NUMLETRA: TECENDO SABERES ENTRE PALAVRAS E NÚMEROS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16734041
Joycineia Porto da Silva1
Micael Campos da Silva2
Francisco Damião Bezerra3
RESUMO
O presente trabalho aborda a proposta NumLetra, que busca integrar os saberes da linguagem e da matemática na Educação Básica, promovendo aprendizagens mais significativas e contextualizadas. Considerando as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entende-se que a interdisciplinaridade é um caminho essencial para superar a fragmentação do conhecimento e potencializar o desenvolvimento integral dos estudantes. Assim, o estudo teve como objetivo analisar as contribuições da proposta NumLetra para o ensino interdisciplinar, investigando como a articulação entre letras e números pode favorecer a aprendizagem crítica e criativa. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, fundamentada em produções acadêmicas e documentos normativos que discutem interdisciplinaridade, práticas pedagógicas e integração curricular. Os resultados indicaram que a proposta amplia as possibilidades de ensino, tornando os conteúdos mais relevantes e estimulando competências linguísticas, matemáticas e socioemocionais. Conclui-se que a integração entre letras e números contribui para práticas pedagógicas inovadoras, oferecendo subsídios para o aprimoramento da atuação docente e fortalecendo uma educação alinhada às demandas contemporâneas.
Palavras-chave: Educação Básica. Interdisciplinaridade. Linguagem. Matemática. Práticas pedagógicas.
ABSTRACT
This paper addresses the NumLetra proposal, which seeks to integrate language and mathematics knowledge in Basic Education, promoting more meaningful and contextualized learning. Considering the guidelines of the National Common Curricular Base (BNCC), interdisciplinarity is understood as an essential path to overcoming knowledge fragmentation and enhancing students' comprehensive development. Thus, the study aimed to analyze the contributions of the NumLetra proposal to interdisciplinary teaching, investigating how the articulation between letters and numbers can foster critical and creative learning. Methodologically, this is a qualitative bibliographic study based on academic works and normative documents that discuss interdisciplinarity, pedagogical practices, and curricular integration. The results indicated that the proposal expands teaching possibilities, making content more relevant and stimulating linguistic, mathematical, and socio-emotional skills. It is concluded that the integration between letters and numbers contributes to innovative pedagogical practices, offering subsidies for the improvement of teaching performance and strengthening an education aligned with contemporary demands.
Keywords: Basic Education. Interdisciplinarity. Language. Mathematics. Pedagogical practices.
1 Introdução
A interdisciplinaridade, enquanto proposta pedagógica, emerge como um caminho inovador para promover aprendizagens significativas, especialmente quando se entrelaçam saberes de distintas áreas do conhecimento, como a linguagem e a matemática. A articulação entre letras e números, tem sua origem em abordagens que buscam romper a compartimentalização do conhecimento, favorecendo a construção de significados por meio do diálogo entre as disciplinas. Nesse sentido, a proposta NumLetra surge como um convite à reflexão sobre novas formas de ensinar e aprender, alinhadas às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta o desenvolvimento integral do estudante.
Outrossim, o cenário educacional brasileiro avança em direção a práticas que valorizam a integração dos conteúdos, reconhecendo que a aprendizagem se torna mais efetiva quando os conhecimentos dialogam entre si. As práticas pedagógicas que conectam múltiplos saberes potencializam a compreensão crítica dos estudantes, especialmente nos anos iniciais da Educação Básica, período no qual se formam as bases para competências linguísticas e matemáticas. Tal perspectiva exige do professor uma postura investigativa e criativa, capaz de estabelecer conexões entre a leitura do mundo e a resolução de problemas, conforme defende Freires et al. (2024).
Como exemplo, projetos que envolvem a produção de textos com elementos numéricos, a leitura de gráficos acompanhada de narrativas explicativas e a construção de histórias matemáticas são aplicados com sucesso em diversas redes de ensino. Essas iniciativas não somente favorecem a compreensão dos conteúdos, como também estimulam o pensamento crítico, a criatividade e a colaboração entre os alunos, promovendo o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais.
Diante desse contexto, questiona-se: de que maneira a integração entre linguagem e matemática, por meio da proposta NumLetra, pode contribuir para o desenvolvimento de aprendizagens significativas na Educação Básica?.
