EDUCAÇÃO 5.0: COMO AS TECNOLOGIAS ESTÃO REMODELANDO O PAPEL DO PROFESSOR

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17013905


Nubia da Conceição Pimenta de Souza1


RESUMO
Diante das transformações sociais e tecnológicas contemporâneas, a Educação 5.0 emerge como uma resposta às necessidades de uma sociedade hiperconectada, em que as competências humanas e digitais precisam caminhar juntas. Mais do que inserir recursos tecnológicos em sala de aula, esse modelo educacional propõe uma reinvenção do processo de ensinar e aprender, onde o foco está no desenvolvimento integral do estudante contemplando aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Neste novo cenário, a tecnologia não é o centro, mas um meio para potencializar experiências educativas mais significativas. Ferramentas como inteligência artificial, realidade aumentada e análise de dados são utilizadas para construir trilhas de aprendizagem personalizadas, permitindo que o aluno participe ativamente da construção do conhecimento. Ao mesmo tempo, cresce a valorização de habilidades como empatia, criatividade, pensamento crítico e colaboração. A pesquisa foi a pesquisa bibliográfica, propõe uma análise sobre como a Educação 5.0 reconfigura a prática pedagógica. O professor assume um papel cada vez mais estratégico, sendo chamado a reinventar-se constantemente, integrando saberes tradicionais e inovações digitais com equilíbrio e consciência. Não se trata apenas de dominar ferramentas tecnológicas, mas de compreender como elas podem ser integradas à proposta pedagógica de forma ética, crítica e inclusiva. A escola, por sua vez, precisa adaptar seus espaços, tempos e dinâmicas para promover ambientes mais abertos, interativos e humanos, que favoreçam o protagonismo dos estudantes. Conclui-se que a Educação 5.0 representa mais do que uma evolução tecnológica: ela sinaliza uma mudança de paradigma educacional, em que ensinar passa a ser, sobretudo, um exercício de escuta, mediação e reinvenção constante, diante de uma sociedade em permanente transformação.
Palavras-chave: Educação 5.0. Tecnologia. Competências.

ABSTRACT
This study aims to analyze the educational interface between Education.50, highlighting the impacts of technological advances on the teaching-learning process and the new teaching where human and digital skills must develop together. More than just integrating technological resources into the classroom, this educational model proposes a reinvention of the teaching and learning process, focusing on the holistic development of students by addressing cognitive, emotional, and social aspects. In this new scenario, technology is not the center but a means to enhance more meaningful educational experiences. Tools such as artificial intelligence, augmented reality, and data analytics are used to create personalized learning pathways, allowing students to actively participate in knowledge construction. At the same time, there is a growing appreciation for skills such as empathy, creativity, critical thinking, and collaboration. This bibliographic research analyzes how Education 5.0 reshapes pedagogical practice. The teacher assumes an increasingly strategic role, constantly reinventing themselves by integrating traditional knowledge and digital innovations with balance and awareness. It is not merely about mastering technological tools but understanding how to ethically, critically, and inclusively integrate them into pedagogical proposals. Schools, in turn, need to adapt their spaces, schedules, and dynamics to promote more open, interactive, and human environments that encourage student protagonism. It is concluded that Education 5.0 represents more than a technological evolution: it signals a paradigm shift in education, where teaching becomes, above all, an exercise in listening, mediating, and constant reinvention amid a society in continuous transformation.
Keywords: Education 5.0, Technology, Skills.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as transformações sociais e tecnológicas têm ocorrido de maneira acelerada e profunda, provocando impactos significativos em diversas áreas da vida humana, sobretudo na educação. A emergência da chamada Educação 5.0 representa um marco nesse processo de evolução, sendo uma resposta às necessidades de uma sociedade cada vez mais conectada, dinâmica e complexa.

