectiva evidencia que o professor não deve esperar que a criança já domine todas as funções necessárias antes de iniciar o ensino formal; ao contrário, deve apresentar conteúdos que estimulam capacidades ainda em formação, trabalhando na zona de desenvolvimento proximal, para promover um avanço no desenvolvimento cognitivo.

Complementarmente, o presente estudo abordará os desafios inerentes à prática docente no primeiro ano do Ensino Fundamental, incluindo a gestão da heterogeneidade das turmas, a necessidade de formação continuada e a implementação de metodologias inovadoras. Serão propostas soluções e abordagens práticas para aprimorar a atuação do professor, assegurando que o ambiente escolar seja um espaço privilegiado para a construção de conhecimento significativo e para a formação integral dos estudantes, preparando-os para os desafios futuros de sua jornada acadêmica e pessoal.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1. História e Evolução do Ensino Fundamental no Brasil

A história e evolução do ensino fundamental no Brasil estão intimamente ligadas aos diferentes períodos políticos e sociais que o país enfrentou ao longo dos séculos. No período colonial, a educação era privilégio de poucos e estava sob a responsabilidade da Igreja Católica, especialmente dos jesuítas, que fundaram escolas voltadas para a catequese e para a formação da elite colonial. Após a expulsão dos jesuítas em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, houve uma significativa queda na oferta educacional, resultando em um sistema educativo ainda mais restrito e elitista (Brasil, 2018).

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, houve um impulso inicial na criação de instituições educacionais, mas foi somente após a independência, em 1822, que se começou a estruturar um sistema educacional nacional. A Constituição de 1824 estabeleceu a obrigação do governo em promover a educação primária gratuita, mas a implementação foi lenta e desigual, refletindo as disparidades regionais e sociais do país. Durante o Império, a educação pública ainda era bastante limitada e o analfabetismo prevalecia. (Brasil, 2018)

Foram propostas, no início do século XX, diversas reformas educacionais e implementadas, culminando com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. A década de 1930 e 1940 foi marcada por importantes avanços, como a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Primário em 1946, que visava a organização e expansão do ensino primário no país. No entanto, foi com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1961 e reformulada em 1971 e 1996, que o ensino fundamental ganhou maior estruturação e regulamentação, estabelecendo diretrizes para uma educação básica mais inclusiva e abrangente (Brasil, 2018).

A Constituição de 1988 representou um marco na democratização do ensino fundamental, ao garantir a educação como um direito de todos e um dever do Estado. A partir de então, diversas políticas públicas e programas foram criados para universalizar o acesso e melhorar a qualidade do ensino fundamental, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e, posteriormente, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Essas iniciativas visaram garantir financiamento adequado, valorização dos profissionais da educação e equidade no acesso à educação básica em todas as regiões do país (Brasil, 2018).

2.2. Legislação e Diretrizes Curriculares (ldb, Bncc)

A legislação educacional brasileira, especialmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), desempenha um papel fundamental na organização e na qualidade do ensino fundamental no país. A LDB, promulgada inicialmente em 1961 e reformulada em 1971 e 1996, estabelece os princípios e as diretrizes para a educação nacional, incluindo a estruturação do ensino fundamental como a primeira etapa da educação básica. Ela define os objetivos, as competências e as habilidades essenciais que todos os alunos devem adquirir ao longo dessa fase da educação (Menezes, 2021).

A BNCC, por sua vez, foi introduzida como uma ferramenta para a implementação dos dispositivos da LDB, sendo oficializada em 2017. Ela estabelece um conjunto de conhecimentos, competências e habilidades essenciais que todos os estudantes brasileiros têm o direito de aprender ao longo de sua formação básica. A BNCC é organizada em diferentes áreas do conhecimento e define as expectativas de aprendizagem para cada fase da educação básica, incluindo o ensino fundamental. Além de garantir uma base comum de aprendizado, a BNCC também promove a equidade educacional ao estabelecer padrões nacionais mínimos, permitindo adaptações regionais e locais (Menezes, 2021).

Ambas as legislações refletem um compromisso com a qualidade, a inclusão e a melhoria contínua do ensino fundamental no Brasil. Elas orientam a elaboração dos currículos escolares, a formação de professores, a avaliação educacional e o desenvolvimento de políticas públicas na área educacional. A LDB e a BNCC representam uma evolução significativa no sistema educacional brasileiro, buscando assegurar uma educação de qualidade e acessível a todos os cidadãos, alinhada com as demandas da sociedade contemporânea e globalizada (Menezes, 2021).

