EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E E-LEARNING: O PAPEL DO GESTOR EDUCACIONAL

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13990377


Augusto Everton Dias Castro1


RESUMO
Este artigo, através de pesquisa bibliográfica, explora o papel do gestor educacional na implementação de ambientes e-learning na Educação Escolar Indígena. Destaca-se a importância da liderança do gestor na criação de um ambiente para aprendizagem digital que respeite e valorize a diversidade cultural das comunidades indígenas. O estudo aborda a necessidade de um planejamento estratégico participativo, formação contínua de professores e desenvolvimento de conteúdos culturalmente relevantes. Discute-se também os desafios e as potencialidades do e-learning em contextos indígenas, incluindo a infraestrutura de tecnologia e a acessibilidade. A participação ativa das comunidades indígenas e a criação de políticas educacionais sustentáveis são enfatizadas como cruciais para o sucesso das iniciativas de e-learning. O artigo conclui que a integração de tecnologias educacionais, quando conduzida de maneira respeitosa e inclusiva, pode fortalecer a identidade cultural e promover uma educação com qualidade. As recomendações incluem a formação de parcerias, a valorização dos conhecimentos tradicionais e o monitoramento contínuo das práticas educacionais.
Palavras-chave: Gestor Educação. E-Learning. Educação Escolar Indígena.

ABSTRACT
This article, through a bibliographic research, explores the role of the educational manager in the implementation of e-learning environments in Indigenous School Education. It highlights the importance of the manager's leadership in creating a digital learning environment that respects and values the cultural diversity of indigenous communities. The study addresses the need for participatory strategic planning, continuous teacher training, and the development of culturally relevant content. It also discusses the challenges and potentialities of e-learning in indigenous contexts, including technological infrastructure and accessibility. The active participation of indigenous communities and the creation of sustainable educational policies are emphasized as crucial for the success of e-learning initiatives. The article concludes that the integration of educational technologies, when conducted in a respectful and inclusive manner, can strengthen cultural identity and promote quality education for indigenous peoples. Recommendations include forming partnerships, valuing traditional knowledge, and continuous monitoring of educational practices. 
Keywords: Educational Manager. E-Learning. Indigenous School Education.

1 INTRODUÇÃO

A educação, como um processo dinâmico e contínuo, tem se adaptado constantemente às inovações tecnológicas. Nos últimos anos, a incorporação do e-learning nas práticas educacionais tem sido um dos maiores desafios (bem como oportunidades) para gestores educacionais. O ambiente e-learning, caracterizado pelo uso de tecnologias digitais para mediar e facilitar o aprendizado, exige uma gestão competente e inovadora para ser implementado de forma efica (Nascimento; Silva, 2023). Neste contexto, o papel do gestor educacional se torna crucial, especialmente em cenários que requerem uma abordagem diferenciada, como na Educação Escolar Indígena.

A Educação Escolar Indígena no Brasil, regulamentada pela Constituição de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), busca garantir uma educação que respeite e valorize a cultura, as tradições e os conhecimentos dos povos indígenas. No entanto, a implementação de tecnologias educacionais em comunidades indígenas enfrenta desafios únicos, como a falta de infraestrutura adequada, a necessidade de adaptação cultural dos conteúdos e a resistência ao uso de tecnologias externas. É neste cenário que o gestor educacional precisa atuar com sensibilidade cultural, competência técnica e visão estratégica (Souza; Oliveira, 2023).

O objetivo deste artigo é explorar o papel do gestor educacional na implementação e gestão de ambientes e-learning, com foco especial na Educação Escolar Indígena. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, pretende-se identificar os desafios, as melhores práticas e as potencialidades do uso de tecnologias digitais em contextos educacionais indígenas. A metodologia adotada consiste em uma revisão da literatura acadêmica, buscando compreender as diferentes dimensões da gestão educacional no ambiente e-learning e suas implicações para a educação indígena.

