DOCÊNCIA E SUAS MULTIPLICIDADES

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13705475


Harley Charles de Oliveira Santos


RESUMO
Experiências, vivências e conhecimentos tem a delicadeza de moldar os indivíduos e capacitá-los para ir mais além do que se pode. O Docente é um agente neste processo que pode atuar como facilitador e incentivador contribuindo para a formação e construção de habilidades dos educandos. A discussão sobre o conhecimento no qual os erros e as ilusões podem contribuir na má qualidade de concepções. E a magia da contextualização da teoria das múltiplas linguagens de Howard Gardner tem em si uma certa magia na realidade que se propõe. Esta Teoria vem delinear a construção do aprendizado gerando conhecimento traçando um caminho a ser percorrido junto ao professor.A teoria é apresentada como uma proposta que visa promover o estímulo ao aprendizado acadêmico. Este estudo de revisão bibliográfica não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas de suscitar contribuições para esta reflexão promovendo os aspectos fisiológicos, afetivos, psicológicos, cognitivos, educacionais, culturais e sociais tornando o indivíduo mais sensível e crítico de suas potencialidades.
Palavras-chave: Educação. Conhecimento. Múltiplas Linguagens. Desenvolvimento.

ABSTRACT
Experiences, experiences and knowledge have the delicacy of shaping individuals and enabling them to go beyond what is possible. The Teacher is an agent in this process who can act as a facilitator and encourager, contributing to the training and construction of students’ skills. The discussion about knowledge in which errors and illusions can contribute to poor quality conceptions. And the magic of contextualizing Howard Gardner's theory of multiple languages ​​has a certain magic in the reality it proposes. This Theory outlines the construction of learning, generating knowledge, outlining a path to be followed with the teacher. The theory is presented as a proposal that aims to encourage academic learning. This bibliographical review study does not intend to exhaust the subject, but to raise contributions for this reflection by promoting the physiological, affective, psychological, cognitive, educational, cultural and social aspects, making the individual more sensitive and critical of their potential.
Keywords: Education. Knowledge. Multiple Languages. Development.

Introdução

Nosso olhar é transformado pelo conhecimento associado à vivência. Logo, conhecer é muito mais que apenas ouvir e enxergar. Portanto, conhecer é compreender, é ser capaz de extrair de um objeto seus sentidos ou razões longe de ser uma absorção de interpretação das formas simbólicas, para percebê-las como a expressão de outro sujeito e como uma mensagem é compreendida.

Os diversos aspectos do desenvolvimento (físico-motor, cognitivo, afetivo e social) não ocorrem isoladamente e sim de maneira integrada, de forma que um depende do outro ao mesmo tempo em que um influencia o outro. Quanto mais integrado e harmonioso é o desenvolvimento destes aspectos, maiores as chances da criança não apresentar problemas de adaptação ao seu meio. À medida que se desenvolve, a criança necessita de diferentes tipos de cuidados estímulos e interações para que seja possível exercitar suas aptidões e desenvolver novas habilidades.

Vivemos na época do conhecimento simultâneo, as tecnologias se modificam e avançam constantemente e de modo desenfreado vem influenciando as relações humanas. É óbvio que as crianças não ficarão fora desta vivência tecnológica e devem fazer parte deste momento, mas há a necessidade de se dosar o tempo de exposição a estes mecanismos e ajuda-las compreender que o contato com o outro também é importante.

A importância de se conhecer diversas linguagens beneficia o individuo contribuindo com mais flexibilidade sem pressão e sem dificuldade na elaboração de projetos do dia a dia. É neste sentido que se busca na educação infantil melhores condições de desenvolver, aprimorar e constituir o conhecimento nos aspectos cognitivo, afetivo, motor e social.

