DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ATRAVÉS DA TECNOLOGIA
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17392412
Juliana de Medeiros Cândido1
RESUMO
Este estudo teve como objetivo principal proporcionar aos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a utilização da tecnologia de maneira a promover a interação com a sociedade tecnológica, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem. O estudo destaca a importância da inserção da tecnologia no ambiente educacional da EJA, considerando as transformações na sociedade impulsionadas pelo avanço tecnológico. Apresenta a necessidade de desenvolver habilidades digitais nos estudantes, preparando-os para a participação ativa no mundo contemporâneo. A metodologia adotada baseou-se em revisão bibliográfica, explorando as contribuições de estudos e pesquisas sobre a integração da tecnologia na educação, especialmente focada na EJA. Foram consideradas abordagens pedagógicas que visam não apenas o acesso à tecnologia, mas também o desenvolvimento de competências digitais relevantes. O desenvolvimento destaca a importância de proporcionar aos estudantes da EJA experiências práticas com dispositivos tecnológicos, softwares educacionais e recursos online. Explora estratégias pedagógicas que incentivam a aprendizagem ativa, a colaboração e o pensamento crítico por meio da tecnologia. Destaca ainda a necessidade de adaptar as abordagens ao perfil específico desses estudantes, considerando suas vivências e características. A conclusão reforça os benefícios da inserção da tecnologia na EJA, evidenciando a melhoria nas habilidades digitais dos estudantes e seu maior engajamento no processo educacional. Destaca a importância contínua desse tipo de iniciativa para preparar os estudantes para os desafios de uma sociedade cada vez mais digital.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Tecnologia Educacional, Habilidades Digitais, Ensino-Aprendizagem, Sociedade Tecnológica.
ABSTRACT
This study aimed to provide students in Youth and Adult Education (EJA) with opportunities to use technology in ways that promote interaction with the technological society, thereby strengthening the teaching-learning process. The study highlights the importance of integrating technology into the educational environment of EJA, considering the transformations in society driven by technological advancement. It emphasizes the need to develop digital skills among students, preparing them for active participation in the contemporary world. The methodology adopted was based on a bibliographic review, exploring the contributions of studies and research on the integration of technology in education, with a specific focus on EJA. Pedagogical approaches were considered that aim not only to provide access to technology but also to foster the development of relevant digital competencies. The development section underscores the importance of providing EJA students with practical experiences using technological devices, educational software, and online resources. It explores pedagogical strategies that encourage active learning, collaboration, and critical thinking through technology. It also highlights the need to adapt these approaches to the specific profile of these students, taking into account their life experiences and individual characteristics. The conclusion reinforces the benefits of incorporating technology into EJA, demonstrating improvements in students’ digital skills and greater engagement in the educational process. It emphasizes the ongoing importance of such initiatives to prepare students for the challenges of an increasingly digital society.
Keywords: Youth and Adult Education, Educational Technology, Digital Skills, Teaching-Learning, Technological Society.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como proposta a inserção da tecnologia na educação de Jovens e adultos. A EJA tem como objetivo oferecer aos adolescentes com idade igual ou superior a 15 anos, jovens, adultos e idosos a garantia de estudos como direito público subjetivo, certificação, oportunidades de educação continuada ao longo da vida, considerando suas potencialidades, necessidades, expectativas em relação à vida, às culturas e ao mundo do trabalho.
Falar desta modalidade de educação requer muito mais do que persistir em objetivos já estabelecidos anteriormente. É preciso A reformular conceitos e metas, levando em consideração que ainda muitos desses estudantes não acompanharam os avanços da tecnologia e sentem dificuldade de manusear essas ferramentas.
Com os avanços tecnológicos acontecendo todos os dias, principalmente na área da educação, e tendo um impacto positivo, pode-se afirmar que engajar jovens e adultos no mundo digital é essencial para um futuro promissor, sabendo que a tecnologia pode potencializar e inspirar esses indivíduos. Pensando em nossos estudantes foi desenvolvido o presente projeto com o objetivo de inserir a tecnologia e desenvolver suas habilidades digitais para somar no seu dia a dia.