Esta introdução apresenta os principais pontos que serão discutidos ao longo do artigo. Inicialmente, serão abordadas as funções e a importância do gestor educacional no contexto de e-learning. Em seguida, os desafios específicos da Educação Escolar Indígena e as implicações do uso de tecnologias digitais nesse cenário serão discutidos. Por fim, analisar-se-á como as tecnologias educacionais podem ser integradas de maneira respeitosa e eficaz, valorizando a cultura indígena e promovendo uma educação de qualidade.

2 O PAPEL DO GESTOR EDUCACIONAL NO CONTEXTO DE E-LEARNING

O gestor educacional desempenha um papel fundamental no sucesso de ambientes e-learning. Sua função vai além da simples administração de recursos; envolve também a liderança, planejamento estratégico e a criação de um ambiente propício ao aprendizado. Segundo Oliveira e Silva (2023), o gestor educacional é responsável por criar uma visão clara e coerente para a integração das tecnologias digitais no currículo escolar, garantindo que estas estejam alinhadas aos objetivos educacionais da instituição.

A liderança do gestor educacional é um fator crítico para a implementação bem-sucedida de tecnologias educacionais. Isso envolve não apenas a seleção de ferramentas e plataformas adequadas, mas também a capacitação de professores e alunos para utilizá-las de forma eficaz. Como destaca Silva (2024), a mudança educacional é um processo complexo que requer liderança inspiradora e habilidades de gestão para superar resistências e incentivar a inovação.

Gestores eficazes são aqueles que conseguem motivar suas equipes, promovendo um ambiente de colaboração e aprendizado contínuo. Eles devem estar atentos às necessidades dos professores e alunos, oferecendo suporte técnico e pedagógico. De acordo com Anderson (2008), a liderança no e-learning exige uma abordagem proativa, onde o gestor atua como um facilitador do processo de ensino e aprendizagem, promovendo a utilização crítica e criativa das tecnologias digitais.

O papel do gestor educacional no e-learning também envolve a tomada de decisões estratégicas e operacionais. Estas decisões incluem a seleção de plataformas de e-learning, a gestão de recursos financeiros e humanos, e a criação de políticas e diretrizes para o uso das tecnologias educacionais. Conforme salientam Santos e Wanderley (2021), a eficácia de um ambiente e-learning depende, em grande medida, das decisões estratégicas tomadas pelo gestor educacional, que deve considerar aspectos como a acessibilidade, a usabilidade e a relevância das tecnologias para o contexto educacional específico.

Além disso, o gestor educacional deve ser capaz de monitorar e avaliar continuamente o impacto das tecnologias implementadas, ajustando estratégias conforme necessário para garantir a melhoria contínua da qualidade educacional. Segundo Moro, Tarouco e Vicari (2021), a avaliação constante do ambiente e-learning é essencial para identificar pontos fortes e áreas de melhoria, permitindo que o gestor tome decisões informadas e baseadas em evidências.

Nota-se que o papel do gestor educacional no contexto de e-learning é multifacetado, envolvendo liderança, planejamento estratégico e tomada de decisões operacionais. Sua capacidade de integrar tecnologias educacionais de maneira eficaz e sensível às necessidades da comunidade escolar é crucial para o sucesso do e-learning, especialmente em contextos desafiadores como a Educação Escolar Indígena.

3 EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E OS DESAFIOS DO E-LEARNING

A Educação Escolar Indígena no Brasil tem uma história marcada pela luta por direitos e pela busca de uma educação que respeite e valorize as culturas indígenas. A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 garantem o direito à educação diferenciada para os povos indígenas, reconhecendo a necessidade de uma abordagem que considere suas línguas, costumes e tradições (Brasil, 1988; Brasil, 1996).

A educação indígena no Brasil é um campo complexo que visa não apenas a transmissão de conhecimentos formais, mas também a preservação e revitalização das culturas indígenas. De acordo com Matos (2020), a educação escolar indígena deve ser bilíngue e intercultural, promovendo o diálogo entre os conhecimentos tradicionais e os saberes ocidentais. Essa abordagem visa fortalecer a identidade cultural e a autonomia dos povos indígenas.