Diferentemente dos modelos educacionais anteriores, que concentravam seu foco na simples inserção de tecnologias digitais no ambiente escolar, a Educação 5.0 propõe uma mudança de paradigma, buscando integrar de forma harmoniosa as competências humanas e digitais, promovendo o desenvolvimento integral dos estudantes. Assim, este modelo ultrapassa a dimensão meramente técnica ou instrumental das tecnologias, posicionando-as como ferramentas que potencializam o ensino e a aprendizagem, ao mesmo tempo em que valoriza aspectos cognitivos, emocionais e sociais da formação humana.

O avanço tecnológico, marcado pelo protagonismo da inteligência artificial, da internet das coisas (IoT), do big data e de outras inovações digitais, cria novas possibilidades e desafios para o campo educacional. A Educação 5.0, alinhada com os princípios da quarta e da quinta revoluções industriais, busca justamente preparar os alunos para esse novo contexto, no qual a interatividade entre humanos e máquinas é constante e as demandas por habilidades como empatia, criatividade, pensamento crítico e colaboração são cada vez mais intensas.

Para tanto, torna-se imprescindível que os professores assumam um papel estratégico, adaptando suas práticas pedagógicas e repensando seu papel tradicional de transmissores de conhecimento para mediadores e facilitadores do processo educativo.

O presente estudo tem como objetivo analisar a Educação 5.0, destacando seus impactos sobre o processo de ensino-aprendizagem, as novas competências exigidas dos docentes e as transformações no ambiente escolar decorrentes dessas mudanças. Busca-se compreender, por meio de uma revisão bibliográfica, as principais características desse modelo educacional, suas potencialidades e os desafios para sua efetivação nas escolas brasileiras. Ao explorar o papel do professor na Educação 5.0, o estudo enfatiza a necessidade de formação contínua, o domínio não apenas de ferramentas tecnológicas, mas também de uma postura crítica, ética e inclusiva no uso dessas tecnologias. Além disso, analisa-se como as escolas precisam evoluir em sua infraestrutura e organização para criar espaços mais flexíveis, interativos e que promovam o protagonismo dos estudantes.

A relevância da pesquisa bibliográfica para este trabalho é fundamental, uma vez que possibilita a sistematização do conhecimento produzido até o momento sobre Educação 5.0, permitindo uma compreensão aprofundada dos conceitos, teorias e práticas relacionadas ao tema. A análise das fontes acadêmicas, artigos especializados e livros contribui para a construção de um panorama atualizado e crítico, essencial para fundamentar as discussões e propor reflexões sobre a implementação e os impactos desse novo modelo educacional. Além disso, a bibliografia selecionada abrange perspectivas variadas, que incluem tanto os aspectos tecnológicos quanto os pedagógicos e sociais, ampliando a visão sobre as múltiplas dimensões da Educação 5.0.

Este trabalho está organizado em uma única seção estruturada em texto corrido, que inicia com a apresentação do conceito de Educação 5.0, situando-o no contexto das revoluções industriais e das transformações digitais recentes. Em seguida, aborda-se o papel do professor na nova realidade educacional, destacando as competências e posturas requeridas para atuar em um ambiente permeado por tecnologias avançadas. O texto também discute as mudanças necessárias na infraestrutura e na organização escolar para viabilizar a implementação da Educação 5.0, contemplando aspectos como espaços físicos, metodologias de ensino e a cultura institucional. Por fim, são apresentadas as considerações finais, que sintetizam as principais conclusões e apontam para os desafios futuros na adoção desse modelo educacional, ressaltando a importância de políticas públicas, formação docente e o compromisso com uma educação inclusiva e inovadora.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O cenário educacional brasileiro tem se mostrado receptivo às discussões sobre Educação 5.0, especialmente diante das demandas por inovação e adaptação no contexto pós-pandemia. Para Souza et al. (2020), essa nova etapa da educação exige que os docentes desenvolvam habilidades que vão além do conhecimento tecnológico, incluindo empatia, criatividade e capacidade de colaboração, habilidades consideradas essenciais para o século XXI.