A inserção da tecnologia na Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel crucial no desenvolvimento de habilidades digitais para os estudantes. Essa integração possibilita o acesso a ferramentas educacionais modernas, capacitando os alunos para lidar com desafios digitais contemporâneos. Isso não apenas amplia o acesso ao conhecimento, mas também promove a inclusão digital e habilidades essenciais para a participação ativa na sociedade moderna.
A problematização parte da premissa que segundo o plano de ação da escola o que vemos é uma evolução dos tempos que nos leva a ter que, ignorar os sistemas tradicionais de ensino e começarmos a nos adaptar à realidade atual.
O importante hoje é que conheçamos a realidade de nossos alunos e principalmente nos adaptemos à faixa etária e às peculiaridades de cada turma, para não prejudicarmos a aprendizagem dos estudantes. Esse projeto visa cumprir a inserção da realidade atual, que é o crescimento das tecnologias e de criar estratégias para que os estudantes desenvolvam habilidades digitais. Já que estes muitas vezes buscam no ambiente escolar uma formação para o mercado de trabalho e também encontram uma convivência social muitas vezes diferente da sua realidade.
A digitalização do ensino na EJA não se restringe apenas ao acesso aos dispositivos, mas também compreende o uso de softwares educacionais, plataformas de aprendizagem online e recursos interativos. Essas ferramentas proporcionam uma gama diversificada de abordagens didáticas, adaptadas às necessidades específicas dos alunos, oferecendo flexibilidade no ritmo de aprendizado e na personalização do ensino.
Essa inclusão digital não apenas amplia o acesso ao conhecimento, mas também prepara os estudantes para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, onde as habilidades digitais são essenciais. A capacidade de navegar, compreender e utilizar a tecnologia não apenas amplia as oportunidades de aprendizado, mas também aumenta a empregabilidade e a participação ativa na sociedade.
Contudo, a eficácia dessa inserção tecnológica na EJA requer não apenas o acesso aos dispositivos, mas também a capacitação de professores e a adaptação dos conteúdos para esse novo ambiente educacional. Os educadores desempenham um papel crucial na orientação dos alunos sobre o uso responsável da tecnologia, além de integrar estratégias pedagógicas que tirem o máximo proveito dessas ferramentas digitais.
Além disso, a inclusão digital na EJA deve levar em consideração a diversidade de contextos e a possibilidade de exclusão digital. Garantir que todos os alunos tenham acesso equitativo à tecnologia é fundamental para evitar disparidades no processo educativo.
Portanto, a inserção da tecnologia e o desenvolvimento de habilidades digitais na Educação de Jovens e Adultos não apenas modernizam a educação, mas também capacitam os alunos para um mundo cada vez mais digital e em constante evolução, oferecendo ferramentas essenciais para seu sucesso educacional e profissional.
O objetivo deste projeto foi proporcionar aos estudantes a utilização da tecnologia de maneira que venha promover a interação com a sociedade tecnológica, fortalecendo o ensino aprendizagem. Os específicos propiciar aos estudantes a utilização de recursos tecnológicos, incentivar o uso da tecnologia dentro e fora de sala de aula, contribuir para o desenvolvimento de habilidades no uso de plataformas digitais e promover autonomia no uso da internet e sua ferramenta.
Considerando que o objetivo do nosso projeto é inserir a tecnologia e desenvolver a habilidades para seu uso. Daremos início fazendo um levantamento sobre quais canais de internet eles tem maior interesse e necessidade de adquirir habilidades para o uso. será realizado nas aulas a visita ao laboratório de informática visando o contato e acesso aos PCS onde possibilitara o manuseio e a forma como se usa, email, aplicativos do gov.com entre outros.
Em sala de aula trabalharemos com tablets proporcionando o manuseio e também o acesso a internet. Terá momentos onde será feito a projeção da tela com imagens para explicação e detalhamento de cada ícone e sua função.
Quando ao uso do celular proporcionaremos momentos onde cada estudante poderá explorar as configurações necessárias e baixar aplicativos de seu interesse e junto com eles o professor estará orientando sobre as funções. Para finalizar as aulas faremos a proposta da criação de um email pessoal para utilização no seu cotidiano, incentivando o uso no seu dia a dia.