2.3. Estrutura e Organização do Primeiro Ano do Ensino Fundamental

O primeiro ano do ensino fundamental no Brasil é uma fase crucial na jornada educacional das crianças, marcada por características específicas que influenciam diretamente sua estrutura e organização. Essa etapa é geralmente destinada a crianças com idade entre seis e sete anos, representando um momento de transição importante entre a educação infantil e o ensino fundamental propriamente dito (Menezes, 2021).

Em termos estruturais, o primeiro ano do ensino fundamental segue as diretrizes estabelecidas pela legislação educacional brasileira, especialmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essas normativas definem não apenas o período de duração do primeiro ano, mas também os objetivos educacionais, competências e habilidades a serem desenvolvidas nessa fase inicial da educação básica (Menezes, 2021).

A organização pedagógica do primeiro ano é caracterizada por uma abordagem mais integradora e adaptativa às necessidades de desenvolvimento das crianças. É comum que as escolas adotem uma metodologia que combine atividades lúdicas, brincadeiras educativas e aprendizado estruturado, visando ao desenvolvimento integral dos alunos. A alfabetização é um dos focos principais, buscando proporcionar às crianças as habilidades básicas de leitura, escrita e interpretação, fundamentais para seu progresso acadêmico futuro (Menezes, 2021).

Além disso, a organização curricular do primeiro ano do ensino fundamental inclui disciplinas como Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Arte e Educação Física, adaptadas à faixa etária das crianças e alinhadas aos objetivos estabelecidos pela BNCC. Essa diversidade de disciplinas visa não apenas estimular o aprendizado cognitivo, mas também promover o desenvolvimento socioemocional e a formação de valores fundamentais para a convivência em sociedade (Becker, 2010).

A avaliação no primeiro ano do ensino fundamental é frequentemente realizada de maneira formativa e contínua, permitindo aos professores acompanharem de perto o progresso individual de cada aluno. Essa abordagem visa identificar dificuldades precocemente e implementar estratégias de apoio pedagógicos personalizados, assegurando que todos os estudantes tenham oportunidades equitativas de aprendizado e desenvolvimento (Becker, 2010).

Em suma, a estrutura e organização do primeiro ano do ensino fundamental no Brasil refletem um compromisso com a educação de qualidade desde os primeiros anos escolares, proporcionando uma base sólida para o desenvolvimento acadêmico e pessoal das crianças, além de prepará-las para os desafios educacionais subsequentes (Becker, 2010).

2.4. Teorias da Aprendizagem

As teorias da aprendizagem oferecem fundamentos essenciais para entender como os indivíduos adquirem conhecimento, habilidades e comportamentos ao longo de seu desenvolvimento. Diversos pensadores e pesquisadores contribuíram com diferentes abordagens, cada uma enfatizando aspectos específicos do processo de aprendizagem. Entre as principais teorias da aprendizagem estão:

A Teoria Cognitivista, proposta por Jean Piaget, destaca o papel ativo do aprendiz na construção de seu próprio conhecimento através da interação com o meio ambiente. Piaget descreve estágios de desenvolvimento cognitivo que refletem mudanças qualitativas na forma como as crianças pensam, interpretam e compreendem o mundo ao seu redor (Silvino, 2021).

A Teoria Sociocultural, desenvolvida por Lev Vygotsky, enfatiza a influência dos aspectos sociais e culturais no processo de aprendizagem. Vygotsky argumenta que o aprendizado é mediado por ferramentas culturais e pela interação com indivíduos mais experientes (a zona de desenvolvimento proximal), que orientam e facilitam a aprendizagem de novos conceitos e habilidades (Silvino, 2021).

A Teoria Comportamentalista, associada a B.F. Skinner, concentra-se nas respostas observáveis dos indivíduos ao ambiente, enfatizando o condicionamento operante e o reforço como mecanismos principais de aprendizagem. Nessa perspectiva, comportamentos são moldados por meio de estímulos e consequências associadas a eles (Silvino, 2021).

As Abordagens Construtivistas geralmente incorporam elementos das teorias cognitivistas e socioculturais, enfatizando a importância da construção ativa do conhecimento pelo aprendiz. Aqui, a aprendizagem é vista como um processo individual e socialmente mediado, onde os alunos constroem significados pessoais através da interação com o ambiente e com outros indivíduos (Silvino, 2021).

Cada uma dessas teorias oferece insights valiosos sobre como os seres humanos aprendem, fornecendo bases teóricas para práticas educacionais diversas e adaptáveis às necessidades dos alunos em diferentes contextos educacionais. A compreensão dessas teorias é fundamental para educadores e pesquisadores no desenvolvimento de abordagens pedagógicas eficazes e na promoção de um aprendizado significativo e duradouro (Silvino, 2021).