Esta pesquisa se justifica pela necessidade de fortalecer práticas pedagógicas que rompam com a fragmentação curricular ainda presente nas escolas, oferecendo alternativas metodológicas que promovam uma aprendizagem contextualizada. A inter-relação entre letras e números contribui para uma educação mais crítica, reflexiva e conectada com a realidade dos estudantes, respondendo aos desafios contemporâneos da formação cidadã.
Esta pesquisa é relevante ao contribuir para a formação de um currículo integrado e coerente com os princípios da BNCC, fortalecendo a prática docente com recursos que favorecem o desenvolvimento de competências gerais, como o pensamento científico, crítico e criativo. Além disso, oferece subsídios para que gestores e educadores repensem estratégias de ensino que contemplem as necessidades cognitivas e socioculturais dos alunos.
Este trabalho objetiva analisar as contribuições da proposta NumLetra para o ensino interdisciplinar na Educação Básica, explorando como a integração entre linguagem e matemática pode potencializar aprendizagens significativas e promover o desenvolvimento integral dos estudantes.
Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, fundamentada na análise de produções acadêmicas e documentos normativos que abordam a interdisciplinaridade, a prática docente e as relações entre linguagem e matemática no processo educativo.
O percurso teórico deste estudo apoia-se em autores que discutem práticas interdisciplinares e suas implicações pedagógicas, que contribuem para a compreensão crítica e inovadora do processo educativo.
Este trabalho está estruturado da seguinte forma: no capítulo 2, serão apresentados os fundamentos teóricos sobre a integração entre letras e números; no capítulo 3, será detalhada a proposta interdisciplinar NumLetra; no capítulo 4, serão discutidas as metodologias e práticas aplicadas em sala de aula; no capítulo 5, serão analisadas experiências e resultados obtidos com a proposta; por fim, no capítulo 6, serão tecidas as considerações finais, destacando as principais contribuições e implicações do estudo para a prática pedagógica.
2 Entre letras e números: Fundamentos teóricos
A interdisciplinaridade consiste na articulação entre diferentes áreas do conhecimento, de modo a promover aprendizagens significativas e contextualizadas. Sua origem remonta às discussões educacionais do século XX, quando a necessidade de romper com a fragmentação curricular tornou-se evidente nas práticas pedagógicas contemporâneas (Anjos et al., 2024). Conforme Freires, Costa e Araújo Júnior (2023), essa abordagem busca ressignificar o currículo escolar, construindo pontes entre saberes e estimulando a reflexão crítica. Nesse sentido, a interdisciplinaridade assume um caráter transformador, aproximando o conhecimento acadêmico da realidade sociocultural dos estudantes.
Além disso, no contexto brasileiro, a interdisciplinaridade é fortalecida por documentos normativos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que incentiva o desenvolvimento de competências gerais por meio da integração de saberes. Teles et al. (2025) apontam que tal proposta implica a criação de estratégias pedagógicas colaborativas, nas quais professores de distintas áreas atuam de forma conjunta. Complementando essa visão, Freires et al. (2024) destacam que essa perspectiva promove a formação integral dos estudantes, preparando-os para os desafios da sociedade contemporânea e para a construção de soluções inovadoras diante de problemas complexos.
Como por exemplo, práticas que associam a produção textual com a resolução de problemas matemáticos, projetos interdisciplinares que exploram gráficos em narrativas e atividades que conectam literatura e estatística têm ganhado espaço em diferentes redes de ensino. Pereira et al. (2024) evidenciam que essas experiências não apenas melhoram a compreensão dos conteúdos, mas também incentivam a autonomia e a criatividade dos alunos. Assim, a interdisciplinaridade se consolida como um instrumento pedagógico eficaz para tornar o aprendizado mais dinâmico e significativo.
Consoante a isso, a articulação entre linguagem e matemática é uma estratégia pedagógica que reconhece a interdependência entre essas áreas para o desenvolvimento integral do estudante. Historicamente, segundo Freires et al. (2024), a matemática foi vista como um campo autônomo e fechado; no entanto, pesquisas recentes mostram que sua compreensão se torna mais acessível quando associada a práticas linguísticas, como a interpretação textual e a construção de narrativas (Anjos et al., 2024). Essa integração tem origem nas teorias construtivistas, que defendem a aprendizagem como um processo ativo de construção de significados.
Ademais, a BNCC (2018) reforça essa necessidade ao propor que competências linguísticas e matemáticas sejam desenvolvidas de forma integrada, especialmente nos anos iniciais da Educação Básica. Teles et al. (2025) argumentam que tal proposta favorece a alfabetização matemática, ampliando as habilidades de comunicação e interpretação. Do mesmo modo, Freires et al. (2024) destacam que essa articulação potencializa a formação de sujeitos críticos, capazes de compreender e intervir no mundo por meio do diálogo entre códigos linguísticos e numéricos.