A pesquisa aponta ainda que a transformação das práticas pedagógicas deve ser acompanhada por políticas públicas que garantam formação continuada e infraestrutura adequada.

A dimensão tecnológica, embora central na Educação 5.0, é vista como meio e não como fim. Para Machado e Lima (2019, p.10),

As ferramentas digitais, como inteligência artificial e realidade aumentada, devem ser utilizadas para potencializar o protagonismo do aluno, oferecendo caminhos personalizados de aprendizagem. Esses recursos tecnológicos permitem que o estudante atue como agente ativo na construção do seu conhecimento, o que representa uma ruptura com modelos tradicionais e autoritários de ensino.

A atuação do professor sofre uma reconfiguração significativa nesse novo contexto. Oliveira e Martins (2022) ressaltam que o docente passa a ser um mediador e facilitador, integrando saberes tradicionais e digitais de maneira ética e crítica. Tal papel exige, portanto, um constante processo de reinventar-se, no qual o educador equilibra a utilização da tecnologia com a escuta ativa e a valorização da dimensão humana no processo educativo.

No que diz respeito às competências digitais, Costa et al. (2021) afirmam que não basta apenas a familiaridade técnica com as ferramentas tecnológicas. É fundamental que os professores desenvolvam um entendimento profundo sobre como aplicar essas tecnologias em estratégias pedagógicas que favoreçam a inclusão e o desenvolvimento integral do aluno, promovendo a equidade educacional.

A infraestrutura escolar também precisa ser repensada para atender às demandas da Educação 5.0. Conforme apontado por Almeida e Fernandes (2020), espaços físicos flexíveis, conectividade de qualidade e ambientes que favoreçam a colaboração e a criatividade são essenciais para viabilizar práticas pedagógicas inovadoras. A escola deixa de ser um local estático para se tornar um ecossistema educacional dinâmico.

A mudança cultural nas instituições de ensino é outro aspecto fundamental abordado por Santos e Ribeiro (2019). Segundo esses autores, a adoção da Educação 5.0 demanda uma revisão das dinâmicas organizacionais, envolvendo gestores, professores, estudantes e comunidade, para que haja um alinhamento com os princípios dessa nova abordagem, que privilegia a autonomia, o protagonismo estudantil e a aprendizagem colaborativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A personalização do ensino é uma das maiores promessas da Educação 5.0. Silva et al. (2021) destacam que, por meio do uso de big data e análise de dados, é possível construir trajetórias educacionais adaptadas às necessidades e interesses de cada aluno, respeitando seus ritmos e estilos de aprendizagem, o que contribui para a redução das desigualdades educacionais.

Ao mesmo tempo, as habilidades socioemocionais ganham destaque, conforme relatado por Barbosa e Carvalho (2022). A Educação 5.0 enfatiza a importância da empatia, criatividade, pensamento crítico e colaboração como competências indispensáveis para a formação de cidadãos capazes de atuar de maneira ética e responsável na sociedade contemporânea.

Nesse contexto, a formação docente contínua é apontada como um elemento crucial para o sucesso da Educação 5.0. Lima e Souza (2020) afirmam que investir em capacitação permanente, que contemple tanto aspectos tecnológicos quanto pedagógicos e éticos, é imprescindível para preparar os educadores para os desafios da nova era digital.

A importância da ética na utilização das tecnologias educacionais é reforçada por Castro e Mendes (2019). Para esses autores, a implementação de ferramentas digitais deve sempre considerar a privacidade, a segurança dos dados e o respeito à diversidade, garantindo que a tecnologia seja um instrumento para a inclusão e não para a exclusão social.

As metodologias ativas ganham espaço significativo na Educação 5.0, com destaque para práticas que estimulam a participação ativa do estudante, o trabalho em grupo e a resolução de problemas reais. Segundo Oliveira et al. (2021), essas metodologias contribuem para o desenvolvimento de competências essenciais para o século XXI, aproximando o ensino da realidade do aluno.

