INFÂNCIA E REALEZA: A SENSÍVEL RECONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DOS PEQUENOS HERDEIROS DO BRASIL

PDF: Clique aqui


REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16740561


Nathalie Tenório de Barros Farias1


RESUMO
O intuito deste artigo é analisar a importância da literatura infantil ilustrada no ensino de História, utilizando como foco de análise a obra "Princesinhas e Príncipezinhos do Brasil", escrita por Paulo Henrique. A obra ilustra, de maneira divertida e compreensível, personalidades históricas da monarquia brasileira durante sua juventude, humanizando figuras como a princesa Leopoldina. A pesquisa assume que a utilização da literatura infantil pode incentivar o interesse das crianças pela história do país, ajudando no desenvolvimento do pensamento crítico e do sentimento de pertença cultural. A pesquisa se baseia na avaliação do conteúdo do livro, nas atividades de ensino desenvolvidas pelo autor — como o jogo da memória — e em fundamentações teóricas sobre a enseñanza de História, alfabetização literária e mediação pedagógica. Ademais, aborda-se os vantajosos aspectos da estratégia visual e narrativa para a apreensão histórica por parte do público jovem. A abordagem empregada é de natureza qualitativa, utilizando análise documental e descritiva, fundamentada na observação direta e na avaliação do material didático elaborado. Conclui-se que a mudança do autor da literatura voltada para adultos para a infantil constitui uma ação estratégica no âmbito educacional, ao tornar o saber histórico mais acessível, sensível e relevante para as novas gerações. A investigação também destaca a importância da produção literária direcionada ao público jovem como um recurso educacional, cultural e político na consolidação da identidade nacional e na promoção do pensamento histórico desde a infância.
Palavras-chave: Literatura infantil; Ensino de História; Paulo Rezutti; Leopoldina; Livro ilustrado.

ABSTRACT
This article aims to reflect on the contribution of illustrated children's literature to the teaching of History, using the book Princesinhas e Principezinhos do Brasil by author Paulo Henrique as a case study. The work playfully and accessibly presents historical figures from the Brazilian monarchy during their childhood, humanizing characters such as Princess Leopoldina. The research is based on the assumption that using children's literature can spark children's interest in national history, fostering critical thinking and cultural belonging. The study is grounded in the content analysis of the book, in the pedagogical activities created by the author — such as the memory game — and in theoretical references on History teaching, literary literacy, and pedagogical mediation. In addition, the benefits of visual and narrative approaches to children's historical understanding are discussed. The methodology is qualitative, with documentary and descriptive analysis based on direct observation and the examination of the didactic material produced. It is concluded that the author’s transition from adult literature to children's literature represents a strategic move in the educational field, making historical knowledge more accessible, engaging, and meaningful for younger generations. The research also highlights the relevance of literary production aimed at children and young people as a didactic, cultural, and political tool in strengthening national identity and stimulating historical thinking from an early age.
Keywords: Children’s literature; History teaching; Paulo Rezutti; Leopoldina; Illustrated book.

1 INTRODUÇÃO

A narrativa sobre a infância no Brasil imperial, comumente eclipsada pelos importantes eventos políticos e pelas personalidades adultas da elite, obtém um espaço singular de expressão e destaque na obra “Princesinhas e Princepezinhos do Brasil”, elaborada por Paulo Rezzutti e ilustrada por Giselle Damiele. Lançado em 2021, a obra reconstitui, com apuro e sensibilidade, as vidas de príncipes e princesas brasileiras do século XIX, iluminando suas rotinas, sentimentos, vulnerabilidades e deveres que lhes foram legados ao nascer (REZZUTTI, 2021).

Ao invés de seguir uma abordagem somente factual ou cronológica, Rezzutti estrutura sua narrativa através de cartas, documentos oficiais, retratos e testemunhos históricos, criando uma representação clara e envolvente da infância nos palácios imperiais. Ao realizar tal ação, o autor convida o leitor a reconhecer as crianças da monarquia não apenas como meras representações de poder, mas como indivíduos históricos, cujas vivências emocionais e sociais contribuem para a compreensão do funcionamento da corte e dos valores daquele período.