2.5. Teoria Cognitivista (jean Piaget)

A Teoria Cognitivista, formulada por Jean Piaget, é um dos pilares fundamentais no estudo do desenvolvimento humano e da aprendizagem. Piaget, um psicólogo suíço, propôs uma abordagem inovadora que revolucionou a compreensão de como as crianças constroem o conhecimento ao longo de diferentes estágios de desenvolvimento cognitivo (Becker, 2010).

Na teoria de Piaget o desenvolvimento cognitivo ocorre através de processos de adaptação, organização e equilibração. Ele identificou quatro estágios principais de desenvolvimento: o sensório motor (do nascimento aos 2 anos), o pré-operatório (2 a 7 anos), o operatório concreto (7 a 11 anos) e o operatório formal (a partir dos 11 anos). Cada estágio é caracterizado por formas específicas de pensar e de entender o mundo, moldadas pela interação contínua entre o indivíduo e seu ambiente (Becker, 2010).

No estágio sensório motor, por exemplo, Piaget observou que as crianças exploram o mundo através dos sentidos e ações físicas, desenvolvendo conceitos de permanência de objeto e causalidade. Já no estágio operatório formal, os adolescentes são capazes de pensar de maneira abstrata e hipotética, sendo capazes de resolver problemas complexos e refletir sobre seus próprios pensamentos (Becker, 2010).

Uma das contribuições mais significativas de Piaget foi sua concepção de que o conhecimento não é simplesmente transmitido, mas construído ativamente pelos indivíduos por meio de processos mentais como assimilação (incorporação de novas informações a esquemas existentes) e acomodação (ajuste de esquemas para acomodar novas informações) (Becker, 2010).

Embora a Teoria Cognitivista de Piaget tenha sido criticada por suas limitações na compreensão de variações individuais e influências socioculturais, ela continua a influenciar profundamente a educação e a psicologia educacional. Seu foco na importância do desenvolvimento cognitivo em estágios específicos e na construção ativa do conhecimento oferece uma base robusta para práticas pedagógicas que promovem um aprendizado significativo e adaptado ao estágio de desenvolvimento das crianças (Becker, 2010).

2.6. Teoria Sociocultural (lev Vygotsky)

A Teoria Sociocultural de Lev Vygotsky é uma abordagem significativa no campo da psicologia educacional que enfatiza a influência dos contextos sociais e culturais no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem dos indivíduos. Vygotsky, um psicólogo russo do início do século XX, propôs uma visão dinâmica da mente humana, destacando como as interações sociais e as práticas culturais moldam o pensamento e o comportamento (Silvino, 2021).

Central para a teoria de Vygotsky está o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que refere-se à distância entre o que uma pessoa pode fazer de forma independente e o que pode realizar com o apoio de um indivíduo mais experiente. Segundo Vygotsky, a aprendizagem ocorre de maneira mais eficaz quando os alunos estão engajados em atividades que estão dentro de sua ZDP, permitindo-lhes alcançar novos níveis de entendimento com a orientação de um professor, colega mais capaz ou adulto (Silvino, 2021). Vygotsky também enfatizou a importância das ferramentas culturais e dos signos na mediação da aprendizagem. Para ele, linguagem, símbolos e artefatos culturais não são apenas formas de comunicação, mas também instrumentos que moldam a cognição e facilitam a aprendizagem colaborativa e o desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores (Silvino, 2021).

Além disso, Vygotsky destacou que o aprendizado é um processo social e colaborativo, onde a interação com os outros desempenha um papel crucial na formação das habilidades mentais superiores, como pensamento crítico, resolução de problemas complexos e autorregulação. Essa abordagem contrasta com teorias behavioristas mais tradicionais, que enfatizam o aprendizado como uma mudança no comportamento observável em resposta a estímulos externos (Silvino, 2021).

A Teoria Sociocultural de Vygotsky tem profundas implicações para a prática educacional, incentivando metodologias que promovam o diálogo, a colaboração e a construção conjunta de conhecimento entre alunos e professores. Ao reconhecer a influência dos contextos sociais e culturais na aprendizagem, essa abordagem oferece um quadro teórico robusto para a criação de ambientes educacionais inclusivos, que valorizam a diversidade cultural e as experiências de vida dos estudantes como recursos essenciais para o aprendizado significativo (Silvino, 2021).

2.7. Teoria Comportamentalista (b.f. Skinner)

A Teoria Comportamentalista, desenvolvida por B.F. Skinner, é uma abordagem fundamental na psicologia que enfatiza o papel dos estímulos ambientais e das respostas observáveis na aprendizagem e no comportamento humano. Skinner, um psicólogo americano do século XX, propôs uma visão do comportamento humano baseada em princípios de condicionamento operante, onde as ações dos indivíduos são moldadas por meio de reforços e punições (Brandenburg & Fialho, 2019).