Exemplificando, atividades como a leitura e análise de problemas contextualizados, a produção de textos explicativos sobre processos matemáticos e o uso de histórias envolvendo conceitos numéricos têm demonstrado grande eficácia no desenvolvimento das habilidades cognitivas dos estudantes. De acordo com Pereira et al. (2024), tais práticas ampliam a capacidade de interpretação e resolução de problemas, além de fortalecerem a motivação e o engajamento dos alunos nas aulas.
Diante disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes que orientam a integração dos saberes como princípio estruturante do currículo escolar. Conforme Anjos et al. (2024), a BNCC promove a superação da fragmentação disciplinar ao propor a articulação entre as áreas do conhecimento, especialmente no desenvolvimento de competências gerais. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) ressaltam que esse documento impulsiona uma visão holística da educação, na qual a interdisciplinaridade se torna um caminho para a formação cidadã.
Ainda assim, implementar tais diretrizes no cotidiano escolar requer uma mudança de paradigmas pedagógicos, uma vez que demanda a reorganização do planejamento e das práticas docentes. Freires et al. (2024) argumentam que a integração dos saberes exige não apenas a revisão do currículo, mas também a formação continuada dos professores, que precisam desenvolver competências para atuar em contextos colaborativos e inovadores. Teles et al. (2025) destacam que essa transformação fortalece o papel da escola como espaço de construção coletiva do conhecimento.
Com isso, diversos projetos pedagógicos têm buscado alinhar suas práticas às orientações da BNCC, criando propostas que integram linguagem, matemática e outras áreas do saber. Pereira et al. (2024) apontam, por exemplo, experiências em que conteúdos de diferentes disciplinas são trabalhados em torno de temas geradores, resultando em aprendizagens mais significativas e contextualizadas. Essas práticas mostram que a BNCC não apenas orienta, mas também potencializa a interdisciplinaridade como ferramenta pedagógica.
3 NumLetra: Uma proposta interdisciplinar
A proposta NumLetra surge como uma concepção interdisciplinar que visa integrar práticas linguísticas e matemáticas no contexto da Educação Básica, buscando promover aprendizagens significativas e alinhadas às necessidades contemporâneas da formação escolar. Segundo Anjos et al. (2024), essa proposta encontra raízes em abordagens construtivistas e socioculturais, que defendem o protagonismo do estudante no processo de aprendizagem. Para Freires, Costa e Araújo Júnior (2023), o NumLetra propõe um caminho inovador para unir diferentes formas de raciocínio, articulando a lógica matemática com as múltiplas linguagens, fortalecendo o diálogo entre áreas tradicionalmente tratadas de forma isolada.
Além do mais, essa concepção encontra respaldo nas diretrizes da BNCC (2018), que preconiza a formação integral dos estudantes a partir da articulação entre competências cognitivas, socioemocionais e comunicativas. Freires et al. (2024) destacam que o NumLetra responde a essa demanda ao incentivar práticas pedagógicas que desenvolvem simultaneamente a habilidade de interpretar, criar e resolver problemas complexos. Para Teles et al. (2025), tal integração favorece o entendimento mais profundo dos conteúdos, pois contextualiza a matemática com narrativas e situações do cotidiano, potencializando o sentido do aprender.
Exemplificativamente, projetos desenvolvidos sob o escopo do NumLetra incluem atividades como a elaboração de histórias matemáticas, nas quais conceitos numéricos são aplicados em narrativas, a produção de textos explicativos sobre cálculos e operações, e a interpretação de gráficos e tabelas a partir de construções textuais. Conforme Pereira et al. (2024), essas práticas demonstram que é possível transformar a sala de aula em um ambiente colaborativo, no qual a matemática ganha significado por meio da linguagem, e a linguagem se fortalece com o pensamento lógico.
Consoante a isso, a proposta NumLetra apresenta como potencialidade principal a promoção do desenvolvimento integral do estudante, unindo competências matemáticas e linguísticas para a formação de sujeitos críticos, criativos e autônomos. Anjos et al. (2024) apontam que esse modelo pedagógico amplia as possibilidades de aprendizagem, estimulando tanto o raciocínio lógico quanto a expressão oral e escrita. Para Freires et al. (2024), o NumLetra contribui para o fortalecimento das habilidades do século XXI, como a resolução de problemas complexos, a comunicação assertiva e a colaboração, que são essenciais para o mundo contemporâneo.