Implementar a educação escolar indígena de forma eficaz enfrenta vários desafios. Um dos principais é a infraestrutura inadequada nas comunidades indígenas, que muitas vezes carecem de acesso básico a serviços como eletricidade e internet. Segundo Bitencourt e Ferreira (2021), a falta de infraestrutura limita significativamente a implementação de tecnologias educacionais, criando barreiras adicionais para o e-learning.

Outro desafio é a formação de professores. Muitos educadores que trabalham em escolas indígenas não possuem formação específica para lidar com a diversidade cultural e linguística dessas comunidades. Como apontam Nery e Nery (2020), a formação contínua de professores indígenas e não indígenas é essencial para garantir uma educação de qualidade que respeite e valorize as particularidades culturais dos estudantes.

Além disso, há a questão da resistência ao uso de tecnologias externas. Algumas comunidades indígenas podem ver as tecnologias digitais como uma ameaça à sua cultura e modos de vida tradicionais. De acordo com Mendonça e Oliveira (2020), é crucial que a introdução de tecnologias educacionais seja feita de maneira sensível e participativa, envolvendo as comunidades indígenas no processo de decisão e garantindo que as tecnologias sejam vistas como ferramentas complementares, e não substitutivas, dos conhecimentos tradicionais.

O e-learning oferece várias potencialidades para a educação escolar indígena, desde que implementado de forma apropriada. Uma das principais vantagens é a flexibilidade. Ambientes e-learning permitem que os estudantes acessem conteúdos educacionais em horários e locais que sejam convenientes para eles, o que é particularmente importante para comunidades que vivem em áreas remotas (Gatti; Barretto, 2009).

Outra potencialidade é a possibilidade de criar conteúdos educacionais que sejam culturalmente relevantes. Ferramentas digitais podem ser usadas para desenvolver materiais didáticos em línguas indígenas e para documentar e disseminar conhecimentos tradicionais. Como observam Mendonça e Oliveira (2020), o uso de tecnologias digitais pode ajudar a preservar e revitalizar as culturas e línguas indígenas, ao mesmo tempo em que promove a inclusão digital.

No entanto, as limitações do e-learning em contextos indígenas também são significativas. A falta de conexão à internet de alta velocidade é um obstáculo sério. Segundo dados do IBGE (2022), muitas comunidades indígenas no Brasil ainda não possuem acesso adequado à internet, o que dificulta a implementação de programas de e-learning.

Além disso, a adequação cultural dos conteúdos é um desafio constante. É necessário garantir que os materiais educacionais sejam relevantes e respeitem as tradições e valores das comunidades indígenas. De acordo com Santos e Xavier (2020), a participação ativa das comunidades indígenas na criação e seleção de conteúdos é fundamental para garantir que o e-learning atenda às suas necessidades e expectativas.

4 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A CULTURA INDÍGENA

A integração de tecnologias digitais, quando se fala na educação escolar indígena, deve ser feita de forma que respeite e valorize a cultura indígena. Isso implica a criação de um ambiente para aprendizado que seja culturalmente sensível e inclusivo. Segundo Mendonça e Oliveira (2020), a introdução de tecnologias educacionais em contextos indígenas requer uma abordagem que reconheça a riqueza e a diversidade cultural das comunidades, incorporando suas tradições, línguas e modos de vida.

Um dos principais desafios é garantir que as tecnologias digitais não apenas complementem, mas também enriqueçam o aprendizado tradicional. É essencial que os conteúdos digitais sejam desenvolvidos em parceria com as comunidades indígenas, respeitando suas práticas e conhecimentos tradicionais. Como destaca Pontes (2020), a participação ativa das comunidades na concepção e implementação das tecnologias educacionais é crucial para assegurar que essas ferramentas sejam vistas como aliadas, e não como ameaças à identidade cultural indígena.

Diversas ferramentas tecnológicas têm mostrado potencial para apoiar a educação escolar indígena. Entre elas, destacam-se os dispositivos móveis, que oferecem flexibilidade e acessibilidade, permitindo que os alunos acessem conteúdos educacionais em qualquer lugar e a qualquer momento. Segundo Rocha e Moraes (2021), aplicativos móveis desenvolvidos especificamente para contextos indígenas, como dicionários digitais de línguas nativas e plataformas de storytelling, têm sido particularmente eficazes.