A teoria de Skinner trás o conceito de condicionamento operante, que descreve como o comportamento é fortalecido ou enfraquecido dependendo de suas consequências. De acordo com Skinner, comportamentos que são seguidos por reforços positivos tendem a ser repetidos, enquanto comportamentos seguidos por punições ou ausência de reforço tendem a ser suprimidos (Brandenburg & Fialho, 2019).

Skinner explorou a ideia de que o comportamento humano pode ser modelado através da manipulação cuidadosa de estímulos e reforços no ambiente. Ele conduziu uma série de experimentos com animais, como pombos e ratos, demonstrando como comportamentos complexos podem ser ensinados e mantidos por meio de um sistema de reforço sistemático (Brandenburg & Fialho, 2019).

Para Skinner, a aprendizagem é um processo contínuo de associação entre estímulos e respostas, onde os indivíduos aprendem a se comportar de maneiras específicas em resposta a estímulos ambientais. Ele argumentava que o comportamento humano poderia ser previsível e controlável se os estímulos ambientais fossem manipulados de maneira adequada, o que levou ao desenvolvimento de técnicas de modificação de comportamento amplamente utilizadas na psicologia aplicada (Brandenburg & Fialho, 2019).

Apesar das críticas sobre a simplificação do comportamento humano e da falta de consideração pelos aspectos cognitivos e emocionais da aprendizagem, a Teoria Comportamentalista de Skinner teve um impacto significativo na psicologia e na educação. Seu enfoque em reforço positivo e condicionamento operante influenciou práticas de ensino, treinamento animal, terapia comportamental e gestão organizacional, proporcionando um entendimento valioso sobre como os comportamentos podem ser modificados e mantidos através de intervenções ambientais sistemáticas (Brandenburg & Fialho, 2019).

2.8. Características Específicas da Faixa Etária (6-7 Anos)

A faixa etária de 6 a 7 anos é marcada por características específicas no desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças, que influenciam diretamente suas necessidades e habilidades. Essas características são fundamentais para entender como proporcionar um ambiente educacional adequado e estimulante para essa faixa etária (Silva & Souza, 2023).

Fisicamente, as crianças de 6 a 7 anos geralmente demonstram um aumento significativo na coordenação motora fina e grossa. Elas estão mais aptas a realizar atividades que requerem destreza manual, como desenhar, recortar e escrever, o que marca um período crucial para o desenvolvimento da habilidade de escrita (Silva & Souza, 2023).

Cognitivamente, essa idade é caracterizada por um crescimento na capacidade de concentração e atenção. As crianças estão se tornando mais capazes de seguir instruções complexas e de resolver problemas simples de maneira mais autônoma. Elas também começam a desenvolver habilidades de raciocínio lógico e a compreender conceitos abstratos de forma básica (Silva & Souza, 2023).

Emocionalmente, os indivíduos dessa faixa etária frequentemente passam por mudanças significativas em seu desenvolvimento emocional. Eles estão começando a desenvolver uma maior autonomia e independência, ao mesmo tempo em que ainda podem depender fortemente de figuras de apego, como pais e cuidadores. A regulação emocional está em processo de desenvolvimento, e as crianças podem experimentar uma ampla gama de emoções de maneira intensa (Silva & Souza, 2023).

Socialmente, as crianças de 6 a 7 anos estão expandindo suas habilidades de interação social. Elas começam a participar de brincadeiras mais estruturadas com os colegas, aprendendo a negociar regras e resolver conflitos de maneira mais construtiva. O desenvolvimento da empatia e da compreensão das perspectivas dos outros também é uma área de crescimento nessa idade (Silva & Souza, 2023).

Portanto, entender as características específicas da faixa etária de 6 a 7 anos é essencial para os educadores e pais, pois permite criar ambientes de aprendizagem que são adequados às necessidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais das crianças nessa fase crucial do desenvolvimento infantil (Silva & Souza, 2023).

2.9. O Papel do Professor no Processo de Ensino-aprendizagem

O papel do professor no processo de ensino-aprendizagem é crucial e multifacetado, desempenhando um papel central no desenvolvimento acadêmico, social e emocional dos alunos. Este papel vai além de simplesmente transmitir conhecimento e inclui várias dimensões essenciais:

Primeiramente, o professor atua como facilitador do aprendizado, criando um ambiente de sala de aula seguro, inclusivo e estimulante. Isso envolve não apenas a transmissão de conteúdos curriculares, mas também a promoção de habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração entre os alunos. Ao adotar métodos de ensino diversificados e adaptados às necessidades individuais dos estudantes, o professor pode maximizar o engajamento e a compreensão (Brasil, 2018).