Paulo Rezzutti, arquiteto e pesquisador, é um membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e participa ativamente da criação de obras de divulgação científica fundamentadas em documentos originais. Sua trajetória abrange a atuação, na qualidade de consultor técnico, na exumação dos restos mortais dos imperadores do Brasil em 2012, um acontecimento que sinalizou a revalorização da memória imperial do Brasil. O escritor é conhecido por sua capacidade de conectar história e linguagem simples, aproximando leitores de várias idades da formação da memória nacional.

A artista Giselle Damiele enriquece visualmente a obra com sutileza e exatidão histórica. Sua obra, caracterizada por contornos delicados e eloquentes, proporciona uma representação visual que acentua a ambientação da época retratada e favorece a conexão com o público jovem. Formada em Design Gráfico, Damiele tem se destacado ao criar ilustrações de obras de natureza histórica e educacional, ajudando no desenvolvimento visual e crítico de jovens leitores.

A obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil, de Paulo Rezzutti (2021), destaca-se ao apresentar a experiência infantil na monarquia, evidenciando aspectos cotidianos e afetivos pouco abordados. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo geral analisar de que forma essa obra contribui para ampliar a compreensão sobre a infância na monarquia brasileira e seu potencial para a divulgação histórica e o ensino de História.

Diante da relevância de se discutir a infância no contexto da monarquia brasileira e da necessidade de recursos pedagógicos que despertem o interesse dos estudantes pela História, a obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil, de Paulo Rezzutti, surge como uma valiosa ferramenta didática. Ao aliar uma narrativa acessível a imagens e informações cuidadosamente pesquisadas, o livro possibilita uma abordagem lúdica e sensível sobre o cotidiano das crianças da família imperial. Nesse sentido, questiona-se: de que maneira a obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil pode contribuir para o ensino de História ao possibilitar uma abordagem sensível, ilustrativa e lúdica da infância na monarquia brasileira?

A opção de abordar a infância na monarquia brasileira possui significativa importância para a historiografia e a educação. Com uma nova abordagem, a obra de Rezzutti expande os limites da história convencional ao considerar as crianças como protagonistas históricos e como reflexos dos valores sociais e culturais de seu tempo. Adicionalmente, ao tornar mais humanas figuras que costumam ser idealizadas, a obra ajuda a entender de forma mais sensível e diversificada a construção do Brasil, fornecendo também suporte para a prática pedagógica.

2 METODOLOGIA

Este estudo adotou uma abordagem qualitativa, fundamentada na análise bibliográfica e documental da obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil (REZZUTTI, 2021). A pesquisa concentrou-se na leitura crítica do texto principal, buscando identificar as formas pelas quais o autor constrói a narrativa da infância na monarquia brasileira. Além disso, foram examinados os recursos visuais presentes no livro, especialmente as ilustrações produzidas por Giselle Damiele, para compreender como o aspecto imagético contribui para o entendimento histórico e a aproximação do público leitor. Essa combinação de análise textual e visual permite uma interpretação mais completa do conteúdo e da proposta educativa da obra.

Para aprofundar a reflexão sobre o papel da infância enquanto categoria histórica, a pesquisa também dialogou com estudos teóricos sobre história social da infância e divulgação científica, ampliando o referencial analítico (CHILDREN’S HISTORY GROUP, 2000; ROSEN, 2014). A análise foi orientada pela perspectiva de que a história da infância pode revelar práticas culturais e sociais negligenciadas nas narrativas tradicionais, ampliando assim a compreensão do passado. Todo o processo buscou garantir rigor acadêmico, sem perder de vista a acessibilidade da obra para diferentes públicos, em especial o infantojuvenil.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

3.1 O livro Princesinhas e Princepezinhos do Brasil: proposta e motivação do autor

A obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil apresenta uma contribuição inovadora à historiografia brasileira ao concentrar-se na infância dos membros da família imperial. Paulo Rezzutti, renomado pesquisador especializado no Brasil do século XIX, oferece uma narrativa que se afasta das abordagens tradicionais centradas em eventos políticos e personagens adultos. Em vez disso, destaca as experiências, emoções e particularidades das crianças durante o período monárquico (REZZUTTI, 2021).

