ESTUDO DE CASO: OS DESAFIOS PARA A PRESERVAÇÃO DA HERANÇA JAPONESA NO MUNICÍPIO DE REGISTRO/SP
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17958908
Bianca Cristina de Assis1
Camila Mayumi Rodrigues Iohei1
Eloisa Gabriele Godinho Lins1
Joanne Rodrigues dos Santos1
Joly Takahashi1
José Cristiano de Góis2
Leonardo Moraes do Espirito Santo2
RESUMO
Este artigo científico analisa os desafios para a preservação da cultura nipo-brasileira no município de Registro/SP. A cultura japonesa vem enfrentando dificuldades para se perpetuar entre as gerações mais novas. Apesar da sua grande presença no município nos dias atuais, nota-se uma falta de interesse entre os mais jovens em dar continuidade ao legado cultural. O presente artigo investiga os fatores que impactam na preservação da herança japonesa, como desinteresse dos jovens, falta de recursos e políticas públicas, além da perda gradual do domínio da língua japonesa. A pesquisa realizada com 105 respondentes, sendo todos descendentes, e 140 cidadãos com e sem ascendência, que aponta para a necessidade de manter a língua viva entre os descendentes, produzir vídeos curtos nas mídias digitais, e documentários que cativem a atenção do público.
Palavras-chave: Cultura, Descendentes e Preservação
ABSTRACT
This scientific article analyzes the challenges for preserving Japanese-Brazilian culture in the municipality of Registro, São Paulo. Japanese culture has been facing difficulties in perpetuating itself among younger generations. Despite its strong presence in the municipality today, there is a noticeable lack of interest among young people in continuing the cultural legacy. This article investigates the factors that impact the preservation of Japanese heritage, such as young people's lack of interest, lack of resources and public policies, and the gradual loss of Japanese language proficiency.
The survey of 105 respondents, all of whom are descendants, and 140 citizens with and without ancestry, points to the need to keep the language alive among descendants, produce short videos on digital media, and documentaries that captivate the public's attention.
Keywords: Culture, Descendants, and Preservation
INTRODUÇÃO
O nome da cidade de Registro remonta ao século XVII, quando era um povoado situado às margens do Rio Ribeira de Iguape, em uma época marcada pela exploração do ouro na região. Todo o minério extraído era transportado através do rio para o porto de Iguape, e passava pelo vilarejo onde havia um Posto do Registro do Ouro (fundado pela Coroa Portuguesa no século XVII), onde as mercadorias eram registradas e o quinto para a coroa portuguesa era calculado. A região que abrigava a instalação começou a ser conhecida como Registro, e posteriormente foi se desenvolvendo e se tornou uma cidade que é hoje.
Posteriormente, com o fim do Ciclo do Ouro e a decadência do Ciclo do Arroz, em razão dos problemas ambientais causados pelo Canal do Valo Grande, tornou-se necessário impulsionar a economia, então no século XX, foi implementada na região a Companhia Ultramarina de Implementos S.A (KKKK - Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha) que recebeu terras para serem distribuídas a imigrantes japoneses recém-chegados, marcando o início da colonização japonesa no Brasil.
Simultaneamente, o Japão passava por transformações, revoltas, e deslocamentos populacionais (consequentes da Era Meiji, ocorrida no século XIX), a vinda para o Brasil era então incentivada pelo governo japonês como alternativa à superpopulação, nesse contexto, entre 1912 e 1913, o navio Kasato Maru atracou no Vale do Ribeira, tornando o conjunto Iguape, que incluía Registro, Sete Barras e Katsura (ou Jipovura), a primeira grande colônia formada por japoneses no Brasil.
As associações japonesas de Registro, no estado de São Paulo, foram extintas durante a Segunda Guerra Mundial. Após o fim do conflito, com o intuito de revitalizar as associações, foi criado o Bunkyo, a Associação Cultural Nipo Brasileira de Registro, em 1993, em comemoração aos 80 anos da imigração japonesa no brasil, e posteriormente, em 2003, a construção da sua própria sede, localizada na Praça da Integração Brasil-Japão.
A grande influência da colonização japonesa se dá até os dias de hoje, tendo influência na presença na agricultura (com o cultivo de arroz, chá preto e chá verde), plantas ornamentais e na cultura da região (com festas como Tooro Nagashi, Bon Odori e Festa do Sushi, Haru Matsuri, AniFest).
Problematização
Sabemos que a cultura japonesa é muito presente no município de Registro/SP devido a colonização japonesa ocorrida no início do século XX, entretanto ao longo dos anos cada vez mais observa-se uma perda do interesse das novas gerações em preservá-la.
Assim, analisando essa problemática, identifica-se que a cada nova geração aumenta-se os desafios para a preservação da cultura japonesa em Registro/SP.