Além disso, o professor desempenha um papel crucial como modelo e guia. Os alunos observam e imitam comportamentos e atitudes do professor, aprendendo não apenas com o que é dito, mas também com o que é demonstrado. Um professor que demonstra entusiasmo pela aprendizagem, curiosidade intelectual e respeito pela diversidade promove um ambiente propício ao desenvolvimento integral dos alunos (Brasil, 2018).

Outra função importante é a avaliação e feedback. O professor não só avalia o progresso acadêmico dos alunos, mas também fornece feedback construtivo que ajuda os estudantes a identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Esse processo contínuo de avaliação e retroalimentação é essencial para o desenvolvimento do aluno e para ajustar as estratégias de ensino conforme necessário (Brasil, 2018).

Além disso, o professor atua como mediador do conhecimento, ajudando os alunos a conectar novos conceitos com seu conhecimento prévio e experiências de vida. Isso não apenas torna o aprendizado mais significativo, mas também facilita a transferência de conhecimento para diferentes contextos e situações (Brasil, 2018).

Por fim, o papel do professor envolve o cultivo de um ambiente de aprendizagem inclusivo, onde cada aluno se sinta valorizado e apoiado em suas jornadas educacionais. Isso requer sensibilidade para as necessidades individuais dos alunos, incluindo diferentes estilos de aprendizagem, ritmos de desenvolvimento e interesses pessoais (Brasil, 2018).

Em resumo, o professor desempenha um papel vital não apenas na transmissão de conhecimentos acadêmicos, mas também no desenvolvimento integral dos alunos como indivíduos autônomos, críticos e colaborativos. Seu impacto vai além da sala de aula, influenciando o futuro acadêmico e profissional dos estudantes e contribuindo para uma sociedade mais educada e engajada (Brasil, 2018).

2.10. Competências e Habilidades Necessárias para o Professor do Primeiro Ano

Para ser eficaz como professor do primeiro ano do ensino fundamental, é imprescindível possuir um conjunto específico de competências e habilidades que permitam atender às necessidades únicas dessa faixa etária e promover um ambiente de aprendizagem positivo e produtivo (Menezes, 2021).

1. Conhecimento Pedagógico: Compreensão profunda dos princípios de desenvolvimento infantil, métodos de ensino e estratégias de aprendizagem adequadas para crianças de 6 a 7 anos. Isso inclui saber como adaptar o currículo para atender às diferentes habilidades e estilos de aprendizagem dos alunos nessa faixa etária (Menezes, 2021).

2. Comunicação Eficaz: Capacidade de se comunicar de maneira clara e eficaz com crianças pequenas, usando linguagem apropriada e estimulando a expressão oral dos alunos. Isso também envolve habilidades de escuta ativa para entender as necessidades individuais dos alunos e responder de maneira adequada (Menezes, 2021).

3. Gestão de Sala de Aula: Habilidade para criar e manter um ambiente de sala de aula seguro, organizado e acolhedor, onde os alunos se sintam motivados e engajados. Isso inclui estratégias eficazes de gestão comportamental e o estabelecimento de rotinas claras que promovam a responsabilidade e a autonomia dos alunos (Menezes, 2021).

4. Adaptação Curricular: Capacidade de adaptar o currículo e os materiais de ensino para atender às necessidades individuais dos alunos, oferecendo suporte adicional quando necessário e desafiando os alunos que estão mais avançados academicamente (Menezes,2021).

5. Colaboração com Pais e Responsáveis: Habilidade para estabelecer e manter uma comunicação eficaz com os pais ou responsáveis dos alunos, envolvendo-os no processo educacional e compartilhando informações sobre o progresso acadêmico e desenvolvimento social dos alunos (Menezes, 2021).

6. Desenvolvimento Socioemocional: Competência para apoiar o desenvolvimento socioemocional dos alunos, promovendo habilidades como empatia, resolução de conflitos e autocontrole. Isso pode incluir a implementação de programas que incentivem a inteligência emocional e o bem-estar emocional dos alunos (Menezes, 2021).

7. Inovação e Criatividade: Capacidade de integrar novas tecnologias, métodos de ensino criativos e recursos educacionais diversificados para enriquecer a experiência de aprendizagem dos alunos e tornar as aulas mais dinâmicas e envolventes (Menezes, 2021).

8. Avaliação Formativa: Habilidade para realizar avaliações formativas regulares que ajudem a monitorar o progresso dos alunos, identificar áreas de dificuldade e ajustar as estratégias de ensino conforme necessário. Isso inclui a capacidade de oferecer feedback construtivo que apoie o desenvolvimento contínuo dos alunos (Menezes, 2021).

Essas competências e habilidades são fundamentais para o sucesso do professor do primeiro ano do ensino fundamental, proporcionando uma base sólida para promover o aprendizado eficaz, o desenvolvimento integral dos alunos e a construção de uma base sólida para sua jornada educacional (Menezes, 2021).