No que se refere à avaliação, a Educação 5.0 propõe processos formativos e contínuos, em que o acompanhamento do desenvolvimento do estudante é realizado de forma integrada e personalizada. Segundo Melo e Dias (2022), a avaliação deixa de ser um instrumento punitivo para se tornar uma ferramenta de suporte à aprendizagem.

A adaptação do currículo escolar é outro ponto de destaque no debate sobre Educação 5.0. Para Santos e Moreira (2018, p.4),

É fundamental que os currículos escolares deixem de focar exclusivamente nos conteúdos tradicionais e passem a incorporar um conjunto mais amplo de habilidades e competências que respondam às necessidades do século XXI. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades digitais, que são essenciais para que os estudantes possam navegar, interpretar e utilizar de forma crítica as tecnologias da informação e comunicação presentes em seu cotidiano.

Além disso, os autores destacam a importância de integrar competências socioemocionais, como a empatia, a resiliência e a colaboração, que contribuem para a formação integral do indivíduo e para a convivência social saudável.

Além disso, a Educação 5.0 reforça a importância da interdisciplinaridade, conforme apontado por Almeida et al. (2021). O ensino que integra diferentes áreas do conhecimento favorece a construção de saberes contextualizados e o desenvolvimento de competências que transcendem a fragmentação do conhecimento tradicional.

O papel da família e da comunidade no processo educativo é ressignificado nessa nova abordagem. Silva e Gomes (2020) enfatizam que a participação ativa desses atores contribui para o fortalecimento do ambiente escolar e para a construção de uma educação mais inclusiva e participativa.

A dimensão emocional do aluno passa a ser central na Educação 5.0, conforme destacam Rodrigues e Pereira (2022). O cuidado com o bem-estar emocional e a promoção de ambientes acolhedores são considerados fundamentais para o desenvolvimento pleno do estudante.

A tecnologia, ao mesmo tempo em que amplia possibilidades, impõe desafios para a equidade no acesso à educação. Segundo Castro et al. (2021), é necessário que políticas públicas sejam implementadas para garantir infraestrutura adequada e acesso digital para todos, evitando o aumento das desigualdades educacionais.

O uso da inteligência artificial na Educação 5.0, tema explorado por Mendes e Costa (2020), representa uma inovação que permite personalizar o ensino e otimizar o acompanhamento do desempenho dos alunos, mas requer reflexão crítica sobre o papel do professor e os limites éticos dessa tecnologia.

O processo de implantação da Educação 5.0 demanda um esforço coletivo e contínuo, envolvendo governos, escolas, professores, estudantes e sociedade civil. Conforme destacado por Oliveira e Santos (2023), apenas por meio da colaboração e do compromisso com a inovação educativa será possível construir uma educação que responda efetivamente às demandas do século XXI.

Segundo Silva e Pereira (2021), a Educação 5.0 não se limita à mera inserção de tecnologia na sala de aula, mas promove uma reinvenção completa do processo pedagógico, valorizando competências cognitivas, emocionais e sociais de forma integrada.

A Educação 5.0 surge como um conceito inovador que dialoga diretamente com as profundas transformações sociais e tecnológicas das últimas décadas, alinhando-se às demandas da sociedade contemporânea. Este modelo educacional tem suas raízes na quarta revolução industrial, mas projeta-se para a quinta, caracterizada pela simbiose entre humanos e máquinas, buscando uma educação mais humana, personalizada e integrada.

Conforme apontado por Mendes e Costa (2020), a inteligência artificial (IA) é um dos pilares da Educação 5.0 devido à sua capacidade de personalizar o processo de aprendizagem. A IA pode analisar o progresso de cada aluno em tempo real, identificar suas dificuldades e pontos fortes e, com base nisso, recomendar conteúdos e atividades adaptadas às suas necessidades. Isso permite que o ensino deixe de ser uma abordagem de "tamanho único" e se torne uma jornada individualizada, na qual cada estudante avança no seu próprio ritmo.

