DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR: UM CAMINHO PERCORRIDO, UMA CONTRIBUIÇÃO NECESSÁRIA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13756862
Helena de Fátima Bernardes Millani1
Juliano Rodrigues Coimbra2
RESUMO
O artigo trata-se da evolução da disciplina Didática no Ensino Superior, em Cursos de Graduação de Enfermagem, quando percebe-se que na década dos anos 80 para 90. Era um modelo em que as escolas e suas ações marcava pelo paradigma da racionalidade técnica, os professores eram treinados para exercerem sua profissão, numa visão autoritária e positivista, na qual havia soluções teóricas para todos os problemas educacionais. Diferentemente de hoje em que a didática do ensino superior traz práticas e desafios, onde se faz necessário o desenvolvimento de ambientes de ensino- aprendizagem com condições para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos, levando-os a aprender de forma crítica e reflexiva. A metodologia será bibliográfica, baseada na análise de estudos anteriores que coletaram impressões dos professores sobre seus sentimentos em relação à inclusão. Com isso, busca-se contribuir para a criação de ambientes educativos mais reflexivos, promovendo uma prática pedagógica que reconheça e valorize o bem-estar dos professores e dos alunos. Justifica-se por ser um estudo reflexivo e relevante para compreensão do papel da disciplina didática no ensino superior.
Palavras-chaves: Evolução, Didática, Ensino Superior
ABSTRACT
The article deals with the evolution of the Didactics discipline in Higher Education, in Undergraduate Nursing Courses, when it is clear that in the decade from the 80s to the 90s. It was a model in which schools and their actions were marked by the paradigm of technical rationality, teachers were trained to practice their profession, in an authoritarian and positivist vision, in which there were theoretical solutions to all educational problems. Unlike today, where higher education teaching brings practices and challenges, where it is necessary to develop teaching-learning environments with conditions for the development of subjects' autonomy, leading them to learn in a critical and reflective way. The methodology will be bibliographic, based on the analysis of previous studies that collected teachers' impressions about their feelings regarding inclusion. With this, we seek to contribute to the creation of more reflective educational environments, promoting a pedagogical practice that recognizes and values the well-being of teachers and students. It is justified because it is a reflective and relevant study for understanding the role of didactic discipline in higher education.
Keywords: Evolution, Didactics, Higher Education
INTRODUÇÃO
Esse artigo tem-se como objetivo principal demonstrar a trajetória docente com a disciplina Didática no Ensino Superior, especificamente no Curso de Graduação de Enfermagem, em período noturno, durante vários anos.
O termo Didática foi instituído pelo João Amós Comênius, na obra Didática Magna e significa a “ arte de ensinar”. O termo sofreu modificações ao longo do tempo e, no momento, refere-se a uma área importante da pedagogia e trata-se de uma disciplina como “Teoria do Ensino”, porque a didática investiga os fundamentos e as condições adequadas para essa atividade (Santos,2014).
A metodologia será bibliográfica, baseada na análise de estudos anteriores que coletaram impressões dos professores sobre seus sentimentos em relação à inclusão. Com isso, busca-se contribuir para a criação de ambientes educativos mais reflexivos, promovendo uma prática pedagógica que reconheça e valorize o bem-estar dos professores e dos alunos. Justifica-se pela relevância e atualidade do tema.
REVISÃO DE LITERATURA
Libâneo (1982, pag.25) denomina a didática como “Teoria do Ensino” por investigar os fundamentos, condições e formas de ensino. Segundo o autor didática é:
...a ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos de ensino, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista, o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. (1990, pag. 26) .
Em 2013 Libâneo (2013), afirma que a didática está intimamente ligada à Teoria da Educação e à Teoria da Organização Escolar e, de modo muito especial, vincula-se à Teoria do Conhecimento e à Psicologia da Educação.
Já a autora Pacievitch (2017), afirma que a disciplina didática deve desenvolver nos professores a capacidade crítica, para que analisem a realidade do ensino. Um dos desafios sobre o como, para quem, o que e para que ensinar.
Para Damis, 2012, p.19
[...] a Didática Magna, definida como Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos, sem se desvincular da finalidade religiosa, pretendeu estruturar um método para reformar a escola e criticar as práticas educativas de seu tempo.
Para este autor a educação foi estabelecida como dever do Estado e direito do cidadão para atender às necessidades de desenvolvimento do capital, tendo o objetivo de adequá-la e adaptá-la a uma sociedade em constante mudança.