O processo de avaliação ocorrerá durante as atividades, através da observação, e analise do uso correto dos meios tecnológicos, com a intervenção caso necessário e reelaboração das mesmas. Formulário eletrônico onde será enviado um link pelo WhatsApp para que cada estudante possa responder sobre as ferramentas que usamos para acessar internet e configurações de seus celulares.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O entendimento sobre o analfabetismo estava relacionado a pobreza gerado por uma estrutura social que não é igualitária. Sendo assim, foi preciso que o processo educativo interferisse na estrutura social que produzia o analfabetismo. Neste cenário, Cunha Júnior (2012, p. 26) assinala que:
O pensamento de Freire surge como produto das condições histórico-sociais em que vivia o Brasil e o Chile na década de sessenta, lugares onde realizou sua prática educativa mais relevante. Em sua obra Educação como prática da liberdade, um dos seus primeiros ensaios, Freire aponta que não se pode compreender nem submeter à crítica ao modelo educacional sem vinculá-lo ao contexto político brasileiro que o país atravessava e propõe as linhas mestras de sua visão pedagógica e de seu método de ensino.
O homem, sob essa nova perspectiva, convive com a leitura, pois lê tudo que está a sua volta antes mesmo de aprender a ler as letras que formam as palavras, frases, textos, histórias e livros faz parte do entendimento da educação como prática para a liberdade.
De acordo com o autor Ribeiro (2008, p.22):
[...] a demanda pelo ensino fundamental, de jovens e adultos é extensa e complexa, comportando em seu interior uma grande diversidade de necessidades formativas, primeiramente, devemos considerar a necessidade de consolidar a alfabetização funcional dos indivíduos, pois estudos atuais sobre a educação de jovens e adultos indicam que é preciso uma escolaridade mais prolongada para se formar usuários da linguagem escrita capazes de fazer dela múltiplos usos, com o objetivo de expressar a própria subjetividade, buscar informação, planejar e controlar processos e aprender novos corpos de conhecimento.
A leitura de um texto exige uma leitura dentro do contexto social a que ele refere. Freire (2012, p.67) ressalta que existe um “... momento de buscar o diálogo para a prática da liberdade. É o momento que se realiza a investigação do que chamamos de universo temático do povo ou o conjunto de seus temas geradores.” A construção de símbolos segundo Freire é uma “reapropriação” de uma história, de uma cultura e de suas práticas linguísticas. FREIRE (2012, p. 95) observa que:
Em verdade, o conceito de “tema gerador” não é uma criação arbitrária, ou uma hipótese de trabalho que deva ser comprovada. Se o “tema gerador” fosse uma hipótese que devesse ser comprovada, a investigação, primeiramente, não seria em torno dele, mas de sua existência. Neste caso, antes de buscar apreendê-lo em sua riqueza, em sua significação, em sua pluralidade, em seu devenir, em sua constituição histórica, teríamos que constatar, primeiramente, sua objetividade. Só depois, então, poderíamos tentar sua captação.
Os educadores não mais transmitem o saber, apropriam-se dele por meio dos educandos e, juntos, compilam os saberes dentro da pluralidade.
Gonçalves (2015) pontua que as ideias de Paulo freire o tornou reconhecido em todo o país por seu trabalho com a educação de pessoas jovens e adultas, assim como pela educação popular. Assim, no ano de 1963, o governo encarregou Freire de desenvolver o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos. Entretanto, com o Golpe Militar de 1964, o trabalho de Freire passou a ser visto como ameaça ao Governo instalado dessa época, interrompendo seu trabalho de alfabetização. Permitindo só programas de caráter assistencialista e conservador, em 1947, o Governo assumiu o controle da alfabetização de adultos, lançando o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
Vale ressaltar que as desigualdades educacionais apresentadas nesse breve contexto histórico têm redução com a continuidade da educação, compreendendo que é imprescindível o compromisso com uma educação que promova a equidade educativa e social. Portanto, há a necessidade de atenção para a formação de professores especializados na educação de jovens e adultos. No tópico seguinte, é apresentando as especificidades da formação de professores para atuar na EJA.