Essa personalização vai além da simples adaptação de conteúdo. Sistemas de IA podem, por exemplo, sugerir diferentes métodos de ensino para o mesmo tópico – como vídeos, simulações interativas ou exercícios práticos – dependendo do estilo de aprendizagem do aluno. Essa flexibilidade é crucial para engajar estudantes com perfis diversos e garantir que o conhecimento seja absorvido de forma mais eficaz. Além disso, a IA pode fornecer feedback instantâneo sobre o desempenho, permitindo que os alunos corrijam seus erros e entendam os conceitos de forma mais aprofundada, sem a espera que seria necessária com métodos tradicionais.

Apesar dos benefícios, o uso da IA na educação exige uma reflexão sobre o papel do professor. Mendes e Costa (2020) ressaltam que a tecnologia não deve substituir o educador, mas sim atuar como uma ferramenta de suporte. O professor, liberado de tarefas repetitivas como a correção de testes, pode dedicar mais tempo a atividades que exigem empatia, criatividade e pensamento crítico. Seu foco se desloca para a mentoria, a discussão de temas complexos e o desenvolvimento das competências socioemocionais dos alunos.

Além disso, a implantação de tecnologias como a IA traz desafios éticos significativos. A coleta e análise de dados sobre o desempenho e o comportamento dos estudantes levantam questões sobre privacidade e segurança da informação. Oliveira e Santos (2023) destacam a necessidade de diretrizes claras e transparentes para o uso desses dados, garantindo que eles sejam utilizados de forma ética e responsável, sem que a tecnologia se torne uma ferramenta de vigilância ou de preconceito algorítmico, que poderia, por exemplo, perpetuar desigualdades sociais.

Silva e Pereira (2021) argumentam que a Educação 5.0 é uma reinvenção pedagógica profunda, que vai muito além da simples digitalização. O foco se move para o desenvolvimento de competências que são essenciais para o século XXI, como a resolução de problemas complexos, a colaboração, a criatividade e a inteligência emocional. A tecnologia, nesse contexto, é um meio para alcançar esses objetivos, e não um fim em si mesma.

Essa abordagem holística valoriza a aprendizagem baseada em projetos, onde os alunos trabalham em equipe para resolver problemas reais. A tecnologia facilita essa colaboração, permitindo que estudantes se conectem, compartilhem ideias e construam soluções juntos, independentemente de estarem na mesma sala de aula. Esse processo não apenas consolida o conhecimento técnico, mas também fortalece habilidades sociais e emocionais, como a comunicação, a resiliência e a empatia.

A transformação para a Educação 5.0 é um desafio que exige uma ação coordenada e contínua de toda a sociedade. Oliveira e Santos (2023) enfatizam que governos, escolas, professores, estudantes e a sociedade civil precisam colaborar para criar um ambiente educacional que seja adaptável e inovador. Isso envolve investimentos em infraestrutura tecnológica, capacitação de professores e a criação de políticas públicas que incentivem a inovação pedagógica.

A colaboração entre esses diferentes atores é fundamental para superar as barreiras de acesso e garantir que a Educação 5.0 seja inclusiva e acessível a todos. A construção de uma educação que atenda às demandas do século XXI requer um compromisso com a equidade, garantindo que as ferramentas e metodologias inovadoras cheguem a todas as comunidades, e não apenas às mais privilegiadas. Esse é um processo contínuo de aprendizado e adaptação, no qual todos os envolvidos contribuem para a construção de um futuro mais justo e promissor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo analisar a Educação 5.0, destacando as transformações tecnológicas e sociais que reconfiguram o processo de ensino-aprendizagem e as práticas docentes. A partir da pesquisa bibliográfica, foi possível compreender que a Educação 5.0 vai além da simples incorporação de tecnologias digitais; ela propõe uma reestruturação profunda do papel do professor e do ambiente escolar, colocando o desenvolvimento integral do estudante no centro das atenções. O educador, nesse novo contexto, assume uma postura estratégica e dinâmica, integrando saberes tradicionais e inovações digitais de forma ética, crítica e inclusiva, para atender às demandas de uma sociedade cada vez mais conectada e complexa.