Ademais, a implementação dessa proposta pode transformar a dinâmica escolar, superando práticas tradicionais centradas na transmissão de conteúdos. Segundo Teles et al. (2025), ao promover o diálogo entre saberes, o NumLetra possibilita uma aprendizagem mais ativa, em que os estudantes assumem o protagonismo e constroem significados coletivamente. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) ressaltam que essa metodologia favorece a aprendizagem contextualizada, aproximando os conteúdos escolares das vivências e interesses dos alunos.
À exemplo disso, escolas que implementaram o NumLetra observaram maior engajamento discente, especialmente em projetos que combinam narrativas com resolução de problemas matemáticos, jogos interativos com produção textual e atividades colaborativas de análise de dados (Pereira et al., 2024). Esses resultados indicam que a proposta não apenas fortalece a aprendizagem acadêmica, mas também promove competências socioemocionais, como empatia e cooperação.
Diante do exposto, a implementação do NumLetra, embora promissora, enfrenta desafios que precisam ser superados para garantir sua efetividade. Entre eles, Anjos et al. (2024) destacam a necessidade de capacitação docente, visto que muitos professores ainda não se sentem preparados para trabalhar de forma interdisciplinar. Freires et al. (2024) reforçam que a ausência de uma cultura colaborativa entre os profissionais da educação pode dificultar a integração entre disciplinas.
Ainda assim, tais desafios também abrem caminho para importantes perspectivas de avanço. Conforme Teles et al. (2025), a formação continuada de professores e a construção de redes colaborativas entre educadores são estratégias essenciais para fortalecer a implementação dessa proposta. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) acrescentam que o apoio das políticas públicas e da gestão escolar pode criar um ambiente propício para a inovação pedagógica.
Com isso, experiências exitosas em instituições que investiram na formação docente, na reorganização curricular e na disponibilização de recursos tecnológicos têm mostrado que é possível implementar a proposta de forma eficaz. Pereira et al. (2024) relatam que tais práticas resultam em uma maior integração entre os professores, além de ampliar a motivação dos alunos, transformando o NumLetra em uma ferramenta potente para o ensino contemporâneo.
4 Metodologias e práticas em sala de aula
As metodologias ativas consistem em estratégias de ensino que colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem, promovendo autonomia, protagonismo e participação ativa. Segundo Pereira et al. (2024), essas metodologias têm origem nas teorias construtivistas e socioconstrutivistas, que defendem a construção do conhecimento por meio da interação entre sujeitos e contextos. Para Freires et al. (2024), a aplicação dessas abordagens em propostas interdisciplinares, como o NumLetra, favorece o desenvolvimento de competências que vão além do conteúdo disciplinar, estimulando a criatividade, a resolução de problemas e o trabalho colaborativo.
Além disso, no contexto da Educação Básica, as metodologias ativas representam uma alternativa eficaz para superar a fragmentação curricular, alinhando-se às diretrizes da BNCC. Anjos et al. (2024) afirmam que essas estratégias são fundamentais para tornar a aprendizagem mais significativa, especialmente quando associadas à integração entre letras e números. Teles et al. (2025) complementam que, ao promover o diálogo entre diferentes áreas do saber, as metodologias ativas potencializam o desenvolvimento integral dos estudantes, atendendo às demandas formativas da sociedade contemporânea.
Exemplificando, a utilização da aprendizagem baseada em projetos, em que os alunos desenvolvem atividades que combinam produção textual e resolução de problemas matemáticos, tem mostrado resultados expressivos. Pereira et al. (2024) relatam que práticas como debates matemáticos, jogos digitais que envolvem interpretação de textos e construção colaborativa de histórias com elementos numéricos fortalecem tanto as habilidades linguísticas quanto as matemáticas.
Consoante a isso, as estratégias didáticas interdisciplinares são recursos que visam unir conteúdos de diferentes disciplinas de forma planejada e intencional, promovendo um aprendizado mais global. De acordo com Anjos et al. (2024), essas estratégias têm origem em propostas pedagógicas que valorizam a integração curricular como caminho para desenvolver competências complexas. Para Freires, Costa e Araújo Júnior (2023), sua aplicação na articulação entre linguagem e matemática amplia a compreensão dos conceitos, aproximando-os da realidade dos estudantes.
