FARMACOQUÍMICA DE FOLHAS, FRUTOS E RAÍZES DE SPATHODEA CAMPANULATA (BIGNONIACEAE)
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16733948
Francisco José Mininel1
RESUMO
A Espatódea (Spathodea campanulata) é uma árvore da família Bignoniacea, também conhecida como bisnagueira, tulipeira-do-gabão, xixi-de-macaco ou chama-da-floresta. Spathodea campanulata (tulipa africana) tem ampla distribuição na África e no Camarões. No Brasil, é muito utilizada como planta ornamental. Esta espécie tem sido relatada na terapêutica popular, como fitofármaco usado no tratamento de diversas patologias, tais como: edema, desinteria, úlceras e como antídoto de venenos. Os estudos realizados até o presente, relacionam-se com os extratos de néctar das flores, flores, folhas e casca do caule, sob diferentes aspectos. Todavia, não foram encontrados estudos químicos das raízes e nenhum estudo desta espécie como antioxidante. Neste trabalho, estudou-se as características botânicas e finalizou-se com um estudo fitoquímico, que evidenciou os protocolos extrativos, e a caracterização dos principais grupos de substância presentes na espécie vegetal, tais como, polifenóis, terpenóides, alcaloides e açúcares redutores.
Palavras-chave: Spathodea campanulata. Planta ornamental. Estudo fitoquímico. Protocolos extrativos
ABSTRACT
Spathodea (Spathodea campanulata) is a tree in the Bignoniacea family, also known as the bisnagueira, Gabon tulip tree, monkey pee, or flame of the forest. Spathodea campanulata (African tulip) is widely distributed in Africa and Cameroon. In Brazil, it is widely used as an ornamental plant. This species has been reported in folk therapy as a phytopharmaceutical used in the treatment of various pathologies, such as edema, dysentery, ulcers, and as an antidote to poisons. Studies conducted to date have focused on extracts of flower nectar, flowers, leaves, and stem bark, under various aspects. However, no chemical studies of the roots have been found, nor have any studies of this species as an antioxidant. This study examined the botanical characteristics and concluded with a phytochemical study, which highlighted the extraction protocols and characterized the main groups of substances present in the plant species, such as polyphenols, terpenoids, alkaloids, and reducing sugars.
Keywords: Spathodea campanulata. Ornamental plant. Phytochemical study. Extraction protocols.
INTRODUÇÃO
A espécie Spathodea campanulata pertence à família Bignoniaceae, é nativa da África equatorial e foi introduzia no Brasil como árvore ornamental (TRIGO & SANTOS, 2000). A polinização das flores em espécies localizadas no oeste Africano é realizada por aves (GENTRY, 1974) e por lêmures (SUSSMAN & RAVEN, 1978) e no Panamá por morcegos (AYENSU, 1974). Possui inflorescências com flores no formato de tulipa, de coloração amarelo-avermelhado, sendo conhecida como tulipeiro do Gabão (Figura 1).
O botão floral em forma de bisnaga contém água, conhecido popularmente nas regiões interioranas do Brasil como "mijinho". Estes botões são usados em brincadeiras das crianças tirando partido da sua capacidade de esguichar o líquido (chamam-lhe por isso xixi de macaco). A seiva/mucilagem provoca manchas amarelas nos dedos e na roupa.
De acordo com estudos anteriores a espécie tem a capacidade de produzir substâncias com capacidade inseticida e outras com atividade medicinal (ANDREU & VILÀ, 2010). Seus botões florais apresentam grande quantidade de néctar, que de acordo com Nogueira Neto (1997) apresenta potencial tóxico sobre insetos e pequenas aves. Já por outro lado, estudos relatam o uso de extratos florais, foliares e de cascas do caule da espécie na medicina popular (GISP, 2005; ANDREU & VILÀ, 2010).