Justificativa
A cultura japonesa é muito presente no município de Registro/SP desde a chegada dos japoneses no Brasil, é possível observa-la de diversas formas, como por exemplo, na grande variedade de eventos e associações que visam trabalhar em cima da cultura japonesa, entretanto ao contrário de muitas outras cidades que receberam esses imigrantes, Registro teve maior preservação dessa cultura. Todavia, ao longo dos últimos anos observamos o aumento da falta de interesse em preservar os costumes e cultura japonesa.
Esta cultura é muito importante para o município pois reflete a história e a contribuição de um povo que se estabeleceu na região.
Tendo isso em vista, decidimos escolher essa problemática, pois apesar da cultura japonesa ser muito presente no município, ainda existem desafios serem enfrentados quando se trata de levar o legado cultural para frente.
Objetivo Geral
Investigar os desafios dentro da comunidade japonesa em manter a continuidade de sua herança no município de Registro/SP. Averiguando como os fatores sociais e geracionais impactam no enfraquecimento os valores desse grupo social. Além disso, busca-se promover a conscientização sobre a importância da preservação dessa herança cultural, com o objetivo de incentivar práticas que ajudem na memória cultural nipo-brasileira e que possam contribuir para a permanência desses costumes a longo prazo.
Objetivo específico
Realizar pesquisa de campo junto à comunidade japonesa para identificar pontos;
Investigar as estratégias utilizadas para manter vivas as práticas culturais japonesas entre novas gerações em Registro/SP;
Analisar a participação das novas gerações de descendentes de japoneses em eventos culturais;
Identificar os principais elementos culturais japoneses preservados pela comunidade nipo-brasileira em Registro, com festivais, culinária e artesanatos.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
História
O nome da cidade retoma ao século XVII, quando Registro era apenas um pequeno povoado localizado às margens do Rio Ribeira de Iguape, em uma época em que o Alto Ribeira era marcado pela exploração de ouro. Todo o minério extraído era levado até o porto de Iguape pelo rio, passando pelo vilarejo, onde as mercadorias eram registradas por um fiscal de Portugal, que separava o quinto (cobrança da Coroa Portuguesa). Devido a isso o pequeno conjunto populacional ficou conhecido como Porto de Registro de Ouro, e posteriormente, Registro apenas.
Ainda durante o período em que era município de Iguape, Registro começou a se desenvolver após a chegadas dos primeiros colonizadores Japoneses em 1913, tornando-se então o maior produtor de arroz do Estados de São Paulo na época.
Em 30 de novembro de 1944, pelo decreto-lei nº14.334, Registro foi emancipado e elevado à categoria de município, cm território desmembrado de Iguape, Eldorado e Miracatu.
Colonização japonesa
A imigração japonesa no Brasil teve início no início do século XX, marcada por fatores socioeconômicos no Japão e pela demanda por mão de obra no Brasil após a abolição da escravidão em 1888. O marco inicial deste processo foi a chegada do navio Kasato Maru, em 18 de junho de 1908, ao porto de Santos, trazendo 781 imigrantes japoneses com destino às lavouras de café no interior de São Paulo (TAKAKI, 2008).
Segundo Lúcia Lippi Oliveira (2007, p. 21), “a imigração japonesa foi resultado da política de embranquecimento promovida pelo Estado brasileiro no início do século XX, mas também da necessidade do Japão de resolver sua crise de superpopulação e desemprego nas zonas rurais”. A partir disso, formou-se um importante corrente migratória que, ao longo do século XX, trouxe mais de 200 mil japoneses ao Brasil.
Com o tempo, muitos desses imigrantes se deslocaram para outras regiões além das fazendas de café, buscando melhores oportunidades. Um dos destinos que se destacou foi o Vale do Ribeira, em especial o município de Registro/SP, onde os japoneses encontraram terras férteis e clima favorável para a agricultura, especialmente para o cultivo de arroz.
Registro passou a receber japoneses a partir da década de 1910. Em 1913, foi fundada a Companhia Colonizadora Sul Brasil, com o objetivo de atrair imigrantes japoneses para povoar e desenvolver economicamente a região. A cidade tornou-se um dos principais polos de colonização japonesa no Estado de São Paulo. Segundo Kikuchi (2009, p. 87), “Registro foi o primeiro local do Brasil a ter uma colônia organizada de japoneses voltada para a rizicultura, sendo considerada o berço da cultura japonesa no Vale do Ribeira”.
Foi no interior do Vale do Ribeira, na segunda década do século XX, que teve início a colonização japonesa no Brasil. Antes, os primeiros imigrantes japoneses a chegarem em terra brasileira, em 1908, não tinham intenção de fixar residência. Vieram com a intenção de trabalhar por 5 anos em fazendas nas cidades não metropolitanas, fazer uma reserva financeira e voltar a terra natal. Mas a ideia de ganhar dinheiro em um curto período de tempo no Brasil mostrou-se irreal e vários foram para a capital, tentar sobrevivência em outras atividades econômicas.
