EXPLORANDO NARRATIVAS DE MIGRAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ELABORAÇÃO DE UM DOCUMENTÁRIO NAS AULAS DE GEOGRAFIA DO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12614678


Charlles Eduardo Borges1


RESUMO
Este artigo relata e analisa um projeto pedagógico em desenvolvido uma sala de aula de terceiro ano do ensino fundamental, com a intenção de explorar o tema da migração. O projeto envolve a participação ativa de alunos, que se organizaram em grupos para investigar diferentes aspectos da migração, desde movimentos regionais no estado de Santa Catarina até deslocamentos internacionais para o Brasil. As atividades incluíram pesquisas, entrevistas e a produção de um vídeo documentário jornalístico que apresentou os diversos rostos dessa discussão e foi apresentado na feira multicultural da escola para toda a comunidade escolar.
Palavras-chave: migração, educação, documentário.

ABSTRACT
This article reports and analyzes a pedagogical project developed in a third-grade elementary school classroom, aimed at exploring the theme of migration. The project involves the active participation of students, who organized themselves into groups to investigate different aspects of migration, from regional movements within the state of Santa Catarina to international migrations to Brazil. Activities included research, interviews, and the production of a journalistic documentary video that presented the various faces of this discussion and was showcased at the school's multicultural fair for the entire school community.
Keywords: migration, education, documentary.

INTRODUÇÃO

A final, os alunos estão sendo estimulados plenamente em busca no seu desenvolvimento intelectual? Esse questionamento é repetido por todos aqueles que se encontram envolvidos com crianças e adolescentes em processo de formação escolar. Santos & Oliveira (2022) consideram que “o ensino escolar não pode ser percebido e entendido como um elemento meramente formal a ser cumprido, trata-se de uma atividade profunda, que vislumbra o desenvolvimento cognitivo dos alunos, bem como a sua práxis social”.

O papel do professor neste processo é inquestionável. Cabe ao educador instigar o aluno em durante todo o período em que estiver buscando o conhecimento acumulado por nossa sociedade. Seja como tutor, seja como orientador, o professor se faz presente de infindáveis formas: na transmissão do saber, na contextualização da informação, no processamento por parte do aluno deste conhecimento e até na forma como o aluno irá se apropriar de tal informação. Portanto, dizer que o professor é essencial torna-se análogo ao ato de ensinar.

Não é de hoje que se busca fazer com que o estudante utilize o conhecimento de forma empírica, praticando-o em seu cotidiano. O professor visa estimular o aluno para a importância de associar o conhecimento teórico as práticas do cotidiano. No final do Ensino Médio, a tendência por parte dos estudantes é de optar pelas tradicionais áreas da saúde, do direito e das engenharias. Pouco se fala de outras possibilidades de carreira profissional. A ciência geográfica, que estuda o próprio espaço e as relações de poder que nele ocorre, apresenta diversas facetas do mundo real na sala de aula. Santos & Oliveira (2022) postulam a importância do uso de tecnologias em nas aulas dessa disciplina:

Com base nessa relevância do ensino e do Ensino de Geografia em especial, é que um projeto de intervenção se desdobra na tentativa de buscar por meio de metodologias de ensino, como o uso de vídeos, aliado a aulas expositivo-dialogadas, pode despertar o entendimento e criticidade dos alunos acerca dos conteúdos (SANTOS & OLIVEIRA, 2022).

E ainda, que a motivação pelo

[...] uso do vídeo como recurso pedagógico é justamente o fato de ter verificado previamente na turma, por meio de questionário, o interesse dos alunos em relação a essa metodologia. Além disso, não se deve deixar de mencionar que não adianta mais o professor querer ministrar determinado conteúdo de forma tradicional, isto é, limitando-se a recursos como livro didático e quadro, os quais nem sempre são bem explorados (SANTOS & OLIVEIRA, 2022).

Por fim, os autores elencam a necessidade que o docente tem de, nos dias atuais, além de ter que buscar metodologias que sejam mais atraentes e que seus alunos gostem precisam acima de tudo, instigar o estudante a perceber-se como um agente no espaço, e mais, vincular o que está ou que irá ser estudado à experiência desse sujeito (Santos & Oliveira, 2022)

Este estudo de caso teve por objetivo instigar o aluno em práticas reais de profissões que existem e não são pensadas como válidas pela sociedade, uma vez que, ao término do ensino médio, a maioria dos estudantes tendem a buscar carreiras nas áreas da saúde, do direito e das engenharias. Apresentar-lhes opções que fugissem a essa regra foi, sem sombra de dúvidas, a forma que o professor encontrou de dialogar com outros cenários.