Estudos fitoquímicos realizados com diferentes partes de S.campanulata demonstraram a presença de ácido spatódico, ácido caféico, outros ácidos fenólicos e flavonóides em suas folhas (EL-HELA, 2001a; EL-HELA, 2001b). Já em suas cascas e caule foram determinadas a presença de ácido spatódico, esteróides, saponinas, ácido ursólico, ácido tomentosólico e substâncias pécticas (AMUSAN et al, 1995; AMUSAN et al, 1996; NIYONZIMA et al., 1999). Nas flores foi verificada a presença de antocianinas e nos frutos a presença de polifenóis, taninos, saponinas e glicosídeos (BANERJEE & DE, 2001). O néctar floral é uma mistura complexa de triterpenóides e esteróides (AMUSAN et al, 1995).
Fonte: https://www.flickr.com/photos/14968827@N07/2696471865
Esse trabalho teve como objetivo, traçar o perfil farmacoquímico preliminar do extrato hidroalcoólico das folhas de Spathodea campanulata, através de cromatografia em camada delgada (CCD) visando a identificação de compostos fitoquímicos das de folhas, frutos (Figura 2) e raízes da espécie vegetal.
Fonte: https://conexaoplaneta.com.br/blog/ipes-flores-cores/fruto-spathodea/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Spathodea campanulata (tulipa africana) tem ampla distribuição na África e no Camarões. No Brasil, é muito utilizada como planta ornamental (Figura 3). Esta espécie tem sido relatada na terapêutica popular, como fitofármaco usado no tratamento de diversas patologias, tais como: edema, desinteria, úlceras e como antídoto de venenos (IRVINE, 1961).
Fonte: Os autores
Os estudos realizados até o presente momento, relacionam-se com os extratos de néctar das flores, folhas e casca do caule, sob diferentes aspectos. No estudo químico dos extratos das raizes, foram identificados até o momento: α e β-D-glicopiranose na parte externa (Figura 4). Na parte interna foram identificados o sitosterol glicosilado e um derivado de bisfenol (FERREIRA et al, 2000).
Em trabalho realizado por Flach (2005), determinou-se a composição química do néctar de Spathodea campanulata (Bignoniaceae), uma planta relatada como tóxica. Identificou-se, além de carboidratos, compostos secundários como terpenos, esteróides e carboidratos acetilados. Também foram identificados os constituintes voláteis: 1-octen-3-ol e 1-octen-3-ona.
Toda a planta (folhas, raízes, caules, casca e flores) é usada na medicina popular como remédio para inflamações dolorosas, dores de estômago, diarreia, doenças renais e inflamações uretrais e como diurético (ILODIGWE et al., 2009). Os constituintes fitoquímicos presentes em S. campanulata incluem saponinas, taninos, antraquinonas, glicosídeos, fenóis, carboidratos, flavonoides, esteróis e triterpenoides. Estudos farmacológicos revelaram que a planta possui propriedades analgésicas, antiinflamatórias, antiplasmodiais, anti-HIV e antimaláricas (PARK et al., 2001).
O estudo químico das cascas das raízes de Spathodea campanulata (Bignoniaceae) resultou em um glicosídeo iridoide (ajugol) (Figura 5) e dois derivados fenólicos (ácido p-hidroxibenzoico e p-hidroxibenzoato de metila). Os compostos foram caracterizados por meio da interpretação dos dados espectrais. As bioatividades dos constituintes foram avaliadas contra o fungo Cladosporium herbarum (PIANARO et al., 2007).
Fonte: (https://www.extrasynthese.com/iridoid/1089-ajugol.html)
De acordo com trabalho de Santos (2016), os testes antioxidantes FRAP, DPPH e ORAC, independentemente do local de coleta, mostraram que as amostras de folhas tiveram os melhores resultados, seguidos das amostras de flores e néctares. Na quantificação do teor de fenóis totais foi observado o mesmo padrão, os maiores resultados para as folhas, seguido das flores e néctares, independentemente do local de coleta. Em relação à triagem fitoquímica por HPLC, nas amostras de folhas e flores foi observado predominância dos compostos fenólicos, ácido caféico, ácido ferúlico e rutina (Figura 6) e em relação aos carotenóides foram a luteína, zeaxantina e β-caroteno. Em ambas as análises, as amostras folhas e flores apresentaram maior concentração quando comparadas com os néctares.