Plataformas de e-learning também desempenham um papel crucial. Ferramentas como o Moodle, quando adaptadas para incluir conteúdos culturais específicos e métodos pedagógicos que valorizam a oralidade e a prática comunitária, podem criar um ambiente de aprendizagem enriquecedor. De acordo com Silva (2019), a adaptação de plataformas de e-learning para contextos indígenas requer uma abordagem que combine tecnologia com pedagogia sensível à cultura, permitindo que os alunos aprendam de maneira que faça sentido para suas realidades.

Além disso, a gamificação tem se mostrado uma estratégia eficaz para aumentar o engajamento dos alunos indígenas. Jogos educativos que incorporam elementos da cultura e dos conhecimentos tradicionais podem tornar o aprendizado mais atrativo e relevante. Oliveira e Pimentel (2020) argumentam que a gamificação não só motiva os alunos, mas também facilita a integração dos conhecimentos tradicionais com o currículo formal, criando uma experiência de aprendizado holística.

5 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE E-LEARNING NA EDUCAÇÃO INDÍGENA

A implementação de e-learning na educação indígena exige um planejamento estratégico robusto, que considere as especificidades culturais e sociais das comunidades envolvidas. De acordo com Brito, Albuquerque e Silva (2013), um dos primeiros passos é a realização de diagnósticos participativos, envolvendo líderes comunitários, professores, alunos e famílias indígenas. Esse processo garante que as necessidades e expectativas da comunidade sejam devidamente consideradas, promovendo um sentido de pertencimento e comprometimento com o projeto.

O planejamento deve incluir a definição clara de objetivos, metas e indicadores de sucesso. É essencial que os gestores educacionais criem um plano de ação detalhado, que contemple desde a infraestrutura tecnológica até a formação contínua de professores. Como destacam Nascimento e Silva (2023), a participação ativa da comunidade em todas as etapas do planejamento e implementação é crucial para assegurar a relevância e a sustentabilidade do e-learning.

A formação de professores é um componente vital para o sucesso de qualquer iniciativa de e-learning. Em contextos indígenas, essa formação deve ser adaptada para abordar tanto as competências tecnológicas quanto as sensibilidades culturais. Segundo Matos (2020), programas de capacitação devem incluir módulos específicos sobre o uso de tecnologias educacionais, bem como sobre pedagogias interculturais e bilíngues.

É importante que os programas de formação sejam contínuos e não apenas pontuais. Os professores precisam de suporte constante para desenvolver suas habilidades e adaptar suas práticas pedagógicas às novas tecnologias. De acordo com Anderson (2008), a criação de comunidades de prática, onde os professores podem compartilhar experiências e estratégias, é uma maneira eficaz de promover o aprendizado colaborativo e o desenvolvimento profissional contínuo.

O desenvolvimento de conteúdos educacionais que sejam culturalmente relevantes é essencial para o sucesso do e-learning em comunidades indígenas. Isso implica a criação de materiais didáticos que integrem conhecimentos tradicionais e modernos, respeitando a língua e os valores culturais das comunidades. Como argumentam Rocha e Moraes (2021), a produção de conteúdos deve ser feita em parceria com os próprios indígenas, garantindo que os materiais reflitam suas perspectivas e saberes.

Além disso, é fundamental utilizar uma abordagem multimodal, incorporando textos, vídeos, áudios e interações digitais para atender às diferentes preferências de aprendizado dos alunos. Ferramentas como vídeos documentais sobre práticas culturais, jogos educativos baseados em mitos e histórias indígenas, e plataformas de e-learning bilíngues são exemplos de como os conteúdos podem ser diversificados e enriquecidos (Mendonça; Oliveira, 2020).