A dinâmica das cidades contemporâneas é moldada por uma tapeçaria complexa de histórias individuais, experiências e jornadas de vida. A migração urbana desempenha um papel crucial nessa narrativa, conectando pessoas de diversas origens e culturas em um cenário comum. Este estudo de caso busca mergulhar nas vivências dos migrantes urbanos, utilizando uma abordagem única e colaborativa: alunos como pesquisadores.

A interferência da migração entre cidades e regiões do Brasil e do mundo, embora muitas vezes obscura por narrativas mais amplas de deslocamento, possui nuances e histórias valiosas que merecem ser exploradas. Neste contexto, foi proposto uma investigação que não apenas destaca as experiências de cidadãos que escolheram uma cidade como seu novo lar, mas que também demonstra o potencial educativo de envolver estudantes nesse processo.

Os alunos, como especialistas de mudança e agentes de pesquisa, têm a oportunidade única de desenvolver uma compreensão mais profunda das complexidades da migração urbana ao entrevistar diretamente aqueles que vivenciaram essa transição. Este estudo de caso apresentará as metodologias, descobertas e reflexões resultantes dessa abordagem participativa, revelando um retrato mais abrangente e humano da interconectividade nas cidades contemporâneas.

Ao longo deste relato, exploraremos não apenas as histórias de indivíduos de migrantes urbanos, mas também o impacto da interação entre alunos e cidadãos entrevistados. Acreditamos que essa abordagem colaborativa não apenas enriquecerá a compreensão acadêmica da migração entre os mais variados lugares, mas também proporcionará aos alunos uma experiência de aprendizado significativa e empática.

Portanto, embarcaremos juntos nesta jornada, onde as vozes daqueles que migraram para a mesma cidade ecoarão por meio dos relatos dos alunos, criando uma narrativa mais completa e interconectada do tecido urbano contemporâneo.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A migração é uma aparência intrinsecamente humana que atravessa fronteiras geográficas, culturais e socioeconômicas. Em todas as suas formas, desde migrações internacionais até movimentos transnacionais, a migração reflete a busca incessante do ser humano por oportunidades, segurança e uma vida melhor. Em Santa Catarina não é diferente. A cidade onde localiza-se nossa escola encontra-se na região metropolitana de Florianópolis, capital do Estado, um centro urbano pulsante e diversificado, onde a presença de migrantes é uma constante, tecendo uma tapeçaria de experiências, identidades e histórias. Ao longo dos anos, a região se transformou em um ponto de encontro e convergência para pessoas de diferentes origens e contextos, enriquecendo sua paisagem social e cultural. No entanto, por trás das estatísticas e números, estão as narrativas profundas e multifacetadas dos próprios migrantes, que enfrentam desafios e celebrações na sua jornada de adaptação e integração numa nova terra. A Geografia, enquanto disciplina escolar congrega vastas possibilidades de utilização do material produzido pela mídia (Santos & Oliveira, 2022 apud LEÃO, V.; LEÃO, I., 2008, p. 42) para estabelecer conceitos básicos sobre a migração no espaço geográfico, conteúdo que norteará o desenvolvimento das atividades deste estudo de caso.

Refletir sobre a experiência migratória é adentrar em um território complexo, onde se entrelaçam questões de identidade, pertencimento, xenofobia e resiliência. Os migrantes em Santa Catarina trazem uma diversidade de histórias, desde aqueles que fogem de conflitos armados e perseguições políticas até aqueles que buscam melhores oportunidades econômicas e educacionais. Os refugiados que se encontram abrigados no Estado trazem consigo não apenas o peso de suas próprias experiências traumáticas, mas também a esperança de um novo começo em um país estrangeiro. Suas histórias não apenas ilustram a resiliência do espírito humano, mas também chamam à ação a solidariedade e compaixão daqueles que os recebem.

Por outro lado, as migrações internacionais no Brasil também desempenham um papel significativo na dinâmica social e econômica de Santa Catarina. Migrantes de diferentes partes do país convergem para o Estado em busca de trabalho, educação e melhores condições de vida. No entanto, essa migração internacional não é isenta de desafios, como a falta de moradia adequada, acesso limitado a serviços básicos e discriminação no mercado de trabalho. Ao investigar essas experiências, os alunos são confrontados com as complexidades das desigualdades regionais e as lutas dos migrantes internos para se integrarem em uma nova comunidade.

Além das experiências individuais dos migrantes, a atividade de campo também trouxe questões sensíveis relacionadas à xenofobia e ao preconceito. A xenofobia contra migrantes nordestinos e estrangeiros em Santa Catarina revela os desafios persistentes da intolerância e da exclusão em uma sociedade diversificada. Esses sentimentos são frequentemente alimentados por estereótipos arraigados e narrativas de “nós versus eles”, que perpetuam a divisão e o antagonismo entre diferentes grupos sociais. No entanto, ao confrontar essas questões de frente, os alunos têm a oportunidade de promover o diálogo intercultural e a construção de pontes entre comunidades diversas.