Ao decorrer do tempo, porém, o Conjunto Iguape (Registro, Sete Barras e Katsura) se tornou a primeira grande colônia formada por japoneses no Brasil. Eram empreendedores, vieram como proprietários de suas terras, tinham objetivo de se fixar, produzir arroz e até exportar. Preocuparam-se em aprender o idioma, construir escolas (depois doadas ao governo paulista), integrar-se à população local e interagir com o novo meio.
Os povoadores tiveram de vencer inúmeros desafios, embora contassem com apoio do governo de São Paulo e coordenação da Companhia Imperial Japonesa de Imigração - que depois criaria sua filial K.K.K.K. (Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha) - Companhia Ultramarina de Empreendimentos S.A. - para ser responsável direta pela colonização na região.
Em Registro, as terras destinadas para o início do processo eram ocupadas por proprietários (cinco famílias locais), levando os organizadores a criarem como alternativa o núcleo Katsura, no Jipovura (Iguape), com 33 lotes. Em 1914, solucionado a dificuldade com os donos, as terras foram delimitadas e os japoneses começaram a entrar em Registro para plantar arroz. Ao arroz seguiram-se várias culturas agrícolas, em contínua busca pelo produto mais adequado ao clima, ao solo e à economia. Hortaliças, fumo, cana de açúcar, chá, banana, junco, plantas ornamentais...
O domínio da marcenaria era habilidade de vários japoneses, que empregaram seus conhecimentos e seu instrumental específico na construção de edifícios. Fizeram não só moradias de arquitetura característica de sua origem, como também construíram, entre outras, a Igreja de São Francisco Xavier (matriz) e a Igreja Episcopal Anglicana, em Registro, ambas inclusas nos 14 bens tombados na região pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2010, como representações características da colonização japonesa em região brasileira.
Cultura japonesa
A comunidade japonesa influenciou profundamente a cultura local, introduzindo técnicas agrícolas, culinária, valores culturais e contribuindo para o desenvolvimento econômico da região. A herança nipônica é visível até hoje em monumentos como o Museu Histórico da Colonização Japonesa e o tradicional Festival da Cultura Japonesa de Registro, além de marcos urbanos como o Torii na entrada da cidade.
Conforme destaca Kume (2011, p. 115), “a história de Registro não pode ser contada sem a presença japonesa, que transformou a cidade em um exemplo de integração cultural e desenvolvimento agrícola baseado no trabalho comunitário e na preservação de tradições”.
Estudos sobre comunidades nipo-brasileiras no Brasil
Identidade e integração cultural
A questão da identidade é central nos estudos sobre os nipo-brasileiros, especialmente em relação aos conceitos de "assimilação", "aculturação" e "hibridismo cultural".
Issei, Nissei, Sansei, Yonsei: Diferentes gerações apresentam diferentes graus de integração e preservação da cultura japonesa.
Bilinguismo e educação: Escolas japonesas, língua falada em casa, e ensino de valores tradicionais.
Racismo e discriminação: Pesquisas destacam experiências de preconceito, principalmente no século XX.
Estudos Contemporâneos e o Fenômeno dos Dekasseguis
A partir da década de 1990, um novo capítulo da experiência nipo-brasileira foi iniciado com o fenômeno dos dekasseguis — descendentes de japoneses (principalmente sansei e yonsei) que migraram para o Japão em busca de melhores condições econômicas. Estima-se que mais de 300 mil brasileiros de origem japonesa tenham ido trabalhar temporariamente no Japão, especialmente em indústrias e fábricas.
Este fenômeno gerou grande interesse acadêmico, pois trouxe à tona novas dinâmicas migratórias, identitárias e culturais, marcadas por um processo de “retorno” ao país dos antepassados, que, na prática, era um território desconhecido para a maioria dos migrantes.
Patrimônio Imaterial e Memória Coletiva na Cultura Nipo-Brasileira do Vale do Ribeira
O exemplo vivo da cultura nipo-brasileira no Vale do Ribeira ilustra como o patrimônio imaterial e a memória coletiva auxiliam na valorização da identidade de uma comunidade. Os imigrantes japoneses chegaram à área no começo do século XX, trazendo uma vasta herança cultural que, com o passar do tempo, foi sendo ajustada ao cenário brasileiro, sem abandonar suas origens.
Conforme estabelecido pela UNESCO, o patrimônio cultural imaterial engloba práticas, representações, saberes e técnicas que são passados de geração para geração. No Vale do Ribeira, esse patrimônio é evidenciado de diversas maneiras, como nas celebrações tradicionais (Bon Odori, Tooro Nagashi, Undokai), na agricultura (acima de tudo o chá), na culinária típica e na arquitetura das moradias construídas com métodos japoneses.