Fonte: https://apelequehabito.pt/acido-ferulico-antioxidante-protecao-solar/
Dentre as várias espécies vegetais capazes de produzir compostos inseticidas no meio ambiente podemos citar a Sphatodea campanulata. Acredita-se que devido a essa característica a espécie possa ser uma ótima fonte de compostos com capacidade inseticida e herbicida com interesse agronômico (SANTOS, 2016).
Os testes inseticidas foram realizados utilizando as espécies de insetos Euschistus heros (Fabr.), Helicoverpa zea (Boddie) e Anticarsia gemmatalis (Hübner), em ambos os tratamentos, néctar bruto e dialisado, foi observado significativa atividade tóxica contra os insetos testes. Na caracterização proteica por SDS-PAGE e 2D-PAGE, foi possível observar a presença de conjuntos de pontos que podem ser proteínas ou mesmo peptídeos responsáveis pela atividade inseticida do néctar. Em relação aos testes oxidantes, tanto o teste de degradação de albumina como o teste TBARS apresentaram alta atividade do néctar não desnaturado quando comparado com a amostra de néctar desnaturado. Portanto, devido aos resultados obtidos é possível sugerir que o néctar de S. campanulata possua atividade inseticida e que tal efeito pode estar ligado às classes de proteínas ou peptídeos pró-oxidantes presentes em sua composição química (SANTOS, 2016).
METODOLOGIA
Material vegetal
O material examinado foi obtido de exemplares de Spathodea campanulata, coletado no Município de Fernandópolis (São Paulo, Brasil). Os materiais-testemunhos acham-se depositados no Herbário da Universidade Brasil (Departamento de Botânica, Campus de Fernandópolis-SP).
A farmacobotânica foi realizada observando-se as características macroscópicas, a morfologia externa e o padrão de venação da folha, descritos segundo Oliveira (1998). Para a farmacoquímica foram utilizados cerca de 3g (folhas, frutos e cascas das raízes), recentemente coletados, sem secagem prévia, fragmentados adequadamente em moinho de facas e martelo e submetidos à infusão metanólica, sob agitação durante 30 min. Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia em camada delgada (placas de gel de sílica Merck), empregando-se diversas fases móveis, reveladores adequados e padrões cromatográficos (Tabela 1). Foi investigada a presença de: alcalóides (WAGNER; BLADT, 1996), polifenóis, cumarinas (WAGNER; BLADT, 1996), derivados cinâmicos (WAGNER; BLADT, 1996; HARBORNE, 1998), ésteres de glicosídeos de fenilpropanóides (WAGNER; BLADT, 1996), flavonoides (WAGNER; BLADT, 1996; MARKHAN, 1982), proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas (ROBERTS, 1956), e taninos hidrolisáveis (STIASNY, 1912; XAVIER, 2002), terpenóides, triterpenóides e esteróides (HASHIMOTO, 1970; HARBONE, 1998) e oses redutoras (METZ, 1961). A detecção de antraquinonas foi realizada segundo a metodologia clássica de Bornträeger (COSTA, 2000). Para uma maior definição dos tipos de flavonóides presentes, foi efetuada uma hidrólise ácida (solução hidrometanólica, 1:1, HCl 2N e refluxo durante 3 h), segundo Mabry (1971) e Markham (1982) e as agliconas foram detectadas por co-cromatografia em camada delgada com padrões autênticos (Merck – Alemanha e Extrasynthèse – França) (Figura 7).
Tabela 1. Análise através de CCD (Cromatografia de Camada Delgada).