Por fim, ao explorar as diversas facetas da migração na região onde localiza-se o colégio, os alunos não apenas expandem seus horizontes e conhecimentos, mas também se tornam agentes de mudança em suas comunidades. Ao compartilhar as histórias dos migrantes, eles não apenas dão voz aos marginalizados, mas também promovem uma cultura de inclusão, diversidade e respeito mútuo. Em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado, é imperativo refletir e celebrar a riqueza das experiências humanas, independentemente de sua origem ou trajetória migratória. Por meio da educação e do entendimento mútuo, podemos construir sociedades mais justas, solidárias e acolhedoras para todos.

O uso do documentário como ferramenta para apresentar o tema da migração desempenha um papel fundamental na compreensão e sensibilização do público sobre essa complexa realidade humana. Em primeiro lugar, o documentário oferece uma plataforma visual e narrativa poderosa que permite aos espectadores mergulharem nas histórias reais dos migrantes. Ao contrário de simplesmente ler sobre a migração em textos ou artigos, os espectadores podem testemunhar as experiências dos migrantes de forma mais vívida e emocionalmente impactante através de imagens, entrevistas e cenas do cotidiano. Isso ajuda a humanizar a frequência da migração, conectando o público às histórias individuais por trás das estatísticas e números. Tratar este tema em um formato diferenciado de mídia permitiu ao estudante que ele mesmo seja protagonista de seu aprendizado. A escolha pela pelo desenvolvimento de um vídeo no formato de documentário foi escolhido pelo docente por este considerar que

Os usos de mídias, em especial os vídeos, como aportes didáticos no ensino, estruturam-se como formas dinâmicas de exposição para diferentes conteúdos, independente da disciplina ministrada pelo docente. Uma produção gráfica e cinematográfica como os vídeos (e também os filmes), realiza de forma concreta uma quebra estrutural na representação das imagens, abandona-se a lógica de inércia e há uma inserção em outros ambientes e imaginários; geram-se dimensões do conhecimento medidas e mediadas pelo grau de abstração de cada indivíduo. Afinal, a imagem nessa animação tenta não só buscar interpretar a realidade, mas também leva as pessoas a projetarem-se em uma dimensão espacial e temporal própria (SANTOS & OLIVEIRA, 2022).

O documentário tem o potencial de ampliar as perspectivas do público, oferecendo uma visão mais abrangente e inclusiva da migração. Ao apresentar uma variedade de histórias e experiências, um documentário pode ilustrar a diversidade de motivos, desafios e triunfos enfrentados pelos migrantes. Isso ajuda a desafiar estereótipos e preconceitos comuns associados à migração, promovendo uma compreensão mais matizada e empática da questão. Ao observar as diferentes narrativas de migrantes, o público pode considerar a complexidade das implicações da migração e apreciar a riqueza da diversidade humana. Escutar outra pessoa explicando o que a fez criar coragem para largar sua vida em outro lugar e aventurar-se em novas terras, fará com que o estudante experencie o conceito de migração. Portanto, somado a uma discussão com densidade acerca do vídeo exposto, o professor pode conduzir seus alunos a aprendizagens significativas (Santos & Oliveira, 2022).

Por outro lado, o documentário permite que os espectadores se envolvam de maneira mais ativa e participativa com o tema da migração. Ao assistir às experiências dos migrantes, os espectadores são convidados a refletir sobre suas próprias perspectivas, preconceitos e preferências. Isso pode inspirar uma maior empatia e solidariedade com os migrantes, bem como motivar ações concretas para promover a inclusão e os direitos humanos. O documentário pode servir como um ponto de partida para discussão séria e engajamento comunitário em torno das questões relacionadas à migração, incentivando o diálogo aberto e construtivo sobre como lidar com os desafios e oportunidades associadas à migração.