De acordo com o site da Prefeitura de Registro, município considerado a capital do Vale do Ribeira, o Memorial da Imigração Japonesa é um espaço dedicado à preservação da memória dos imigrantes, com documentos, objetos e fotografias que recuperam a trajetória dos exploradores japoneses na região. Esse local é fundamental para manter viva a memória coletiva da comunidade nipo-brasileira.
Ademais, o Bunkyo de Registro, uma das principais instituições culturais da região, realiza eventos e oficinas que fortalecem a identidade cultural dos descendentes de japoneses. Através dessas ações, práticas culturais como a dança Bon Odori, a música tradicional e o idioma japonês continuam sendo apresentados às novas gerações.
A Casa do Patrimônio do Vale do Ribeira também ocupa um papel de importância na valorização desses elementos culturais. A instituição promove ações de educação patrimonial que envolvem escolas e a comunidade local, fortalecendo os vínculos entre passado e presente.
O documentário Os Japoneses do Vale do Ribeira, disponível online, reforça a importância da memória oral dos descendentes dos primeiros imigrantes, que relatam suas experiências e contribuições para o desenvolvimento da região. A obra é um registro sensível e poderoso da memória coletiva nipo-brasileira.
Assim, o legado intangível e a lembrança compartilhada da cultura nipo-brasileira na região do Vale do Ribeira não só mantêm costumes antigos, mas também incentivam a valorização da diversidade cultural do Brasil. O reconhecimento dessas manifestações culturais reforça o senso de pertencimento entre os membros da comunidade e garante que sua história continue sendo transmitida às próximas gerações.
Bunkyo de Registro
O Bunkyo (Associação Cultural Nipo Brasileira de Registro) se originou na segunda década do século XX entre antigas associações de bairros criados por imigrantes japoneses.
Futuramente essas associações foram unidas em uma só entidade, Bunkakyokai, que mais adiante incorporou o departamento cultural RBBC (Registro Base Ball Club), fundado em 1947 e atualmente denominado ACER (Associação Cultural e Esportiva de Registro).
Em 1993, trinta e dois anos atrás, o Bunkyo retirou-se do departamento cultural do RBBC e foi instituído como Associação. Logo depois, em 21 de junho de 1994, teve personalidade jurídica oficializada.
Após a criação do Bunkyo, a área cultural se consolidou cada vez mais, com a formação da Nihongo Gakkou (Escola de Língua Japonesa) e a implantação de outras diversas atividades típicas culturais japonesas, como o Radio Taiso (Alongamento), Minyo (Dança e música folclórica), Taiko (Tambores japoneses), Shujunkai (Departamento de anciãos), Ikebana (Arranjo floral), culinária, eventos. Além disso, na cidade são preservadas antigas fábricas de chá, residências dos primeiros colonizadores. A influência japonesa também se mostra muito presente através da arquitetura, diversos pontos da cidade abrigam esculturas que refletem a herança cultural japonesa.
Anualmente, são propostos vários eventos pelo Bunkyo, todos voltados para a cultura japonesa, a Festa do Sushi, Bon Odori, Tooro Nagashi, AniFest, Undokai, Keirokai, Haru Matsuri, todos com o objetivo de disseminar a cultura japonesa, para manter as tradições, contribuindo com o turismo e visibilidade da região, beneficiando a economia local. A Associação Cultural Nipo Brasileira de Registro, além dos eventos abertos a público, é realizada também bazares e chás beneficentes.
A sede do Bunkyo está localizada na Praça da Integração Brasil-Japão, onde está a escultura do arquiteto Yutaka Toyota, em homenagem a comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil, a escultura representa as benfeitorias que a comunidade japonesa trouxe para a região.
Os desafios para a preservação da cultura japonesa
Embora a região do município de Registro/SP seja uma região considerada o "Berço da imigração Japonesa", existem barreiras que enfraquecem a continuidade das expressões culturais japonesas, como por exemplo, podemos citar o envelhecimento da comunidade Nikkey em Registro.
Muitas vezes, a nova geração enxerga as tradições, como a cerimônia do chá, ikebanas, taiko ou minyo como menos relevantes. Tais fatores são responsáveis pelo enfraquecimento da transmissão e permanência das expressões culturais tradicionais.
Além disso, eventos culturais como, a Festa do sushi, o Tooro Nagashi e o Anifest, que são promovidos pela Associação Cultural Nipo-Brasileira de Registro (Bunkyo), atraírem bastante público na região, e em grande maioria a comunidade nipo-brasileira, nota-se que grande parte do público participa mais pelo caráter festivo do que pelo interesse genuíno na tradição ou pela compreensão do valor cultural que essas festividades/celebrações representam.
Ademais, é importante destacar que a preservação dos patrimônios culturais (Prédios antigos, monumentos, festivais e práticas culturais) também enfrentam obstáculos. Na maioria das vezes, esses elementos precisam de manutenções constantes para se manterem preservados, o que exige investimento financeiro, disposição da comunidade e apoio do governo municipal, o que nem sempre é possível, e a falta de recursos e políticas públicas torna isso um desafio contínuo, o que compromete a prevalência de aspectos culturais importantes.