As intervenções utilizadas tem o propósito de promover o atendimento legitimando o Ser dando mais estímulos através por meio destas linguagens que podem também atuar como forma terapêutica. Com este conhecimento o profissional irá contribuir com a reorganização sensorial, emocional, motor e cognitivo levando efeito a exteriorização dos sentimentos, motivando a autoestima. Quando o profissional não tem este conhecimento estas atividades passam despercebidas as necessidades e o indivíduo pode ficar sem as respostas de que necessita para continuar.

O Conhecimento como perspectiva

Ao se tratar o conhecimento como assunto é permitido que se busque uma margem associada a ideia de segurança, certeza e garantia, ou seja a fidedignidade da informação que gera a certeza.

No entanto, muitas afirmativas são oriundas da contraposição até que se encontre a segurança e garantia das mesmas. O conhecimento científico tem uma base que se constrói pelo reconhecimento das interpretações das informações que fazem o diálogo entre ciência e conhecimento numa complexidade que se traduz em fenômenos naturais e humanos.

No entanto, torno válidas as observações que estão em volta do conhecimento realizadas por Edgar Morin que traz de forma bem clara em seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro as reflexões sobre a ilusão e o erro (MORIN, 2003). Morin (2003) aponta que a construção do conhecimento que suporta o erro e a ilusão é uma dificuldade que se enfrentará no futuro no campo educacional. Desta forma, o autor nos conduz a distinguir as delimitações do nosso conhecimento, meio pelo qual nossas concepções são influenciadas. Estas reflexões são imprescindíveis no campo educacional porque o educador deve ter a ideia de que não existe conhecimento que não esteja ameaçado pelos graus de erro e ilusão (MORIN, 2003, p. 19).

Considerando a “teoria da informação”, o autor da ênfase de que todo sujeito tem este aspecto presente e cita a maneira como se dão as mensagens. Em geral, toda mensagem sofre alterações na sua transmissão e/ou recepção. E isso se dá pelo fato de sermos influenciados pelos nossos sentidos que podem nos enganar.

O conhecimento é uma reconstrução cerebral captado por estímulos cerebrais, portanto, não se resume em ser um espelho do mundo. São percepções codificadas, porém nossas percepções podem estar erradas exceto quando captada pelo sentido mais confiável que é o da visão. (MORIN, 2003, p. 20).

Dentre os erros e ilusões o nosso conhecimento é um deles que quando interpretado se sujeita aquilo que desejamos conhecer. Morin, (2003) os chama de erros mentais e/ou erros intelectuais. O fato é que estes erros mentais é a ausência de distinção entre o imaginário e o real e estão associados ao uso da memória, do fato de mentir para nós mesmos, a fantasia e os julgamentos inclusive para justificar aquilo que resultaram de nossas atitudes. É desta forma que nos enganamos apagando erros que pensamos não serem descobertos teorizando situações cotidianas.

No caso das teorias científicas ocorrem os erros intelectuais quando a resistência naquilo que gera dúvida não dão brechas a discordância e contestação. Quando a doutrina por si só se protege os erros advém das diferenças então se busca pela racionalidade.

A racionalidade é algo aberto sempre aos limites daquilo que consideramos lógico e nesta abertura a dialógica é a melhor proteção contra o erro e a ilusão (MORIN, 2003, p. 23). No entanto, caso a racionalidade não atente a estes aspectos pode se converter em racionalização no qual se trata de um modelo fechado com métodos próprios sempre negando sentimentos. Para Morin (2003) o campo da educação precisa reconhecer o princípio da incerteza racional, pois caso a racionalidade não mantenha sua vigilância pode-se cair na ilusão racionalizadora.

Para Morin (2003) nosso conhecimento sempre esta sujeito a erros devido às percepções e traduções serem carregadas junto com as informações daquele que está construindo o conhecimento. Estes operam e selecionam conceitos que regem a forma de ser/estar, saber/conhecer e agir/pensar dos indivíduos.