METODOLOGIA

A escolha da metodologia proposta para o estudo de caso sobre migração é fundamentada em uma abordagem holística que busca garantir uma compreensão abrangente e significativa do tema pelos alunos. Esta metodologia integra diferentes etapas do processo de produção do documentário, desde a pesquisa inicial até a apresentação final na feira multicultural do colégio, promovendo um engajamento ativo e prático dos alunos em todas as fases do projeto. Além disso, uma abordagem interdisciplinar permite a integração de disciplinas como filosofia, artes e língua portuguesa, além da disciplina de geografia, enriquecendo a experiência de aprendizagem dos alunos ao permitir que explorem o tema da migração sob diferentes perspectivas e contextos. Vieira (20120) nos apresenta a importância de basear-se a pesquisa em dados críveis:

(...) uma pesquisa que tem início em uma exposição ideológica frequentemente perde a credibilidade. Para citar um exemplo desse tipo de influência negativa, imagine uma pesquisa que se proponha a investigar os acidentes de trânsito, que tenha em sua formulação inicial observações quanto à tendência de que as mulheres dirigem pior do que os homens. Sem uma comprovação empírica (números ou dados estatísticos) que confirmem haver essa tendência, qualquer conclusão a respeito da incapacidade feminina será logo declarada como puro machismo – e com razão.

O método de pesquisa utilizado enfatiza a importância da experiência prática e do envolvimento direto dos alunos com migrantes locais. Para isso, os alunos são preparados cuidadosamente para a realização das entrevistas, incluindo a elaboração de perguntas relevantes e éticas. Antes de iniciar o trabalho de campo, os alunos são orientados a uma extensa pesquisa sobre a realização do tema da migração, explorando diferentes perspectivas, causas e consequências. Esta pesquisa serve como base sólida de conhecimento que informa o desenvolvimento dos roteiros e a formulação das perguntas para as entrevistas, uma vez que

As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa (MORÁN, 2015)

Durante a fase de elaboração dos roteiros, os alunos são incentivados a aplicar o conhecimento adquirido em suas pesquisas para desenvolver histórias coerentes e envolventes que abordem as diversas facetas da migração. Eles são orientados a pensar criticamente sobre os temas que desejam explorar e a considerar a diversidade de experiências dos migrantes locais. Ao mesmo tempo, são incitados a adotar uma abordagem ética e sensível ao formular suas perguntas, respeitando a privacidade e a dignidade dos entrevistados.

Durante a realização das entrevistas em campo, os alunos aplicaram técnicas de entrevista para coletar histórias históricas e significativas dos migrantes locais. Eles são encorajados a demonstrar empatia e sensibilidade durante as entrevistas, criando um ambiente seguro e acolhedor para que os entrevistados compartilhem suas experiências de migração. As perguntas feitas pelos alunos visam aprofundar a compreensão das motivações, desafios e aspirações dos migrantes, ao mesmo tempo em que respeitam sua autonomia e agência.

A fase de edição de vídeo, que segue às entrevistas, envolve a seleção e organização do conteúdo coletado de forma a criar narrativas coesas e impactantes. Os alunos são orientados a utilizar o material das entrevistas de maneira ética e responsável, garantindo a representação justa e precisa das histórias dos migrantes. Eles são incentivados a incorporar elementos visuais e sonoros que aumentem o apelo emocional e informativo dos documentários, promovendo uma maior conscientização e compreensão do tema da migração entre o público.

Por fim, os alunos estão preparados para apresentar seus documentários na feira multicultural do colégio, onde têm a oportunidade de compartilhar suas descobertas e perspectivas com a comunidade escolar. Esta apresentação não apenas reforça o aprendizado dos alunos, mas também promove a conscientização e a compreensão do tema da migração entre seus colegas e professores. Ao adotar essa metodologia, os alunos são capacitados para explorar, compreender e comunicar de forma eficaz as complexidades e nuances do tema da migração, contribuindo para uma maior conscientização e compreensão da diversidade humana e das questões sociais globais.

APRESENTAÇÃO DO CASO

A cidade é um microcosmo do complexo teia de migrações que moldam o tecido social e cultural do Brasil. Ao longo dos anos, tem sido um ponto de chegada e partida para uma miríade de migrantes, tanto internos quanto internacionais, cada um carregando histórias únicas de esperança, desafios e resiliência. Inspirados pela riqueza dessas narrativas migratórias, os alunos do 3º ano do ensino médio empreenderam uma jornada de descoberta, explorando uma ampla gama de temas relacionados à migração em sua própria comunidade. Faz-se importante ressaltar que Santa Catarina foi o responsável pelo maior número de imigrantes formalmente empregados (Gonçalves, 2020), portanto, é importante para que os alunos compreendam os fluxos de pessoas pelo mundo, considerando sua realidade e como a chegada de migrantes impactam toda a organização social a sua volta.

No contexto da realização de um documentário sobre migração, os alunos do 3º ano do ensino médio embarcaram em uma jornada para descobrir as histórias de pessoas que migraram para sua própria comunidade. Inspirados pela ideia de capturar a complexidade da migração através de uma lente científica, eles se comprometeram a explorar as experiências, desafios e triunfos dos migrantes locais, tendo em vista que o vídeo possibilita uma (re)construção da realidade por meio da imagem, a ação do docente se faz indispensável para instigar os seus alunos a uma leitura de mundo por meio de uma apreciação geográfica dos lugares e ações (Santos & Oliveira, 2022).