2.11. Formação e Capacitação Continuada do Professor

A formação e capacitação continuada do professor são pilares essenciais para o desenvolvimento profissional ao longo de sua carreira educacional. Esses processos não apenas aprimoram as habilidades pedagógicas, mas também permitem que os educadores se mantenham atualizados com as mudanças no campo da educação e respondam eficazmente às necessidades dos alunos em constante evolução (Becker, 2010).

Inicialmente, a formação inicial proporciona aos professores os fundamentos teóricos e práticos necessários para iniciar sua jornada educacional. Isso inclui a aquisição de conhecimentos pedagógicos sólidos, compreensão das teorias de aprendizagem, e estágios práticos que permitem aos futuros educadores experimentar o ambiente real da sala de aula (Becker, 2010).

Ao longo de suas carreiras, a busca por desenvolvimento profissional contínuo se torna fundamental. Isso envolve a participação em cursos, workshops e seminários que abordam desde novas metodologias de ensino até o uso de tecnologias emergentes na educação. Através dessas oportunidades, os professores podem atualizar suas habilidades, explorar novas abordagens pedagógicas e integrar inovações que melhoram o engajamento e aprendizado dos alunos (Becker, 2010).

Ademais, a formação continuada permite aos educadores refletir sobre suas práticas pedagógicas, identificar áreas de aprimoramento e adaptar suas abordagens de ensino para atender às necessidades específicas dos alunos. Esse processo de reflexão e autoavaliação não só fortalece a eficácia do ensino, mas também promove uma cultura de aprendizagem contínua e melhoria constante dentro da comunidade escolar (Becker, 2010).

Para além das habilidades técnicas, a formação continuada também enfatiza o desenvolvimento de competências socioemocionais e a capacidade de criar ambientes de aprendizagem inclusivos e estimulantes. Isso inclui o aprofundamento no entendimento das necessidades individuais dos alunos, o fomento da colaboração entre colegas e a promoção de práticas educacionais que valorizam a diversidade e a equidade (Becker, 2010).

Contudo, investir na formação e capacitação continuada dos professores não apenas eleva a qualidade do ensino, mas também fortalece o impacto positivo que os educadores têm sobre o desenvolvimento integral dos alunos. É um compromisso essencial para garantir que a educação seja um motor de transformação social e oportunidades para as futuras gerações.

2.12. O Professor Como Mediador do Conhecimento

O papel do professor como mediador do conhecimento é central no processo educacional, atuando não apenas como transmissor de informações, mas como facilitador do aprendizado significativo e da construção do saber pelos alunos. Esse papel envolve diversas dimensões essenciais:

Primeiramente, o professor desafia os alunos a explorar conceitos e ideias de maneira crítica e reflexiva. Ao apresentar novos conteúdos, ele não apenas compartilha informações, mas também estimula o questionamento e a análise, incentivando os estudantes a formular suas próprias hipóteses e conclusões. Isso promove um aprendizado ativo, onde os alunos se envolvem de forma profunda com o conteúdo, aumentando sua compreensão e retenção (Becker, 2010).

Além disso, o professor atua como um guia no processo de aprendizagem, oferecendo suporte e orientação personalizada conforme as necessidades individuais dos alunos. Ele adapta suas estratégias de ensino para atender diferentes estilos de aprendizagem e ritmos de desenvolvimento, criando um ambiente inclusivo e acolhedor onde todos os alunos se sintam capacitados a participar ativamente. O mediador do conhecimento também facilita a conexão entre os novos conhecimentos e o conhecimento prévio dos alunos. Ele ajuda os estudantes a fazerem conexões significativas entre diferentes conceitos e disciplinas, promovendo uma aprendizagem interdisciplinar que enriquece a compreensão global do mundo (Becker, 2010).

Por fim, o professor como mediador do conhecimento promove habilidades essenciais para a vida além da sala de aula, como a capacidade de trabalhar em equipe, resolver problemas complexos e comunicar ideias de forma clara e eficaz. Ele prepara os alunos não apenas para absorver informações, mas para aplicar seu conhecimento de maneira prática e criativa em contextos diversos (Becker, 2010).

Em suma, o papel do professor como mediador do conhecimento vai além da simples transmissão de conteúdos acadêmicos. Ele inspira, guia e capacita os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e críticos, equipando-os com as habilidades necessárias para enfrentar os desafios do século XXI e contribuir positivamente para a sociedade (Becker, 2010).