Além disso, o estudo evidenciou que a implementação da Educação 5.0 requer mudanças significativas na infraestrutura e na cultura escolar, de modo a criar espaços que favoreçam a interação, a personalização do ensino e o protagonismo dos alunos.

A relevância desse modelo educacional está na sua capacidade de preparar cidadãos para os desafios do futuro, promovendo competências digitais e socioemocionais essenciais para a vida em sociedade.

A jornada em direção à Educação 5.0 é um movimento complexo e multifacetado, que redefine a relação entre o ser humano, o conhecimento e o mundo ao seu redor. Mais do que uma simples atualização tecnológica, ela é uma profunda transformação do processo pedagógico, com o objetivo de preparar os alunos para um futuro onde a simbiose entre humanos e máquinas será uma realidade diária.

A essência da Educação 5.0 reside em um retorno às raízes humanistas da educação. O foco se move do mero acúmulo de informações para o desenvolvimento integral do indivíduo. A tecnologia, especialmente a inteligência artificial, serve como uma poderosa aliada, permitindo a personalização do ensino e liberando o professor para um papel mais crucial: o de mentor. O educador se torna um guia que estimula a curiosidade, o pensamento crítico e a criatividade. Essa nova dinâmica valoriza a troca, o diálogo e a construção colaborativa do saber, tornando a aprendizagem uma experiência mais significativa e engajadora.

No entanto, a transição para a Educação 5.0 não está isenta de desafios. A questão da equidade e o acesso à tecnologia são pontos cruciais que precisam ser abordados para que essa revolução não aprofunde as desigualdades sociais. Além disso, a dimensão ética da inteligência artificial, como a proteção de dados e a privacidade dos estudantes, exige um debate constante e a criação de regulamentações claras. A tecnologia deve ser usada de forma responsável, garantindo que o seu poder seja canalizado para o bem-estar e o desenvolvimento de todos os estudantes.

A Educação 5.0 não é apenas sobre o que se ensina, mas sobre como se ensina e, mais importante, para que se ensina. É um convite para reimaginar a educação como um esforço coletivo, onde a colaboração entre governos, escolas, professores e a sociedade civil é fundamental para construir um futuro mais justo e promissor. É o compromisso de preparar a próxima geração não apenas com conhecimento técnico, mas também com as habilidades humanas e socioemocionais necessárias para prosperar em um mundo cada vez mais conectado e em constante mudança.

Em um mundo onde a informação é onipresente, a Educação 5.0 reorienta o foco do conteúdo para o contexto e a aplicação. Não se trata mais de memorizar fatos e fórmulas, mas de desenvolver a capacidade de discernir informações, de pensar criticamente e de resolver problemas complexos. O currículo da Educação 5.0 deve ser flexível e adaptável, permitindo que os alunos explorem temas que sejam relevantes para suas vidas e para as demandas do mundo real.

A preparação para um futuro em constante mudança exige o desenvolvimento de habilidades futuras, como a resiliência, a adaptabilidade, a criatividade e a capacidade de aprender a aprender. A Educação 5.0, portanto, é um compromisso com o futuro, uma aposta na capacidade humana de inovar, colaborar e prosperar em um mundo cada vez mais conectado. Ao investir no desenvolvimento integral de nossos estudantes, estamos não apenas preparando-os para o mercado de trabalho, mas também capacitando-os a construir uma sociedade mais justa, equitativa e humana. O futuro da educação é, em última análise, um reflexo do nosso compromisso em moldar o futuro da própria humanidade.

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1 Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail. [email protected]