Esta colocação vem de encontro com a minha vivência, que em 1990, época da realização da especialização em Didática, quando havia alguns movimentos que discutiam o caráter prescritivo, instrumental da disciplina e tentavam a remodelação para que houvesse uma evolução junto às mudanças ocorridas, o que foi também exposto nos escritos de Santos,2014.
Foi uma época promissora no que tange a confecção de materiais neste sentido, e que também trouxe a percepção de que mudanças seriam necessárias visto a importância da disciplina. Pode-se dizer que foi uma década que se exigia dos docentes da disciplina didática uma integração ao que tinha posto naquele momento e ao desejável para os currículos. Falar sobre os temas atuais de educação era uma demonstração de conhecimento e sabedoria.
A disciplina era administrada com foco nas teorias e estudos de autores como Jean Amós Comenius (1637), Rousseau (1712-1778), Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Johan Friedrich Herbart(1777-1841) que discutiam sobre didática.
Outro autor que escreveu sobre a didática foi Gil,2008, “ ser um bom professor de ensino superior, bastaria dispor de uma comunicação fluente, alto nível de conhecimento geral”. Esse autor ainda destaca que o conceito meramente instrumental da didática tem sido criticado por educadores da corrente denominada Didática crítico-social do conteúdo, pois defendem a necessidade de se estabelecer um projeto de sociedade que contemple a educação como elemento transformador da realidade e então uma proposta pedagógica que forneça instrumentos para que o educando atue como cidadão agente de mudança.
O que vem colaborar com os escritos de Libâneo em 2001.
[...] não existe o aluno em geral, mas o aluno vivendo numa sociedade determinada, que faz parte de um grupo social e cultura determinada, sendo que estas circunstâncias interferem na sua capacidade de aprender [...] .Um bom professor que aspira ter uma boa didática necessita aprender a cada dia como lidar com a subjetividade dos alunos, sua linguagem, sua percepções, sua prática de vida. Sem esta disposição, será incapaz de colocar problemas, desafios, perguntas relacionadas com o conteúdo, condição para se conseguir uma aprendizagem significativa. (LIBÂNEO, 2001, p. 3).
Acredita-se que o professor enquanto elemento transformador atua na mediação entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os meios que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo meios (conhecimentos, métodos, organização do ensino) que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo. Para isso, planeja, desenvolve suas aulas e avalia o processo de ensino. (Libâneo, 1990, p.47).
Outro autor que aborda sobre a didática é Saviani (2002): traz suas considerações afirmando que no período de 90 à 2000, a didática tornou-se instrumento para a cooperação entre docente e discente, para que realmente ocorra a apropriação dos processos de ensinar e de aprender. Para isso, é importante o comportamento de ambos para que o conhecimento realmente aconteça. Aparece o caráter questionador do aluno em uma nova relação baseada nas indagações do contraditório, sobre esta nova maneira de ver a educação assim se expressando:
Trata-se de explicitar como as mudanças das formas de produção da existência humana foram gerando historicamente novas formas de educação, as quais, por sua vez, exerceram influxo sobre o processo de transformação do modo de produção correspondente. É um estudo que não se move sob o acicate das urgências imediatas de conjuntura, mas que se propõe a captar o movimento orgânico definidor do processo histórico. (Saviani, 2022)
DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR
Por muito tempo predominou no contexto do ensino superior a ideia de que para ser um bom professor nesse grau, deveria dispor de uma comunicação espontânea e inabalável conhecimento pertinente a disciplina que planejasse ensinar. (GIL, 2010).
Atualmente são mínimas as pessoas comprometidas com as questões da educação que comunguem com essa apologia. O educador universitário, como o de qualquer outro nível, precisa não somente de fortes conhecimentos na área que almeja lecionar, mas também de habilidades pedagógicas bastantes para tornar o aprendizado mais eficiente. (Lima,2016)
De acordo com Gil (2010, p. 1): “o professor universitário precisa ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação compatível com as características de sua função”. Assim, percebe-se que o professor universitário não tendo todos os quesitos acima sua formação fica a desejar. Conforme Pimenta (2010, p. 49):
A tarefa da didática é a de compreender o funcionamento do ensino em situação, suas funções sociais, suas implicações estruturais; realizar uma ação autor reflexiva como componente do fenômeno que estuda, porque é parte integrante da trama de ensinar (...); por em relação e diálogo com outros campos de conhecimentos construídos e em construção, numa perspectiva múlti e interdisciplinar (...); proceder a constantes balanços críticos do conhecimento produzido no seu campo (as técnicas, os métodos, as teorias), para dele se apropriar, e criar novos diante das novas necessidades que as de ensinar produzem.