GRUPO DE METABÓLITOS | FASE MÓVEL* | REVELADOR | REFERÊNCIA |
Alcalóides | AcOEt- HCOOH-AcOH- H2O (100:11:11:27 v/v) | Dragendorff | (WAGNER; BLADT, 1996) |
Triterpenóides e Esteróides | Tolueno-AcOEt) (90:10 v/v) | Liebermann/Burchard | (HARBONE, 1998) |
Açúcares | Açúcares n-BuOH-Me2CO-Tampão fosfato pH= 5,0 (40:50:10 v/v) | Trifeniltetrazólio | (METZ, 1961) |
Cumarinas | Éter-tolueno-AcOH 10% (50:50:50 v/v) | U.V. (365 nm) | (WAGNER; BLADT, 1996) |
Derivados cinâmicos AcOEt-HCOOH-AcOH- H2O (100:11:11:27 v/v) NEU (WAGNER; BLADT, 1996) (NEU, 1956) | AcOEt-HCOOH-AcOH- H2O (100:11:11:27 v/v) | NEU | WAGNER; BLADT, 1996) (NEU, 1956) |
Flavonóides | AcOEt-HCOOH-AcOH- H2O (100:11:11:27 v/v) | NEU | (WAGNER; BLADT, 1996) (MARKHAN, 1982) |
Fenilpropanoglicosídeos | AcOEt-HCOOH-AcOH- H2O (100:11:11:27 v/v) | NEU | (WAGNER; BLADT, 1996) |
Proantocianidinas condensadas e Leucoantocianidinas | AcOEt-HCOOH-AcOH-H2O (100:11:11:27 v/v) | Vanilina clorídrica | (ROBERTS, 1956) |
Taninos hidrolisáveis | n-BuOH-Me2CO- Tampão fosfato pH=5,0 (40:50:10 v/v) | Alúmem de ferro | XAVIER, 2001) (STIASNY,1912) |
* Fase fixa utilizada: placas cromatográficas de gel de sílica (Merck). |
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Farmacobotânica
Características macroscópicas
Spathodea campanulata, conhecida por mijinho, mijadeira, bisnagueira, tulipeira-do-gabão ou chama-da-floresta (Spathodea campanulata) é uma árvore da família das Bignoniaceae, sendo a única espécie do seu género botânico. O nome genérico deriva da palavra grega spathe (σφατηε), relativa ao cálice em formato de espádice.
Esta árvore atinge de 7 a 25 metros de altura, e é nativa da África tropical. É utilizada com frequência como planta ornamental em zonas tropicais e é muito apreciada pelas suas vistosas flores campanuladas de cor vermelha-alaranjada, rubras ou, mais raramente, amarelas. Em condições favoráveis, a espécie é potencialmente invasiva. Tem raízes pouco profundas e são relativamente frequentes os casos de queda de galhos (podres), fazendo com que esta árvore não seja uma boa opção em centros urbanos.
A Spathodea campanulata, conhecida popularmente como tulipeira-do-gabão ou chama-da-floresta, é uma árvore de grande porte, com copa larga e tronco levemente contraforte. Seus ramos são grossos e apresentam pequenas manchas brancas, enquanto os mais jovens podem ter pelos. As folhas são compostas, grandes, com até 50 cm de comprimento e 7 a 17 folíolos dispostos em pares opostos. Suas flores, em forma de cálice, são grandes, vermelho-alaranjadas e se agrupam em cachos densos nas extremidades dos ramos. Os frutos são cápsulas longas e parecidas com vagens, que se abrem para liberar sementes leves e com asas membranosas (LUGO, 2004).
Farmacoquímica
Constatou-se a presença predominante de alcalóides, polifenóis e oses redutoras, o que se encontra em consonância com os dados da literatura pertinente; entretanto, a presença de proantocianidinas condensadas e leucoantocianidinas nas cascas das raízes, nas folhas e nos frutos de Spathodea campanulata não foram aqui encontradas.
Os alcalóides mostraram-se presentes, principalmente, nas folhas e frutos, em menor extensão, nas cascas das raízes. Estes ensaios foram efetuados conforme Tabela 1, e confirmados pela metodologia de precipitação, em vidro de relógio, empregando-se os reagentes gerais de caracterização dessas substâncias: Dragendorff, Mayer, Bouchardat e Bertrand (COSTA, 2000).