De acordo com nosso Projeto Político Pedagógico a educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino destinada a atender alunos que não possuem escolarização equivalente às quatro primeiras séries do ensino fundamental, maiores de 14 anos, com a finalidade e compromisso de valorizar as experiências dos alunos como cidadãos. Jovens e adultos com experiência consolidada, mas que estão buscando ampliar seus conhecimentos e melhorar a qualidade de vida, com a capacidade de analisar, sintetizar, interpretar e comparar dados, fatos e situações do seu dia a dia utilizando-se de diferentes linguagens.
Conforme as Diretrizes Curriculares para Educação de Jovens e Adultos de Curitiba 2023, é relevante lembrar que desde 2019 Curitiba está certificada como Cidade Educadora. Sendo uma cidade que educa, ela busca se desenvolver e melhorar a vida dos seus cidadãos, investindo no processo educativo, propiciando que o seu povo desenvolva habilidades, criatividade, particularidades e competências, para que se sintam importantes, sejam respeitados, estejam preparados para o debate e façam uso das tecnologias disponíveis.
“Enquanto educadora, a Cidade é também educanda”, disse Paulo Freire (2014). Sendo assim, entendemos que a EJA se integra na cidade que educa, pois tem como finalidade articular os conhecimentos formais com a realidade dos estudantes. Ao mesmo tempo, é educanda quando oportuniza aos cidadãos a busca pelos direitos da melhoria da qualidade de vida, a reflexão crítica e as ações com responsabilidade individual e coletiva. Com a evolução dos tempos, começamos a ignorar o sistema de ensino tradicional e a adaptarmo-nos à realidade atual. Portanto, o conteúdo categorizado por áreas do conhecimento deve ser relevante para a vida dos alunos, devendo permitir que eles se interessem pelos fenômenos naturais e sociais, reflitam sobre eles e aprofundem seus conhecimentos.
Os componentes curriculares e as áreas temáticas devem, portanto, ser articulados por meio de materiais de referência para abordar uma ampla gama de questões diretamente relevantes para a vida diária das pessoas nos níveis global, regional e local. Segundo o grande pensador e estudioso da educação de jovens e adultos o educador Paulo Freire, cuja sua obra tem papel fundamental na história da EJA no Brasil.
Segundo Paiva, esse educador constituiu uma proposta de mudança radical na educação e objetivos de ensino, partido da compreensão de que o aluno não apenas sabe da realidade em que vive, mas também participa de sua transformação (1973, p. 252). A prática de Paulo Freire se fundamenta no cotidiano do aluno, criando concepções que favoreçam a construção do conhecimento de forma crítica reflexiva, introduzindo uma nova forma de pensar sobre a educação de jovens e adultos, levando em consideração no ambiente escolar a questão relativa ao processo histórico do aluno. São vários os motivos fazem os jovens e adultos retornarem à escola. Por exemplo as mudanças do mercado de trabalho, com as novas exigências econômicas e tecnológicas conduzem a competitividade, satisfação pessoal, realização de um sonho e dignidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O mundo globalizado exige dos educandos da EJA uma nova postura, considerando que nos dias de hoje o uso e conhecimentos sobre as tecnologias são fundamentais para o processo de aprendizagem, incluindo a participação social, política, económica e cultural, e também no processo de aprendizagem.
Assim, a discussão a seguir considerará a introdução da tecnologia como recurso pedagógico nas salas de aula da EJA, principalmente pelas mãos dos professores. levando assim em consideração as reflexões de Miranda e Machado (2010) no qual acreditam que a escola não pode abrir mão do uso das tecnologias, mesclando com o ensino convencional. Os educadores devem trabalhar com a tecnologia, explorar suas possibilidades e garantir que o conhecimento seja construído e disseminado.
Como afirma Perrenoud:
As novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagens ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor, uma vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa são assumidas pelos produtores dos instrumentos. (2000, p. 139).