Segundo Lima,2016, sabe-se que a didática é um dos campos da pedagogia. Seu papel não é apenas metodológico; é também investigativo, visa estabelecer e fundamentar o ensino e a aprendizagem com fins de colaborar com a própria natureza da educação que é a formação total do indivíduo. Ainda de acordo com Pimenta (2010, p. 67):
A didática diz, pois, das finalidades do ensinar dos pontos de vista político-ideológicos (conhecimento e formação das sociedades), éticos (conhecimento e formação humana), psicopedagógicos (das relações entre conhecimento e desenvolvimento) e os propriamente didáticos (organização dos sistemas de ensino, de formação..., modos de ensinar..., da construção de conhecimentos).
Berger (2008) ressalta que os acadêmicos ao encontrarem com a disciplina didática tem uma expectativa muito grande em relação ao papel verdadeiro em seu curso e currículo.
Segundo o autor concebem a Didática como a “arte de ensinar”, como uma disciplina que fornece “receitas” sobre como ensinar e agir em sala de aula ou como utilizar técnicas para dinamizar o ensino, resolver problemas de disciplina, de desinteresse do aluno no cotidiano escolar.
Tem-se aqui um desafio: o professor universitário precisa dominar o seu conteúdo, como se prepara para os alunos e manter-se seguro em relação ao que há de vir sobre o conteúdo por parte dos alunos. Também assegurar boas formas para sua aplicação em sala de aula, é a didática.
Embora especializado em determinada área, o professor deve possuir também cultura geral. Isto é importante porque todas as áreas do conhecimento se interrelacionam, como afirma Paulo Freire, p. 67,1985. “Educador-Sujeito do processo: Educador – Em busca de conhecimento”.
Chaves, Bergamini e Walker (2018) afirmam:
“...o processo ensino-aprendizagem destaca-se quatro aspectos essenciais: o começo da aula, a organização das atividades; a interação do professor com seus alunos e a avaliação da aprendizagem. É preciso saber motivar para a aprendizagem escolar, que não é tarefa fácil. Saber motivar implica ter presentes tanto no contexto da aprendizagem mais próximas com os mais distantes desde o espaço físico até a familiar ”.
As autoras ressaltam sobre a:
“Didática” como a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino destinado a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica e também estuda os processos de ensino aprendizagem. O educador Jan Amos Komenský, conhecido por “Comenius”, reconhecido como o pai da “Didática Moderna” e um dos maiores educadores do século XVII proporcionou aos profissionais de educação meios eficazes para transmitir conhecimentos a seus alunos. De acordo com estudos, os elementos da ação didática são professores, alunos, disciplina, contexto da aprendizagem e estratégias metodológicas. (2018).
Eu posso aqui relatar um pouco da minha vivência com a disciplina didática no ensino superior:
“O caminho da didática, como em minha experiência acadêmica contribui para a compreensão da evolução da didática o que me traz aqui para escrever este pequeno texto. Vejo a didática como parte da pedagogia, caminham juntas. Busco autores que contribuem com o melhor entendimento dos processos de ensinar em sala de aula no ensino superior. Verifico a importância de trabalhar a partir de diferentes experiências e modos pessoais juntando-se agora ao virtual, às tecnologias disponíveis com intenção de construir outros rumos em sala de aula onde o aluno passa ser protagonista e o professor como mentor e mediador. Apenas com uma denominação diferente com instrumentos que a realidade nos dispõe e é muito bom utilizar. Mas, o que se espera mesmo é que os alunos levem para sala de aula suas experiências exitosas, relacionadas ao assunto que se está a tratar e mergulhem nos contextos autênticos. (Millani, 2024)."
Acredita-se que se vive um momento de ressignificação do professor em sala de aula e também uma mudança importante do papel do aluno, e que Libâneo já escrevia no início dos anos 2000.
É certo, assim, que a tarefa de ensinar a pensar requer dos professores o conhecimento de estratégias de ensino e o desenvolvimento de suas próprias competências do pensar. Se o professor não dispõe de habilidades de pensamento, se não sabe “aprender a aprender”, se é incapaz de organizar e regular suas próprias atividades de aprendizagem, será impossível ajudar os alunos a potencializarem suas capacidades cognitivas.