Imagem 1: Capa do livro Princesinhas e Principezinhos do Brasil, de Paulo Rezzutti Fotografia da capa do livro realizada pela autora deste trabalho para fins ilustrativos.
Fonte: Nathalie Tenório (2025).

A proposta do autor acompanha uma tendência atual da história social, que busca incluir sujeitos historicamente marginalizados — como as crianças — como protagonistas históricos capazes de refletir e influenciar seu tempo. A partir de documentos originais, como cartas, registros oficiais e narrativas da época, Rezzutti reconstrói o cotidiano, os sentimentos e os desafios enfrentados pelas crianças da realeza, evidenciando a complexidade de seu desenvolvimento social e emocional. Essa metodologia permite compreender não apenas aspectos íntimos da vida palaciana, mas também a forma como valores culturais e políticos eram transmitidos entre gerações.

Um diferencial da obra está na presença das ilustrações de Giselle Damiele, cuja arte complementa a narrativa escrita, proporcionando uma experiência visual enriquecedora. Esse recurso facilita a compreensão do conteúdo histórico e desperta o interesse do público, especialmente o mais jovem. As imagens fortalecem o contexto e aproximam o leitor da realidade vivida pelas princesas e príncipes, que, mesmo em meio ao luxo e ao poder, também enfrentavam dilemas comuns à infância: o aprendizado, a brincadeira e os desafios de crescer.

Paulo Rezzutti é amplamente reconhecido por suas obras sobre o Brasil imperial, sempre pautadas em rigor documental e linguagem acessível. Entre seus títulos de destaque estão D. Pedro – A narrativa desconhecida (2015), D. Leopoldina – A narrativa não revelada (2017) e D. Pedro II – A narrativa não revelada (2019), todos lançados pela editora LeYa. Nessas obras, o autor utiliza fontes primárias, como cartas e documentos oficiais, o que garante profundidade histórica e autenticidade às biografias que compõe (REZZUTTI, 2015).

Ao dedicar-se à infância imperial em Princesinhas e Princepezinhos do Brasil, Rezzutti busca também uma finalidade educativa, oferecendo um material valioso para o ensino de História e a divulgação científica. Sua obra amplia os horizontes da historiografia nacional, incluindo temas envolventes que dialogam com o público contemporâneo e fomentam o interesse pela memória histórica desde a infância. Esta mudança de estilo evidencia não apenas o interesse em construir uma memória histórica desde os primeiros anos escolares, mas também reforça uma proposta educativa que alia o rigor historiográfico ao encantamento visual, tornando a história nacional acessível, significativa e cativante para as novas gerações.

3.2 A infância de Leopoldina e sua representação na obra As Princesas do Brasilem Princesinhas e Princepezinhos do Brasil

Maria Leopoldina de Habsburgo (1797–1826) foi uma arquiduquesa da Áustria e tornou-se a primeira imperatriz do Brasil ao se casar com Dom Pedro I. Reconhecida por sua inteligência, cultura e senso de dever, ela exerceu um papel essencial no processo de independência do Brasil e na consolidação da monarquia brasileira. Ao contrário de muitas figuras femininas da nobreza da época, Leopoldina foi formada dentro de um contexto ilustrado, recebendo uma educação baseada em ciências, línguas e filosofia, características que moldaram sua atuação política e pessoal ao longo da vida (BARMAN, 2005).

No capítulo dedicado à princesa Leopoldina, Paulo Rezzutti apresenta uma abordagem detalhada e sensível acerca da infância detsa importante figura histórica. O autor destaca que, desde pequena, Leopoldina recebeu uma educação rigorosa e diferenciada, baseada em princípios ilustrados e em uma preparação cuidadosa para as responsabilidades políticas e sociais que viriam a compor seu futuro papel na monarquia (REZZUTTI, 2021).