Ademais, o uso dessas estratégias demanda que os professores adotem práticas colaborativas e inovadoras, reorganizando o planejamento e os materiais de ensino. Teles et al. (2025) destacam que a interdisciplinaridade só se concretiza quando há diálogo entre os docentes, compartilhamento de objetivos e elaboração conjunta de atividades. Freires et al. (2024) reforçam que tais estratégias fortalecem o desenvolvimento das competências gerais da BNCC, como pensamento crítico, argumentação e comunicação.
À exemplo disso, projetos que envolvem a produção de narrativas matemáticas, análise textual de problemas contextualizados e construção de infográficos com dados numéricos são alternativas eficazes para unir letras e números. Pereira et al. (2024) evidenciam que essas atividades ampliam a motivação dos estudantes, favorecendo a aprendizagem colaborativa e significativa.
Diante disso, o professor desempenha um papel essencial como mediador no processo de ensino-aprendizagem, atuando como facilitador da integração entre áreas do conhecimento. Anjos et al. (2024) afirmam que a origem dessa concepção remonta às teorias de aprendizagem sociocultural, que enfatizam a importância da interação entre professor, aluno e contexto. Para Freires et al. (2024), no âmbito do NumLetra, o professor deixa de ser um mero transmissor de conteúdos e passa a ser um agente que cria conexões significativas entre letras e números.
Ainda assim, essa mediação requer que o professor desenvolva competências pedagógicas e tecnológicas que lhe permitam planejar atividades integradas e motivadoras. Teles et al. (2025) ressaltam que a formação continuada é indispensável para que os educadores possam atuar em contextos interdisciplinares. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) destacam que a mediação docente favorece a construção de ambientes de aprendizagem mais dinâmicos, colaborativos e inclusivos.
Com isso, professores que implementam o NumLetra têm adotado práticas como rodas de conversa para interpretação de problemas matemáticos, oficinas de escrita criativa com elementos numéricos e debates sobre a aplicabilidade dos conteúdos em situações reais. Pereira et al. (2024) apontam que essas ações ampliam a participação ativa dos estudantes e contribuem para uma aprendizagem mais significativa e contextualizada.
5 Experiências e resultados do NumLetra
Os relatos de práticas pedagógicas interdisciplinares no âmbito do NumLetra revelam experiências que unem conteúdos de linguagem e matemática com intencionalidade didática. Anjos et al. (2024) apontam que esses relatos têm origem em iniciativas que valorizam o protagonismo do estudante e a reconstrução de saberes a partir de situações reais. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) afirmam que a documentação e a análise dessas práticas são fundamentais para compreender como a interdisciplinaridade se concretiza no cotidiano escolar, permitindo que outras instituições adaptem e ampliem tais estratégias.
Além disso, o registro dessas experiências tem contribuído para a criação de um repertório pedagógico diversificado, oferecendo aos professores referências para aplicar atividades inovadoras. Teles et al. (2025) destacam que tais práticas geram um ambiente colaborativo entre docentes, promovendo o compartilhamento de metodologias e resultados. Freires et al. (2024) reforçam que esses relatos não apenas descrevem ações realizadas, mas também refletem sobre os impactos da integração entre letras e números na formação integral dos alunos.
Exemplificando, destacam-se projetos como a elaboração de contos matemáticos, em que os estudantes criam histórias que incorporam problemas numéricos, e a construção de jornais escolares com análise estatística de dados levantados pela turma. Segundo Pereira et al. (2024), essas práticas fortalecem a interpretação de textos e o raciocínio lógico, além de favorecerem a autonomia discente.
Consoante a isso, a análise dos impactos do NumLetra no aprendizado evidencia que a proposta contribui para o desenvolvimento de competências múltiplas, que vão além do domínio técnico de conteúdos. Anjos et al. (2024) afirmam que os estudantes que participam dessas práticas apresentam maior capacidade de interpretação e resolução de problemas complexos. Freires et al. (2024) destacam que a proposta também amplia a motivação e o engajamento dos alunos, criando um ambiente mais propício ao aprendizado ativo.
Ademais, tais impactos dialogam com as competências gerais estabelecidas pela BNCC, que preveem o desenvolvimento do pensamento crítico, da argumentação e da criatividade. Teles et al. (2025) ressaltam que a integração entre letras e números amplia a capacidade dos alunos de relacionar conceitos, contextualizar informações e comunicar ideias com clareza. Para Freires, Costa e Araújo Júnior (2023), a proposta contribui para que os estudantes compreendam a matemática e a linguagem como ferramentas de leitura e transformação da realidade.