Morin (2003) traz ainda a questão da possibilidade de ser neutro entre a afetividade e a inteligência devido ao fato de que muitas de nossas explicações e argumentos serem oriundos do afeto, da paixão, curiosidade entre outros.

A inteligência e a afetividade são inseparáveis, entretanto existe uma racionalidade e uma emoção que exercita uma relação íntima tornando mais difícil encontrar esta linha tênue quase que inexistente, mas ainda possível um campo neutro.

Para o campo científico se ganha muito quando se detecta erros percebendo quando vem de ilusões. Até mesmo porque é não se pode negar esse fato. Desta forma, "é possível identificar os erros no campo da educação” (MORIN, 2003, p. 21). Todo conhecimento tem em sua natureza a importância educacional principalmente no campo cientifico no qual a construção epistemológica é pautada em validade, previsibilidade, objetividade e principalmente o isolamento entre razão, neutralidade e emoção.

Ainda nesta linha de pensamento Souza Santos (1985) também traz a reflexão sobre uma racionalidade regida de regras.

A neutralidade, a afirmação de somente uma única verdade, objetividade, regularidade e estabilidade, ordem ente outras caminham e delimitam neste método próprio para dominar sua natureza, sendo que os métodos de construção de conhecimento diferem de estudos humanísticos e senso comum sem especulações e experiências imediatistas.

Pragmatismo com finalidades direcionado as resoluções do dia a dia. Difere da clássica ciência no quais interesses movidos pela filosofia vinculados a uma ordem religiosa com base na metafísica. Antes se especulava e contemplava, mas na ciência moderna o caráter utilitário e pragmático é algo mais presente.

Neste sentido a educação precisa inteirar-se do sujeito entende-lo como algo que se transforma a todo instante e que é passível a erros e ilusões. Morin (2003) cita que é mais fácil “por a vida nas ideias do que ideias na vida”. Diante deste exercício toda vivência chama a atenção pela prática daquilo que se viveu e/ou experienciou.

As múltiplas linguagens como viés docente

Howard Gardner trouxe (1994) contribuições importantíssimas com sua Teoria das Múltiplas Inteligências (M.I.). Oque ele fez foi romper com um paradigma no qual considerava a inteligência como parte de um pacote dentro da psicologia. Embora muitos autores ainda endossem que a teoria ainda necessite de mais pesquisas as contribuições consideradas especulativas são notoriamente um caminho no campo educacional.

A importância de se conhecer diversas linguagens beneficia o individuo contribuindo com mais flexibilidade sem pressão e sem dificuldade na elaboração de projetos do dia a dia. É neste sentido que se busca na educação tanto infantil como nas séries seguintes melhores condições de desenvolver, aprimorar e constituir o conhecimento nos aspectos cognitivo, afetivo, motor e social.

Estes estímulos que perpassam pela arte ocorrem tanto no processo terapêutico como também fora deles. Com este conhecimento o profissional irá contribuir com a reorganização sensorial, emocional, motor e cognitivo levando efeito a exteriorização dos sentimentos, motivando a autoestima.

Quando o profissional não tem o processo terapêutico como filtro para estas atividades passa despercebidas as necessidades e o indivíduo pode ficar sem as respostas de que necessita para continuar.

Estas respostas serão obtidas pelas rodas de conversas no coletivo e depois no individual.

Neste estudo sobre a Teoria das Múltiplas Linguagens de Howard Gardner traz como proposta o rompimento de barreiras para tornar ativo o aspecto cognitivo, afetivo, motor, e social como exercício da docência.

A definição que o dicionário nos traz sobre inteligência é a faculdade de pensar, entender, interpretar, pensar, raciocinar e entender o intelecto. Sempre em culturas tradicionais são os mais velhos e experientes que eram colocados para guiar, orientar o povo. Há um senso comum na sociedade atual de que o indivíduo que pensa rápido compreende com maior rapidez são os mais inteligentes e, no entanto, acaba marginalizando e rotulando os indivíduos que não possuem esta agilidade.