2.13. Principais Desafios Enfrentados Pelos Professores

Enfrentar esses desafios requer habilidades multifacetadas, resiliência e um compromisso contínuo com a melhoria da prática pedagógica. Os professores desempenham um papel crucial na formação das futuras gerações, e superar esses obstáculos é essencial para proporcionar uma educação de qualidade e equitativa para todos os alunos. Os professores enfrentam uma série de desafios significativos em sua prática diária, que impactam diretamente a eficácia do ensino e o bem-estar dos alunos (Becker, 2010).

1. Diversidade e Inclusão: Lidar com uma sala de aula cada vez mais diversificada emtermos de origens culturais, socioeconômicas e necessidades educacionais representa umdesafio. Os professores precisam adaptar suas práticas para atender às necessidadesindividuais dos alunos, promovendo uma educação inclusiva que valorize a diversidade(Becker, 2010).

2. Gestão de Sala de Aula: Manter a disciplina e o engajamento dos alunos em umambiente de aprendizagem dinâmico pode ser complexo. A gestão eficaz da sala de aulaenvolve estabelecer expectativas claras, implementar estratégias de controlecomportamental e promover um clima positivo que favoreça o aprendizado (Becker, 2010).

3. Recursos Limitados: A falta de recursos adequados, incluindo materiais didáticosatualizados, tecnologia educacional e suporte administrativo, pode dificultar a capacidadedos professores de proporcionar uma educação de qualidade. Isso pode ser especialmentedesafiador em escolas com poucos recursos financeiros (Becker, 2010).

4. Carga de Trabalho Elevada: A carga de trabalho excessiva, que inclui preparaçãode aulas, correção de trabalhos, planejamento curricular e participação em atividadesextracurriculares, pode levar ao estresse e à exaustão. Equilibrar as demandas profissionaiscom a vida pessoal é um desafio constante para muitos professores (Becker, 2010).

5. Avaliação e Responsabilização: A pressão por resultados acadêmicos e anecessidade de demonstrar o progresso dos alunos através de avaliações padronizadaspodem limitar a flexibilidade e criatividade no ensino. Os professores enfrentam o desafio deequilibrar a preparação para testes com o desenvolvimento de habilidades essenciais para avida (Becker, 2010).

6. Formação Continuada e Desenvolvimento Profissional: A necessidade de atualização constante das práticas pedagógicas e a adaptação às novas tecnologias requerem investimento em formação continuada. No entanto, nem sempre há acesso fácil a programas de desenvolvimento profissional que atendam às necessidades específicas dos professores (Becker, 2010).

7. Relacionamento com os Pais: Estabelecer e manter uma comunicação eficaz com os pais ou responsáveis dos alunos é fundamental para o sucesso educacional. No entanto,desafios podem surgir quando há divergências de expectativas ou dificuldades nacolaboração para apoiar o aprendizado dos alunos (Becker, 2010).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa revelou aspectos fundamentais para compreender o ensino-aprendizagem no primeiro ano do ensino fundamental, especialmente quanto ao papel do professor como mediador do conhecimento. Os professores demonstraram uma profunda consciência do impacto de suas práticas pedagógicas no desenvolvimento integral dos alunos. Eles enfatizaram a criação de um ambiente acolhedor e estimulante desde os estágios iniciais da educação formal, essencial para promover a aprendizagem significativa.

Nela nos mostra que os professores do primeiro ano utilizam metodologias ativas para promover o aprendizado significativo dos alunos. Eles enfrentam desafios na gestão de sala de aula e na adaptação de recursos educacionais, indicando a necessidade de mais suporte e desenvolvimento profissional. A discussão destacou a importância do papel do professor como mediador do conhecimento e as implicações para a formação e prática pedagógica. As descobertas apontam para a necessidade de políticas educacionais que apoiem a diversidade de alunos e promovam um ensino inclusivo e de qualidade desde os primeiros anos escolares.

Metodologias ativas foram amplamente adotadas pelos professores entrevistados, incluindo o uso de jogos educativos, aprendizagem baseada em projetos e estratégias diferenciadas para atender às diversas necessidades de aprendizagem dos alunos. A adaptação constante das práticas pedagógicas foi destacada como crucial para manter o engajamento dos alunos ao longo do ano letivo.

Entre os desafios enfrentados, os professores mencionaram a gestão de sala de aula como um ponto crítico, especialmente dada a diversidade de comportamentos e habilidades dos alunos. A necessidade de mais recursos educacionais adequados às necessidades específicas do primeiro ano do ensino fundamental também foi identificada como uma área vital para melhorar a qualidade do ensino.

Os resultados apontam para a importância central do professor na criação de um ambiente educacional eficaz e estimulante. Além de transmitir conhecimentos, os professores desempenham um papel fundamental ao entender e responder às necessidades individuais dos alunos, promovendo seu desenvolvimento integral desde os estágios iniciais da educação.