Diante disso, a perda gradual do domínio da língua japonesa entre os descendentes também é um fator que enfraquece a conexão com as raízes culturais, o que pode levar à perda de aspectos culturais mais sutis e à dificuldade na transmissão de histórias e conhecimentos específicos.
Estratégias para aumentar a preservação
Foram selecionados como estratégias para o aumento da preservação o incentivo a promoção da conservação da cultura japonesa, como empreender nesse ramo, por exemplo, abrindo lojas de elementos da cultura japonesa, restaurantes de comida típicas, apresentações culturais, etc.
Juntamente, foi pensando na ampliação da promoção de marketing focado em trazer os jovens descendentes para a comunidade nipo-brasileira (Bunkyo), como a criação de eventos focado nesse público, por exemplo o Anifest, um festival sobre animes (animações japonesas) e a cultura oriental e o Acampamento Fureai, um evento que proporciona a integração e a troca cultural entre estudantes de língua japonesa.
A importância
A cultura japonesa no município de Registro é bastante valorizada, devido a eventos durante o ano todo, a presença da culinária típica, monumentos que celebram a união nipo-brasileira, escolas de língua japonesa, entre outras ações. Portanto, é preciso manter o reconhecimento dessa herança, uma vez que a cultura promove um senso de identidade, resgatando tradições, costumes e valores.
Além disso, a promoção da cultura japonesa juntamente com a brasileira promove um exemplo de integração e diversidade cultural, que deve ser passada de geração a geração com o objetivo de continuar a tradição. Ademais, a inserção da cultura proveniente do Japão na cidade pode trazer lucros com o turismo para a região, incentivando o comércio local enquanto enaltece essa identidade cultural.
RESULTADOS DA PEQUISA
Foram realizadas duas pesquisas de campo, uma apenas com descendentes de japoneses, e outra com os demais cidadãos.
A primeira foi disponibilizada para os descendentes através do compartilhamento do link do forms, e alguns questionários foram respondidos em papel e posteriormente passados para o forms para análise de gráfico, no total, obtivemos 105 respostas que serão analisadas em sequência.
A segunda pesquisa de campo foi disponibilizada para os cidadãos sem alguma ascendência japonesa, e foi aplicada na Etec de Registro para os estudantes, além do link ser compartilhado. No total, obtivemos 140 respostas, que serão analisadas posteriormente.
Questionário 01 – Descendentes de Japoneses
Questão 01 – Qual sua idade?
A maioria (33 pessoas) dos respondentes têm entre 14 a 18 anos, seguidos por 22 pessoas que têm entre 60 anos ou mais, seguidos por 13 pessoas que preferiram não especificar sua idade. Após, 11 pessoas têm entre 19 a 25 anos, seguidos por outras 11 que têm entre 45 a 59 anos, após, por 10 pessoas que têm de 35 a 44 anos, e posteriormente por 5 pessoas que têm de 26 a 34 anos.
Esses dados denotam que nos dias atuais a maioria dos cidadãos com ascendência japonesa são adolescentes, com idade entre 14 e 18 anos.
Questão 02 – Qual o seu gênero?
Dos entrevistados, 61% responderam que são do gênero feminino, e 39% que são do gênero masculino. Portanto, a pesquisa foi realizada com uma amostra predominantemente feminina, com 61% dos participantes sendo do sexo feminino
Questão 03 –Você faz parte da Associação Nipo Brasileira de Registro?
SIM (34%): Uma pequena parte dos entrevistados responderam que fazem parte da Associação Nipo Brasileira de Registro- Bunkyo.
NÃO (66%): a grande parte dos entrevistados responderam que não fazem parte da Associação Nipo Brasileira de Registro- Bunkyo.
Essa distribuição demonstra que apenas uma pequena parcela, correspondente a 36 pessoas, participa ativamente no Bunkyo para manter a cultura japonesa, enquanto o restante dos descendentes, correspondendo a 69 pessoas, não participa ativamente da associação para dar continuidade a sua cultura.
Questão 04 – Há quanto tempo você é associado?
Até 5 anos (26%): Uma parcela significativa dos entrevistados é associada ao Bunkyo até 5 anos.
Entre 6 e 10 anos (14%): uma pequena fração dos entrevistados é associado ao Bunkyo entre 6 e 10 anos.
Entre 11 e 15 anos (11%): A minoria dos entrevistados é associado ao Bunkyo entre 11 e 15 anos.
Acima de 16 anos (49%): a grande maioria dos entrevistados é associado ao Bunkyo há mais de 16 anos.
Essa distribuição sugere que maior parte dos associados ao Bunkyo então nessa associação há pelo menos 6 anos (74% - somatória) e a minoria está a associado a menos de 5 anos (26%), o que mostra que houve uma queda em novos recrutamentos de membros.