Fazer um documentário é mais do que apenas capturar imagens; é sobre dar voz às histórias que muitas vezes passam despercebidas. Nichols (2005) enuncia que "Fazer um documentário é como ter um mundo nos limites de uma lente." Neste contexto, os alunos se viram diante da tarefa de não apenas registrar visualmente a migração, mas também de transmitir a essência das narrativas humanas por trás de cada experiência migratória. Este raciocínio também é compartilhado com Lucena, onde fala que

Fazer documentários, ou melhor, trabalhar como audiovisual, é uma terapia, uma forma de nos relacionarmos bem com o mundo, uma maneira de compreendê-lo e de entender nossa relação com ele. Uma catarse, às vezes. A partir do momento em que começamos o trabalho com imagens e passamos a apreciar esse trabalho tudo ganha novo sentido, adquirimos uma nova forma de escrita, uma maneira diferente de nos comunicar com ambiente que nos cerca. A câmera passa a substituir a caneta, com sua escrita particular que incorpora todas as escritas, unindo palavra, som e imagem. As imagens captadas compõem um novo abecedário, que manejamos de modo racional, mas que também nos toca sensorial e emocionalmente, quando colhemos pedaços de informação que em determinado momento se juntam e dão origem a um trabalho interessante (LUCENA, 2012).

Iniciando com o primeiro passo do processo de documentação, os alunos desenvolveram um roteiro que reflete suas ideias e pretende para o documentário. Considerando a diversidade de histórias que esperavam encontrar, eles perceberam a importância de criar um roteiro flexível, capaz de capturar diferentes perspectivas e nuances da experiência migratória.

Antes de iniciar as entrevistas, os alunos se dedicaram ao tempo para assistir aos documentários relacionados à migração, visando compreender melhor a estrutura narrativa e as técnicas utilizadas na produção desses filmes. Essa etapa permitiu-lhes identificar elementos comuns e padrões em documentários semelhantes, preparando-os para a etapa seguinte do processo.

Com um roteiro inicial em mãos, os alunos realizaram reuniões em grupo para discutir suas ideias e estabelecer os principais elementos de todas as cenas planejadas. Considerando questões como a duração de cada cena, a possibilidade de entrevistas e o papel da narração, eles buscaram garantir que o documentário fosse abrangente e representativo das experiências dos migrantes locais.

Ao se prepararem para as entrevistas, os alunos adotaram uma abordagem cuidadosa e compassiva, garantindo a importância de criar um ambiente confortável e acolhedor para os entrevistados compartilharem suas histórias. Seguindo dicas como preparar questões pertinentes ao tema e estabelecer uma conexão prévia com os entrevistados, eles buscaram garantir que as narrativas fossem autênticas e significativas.

Por fim, os alunos consideraram a necessidade de estarem preparados para os desafios técnicos e narrativos que surgiriam durante a produção do documentário. Adotando uma mentalidade resiliente e criativa, eles se comprometem a enfrentar quaisquer obstáculos que surjam no caminho, mantendo sempre o foco na missão de capturar e compartilhar as histórias de herança dos migrantes locais. Nesse interim, se faz importante compreender os motivos por trás da migração:

O movimento migratório revela o movimento de constituição das disparidades e desigualdades espaciais. E, sobre este espaço desigualmente organizado e articulado compreende a coexistência de processos espaciais, donde novos e outros tipos de fluxo migratórios se realizam. A lógica permite aceitar que a existência das desigualdades regionais permitiria assumi-las como fato principal da origem das migrações internas que acompanham a industrialização nos moldes capitalistas (GOULARTI apud MENEZES, 2000, p. 3).

Entre os diversos temas explorados pelos alunos, destacam-se as experiências de refugiados no Brasil, provenientes de áreas devastadas por conflitos como Síria e Iraque. Por meio de entrevistas sensíveis e empáticas, os alunos tiveram a oportunidade de mergulhar nas vidas desses refugiados, testemunhando suas jornadas de perda e sobrevivência, assim como suas lutas e triunfos ao recomeçar em terras brasileiras. As histórias desses refugiados não apenas ilustram a resiliência do espírito humano diante da adversidade, mas também destacam a importância da solidariedade e compaixão em face das crises globais.

Além disso, os alunos também exploraram as dinâmicas das migrações internacionais no Brasil, especialmente aquelas direcionadas para a cidade onde moram. Ao entrevistar migrantes internos de diferentes partes do país, os alunos puderam mapear os fluxos de pessoas em busca de oportunidades econômicas, educacionais e sociais. Essas histórias revelaram os desafios enfrentados pelos migrantes ao se adaptarem a um novo ambiente urbano, ao mesmo tempo em que celebravam as riquezas culturais e as contribuições dos migrantes para a diversidade local.