A narrativa explora a formação intelectual da princesa, enfatizando seu interesse por ciências naturais e minerologia, literatura e línguas estrangeiras, aspectos pouco comuns para meninas da época, sobretudo dentro do ambiente imperial.

Rezzutti também traz à tona correspondências e relatos que revelam a personalidade curiosa e determinada de Leopoldina, que se destacava pela sede de conhecimento e pelo compromisso com seus estudos. Esse perfil é contextualizado no cenário do século XIX, no qual as princesas eram frequentemente educadas para cumprir funções protocolares, mas que, no caso de Leopoldina, ultrapassaram os limites tradicionais do gênero e da infância. A autora das ilustrações, Giselle Damiele, complementa esse retrato ao criar imagens que transmitem a atmosfera de aprendizagem e disciplina que permeavam a infância da princesa, apresentando-a em momentos de estudo e reflexão.

Imagem 2: Imagem da ilustração de Leopoldina, em seu capítulo no livro; onde a mesma aparece observando o Brasil e estudando sobre o País.
Fonte: Nathalie Tenório (2025).

Assim, o capítulo não apenas humaniza Leopoldina, ao mostrar suas qualidades e desafios enquanto criança, mas também reforça a importância de sua educação para os desdobramentos políticos posteriores, como seu papel fundamental na consolidação das relações entre o Brasil e a Áustria, país de sua origem. Dessa forma, Rezzutti contribui para ampliar o entendimento da história imperial brasileira, ao enfatizar como a infância e a formação da princesa influenciaram sua trajetória e o contexto histórico em que esteve inserida.

4. Jogo da memória inspirado no livro Princesinhas e Principezinhos do Brasil

A criação de um jogo da memória a partir do livro Princesinhas e principezinhos do Brasil, de Paulo Rezzutti, representa uma estratégia didática que alia ludicidade ao ensino de história, especialmente voltada ao público infantil. A obra apresenta figuras da monarquia brasileira de forma acessível e encantadora, humanizando personagens históricos por meio de ilustrações e informações curiosas que despertam o interesse das crianças.

Com base nesse conteúdo, o jogo da memória se propõe a fixar os conhecimentos históricos por meio de estímulos visuais e da repetição, recursos reconhecidamente eficazes na educação infantil (KISHIMOTO, 2010).

Essa abordagem permite que o aprendizado vá além da memorização factual, promovendo a construção de significados e de vínculos afetivos com os personagens históricos. O jogo também estimula a atenção, o raciocínio lógico e a interação social, favorecendo um ambiente propício à aprendizagem colaborativa (FONSECA, 2003). Dessa forma, o uso de um recurso como o jogo da memória baseado em obras literárias históricas pode ser uma poderosa ferramenta de mediação entre o saber escolar e o imaginário infantil.

Imagem 3: Jogo da memória baseado no livro Princesinhas e Principezinhos do Brasil.
Fonte: Acervo pessoal (2025).

O projeto editorial de Rezzutti, ao se voltar para o público infantojuvenil com linguagem acessível e material gráfico atraente, contribui para a formação de leitores críticos e conscientes de sua história. O jogo da memória surge, então, como uma extensão pedagógica do livro, capaz de transformar o conteúdo literário em prática educativa concreta e significativa.

5. Educação Histórica e Ludicidade: A Utilização de Recursos Ilustrados no Ensino de História a partir de Princesinhas e Princepezinhos do Brasil

A integração de recursos ilustrados e elementos lúdicos no ensino de História tem se consolidado como uma abordagem eficaz para a mediação do conhecimento junto ao público infantojuvenil. Essas estratégias favorecem a compreensão dos conteúdos históricos ao torná-los mais atrativos, acessíveis e significativos, especialmente para crianças que estão em processo de formação cultural e cognitiva. Ao combinar narrativas visuais e textuais, o ensino adquire uma dimensão interdisciplinar que contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico, da empatia e da criatividade no ambiente escolar (SANTOS, 2018).

Nesse cenário, a obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil, de Paulo Rezzutti, constitui uma importante contribuição para a educação histórica ao aliar rigor documental a uma linguagem sensível e ilustrada.