Conforme o autor, a formação docente é um processo pedagógico, que precisa acontecer de forma a levar o professor a agir de maneira competente no processo de ensino (LIBÂNEO, 2001).
De acordo com Gadott (2007, p. 65): “o poder do professor está tanto na sua capacidade de refletir criticamente sobre a realidade para transformá-la, quanto na possibilidade de construir um coletivo para lutar por uma causa comum”.
Já Imbernón (2002, p. 27) afirma que
“[...] ser um profissional da educação significa participar da emancipação das pessoas. O objetivo da educação é ajudar a tornar as pessoas mais livres, menos dependentes do poder econômico, político e social. E a profissão de ensinar tem essa obrigação intrínseca”.
Os professores necessitam engajarem seus modos em sala, o contato com os alunos, saber ao certo a “que vieram e estão”, mediar o aluno para que ele tenha autonomia, torna-los protagonistas de sua própria vida, fazer que tenham um lugar que transitará no meio social e no mundo do trabalho com segurança.
Na perspectiva de Tardif (2007, p. 23):
[...] um professor de profissão não é somente alguém que aplica conhecimentos produzidos por outros, não é somente um agente determinado por mecanismos sociais: é um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua pratica a partir dos significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele estrutura e a orienta.
Aqui me remete um pensar:
“....sobre profissional de qualquer área técnica, com formação específica para aquela área, que um dia resolve dar aula e consegue umas duas, quatro aulas e começa a ministrar, obvio que a didática será comprometida, ele não tem formação específica para ensinar, esse professor sabe ser técnico. Ser professor precisa de formação contínua, com dedicação, ser solidário, humanizado, não é só um disseminador de conteúdo, hoje o professor é um mediador, um mentor; sua aula não é mais suficiente para atrair os alunos, existe um Chat GPT, IA que substitui tranquilamente essa função.
O professor que se espera hoje é alguém que acompanha a evolução dos modos de ensinar e transita no mundo curioso dos alunos com uso dos instrumentos da tecnologia, o professor hoje precisa encantar os alunos e fazê-los protagonista em sala de aula. (Millani, 2024) ”.
O professor universitário, como de qualquer outra modalidade de ensino, necessita não apenas de sólidos conhecimentos na área em que leciona, mas também de habilidade e competências pedagógicas suficientes para torna-lo o aprendizado do aluno mais interessante e eficaz, sempre utilizando os recursos que a didática oferece para valorizar o seu ser enquanto profissional explicitando sua prática de forma clara e objetiva para os alunos. (Miranda, 2017).
Se a didática tradicional centrava sua perspectiva no papel do professor como produtor e transmissor dos conhecimentos aos alunos; se a didática da escola nova pretendeu centrar esse processo na construção de conhecimentos pelos alunos, cabendo ao professor o papel de orientador dessa aprendizagem; trago agora a proposta de organizar a sala de aula em processos coletivos de ensino-aprendizagem, onde alunos e professores se organizam num coletivo investigador, onde todos se envolvam com os processos coletivos de produção, sistematização e socialização dos conhecimentos. Essa proposta pressupõe um alargamento do espaço de ensino para além da sala de aula; pressupõe um trabalho que integra saberes de diferentes origens; de diferentes disciplinas; de diferentes espaços; pressupõe a pesquisa e a extensão; a sala e os espaços de pesquisa; os locais de coleta de dados, desde o campo à biblioteca, à internet. A sala de aula expande seus muros e seus tempos. (Franco, 2013).
Aqui vê-se o uso da metodologia ativa em sala de aula. As metodologias ativas são novas formas de ensino pragmático que colocam o aluno como o principal protagonista no processo de aprendizagem, isto é, as aulas deixam de ser expositivas, e os alunos passam a ter um papel mais ativo no conteúdo debatido em sala de aula.
É a busca por metodologias inovadoras que possibilitem uma pedagogia capaz de ultrapassar os limites do puramente técnico e tradicional, para assim, formar um ser humano ético, histórico, crítico, reflexivo, transformador e humanizado.