Questão 05 – Você conhece evento, tradições, culinária, entre outros aspectos da cultura japonesa?
Conheço grande parte (60%): A grande maioria dos entrevistados respondeu que conhece grande parte dos aspectos da cultura japonesa.
Conheço parcialmente (30%): Uma parcela significativa dose entrevistados alega que conhece parcialmente.
Conheço pouco (9%): Uma quantidade mínima de entrevistados respondeu que conhece pouco.
Não conheço nada (1%): Apenas 1% dos entrevistados escolheram a seguinte alternativa, o equivalente a duas pessoas.
Essa distribuição sugere que município de Registro/SP, a grande maioria das pessoas possui conhecimentos das atividades culturais realizadas. Essa realidade mostra que de fato, os aspectos da cultura japonesa são de conhecimento geral dentro do município.
Questão 06 – Por quê?
Essa questão se refere a anterior, “Você conhece os eventos, tradições, culinária, entre outros aspectos da cultura japonesa?”, as respostas foram filtradas a partir das opções: Conheço pouco e não conheço nada. A partir disso, a maioria, 45%, respondeu que desconhece as atividades culturais da região e pequena fração correspondente, 27%, alega que não há tempo e nem interesse para o conhecimento dos eventos, tradições, culinária, provenientes da cultura nipo-brasileira no município de Registro/SP.
Esses dados mostram que apesar de grande parte da população de Registro/SP serem descendentes de japoneses, há uma pequena parcela que desconhece a presença da cultura no município, por motivos de, desconhecimento das atividades culturais, por falta de divulgação desses eventos ou interligando a outra resposta, falta de interesse dessas pessoas em vivenciar a própria cultura e por fim, terem uma rotina corrida que gera impedimentos para tal conhecimento.
Questão 07 – Você acha importante valorizar sua cultura?
A partir da seguinte questão, nota-se que a maior parte, 99%, responde positivamente sobre a importância de valorizar sua própria cultura e apenas uma parte, 1%, responde negativamente sobre essa questão.
Prevalência de respostas positivas (99%)
A vasta maioria das respostas reconhece a importância da valorização da cultura, não apenas para região, uma vez que, a colonização gerou grande influência da cultura japonesa na cidade, mas também, para o próprio descendente que necessita que suas raízes sejam preservadas e validadas.
Baixo percentual de respostas negativas (1%)
Pequena parte acredita que não seja necessário valorizar a sua própria cultura, assim anulando tal importância para região e para si próprio.
Questão 08 – Você acha que a cultua japonesa está perdendo com o passar do tempo?
A maioria dos entrevistados respondeu que Sim (62%) e a minoria, respondeu que Não (40%). Analisando esse cenário, podemos perceber que a percepção geral é de que a cultura está se deteriorando com o passar dos anos. Essa é uma impressão comum entre muitas pessoas.
Questionário 2 – com a população
Questão 01 – Qual sua idade?
Coletamos as respostas de pessoas com idades abrangentes variando de até 18 anos a 60 anos ou mais. A maioria entre os que responderam o questionário, se encontram na faixa etária de até 18 anos, 105 pessoas de 140 no total, a segunda maior parte de pessoas na faixa etária de 45 a 59 anos, e o restante das respostas varia de 19 anos a 24 anos, 25 anos a 34 anos, 35 anos a 44 anos e outras idades. Concluímos que a predominância dos respondentes, sendo de 75%, são de pessoas até 18 anos.
Questão 02 – Qual seu gênero?
A maioria dos respondentes se identifica com o gênero feminino, representando quase dois terços das respostas, 65%. Embora menor, a participação masculina ainda é significativa sendo de 35%, o que garante uma certa diversidade de gênero na amostra. Concluímos que o total de respostas oferece uma base razoável para que seja necessário a pesquisa.
Questão 03 – Você tem ascendência japonesa?
SIM (27%): a menor parte dos entrevistados tem ascendência japonesa
NÃO (81%): a maioria dos entrevistados tem ascendência japonesa
Essa distribuição mostra que a maior parte dos participantes da pesquisa são descendentes de japoneses
Questão 04 – Em qual cidade do Vale do Ribeira você mora?
A maioria (68 pessoas) dos entrevistados mora no município de Registro, seguidos por 18 pessoas que moram no município de Cajati. E com a menor parcela temos a cidade de Iguape que não tivemos nenhum entrevistado que mora nesse município, seguido de Eldorado com apenas 1 entrevistado.
Questão 05 – Você conhece ou já ouviu falar na presença da cultura japonesa no Vale do Ribeira?
A pergunta acima questiona se o entrevistado conhece ou já ouviu falar na presença da cultura japonesa no Vale do Ribeira, em sua maioria, 99% (139 pessoas), afirma que sim, tem o conhecimento sobre as tradições vigentes no município de Registro/SP, mas uma pequena parcela, 1% (1 pessoa), afirma que não teve acesso aos costumes presente na cidade.