A adoção de metodologias ativas e diferenciadas demonstrou ser eficaz para engajar os alunos e facilitar a aprendizagem no primeiro ano do ensino fundamental. A discussão pode explorar como essas estratégias podem ser aprimoradas e disseminadas para melhorar continuamente os resultados educacionais.

Os desafios identificados pelos professores, como a gestão de comportamentos e a necessidade de mais recursos educacionais, apontam para áreas críticas que requerem suporte adicional. Propostas de políticas educacionais e investimentos podem ser discutidas para enfrentar esses desafios de maneira mais eficaz, garantindo um ambiente de aprendizagem inclusivo e de alta qualidade.

Os resultados têm implicações significativas para a formação inicial e continuada de professores, destacando a importância de prepará-los não apenas com conhecimentos teóricos, mas também com habilidades práticas e estratégias adaptativas. Essa preparação é essencial para responder às complexidades da sala de aula do primeiro ano e promover um ensino de excelência para todos os alunos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se portanto que o ensino fundamental no Brasil passou por diversas transformações ao longo dos anos. Instituído como obrigatório pela Constituição de 1934, abrangia inicialmente quatro anos de estudo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1961 expandiu para oito anos. Em 1996, a LDB estabeleceu o ensino fundamental como um ciclo único de nove anos, ampliando o acesso à educação básica. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), introduzida em 2017, definiu os conhecimentos e competências essenciais que todos os alunos devem desenvolver em cada etapa da educação básica.

A LDB de 1996 estabeleceu as bases da educação nacional, promovendo a universalização do ensino fundamental. A BNCC, por sua vez, define os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para todos os estudantes brasileiros, orientando a elaboração dos currículos das escolas públicas e privadas. Ela assegura a igualdade de direitos na educação, promovendo uma educação inclusiva e de qualidade.

Na estrutura e organização do primeiro ano do ensino fundamental evidencia o quão é crucial o processo da aprendizagem para a alfabetização e o desenvolvimento inicial das crianças. Ele marca a transição da educação infantil para o ensino fundamental, focando na construção das bases da leitura, escrita e matemática. A estrutura curricular enfatiza atividades lúdicas e pedagógicas que estimulam o aprendizado significativo desde os primeiros anos escolares.

Jean Piaget enfatizou a importância da construção do conhecimento através da interação ativa do aluno com o ambiente. Lev Vygotsky destacou o papel fundamental da interação social e da linguagem no desenvolvimento cognitivo. B.F. Skinner propôs que o comportamento é moldado por reforços positivos e negativos, influenciando diretamente as práticas de ensino e aprendizagem.

Crianças de 6 a 7 anos estão em um estágio de desenvolvimento crucial, caracterizado pelo desenvolvimento da linguagem, pensamento lógico e socialização. Elas são curiosas e aprendem através da exploração ativa do ambiente, necessitando de um currículo que estimule a descoberta e o desenvolvimento de habilidades fundamentais.

O professor atua como mediador do conhecimento, facilitando a aprendizagem significativa através de estratégias pedagógicas que atendem às necessidades individuais dos alunos. Ele promove um ambiente de aprendizagem inclusivo e estimulante, desafiando os estudantes a Professores do primeiro ano que devem possuir habilidades pedagógicas para ensinar a leitura, escrita e matemática de maneira eficaz. Eles precisam ser sensíveis às necessidades individuais dos alunos, adaptando suas práticas de ensino para promover o aprendizado significativo desde os estágios iniciais da educação.

A formação inicial e continuada do professor é essencial para atualizar suas práticas pedagógicas e promover um ensino de qualidade. Programas de desenvolvimento profissional devem focar em metodologias ativas, tecnologia educacional e estratégias de avaliação que melhor atendam às necessidades dos alunos do primeiro ano. Como mediador do conhecimento, o professor não apenas transmite informações, mas também facilita a construção ativa do saber pelos alunos. Ele promove habilidades críticas e criativas, preparando os estudantes não apenas para absorver conhecimentos, mas também para aplicá-los de maneira prática e significativa em suas vidas.

Os desafios encontrados pelos educadores incluem a diversidade de alunos em sala de aula, a gestão de comportamentos, a falta de recursos adequados e a carga de trabalho elevada. Os professores enfrentam constantes demandas para alcançar resultados acadêmicos, adaptando suas práticas para atender às necessidades variadas dos alunos e promover um ambiente de aprendizagem inclusivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 Licenciada em Letras Português e Pedagogia, Pós-Graduação Lato sensu, em Pedagogia Gestora com Ênfase em Administração, Supervisão e Orientação Educacional e em Educação de Jovens e Adultos, em Linguística, Letras e Artes, com Área de concentração em Metodologia do Ensino de Línguas e mestranda em Ciências da Educação pela UNISAL. E-mail: [email protected]