Pedro Demo (2009) já afirmava que o ato de aprender deve ser um processo de reconstrução que permita o estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos e objetos, que estimule e que contribua para a reconstrução do conhecimento e a produção de novos saberes, a partir de uma educação transformadora e significativa, que tenha a capacidade de romper com o conceito da pedagogia tradicional. Conhecimento e aprendizagem são fundamentais para o ser humano exercer a sua autonomia e sua cidadania, com argumentações e ética, para mudar a realidade e a própria vida.
METODOLOGIA
A metodologia adotada para essa investigação será de natureza bibliográfica, com foco na análise de estudos anteriores que documentam as impressões sobre a evolução da didática nas últimas décadas. Ao analisar essas fontes, será possível mapear as principais reflexões, desafios e estratégias que o ensino da didática trouxe ao longo do tempo para os professores desenvolverem seu ensino da disciplina.
Foram selecionados vinte e cinco artigos e destes permaneceram vinte, que trouxeram ricas colaborações na confecção do artigo. As bases pesquisadas foram Google Acadêmico e Scielo.
ANÁLISE DE DADOS
Os autores aqui relacionados têm conhecimentos e ricas pesquisas sobre o tema da evolução da didática e contribuíram de forma relevante na construção do artigo. Os artigos aqui revisados e analisados visam a evolução da didática no ensino superior, o papel dos docentes e a constituição de discentes críticos e autônomos em suas formações acadêmicas.
Libâneo (1982) define e vincula a disciplina didática junto a Teoria do Conhecimento e à Psicologia da Educação. Em 2000, Libâneo considera a tarefa de ensinar a pensar requer dos professores o conhecimento de estratégias de ensino para o desenvolvimento de competências do pensar.
Gil em 2008 indica o perfil adequado do professor do ensino superior como um portador de conhecimento geral com boa comunicação. Escreveu também sobre a evolução da didática, emancipação do aluno e ao mesmo tempo avaliação do processo de ensino. Em 2010, Gil escreve sobre a necessidade do professor ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação compatível com as características da função.
Saviane (2002) colabora escrevendo sobre as formas de produção humanas que influenciam os novos formatos de fazer educação.
Lima (2016) diz que a didática precisa ser investigativa e se preocupar com a formação dos indivíduos.
Berger (2008) cita a expectativa dos alunos em relação à didática e para isto o professor precisa preparar e manter seguro em relação ao conteúdo.
Já Paulo Freire (1985) referiu que o “Educador é sujeito do Processo”.
Gadott (2007) afirma que o professor tem o poder de refletir sobre a realidade para transforma-la. Enquanto Tardif (2007) considera que o professor imprime sua marca pela sua prática e deixa significados.
Franco (2013) expõe que a didática deve extrapolar os muros da escola, é um alargamento do espaço do ensino para além da sala de aula, integra diferentes saberes.
Pedro Demo (2009) afirmava que o ato de aprender deve ser um processo de reconstrução do conhecimento e produção de novos saberes.
Estudar os autores aqui citados capacita-se tecer considerações acerca da disciplina didática no ensino superior, sua evolução e o lugar que a disciplina antes ocupava e o que se espera nos momentos atuais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje em dia a didática do ensino superior traz práticas e desafios, onde se faz necessário o desenvolvimento de ambientes de ensino- aprendizagem com condições para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos, levando-os a aprender de forma crítica e reflexiva.
A partir dos escritos aqui feitos a didática consiste na análise e desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte da ciência pedagógica, é responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino.
Acredita-se que há grandes desafios a serem enfrentados, a partir da formação dos professores para curso superior como também ao administrar a disciplina de didática no ensino superior.
O professor de didática do ensino superior precisa trabalhar com metodologias ativas, inserir as novas tecnologias disponíveis para mostrar na prática como se trabalha de forma humanizada e proporcionando autonomia para os alunos.
O caminho da Didática transforma as práticas na Universidade e inicia um marco relevante como as fases passadas. Os novos rumos da Didática que não podem deixar ocorrer é a disseminação da representação de que a Didática tudo vem para dizer, acredita-se que a Didática será o grande instrumento e poderá projetar por mudanças as práticas docentes do ensino superior.
“É o que se quer , é o que se acredita”.
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1 Docente do Curso Superior de Enfermagem.Profª Drª Helena de Fátima Bernardes Millani. *UNIFIO. E-mail: [email protected]
2 Docente do Curso Superior de Enfermagem. Prof.Ms Juliano Rodrigues Coimbra. *UNIFIO. E-mail: [email protected]
*UNIFIO: Centro Integrado das Faculdades Integradas de Ourinhos. SP