A Teoria das (M.I.) Inteligências Múltiplas de Howard Gardner trouxe grandes contribuições no campo da psicologia cognitiva questionando o potencial inteligente rompendo barreiras em detrimento deste potencial em maior ou menor extensão no que diz respeito se a inteligência pode ser medida por instrumentos verbais cujo padrão está na verbalização por meio de testes. É necessário incluir muito mais neste conjunto de competências do que realmente tem se considerado como competências até o momento afirma Gardner (1994). O autor ainda traz como concepção de que a “inteligência é a capacidade de resolver problemas ou criar situações que sejam de valor em um ou mais cenários”.

Existem evidências persuasivas para a existência de diversas competências intelectuais humanas relativamente autônomas abreviadas daqui em diante como inteligências humanas. Estas são as estruturas da mente do meu título. A exata natureza e extensão de cada 'estrutura' individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido.

Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, que estas são relativamente independentes umas das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas. (GARDNER, 1994 p.07).

Para o profissional em educação é um privilégio reconhecer no aluno suas potencialidades que servirá de subsídios para o processo de ensino aprendizagem. Conhecendo a Teoria das (M.I.) existe a crença deque haverá mais subsídios que ampliarão o conhecimento e o desempenho frente a determinadas áreas de ensino.

Para este autor são oito (09) as inteligências enumeradas por ele contemplando a Inteligência linguística, Inteligência interpessoal, Inteligência intrapessoal, Inteligência lógico matemática, Inteligência musical, Inteligência espacial, Inteligência corporal cinestésica, Inteligência naturalista e Pictórica.

Como se define uma inteligência?

É um conjunto de habilidades que resultam na resolução de problemas e na valorização de novas ideias. Esta forma de competência intelectual humana difere um grupo cultural de outro porque esta atrelada ao contexto sociocultural. Estes aspectos sociais são importantes porque eles compõem a inteligência.

Enquanto que estudos mais antigos sobre inteligência revelavam pontos fortes ou competências intelectuais diferentes atualmente os estudos demonstram que o cérebro possui áreas que são correspondentes a determinados tipos de cognição embora não seja possível listar a inteligência humana sabe-se que uma teoria que organize essas competências de modo a contemplar e valorizar todas as áreas humanas, pois elas possibilitam segundo Armstrong (2001 p.14): A realização por meio de um sistema neural; Pensar em cada indivíduo como um sistema único evitando a comparação; Tornar-se um potencial.

Para este autor Armstrong (2001 p.14) na Teoria das Múltiplas Linguagens as capacidades humanas podem ser agrupadas em nove categorias:

Inteligência Linguística: Habilidade para lidar criativamente com palavras nos diferentes níveis de linguagem, tanto na forma oral como na escrita. Sensibilidade aos sons, estrutura e significados e funções das palavras e da linguagem. Os componentes centrais da inteligência linguística são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. Gardner indica que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se manifesta por meio da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.

Inteligência Interpessoal: Capacidade de discernir e responder adequadamente aos estados de humor, temperamentos, motivações e desejos de outra pessoa.

Capacidade de dar-se bem com as outras pessoas, compreendendo e percebendo suas motivações ou inibições e sabendo como satisfazer suas expectativas emocionais. Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem-sucedidos. Na sua forma mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

Inteligência Intrapessoal: Acesso à própria vida de sentimento e capacidade de discriminar as próprias emoções; conhecimento das forças e fraquezas pessoais.

Competência para conhecer-se e estar bem consigo mesma, administrando seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos.

Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável por meio dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, pelas manifestações linguísticas, musicais ou cenestésicas.

Inteligência Lógico-Matemática: Habilidade para o raciocínio dedutivo, para a compreensão de cadeia de raciocínios, além da capacidade para solucionar problemas envolvendo números e demais elementos matemáticos. É associada diretamente ao pensamento científico e, portanto, à ideia tradicional de inteligência.

Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização.

É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, por meio da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas Gardner, porém, explica que, embora o talento científico e o talento matemático possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Inteligência Musical: Capacidade de produzir e apreciar ritmo, tom e timbre; apreciação das formas de expressividade musical.

Permite a organização de sons de maneira criativa, a partir da discriminação dos elementos musicais. Normalmente não precisam de aprendizado formal para exercê-la.

Esta inteligência se manifesta por meio de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, frequentemente, canta para si mesma.

Inteligência Espacial: Capacidade de formar um modelo mental preciso de uma situação espacial e utilizar esse modelo para orientar-se entre objetos ou transformar as características de um determinado espaço. Percepção com exatidão do mundo viso espacial e de realizar transformações nas próprias percepções espaciais. Especialmente desenvolvida em arquitetos, navegadores, pilotos, cirurgiões, engenheiros e escultores. Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa.

É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido por meio da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

Inteligência Corporal-Cinestésica: Capacidade de controlar os movimentos do próprio corpo é de manipular objetos habilmente. Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos por meio do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cenestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Inteligência Naturalista: Perícia em distinguir entre membros de uma espécie, em reconhecer a existência de outras espécies próximas e mapear as relações, formalmente ou informalmente, entre várias espécies.

Kátia Smole, em sua dissertação de mestrado sobre o tema, amplia a proposta defendendo a classificação da habilidade de desenhar como outra inteligência.

Inteligência Pictórica: Faculdade de reproduzir, pelo desenho, objetos e situações reais ou mentais. Segundo Gardner Sempre envolvemos mais de uma habilidade na solução de problemas, embora existam predominâncias. As inteligências se integram. Excetuados os casos de lesões, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A partir das relações com o ambiente, incluindo os estímulos culturais, desenvolvemos mais algumas e deixamos de aprimorar outras.

Considerações Finais

A docência tem em si pela sua natureza de trabalho o desenvolvimento e suas responsabilidades sociais, tem um sério compromisso com a liberdade da sociedade brasileira. As visões construtivistas e interacionistas são importantes, pois desta forma os estudantes participam do próprio aprendizado com muito diálogo, pois isto pode levar a grandes descobertas, já que as crianças têm ideias sobre tudo o que as rodeiam.

É fundamental que o profissional conheça o modo como o estudante se desenvolve para se ter condições de propor atividades desafiadoras que provoquem nos alunos reestruturações de conhecimentos prévios, despertando-lhes o interesse pela escrita e leitura do mundo, partindo, assim para um processo de escrita e leitura significativo.

O papel do professor é coordenar as atividades em andamento, a quem as crianças devem recorrer se necessário. Sua tarefa deve ser assisti-las e estimulá-las com sugestões para o prosseguimento de suas investigações. Portanto, é imprescindível que este profissional esteja receptivo as mudanças de concepções e métodos e atento ao que a ciência pode contribuir na atualização de informações.

A teoria das múltiplas linguagens traz bastante complexidade, portanto, é imprescindível que o leitor não faça apenas uma leitura simples, pois o próprio Gardner mesmo afirma que muitos estudiosos sempre omitiram as inteligências pessoais que é exatamente o domínio da personalidade e da psicologia social. Estudam-se muito algumas concepções de inteligência sem levar em questão outras questões que também são de importância.

Dado todo o contexto ressalto a importância de estudos relevantes que promovam a reflexão na construção do indivíduo e do conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARMSTRONG, T. Inteligências múltiplas na sala de aula. Prefácio Howard Gardner. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 200.

GARDNER, H. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

MORIN, E. Os Sete Saberes Necessários a Educação do Futuro. São Paulo – 6ª ed, Cortez: Brasília: DF: UNESCO, 2003.

SANTOS, B.S. Um Discurso sobre as Ciências. Edições Afrontamento; Porto 1985.