Questão 06 – Quais elementos da cultura japonesa você conhece ou já teve contato?
A pergunta trata dos elementos da cultura japonesa que os entrevistados conhecem ou já ouviram falar. A maioria, 129 pessoas, mencionou a culinária (sushi, missoshiro, tempurá, entre outros), em seguida, 108 citaram as artes tradicionais, como origami, ikebana, caligrafia e mangá. Outros 100 declararam ter conhecimento sobre festivais, como o festival da cultura japonesa em registro, a seguir 93 afirmaram conhecer as artes marciais, como judô, karatê e kendô, enquanto 91 mencionaram a arquitetura e os jardins japoneses. Na sequência, 78 demonstraram familiaridade com a história da imigração japonesa, 62 com a língua japonesa e 50 com aspectos religiosos ou espirituais, como o budismo e o xintoísmo. Por fim, apenas 17 entrevistados apontaram outros elementos da cultura japonesa.
Questão 07 – Você já participou de algum evento relacionado à cultura japonesa na região?
SIM, RECENTEMENTE (35%): grande parte dos entrevistados participou de algum evento relacionado com a cultura japonesa recentemente
NÂO (34%): parte considerável dos entrevistados nunca participou de algum evento que celebre a cultura japonesa
SIM, HÁ MUITO TEMPO (20%): apenas 28 pessoas das entrevistadas alegam que já participaram de algum evento ligado com a cultura japonesa, porém, foi há muito tempo
NÂO ME LEMBRO (11%): a minoria dos entrevistados não se recorda se já participou de eventos desse tipo anteriormente
Esses resultados sugerem que a porcentagem daqueles que já participaram de algum evento como esse recentemente e a porcentagem daqueles que nunca participaram é quase a mesma, salvo os que já participaram há algum tempo ou até mesmo aqueles que não se lembram. Juntando os dados dos entrevistados que já participaram sem considerar se foi recentemente ou não, denota-se que grande parte dos cidadãos da região tem contato com a cultura japonesa através de eventos que celebram a mesma.
Questão 08 – Quais eventos?
Tooro Nagashi (60 pessoas): dos respondentes, a maioria respondeu que já foi a esse evento
Festa do Sushi (49 pessoas): dos respondentes, um número considerável respondeu que já foi a esse evento
Anifest (34 pessoas): uma parcela respondeu que já foi a esse evento
Bom Odori (28 pessoas): dos respondentes, 28 responderam que já foram a esse evento
Outro (15 pessoas): dos respondentes, apenas 15 já foram a um evento diferente dos das opções
Hanamatsuri (9 pessoas): dos respondentes, 9 responderam que já compareceram a esse evento
Katsura Matsuri (2 pessoas): a minoria dos respondentes disse que já foi a esse evento
Nota-se que o Tooro Nagashi é o evento mais conhecido e visitado, seguido pela Festa do Sushi e depois o Anifest.
Questão 09 – Você gostaria que houvesse mais ações, eventos ou atividades culturais relacionadas ao Japão no Vale do Ribeira?
(Sim - 73%) A maioria dos respondentes, foram concordantes com a proposta do aumento de eventos relacionados à cultura japonesa.
(Não - 5%) A minoria alega que não gostaria que houvessem mais atividades relacionadas à cultura japonesa.
(Indiferente - 22%) Uma parcela dos entrevistados tem uma opinião indiferente a respeito da promoção de eventos culturais no Vale do Ribeira.
Diante do exposto, entende-se que a maioria dos respondentes concorda com a proposta do aumento da produção de eventos, o que mostra um interesse significativo da população em relação aos eventos culturais. No entanto, uma parcela tem uma opinião indiferente, o que pode indicar que essas pessoas não possuem uma opinião formada sobre esses eventos, ou não possuem valor significante sobre os mesmos.
Questão 10 – Para você qual é a importância da cultura japonesa na identidade da região?
A maioria dos entrevistados (54%) e (48%) respondeu que a cultura japonesa tem uma relevância significativa na identidade da região, e as minorias, responderam que tem pouca (4%), nenhuma (4%) ou não possuem opinião formada (4%).
Diante disso, podemos afirmar que a grande maioria da população compreende a relevância da cultura japonesa pra região, que é manifestada através da promoção de eventos, culinária, atividades culturais, entre outros. E a parte menos numerosa dos respondentes, não vê relevância para o município
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizarmos nossa pesquisa, foi possível perceber o quanto a história dos colonizadores japoneses é de extrema importância para o município, e que ela deve ser alvo de maior visibilidade, pois o desenvolvimento econômico-agrícola da região, só foi possível após a chegada dos mesmos, além disso, a presença da imigração japonesa foi primordial para que a identidade da nossa região fosse moldada, essa influência pode ser notada em diversos aspectos do cotidiano local, como nos eventos realizados anualmente, na culinária típica, que mistura sabores orientais com ingredientes da região, na arquitetura e até mesmo em costumes da população. A cultura japonesa não apenas contribuiu, mas se integrou de forma tão marcante que se tornou parte essencial da identidade cultural da cidade.