Deste modo, a atividade também proporcionou uma oportunidade para os alunos explorarem questões sensíveis relacionadas à xenofobia e preconceito contra migrantes, tanto internos, vindos de outras regiões brasileiras, quanto estrangeiros. Ao investigar a xenofobia enfrentada por migrantes nordestinos e estrangeiros em sua própria comunidade, os alunos confrontaram estereótipos e preconceitos arraigados, destacando a importância do diálogo intercultural e da construção de pontes entre diferentes grupos sociais.

Por meio dessa ampla e diversificada investigação sobree o tema da migração, os alunos não apenas expandiram seus horizontes e conhecimentos, mas também promoveram uma maior compreensão e empatia em relação às experiências dos migrantes. Ao compartilhar as histórias desses migrantes, os alunos não apenas deram voz aos marginalizados, mas também se tornaram agentes de mudança em sua comunidade, promovendo valores de inclusão, diversidade e respeito em uma sociedade cada vez mais globalizada e interconectada.

ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados deste projeto interdisciplinar revelaram não apenas o comprometimento dos alunos, mas também a riqueza de conhecimentos adquiridos durante a investigação sobre a migração. Os grupos que se dedicaram à migração regional entre municípios de Santa Catarina identificaram padrões intrigantes de deslocamento populacional. Entrevistando moradores locais, conseguiram traçar histórias de famílias que, ao longo de gerações, migraram em busca de oportunidades econômicas, influenciando não apenas as dinâmicas das comunidades de origem, mas também daquelas que passaram a chamar de lar. Isso foi possível, uma vez que a cidade em si recebeu grandes levas de imigrantes de origem europeia entre o final do Séc. XIX e o início do Séc. XX.

No estudo da migração regional entre estados brasileiros, os alunos se depararam com nuances culturais e econômicas que moldam esses movimentos. As entrevistas revelaram casos de brasileiros que buscavam novos horizontes em busca de empregos e melhores condições de vida. A compreensão das motivações por trás dessas mudanças contribuiu para uma visão mais ampla das disparidades regionais e das oportunidades desiguais que impulsionam a mobilidade dentro do país.

O grupo dedicado à migração internacional para o Brasil mergulhou em histórias fascinantes de imigrantes de diferentes partes do mundo. As entrevistas com esses indivíduos permitiram aos alunos explorar as complexidades das adaptações culturais, os desafios enfrentados e as contribuições valiosas que os imigrantes trazem para a sociedade brasileira. Além disso, a compreensão das políticas migratórias e das questões sociais relacionadas destacou a importância de abordagens inclusivas e acolhedoras para com aqueles que escolhem o Brasil como seu novo lar.

A investigação sobre migração escolar revelou histórias comoventes de estudantes que, em busca de melhores oportunidades educacionais, deixam suas cidades natais para estudar nas capitais. As entrevistas com tanto com pessoas jovens, quanto com pessoas mais velhas que vieram estudar e fixaram residência por essas terras, proporcionaram uma visão única das barreiras enfrentadas e das motivações que os impulsionam a realizar tal deslocamento. Isso despertou discussões sobre a equidade educacional e a necessidade de políticas que garantam o acesso igualitário à educação de qualidade em todo o país.

O processo de produção do vídeo documentário jornalístico consolidou essas descobertas de maneira impactante. A edição cuidadosa e a narrativa envolvente proporcionaram uma representação autêntica das experiências de migração, tornando-se uma ferramenta poderosa para sensibilização e conscientização. A exibição do documentário na comunidade escolar e em eventos locais não apenas evidenciou o sucesso do projeto, mas também catalisou conversas significativas sobre a importância de entender e acolher as diferentes trajetórias migratórias.

Ao discutir os resultados, é crucial destacar a transformação perceptível nos alunos. Além do conhecimento adquirido sobre a migração, testemunhamos o desenvolvimento de habilidades de pesquisa, entrevista, edição de vídeo e comunicação. A empatia cultivada durante as entrevistas e a sensibilidade demonstrada na representação das histórias destes migrantes destacam a natureza humana e inclusiva do projeto.

O projeto também provocou reflexões sobre o papel da escola na promoção de um ambiente educacional que respeite e valorize a diversidade. A compreensão das complexidades da migração permitiu aos alunos desafiar estereótipos e preconceitos, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e abertos ao diálogo intercultural.