A obra apresenta as infâncias dos membros da monarquia brasileira por meio de relatos, documentos e ilustrações que humanizam essas figuras, permitindo que as crianças se identifiquem com as vivências e desafios enfrentados por príncipes e princesas. Essa abordagem favorece a construção de uma narrativa histórica mais próxima da realidade emocional e social, ampliando o entendimento dos estudantes sobre o passado imperial (CUNHA, 2020).

Além disso, o uso de atividades lúdicas, como o jogo da memória desenvolvido a partir dos personagens do livro, reforça a aprendizagem ao estimular a participação ativa dos alunos. Esses recursos facilitam a fixação dos conteúdos e promovem uma experiência educativa dinâmica, que ultrapassa o modelo tradicional de ensino centrado na memorização. A ludicidade aplicada à história possibilita o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais, tornando o processo de aprendizagem mais prazeroso e eficaz (OLIVEIRA, 2019).

Portanto, a análise da obra de Rezzutti evidencia como a combinação de literatura ilustrada e práticas lúdicas representa uma estratégia valiosa para o ensino de História na educação básica. A valorização da infância como sujeito histórico e o uso de recursos visuais e interativos favorecem a construção de conhecimentos históricos significativos e o estímulo ao interesse dos estudantes pela disciplina, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e culturalmente conscientes.

4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a leitura deste artigo, tornou-se claro que a obra Princesinhas e Princepezinhos do Brasil constitui uma significativa inovação no ensino da História direcionado ao público infantil. A sugestão do autor, ao unir uma narrativa delicada, ilustrações bem elaboradas e aspectos lúdicos, ajuda a conectar as crianças com o passado de forma mais acessível e empática. Essa perspectiva enriquece a compreensão da infância como um elemento essencial da história, apresentando uma visão que vai além dos eventos políticos convencionais e valoriza as vivências individuais dos protagonistas históricos.

A utilização de elementos visuais e exercícios interativos promove o envolvimento dos alunos, incentivando sua curiosidade e a ativa participação no aprendizado. Ao facilitar o acesso e a atratividade do conteúdo histórico, a obra promove a formação de um conhecimento relevante que incentiva o crescimento do pensamento crítico desde os anos iniciais de escolaridade. Esta ação ajuda a tornar o ensino uma experiência mais ativa, criativa e relacionada à realidade dos estudantes.

Além disso, a valorização da infância como agente histórico, presente na obra, contribui para democratizar o acesso à história, ao incorporar visões que até então eram pouco abordadas na historiografia e na educação formal. A conexão emocional com o passado ajuda a reforçar a identidade cultural e a consciência histórica, que são elementos essenciais para o desenvolvimento de cidadãos mais informados e participativos.

Em conclusão, é possível afirmar que o modelo utilizado por Princesinhas e Princepezinhos do Brasil cria oportunidades favoráveis para o ensino de História, ao unir a precisão histórica com aspectos lúdicos e visuais. Essa abordagem não apenas auxilia no aprendizado, mas também promove a valorização da memória e da cultura nacional desde a infância, preparando as novas gerações para uma compreensão mais abrangente e sensível de sua história.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Ana Paula. Literatura Infantil e Educação Histórica: Uma Abordagem Sensível. São Paulo: Editora Educativa, 2020.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história. Campinas: Papirus, 2003.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 2010.

OLIVEIRA, Marcos. Ludicidade e aprendizagem: o papel dos jogos no ensino. Revista Educação e Cultura, v. 15, n. 3, p. 45-60, 2019.

REZZUTTI, Paulo. Princesinhas e principezinhos do Brasil. São Paulo: LeYa, 2022.

SANTOS, Maria Helena. Recursos Visuais no Ensino de História para Crianças. Cadernos de Pedagogia, v. 22, n. 2, p. 110-125, 2018.


1 Historiadora, especialista em Metodologia do ensino de história; pedagoga; especialista em Psicopedagogia e Metodologia do ensino de português e língua estrangeira pela UNINTER. E-mail: [email protected].