A infraestrutura tecnológica é um dos pilares para a implementação bem-sucedida de e-learning. Muitas comunidades indígenas enfrentam desafios significativos relacionados ao acesso à internet e à eletricidade (Santos; Xavier, 2020). É primordial que os gestores educacionais busquem parcerias com governos, ONGs e empresas de tecnologia para melhorar a infraestrutura dessas comunidades.

Além de garantir o acesso à internet, é necessário fornecer dispositivos tecnológicos adequados, como tablets e laptops, que sejam duráveis e adaptados às condições locais. O uso de tecnologias móveis é particularmente vantajoso em áreas remotas, permitindo que os alunos acessem conteúdos educacionais de qualquer lugar. A implementação de soluções off-line, que permitem o download e o uso de materiais educacionais sem conexão contínua à internet, também é uma estratégia eficaz (Lopes; Fürkotter, 2022).

O monitoramento e a avaliação contínua são essenciais para garantir que o e-learning atenda às suas metas e objetivos. Isso envolve a coleta regular de dados sobre o desempenho dos alunos, a satisfação dos professores e a eficácia dos conteúdos e das tecnologias utilizadas. Segundo Umekawa e Zerbini (2020), a utilização de ferramentas de análise de dados educacionais pode ajudar os gestores a identificar áreas de melhoria e a ajustar suas estratégias conforme necessário.

A avaliação deve ser participativa, envolvendo feedbacks contínuos de todos os stakeholders, incluindo alunos, professores, líderes comunitários e pais. Como ressaltam Cofferri e Novello (2024), a transparência e a abertura ao diálogo são fundamentais para construir confiança e assegurar que as iniciativas de e-learning sejam verdadeiramente inclusivas e eficazes.

Por fim, a implementação de e-learning na educação indígena requer o desenvolvimento de políticas educacionais que promovam a sustentabilidade das iniciativas. Isso inclui a alocação de recursos financeiros adequados, o apoio institucional contínuo e a criação de regulamentações que incentivem a inovação e a inclusão digital. Para Burci e Costa (2021), políticas públicas que reconheçam e valorizem a educação indígena são essenciais para garantir que as tecnologias educacionais sejam utilizadas de maneira que fortaleça a identidade cultural e promova o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação de e-learning na educação escolar indígena apresenta oportunidades e desafios significativos, demandando uma abordagem estratégica e culturalmente sensível por parte dos gestores educacionais. Este artigo ressaltou a importância do gestor na criação de um ambiente para aprendizagem digital que respeite e valorize a diversidade cultural das comunidades indígenas. Através de um planejamento participativo e da formação contínua de professores, os gestores podem garantir a relevância e a sustentabilidade do e-learning.

Os gestores educacionais devem atuar como facilitadores e mediadores culturais, assegurando que as tecnologias educacionais sejam integradas de maneira que complementem e enriqueçam os conhecimentos tradicionais. A participação ativa das comunidades indígenas em todas as etapas do processo é essencial para que as soluções de e-learning sejam eficazes e aceitas. Além disso, a formação contínua dos professores, adaptada às especificidades culturais, é vital para enfrentar os desafios do ensino digital.

O desenvolvimento de conteúdos educacionais culturalmente relevantes e a melhoria da infraestrutura tecnológica são pilares fundamentais para a implementação bem-sucedida do e-learning. Os gestores devem buscar parcerias para melhorar a conectividade e fornecer recursos adequados, além de criar materiais didáticos que reflitam as culturas e línguas indígenas. Ferramentas multimodais e métodos pedagógicos inovadores podem aumentar o engajamento dos alunos e promover um aprendizado mais eficaz.

Por fim, a criação de políticas educacionais que promovam a inclusão digital e a inovação pedagógica é crucial para a continuidade das iniciativas de e-learning. Os gestores educacionais têm um papel essencial na promoção de uma educação digital que respeite e valorize as culturas indígenas, contribuindo para um futuro onde a tecnologia e a tradição caminhem juntas para proporcionar uma educação de qualidade e culturalmente relevante para os povos indígenas.

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1 Doutorando em Educação na Universidad Leonardo da Vinci. Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação. E-mail: [email protected]