Além disso, o engajamento dos alunos nas entrevistas proporcionou uma conexão mais profunda com sua comunidade, estimulando a valorização das histórias locais e a compreensão das interconexões que moldam a sociedade. O impacto positivo do projeto estendeu-se além da sala de aula, influenciando a comunidade escolar e promovendo uma abordagem mais inclusiva e respeitosa às diversas origens e vivências.

Em conclusão, este projeto interdisciplinar sobre migração não apenas alcançou seus objetivos educacionais, mas também deixou uma impressão duradoura no aprendizado e desenvolvimento dos alunos. Ao explorar as diversas facetas da migração, os estudantes não apenas ganharam conhecimento sobre um fenômeno global, mas também aprimoraram habilidades cruciais para sua formação como cidadãos conscientes e participativos. Este trabalho representa um exemplo inspirador de como abordagens inovadoras no ensino podem transcender a sala de aula, impactando positivamente a comunidade e preparando os alunos para os desafios do mundo contemporâneo.

DISCUSSÃO

A história do Brasil é permeada por fluxos migratórios, desde o período colonial (...) o Brasil viveu diversas rotas migratórias, com destaque para os fluxos a partir do século XIX (Gonçalves, 2022). A atividade de campo realizada pelos alunos proporcionou uma oportunidade única para explorar e refletir sobre diversas facetas da migração, uma realidade presente em nossa sociedade globalizada, em especial em nosso país e, mais especificamente, na cidade onde os estudantes moram. Ao longo de três meses de trabalho colaborativo, as 10 turmas distribuídas nos três turnos - matutino, vespertino e noturno - se dedicaram a investigar e documentar as experiências de migrantes locais, abordando temas específicos como refugiados no Brasil, migrações internacionais, imigrantes brasileiros pelo mundo, migração nordestina, migração gaúcha pelo Brasil, migração em Santa Catarina, êxodo rural e xenofobia com migrantes nordestinos e estrangeiros. GOULARTI (2015) apud BRITOETAL et al. (2012) afirmam que

A mobilidade espacial da população, em especial, a migração interna, é um fenômeno estrutural e, como tal, não se apreende as suas grandes transformações a não ser do ponto de vista histórico. No Brasil, em particular, as migrações internas se constituíram em um dos determinantes estruturais mais importantes da formação das suas sociedade e economia contemporâneas. Não seria equivocado afirmar que as migrações acompanharam a nossa história desde o período colonial, passando pelo Império e chegando à República.

Um dos temas que despertou grande interesse e sensibilidade entre os alunos foi a questão dos refugiados no Brasil, especialmente aqueles vindos de países assolados por conflitos armados, como Síria e Iraque e a pobreza, como o Haiti e a Venezuela. Através das entrevistas realizadas com refugiados locais, os alunos puderam ouvir relatos comoventes sobre os desafios enfrentados durante a jornada de fuga de seus países de origem e sua busca por segurança e refúgio no Brasil. Essas histórias humanas enfatizaram a importância da solidariedade e da compaixão diante das crises globais que forçaram milhões de pessoas a deixarem suas casas em busca de segurança e esperança em terras estrangeiras.

Por outro lado, as migrações internas no Brasil também foram objeto de investigação por parte dos alunos. Ao entrevistar migrantes que se deslocaram para a cidade em questão em busca de oportunidades de emprego e melhores condições de vida, os alunos puderam entender as complexas dinâmicas socioeconômicas que impulsionaram o êxodo rural e o influxo populacional para centros urbanos. Essas histórias revelaram os desafios enfrentados pelos migrantes, como a adaptação a uma nova realidade urbana e a luta pela inclusão social e econômica em suas novas comunidades.

Além disso, a atividade também proporcionou uma oportunidade para os alunos explorarem questões relacionadas à xenofobia e preconceito contra migrantes, tanto internos quanto estrangeiros. Em particular, a xenofobia enfrentada por migrantes nordestinos despertou a discussão sobre regionalismos, estereótipos e desigualdades sociais no Brasil. Da mesma forma, a xenofobia com migrantes estrangeiros trouxe à tona questões de nacionalidade, pertencimento e direitos humanos, destacando a importância do respeito à diversidade e à dignidade de todos os indivíduos, independentemente de sua origem ou status migratório. Imigrantes vindos do Haiti são, em sua maioria, de origem primariamente africana, ou seja, são homens, mulheres e crianças de pele preta, enquanto venezuelanos apresentam fortes traços étnicos de povos de origem indígena, típico de povos originários dos Andes e arredores. Refletir sobre como essas pessoas tomam coragem para encarar viagens longas e exaustivas, sem saber o que esperar em seu destino é essencial para a compreensão dos motivos que levam os indivíduos a largarem seus lares em busca de melhores condições de vida.