Polifenóis como cumarinas, mostrou-se presentes nas folhas, mas não em frutos e raízes. Antraquinonas foram detectadas em todas as partes do vegetal examinado. Nessa mesma planta, não se constatou a existência de proantocianidinas condensadas (taninos catéquicos). A presença de taninos gálicos foi constatada em todas as partes estudadas. Os flavonoides mostraram-se presentes em folhas, frutos e nas raízes de Spathodea campanulata. Os O-glicosídeos, em número de dois e quantitativamente equivalentes, tiveram suas agliconas caracterizadas, após hidrólise ácida e análise cromatográfica, como quercetina e canferol. O posicionamento dessas moléculas glicosídicas no cromatograma (Rf entre 0,38 e 0,18), empregando-se um sistema polar (AcOEt-OHCOOH-AcOH-H2O) [100:11:11:26, v/v], indica que se tratam no mínimo de diglicosídeos. Por sua vez, o tempo de hidrólise (3h) foi mais que suficiente para fornecer totalmente as agliconas presentes, o que exclui a possibilidade de serem glicuronídeos (MARKHAM, 1982).
Terpenóides estão presentes em todas as partes dos vegetais, predominando, contudo nas raízes e folhas de Spathodea campanulata. Triterpenos e/ou esteróides estão presentes nas folhas, frutos e raízes.
Moléculas muito difundidas nos vegetais superiores, as oses redutoras foram investigadas, constatando-se a presença de glicose em todas as partes do vegetal estudado.
Na Tabela 2 são apresentados os resultados obtidos na prospecção dos grupos de substâncias nos diferentes órgãos pesquisados.
Com relação às abordagens efetuadas, a existência de alcaloides ao lado dos terpenóides menores, abundantes nesses vegetais, é relevante e certamente coloca-os dentre as mais promissoras fontes de estudos fitoquímicos e farmacológicos na flora do Brasil. Certamente, à medida que forem isoladas e esclarecidas novas estruturas nesse taxa, novos horizontes surgirão, elucidando a quimiotaxonomia da espécie e tornando-a uma importante ferramenta para o discernimento de suas espécies, o que atualmente se constitui numa barreira quase intransponível, diante das similaridades encontradas.
O estudo da fitoquímica tem importância na elucidação dos metabólitos secundários, pois tem a finalidade de identificar, caracterizar a estrutura química e avaliar as propriedades biológicas, além de registrar as substâncias provenientes das drogas vegetais (Tabela 2).
Tabela 2 – Perfil fitoquímico qualitativo dos extratos foliares e de frutos de Solanum americanum.
Classe de Compostos | Folhas: Presença (+) /Ausência (-) | Frutos: Presença (+) /Ausência (-) | Raízes: Presença (+) /Ausência (-) |
Alcaloides | + | + | + |
Triterpenoides | + | + | + |
Esteróides | + | + | + |
Açúcares | + | + | + |
Cumarinas | + | - | - |
Derivados cinâmicos | + | + | + |
Flavonoides | + | + | + |
Fenilpropanoglicosídeos | - | - | - |
Proantocianidinas condensadas | - | - | - |
Leucoantocianidinas | - | - | - |
Antraquinonas | + | + | + |
Taninos hidrolisáveis | + | + | + |
(+) resultado positivo; (-) resultado negativo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do presente estudo poderão ser utilizados como parâmetros seguros para o controle de qualidade das drogas vegetais foliares e de frutos obtidas a partir de Spathodea campanulata. As drogas vegetais produzidas poderão servir como padrões de referência. Os dados estruturais contribuirão para a autenticidade botânica. Os dados farmacoquímicos permitirão a avaliação dos metabólitos presentes em folhas, frutos e nas raízes.
As folhas, frutos e raízes da espécie podem servir como uma fonte interessante de metabólitos secundários, com atividade fitoterápica e antioxidante, de destacado interesse industrial nas áreas alimentícia, farmacêutica e cosmetológica.
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1 Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis-SP. Doutor em Química pelo Instituto de Química-UNESP, Campus de Araraquara-SP. E-mail: [email protected]