À exemplo disso, observou-se que projetos que envolvem a criação de histórias com problemas matemáticos ou a análise crítica de dados sociais melhoraram significativamente o desempenho dos estudantes em avaliações diagnósticas e formativas. Pereira et al. (2024) apontam que esses resultados indicam uma evolução nas habilidades cognitivas e comunicativas, reforçando o potencial do NumLetra para transformar as práticas de ensino.
Diante do exposto, as reflexões sobre o aperfeiçoamento do NumLetra indicam que, embora os resultados sejam positivos, é necessário investir continuamente na formação docente e na ampliação de recursos pedagógicos. Anjos et al. (2024) defendem que a consolidação dessa proposta requer políticas educacionais que incentivem práticas interdisciplinares. Freires et al. (2024) acrescentam que o engajamento da gestão escolar e o suporte institucional são fatores determinantes para o sucesso de iniciativas como essa.
Ainda assim, a experiência acumulada demonstra que o NumLetra possui grande potencial para ser replicado e adaptado a diferentes realidades escolares. Teles et al. (2025) ressaltam que, para isso, é necessário construir redes colaborativas entre professores e pesquisadores, de modo a compartilhar metodologias, resultados e estratégias de implementação. Freires, Costa e Araújo Júnior (2023) destacam que o diálogo constante entre teoria e prática é fundamental para aprimorar e expandir a proposta.
Com isso, propõem-se ações como a criação de oficinas de formação interdisciplinar, a elaboração de materiais didáticos específicos para o NumLetra e a realização de pesquisas empíricas que aprofundem a análise de seus impactos. Segundo Pereira et al. (2024), essas medidas podem fortalecer a efetividade da proposta e consolidá-la como um modelo inovador de ensino, capaz de integrar saberes e promover aprendizagens transformadoras.
6 Considerações finais
Ao retomar o objetivo geral desta pesquisa — analisar as contribuições da proposta NumLetra para o ensino interdisciplinar na Educação Básica, explorando como a integração entre linguagem e matemática pode potencializar aprendizagens significativas e promover o desenvolvimento integral dos estudantes —, constata-se que ele foi plenamente atingido. Isso porque a investigação evidenciou que a articulação entre letras e números favorece a compreensão dos conteúdos escolares de maneira contextualizada, amplia a criticidade dos alunos e estimula práticas pedagógicas que dialogam com a realidade sociocultural dos discentes, atendendo às competências previstas pela BNCC.
Além disso, os principais resultados apontaram que a proposta NumLetra contribui para a superação da fragmentação curricular ainda presente em muitas instituições de ensino, promovendo uma aprendizagem mais integrada e significativa. A partir da análise bibliográfica, identificou-se que práticas que combinam narrativas textuais com elementos matemáticos, como gráficos, tabelas e problemas contextualizados, tornam-se estratégias eficazes para o desenvolvimento de competências linguísticas, matemáticas e socioemocionais.
Consoante a isso, as contribuições teóricas deste estudo residem no fortalecimento das discussões sobre interdisciplinaridade, oferecendo subsídios para que professores e gestores repensem suas práticas pedagógicas. O trabalho evidencia a necessidade de ampliar espaços de formação docente voltados à integração curricular e de criar ambientes educativos que estimulem o pensamento crítico e criativo.
À vista disso, ressalta-se que esta pesquisa não apresentou limitações significativas, uma vez que seus métodos, centrados em uma abordagem bibliográfica qualitativa, permitiram compreender com profundidade os aspectos teóricos e práticos relacionados ao tema. A estratégia metodológica adotada mostrou-se suficiente para alcançar os objetivos propostos, fundamentando as análises e discussões desenvolvidas ao longo do trabalho.
Diante do exposto, sugere-se que futuras investigações ampliem o escopo deste estudo por meio de pesquisas empíricas, que explorem a implementação da proposta NumLetra em diferentes contextos escolares, com observação direta das práticas pedagógicas e avaliação de seus impactos sobre o desempenho discente. Além disso, recomenda-se aprofundar estudos sobre a formação de professores para atuação em projetos interdisciplinares, visando consolidar práticas inovadoras que transformem o cotidiano escolar em um espaço de efetiva construção de saberes.
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1 Mestre em Tecnologias emergentes em educação pela MUST University. E-mail: [email protected]
2 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]
3 Doutorando em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). E-mail: [email protected]