No contexto das disciplinas de filosofia, artes e língua portuguesa, os alunos foram incentivados a refletir criticamente ferramentas sobre as implicações éticas, culturais e políticas de migração, utilizando conceituais e expressivas para dar voz às histórias dos migrantes e promover uma maior compreensão e empatia em ciência relação às suas experiências. Ao integrar essas disciplinas em um projeto interdisciplinar, os alunos puderam enriquecer sua aprendizagem, desenvolvendo habilidades de pesquisa, análise crítica e expressão criativa enquanto exploravam um tema de relevância social e humana.

CONCLUSÃO

Este estudo de caso destaca a importância de incluir a perspectiva dos migrantes urbanos nas discussões sobre desenvolvimento urbano e diversidade cultural. Além disso, enfatizamos o papel significativo para que os alunos possam desempenhar não apenas como receptores passivos do conhecimento, mas como agentes ativos na construção de pontes entre comunidades e na promoção de uma sociedade mais inclusiva e abrangente.

A abordagem participativa, envolvendo alunos como pesquisadores, não apenas proporcionou uma visão mais profunda da migração entre diferentes lugares, mas também apresentou o potencial educativo de tais iniciativas. Os estudantes, ao se tornarem especializados na coleta e interpretação dessas narrativas, não apenas expandiram seus horizontes acadêmicos, mas também desenvolveram empatia, compreensão cultural e uma apreciação mais rica das complexidades da vida urbana.

A interação entre alunos e cidadãos migrantes não apenas deu vida aos relatos de vida e tendências do lugar, mas também construiu pontes entre comunidades. A troca de histórias não apenas enriqueceu os registros acadêmicos, mas também promoveu uma compreensão mais profunda e respeitosa entre os habitantes da cidade. Os alunos, ao testemunharem as experiências dos entrevistados, passaram a compreender que a migração é mais do que um simples movimento geográfico; é uma jornada pessoal repleta de desafios, conquistas e esperanças.

Ao encerrar esta exploração única das histórias daqueles que migraram para a mesma região geográfica, emergem lições profundas sobre a riqueza da experiência humana e o papel transformador da educação. Os relatos compartilhados pelos migrantes urbanos transferidos não são apenas uma fonte valiosa de compreensão, mas também um testemunho de resiliência, adaptabilidade e diversidade cultural que definem as cidades contemporâneas.

Por fim, o documentário pode ter um impacto duradouro no público, deixando uma impressão de confiança e inspirando mudanças positivas. As histórias compartilhadas em um documentário podem ressoar profundamente com os espectadores, levando-os a refletir suas próprias visões e comportamentos em relação à migração. Por meio da narrativa visual e emocionalmente envolvente, um documentário pode criar uma conexão poderosa entre os espectadores e os migrantes, estimulando a empatia, a compaixão e o desejo de agir em prol da justiça e da igualdade. Assim, o documentário pode servir como uma ferramenta eficaz para promover uma maior conscientização e mudança social em torno do tema da migração.

Ao finalizar esta pesquisa, somos instigados a continuar a buscar maneiras inovadoras de envolver os alunos no processo de aprendizagem e pesquisa, confirmando que, ao fazê-lo, não apenas enriquecemos a academia, mas também moldamos cidadãos informados e compassivos que contribuem para a construção de comunidades mais coesas e vibrantes.

Em última análise, uma atividade de campo sobre migração representou não apenas uma oportunidade de aprendizado acadêmico, mas também uma jornada de descoberta pessoal e interpessoal para os alunos, que foram desafiados a ampliar suas perspectivas, confrontar seus preconceitos e reconhecer a humanidade compartilhada que une todas as pessoas, independentemente de sua origem ou trajetória migratória. Ao celebrar as histórias dos migrantes e considerar sua contribuição para a diversidade e a riqueza cultural de nossa comunidade, os alunos reafirmaram o compromisso com os valores de inclusão, justiça e respeito em uma sociedade cada vez mais plural e interconectada.

Que este estudo de caso inspira futuras iniciativas, conectando não apenas cidadãos em uma cidade, mas também mentes e corações em uma jornada contínua de aprendizagem e compreensão mútua.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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O estudo de caso foi desenvolvido em alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública na região metropolitana de Florianópolis, no Estado de Santa Catarina, no ano de 2018.

1 Professor de Geografia da rede estadual de Santa Catarina desde 2014. Formado em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina, licenciado em Pedagogia pelo Centro Universitário FAEL. Especialista em Ensino de Geografia, História, Sociologia e Filosofia, titulado pelo Instituto Federal de Santa Catarina. Mestrando do PPG Educação FAED/UDESC. E-mail: [email protected]