No entanto, apesar da sua grande importância, nos últimos tempos, a cultura japonesa tem sido deixada de lado entre os mais jovens, e esse gradual “esquecimento”, põe em risco um dos pilares que ajudaram a moldar a cidade, portanto, valorizar essa herança é essencial para que a história da cidade mantenha-se viva, por isso é necessário que ela seja preservada, para que as futuras gerações tenham conhecimento e respeito com suas raízes, garantindo assim, a continuidade deste legado.
Em decorrência aos dados adquiridos, realizamos uma pesquisa de campo, com a finalidade de entendermos a perspectiva que os descendentes japoneses, presentes no município, obtém em relação aos hábitos de sua ascendência, também como consequência entender a importância dessa cultura e como ela está sendo preservada entre os japoneses mais jovens. Como respostas, obtivemos que a maioria dos entrevistados são jovens, que não participam da Associação Cultural Nipo Brasileira de Registro, conhecido como Bunkyo, o que gera uma preocupação em relação ao envolvimento das novas gerações na preservação de sua própria cultura. É observado também que embora grande parte ache essencial preservar esses costumes, uma pequena parcela acredita não ser necessário dar continuidade a herança japonesa, o que explica a dificuldade para a continuidade dessas tradições. Por fim, os entrevistados acreditam que a cultura está se perdendo com o passar dos anos, confirmando a premissa que os hábitos se enfraquecem ao chegarem nos mais novos.
Dessa forma, é crucial que sejam adotadas medidas efetivas para garantir a valorização e a preservação da cultura japonesa na cidade, reconhecendo sua importância na formação da identidade local. Investimentos em políticas públicas, incentivos culturais, educação patrimonial e campanhas de conscientização podem transformar essa realidade, promovendo uma valorização autêntica e duradoura. Só assim será possível assegurar que essa herança cultural receba o respeito e a visibilidade que merece, deixando de ser algo do passado, e se tornando símbolo da história e construção da cidade.
Propostas para a preservação da cultura japonesa no município de Registro/SP
1. MANTER A LÍNGUA JAPONESA ATIVA ENTRE OS DESCENDENTES:
Descrição: Incentivar os descendentes a quando estes estiverem reunidos, se comunicarem através da língua japonesa.
Justificativa: Ao se comunicarem em sua língua materna, os indivíduos com ascendência japonesa ajudariam a preservar a língua, além de motivarem as próximas gerações a perpetuarem o uso da língua.
2. DOCUMENTÁRIOS SOBRE A CULTURA JAPONESA:
Descrição: Produzir documentários de curta duração mostrando aspectos da cultura japonesa no município de Registro/SP, como sua história, eventos, culinária, costumes, etc.
Justificativa: Ao fazer documentários sobre a cultura japonesa, esses ajudariam evitando a perda de aspectos da cultura. E em caso de grande perda da comunidade que hoje é ativa, (composta principalmente por cidadãos descendentes de japoneses mais velhos), teremos documentos que registram a cultura.
3. DIVULGAÇÃO DE VÍDEOS CURTOS SOBRE A CULTURA JAPONESA ATRAVÉS DAS MÍDIAS DIGITAIS:
Descrição: Produção de vídeos curtos que retratem a cultura japonesa, como por exemplo: ensinando receitas típicas, curiosidades sobre a cultura, sua história no município, entre outros aspectos da cultura presente na região.
Justificativa: Esses vídeos curtos e instigantes divulgados na mídia, terão maior alcance principalmente entre as novas gerações, devido ao seu formato e sua facilidade de acesso.
Embora nos dias atuais haja uma grande presença da miscigenação entre culturas diversas, e como principal, entre brasileiros e descendentes de japoneses, uma alternativa para manter a cultura viva entre as famílias é a de que os indivíduos com ascendência passem sua cultura adiante para seus respectivos descendentes, através de ensinamentos sobre costumes, manter a língua presente (estimulando a sua prática em convívio familiar, por exemplo), ou até mesmo contar sobre as origens, com o objetivo de fortalecer e compreender a sua identidade cultural.
Apesar de tudo mesmo ocorrendo muitas misturas entre culturas, a solução para mantermos a cultura japonesa viva entre as famílias é passarmos as tradições da cultura japonesa para nossos descendentes, através de ensinamentos sobre costumes, ensinar a língua (falando a língua dentro das casas por exemplo), contar sobre as origens, etc.
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1 Discente do Curso Mtec PI Administração - ETEC de Registro
2 Docente do Curso Mtec PI Administração - ETEC de Registro