A importância da introdução da tecnologia da informação nas escolas não é melhorar o desempenho acadêmico, mas garantir que a tecnologia faça parte do mundo e que a capacidade de conhecer e usar as tecnologias de comunicação e informação (TICs) na prática. Utiliza-se a sigla TICs para nomear as ferramentas a serviço da educação, utilizadas como possíveis favorecedoras do processo de ensino-aprendizagem. Definem se as Tecnologias de Comunicação e Informação, as TICs, como processos e produtos; um conjunto de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de telecomunicações que potencializam a aquisição, a produção, o armazenamento, o processamento e a transmissão de dados na forma de imagem, vídeo, texto ou áudio, desenvolvidas no interior das bases materiais e sociais da economia, da sociedade e da cultura. (GONTIJO, 2007).
Ao ter acesso no campo das tecnologias, como o uso de computador e internet os alunos têm a oportunidade de elevar seu potencial humano e político, ao debater diversos assuntos sobre temas usuais de todo o mundo. O acesso possibilita a possibilidade de conhecimento; o conhecimento permite a busca da mudança.
Paulo Freire (1995) faz uma reflexão sobre o uso da tecnologia na educação, em questão de a escola superar suas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, promovendo interação entre os sujeitos em formação e a sociedade tecnológica, e modo da escola lidar com conteúdos disponíveis na internet e nos aparelhos tecnológicos, para assim despertar a curiosidade de seus alunos. A minha questão não é acabar com a escola, é mudá-la completamente, e radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão atual quanto à tecnologia. Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo. E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la (FREIRE,1996). Freire defende que as práticas docentes que fortalece a relação entre educação e tecnologia, e que os projetos e currículos considerem o uso das TICs não somente como ferramenta, mas sim como recursos que contemplem as novas formas de ensinar e aprender.
Para os Parâmetros Curriculares Nacionais: É indiscutível a necessidade crescente do uso de computador pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras (PCNs, 1998, p. 96).
Na sala de aula da EJA, o uso de novas tecnologias acaba geram desafios para os alunos. Em especialmente para os mais velhos ou que não tem acesso a esses dispositivos, acham que o uso desse recurso é inadequado ou inútil. Por outro lado, há dificuldade para os professores utilizarem as TICs, pois nem sempre estão acostumados a utilizar os auxílios técnicos nas suas aulas.
Deste modo, pensamos em um projeto que visa a inserção digital na EJA, com a ideia de criar uma escola onde os alunos possam se manter atualizados que permite interagir com o que acontece em seu tempo, o mundo atual, onde a tecnologia está em constante mudança. E abrir portas para o desenvolvimento integral dos nossos estuantes, acreditando que todo o indivíduo tem a capacidade de modificar-se, respeitando seu ritmo de aprendizagem.
CONCLUSÃO
A inserção da tecnologia e o desenvolvimento de habilidades digitais na Educação de Jovens e Adultos representam um marco significativo na evolução educacional. Esta transição não é meramente uma modernização do processo de ensino, mas um catalisador para a inclusão, a igualdade e a capacitação dos alunos em um mundo que se torna cada vez mais digital.
A evolução da tecnologia na educação proporciona um ambiente mais dinâmico e flexível, adaptado às demandas variadas dos alunos na EJA. A disponibilidade de dispositivos, softwares educacionais e recursos online diversificados oferece um acesso democratizado ao conhecimento. Essa amplitude de opções, juntamente com a flexibilidade de ritmo e modalidade de aprendizagem, atende às necessidades individuais dos estudantes, promovendo um ensino mais personalizado.
Além disso, o desenvolvimento de habilidades digitais não se limita ao uso de ferramentas tecnológicas, mas amplia as perspectivas dos alunos para a vida além da sala de aula. Aprofundar essas habilidades prepara os estudantes para um mundo em constante transformação, onde a proficiência digital é uma habilidade essencial. Esta preparação não apenas melhora a empregabilidade futura, mas também fomenta uma participação mais ativa na sociedade, capacitando os alunos a se tornarem membros engajados e conscientes do mundo moderno.
Entretanto, é essencial reconhecer que a eficácia dessa transição tecnológica depende não apenas da infraestrutura disponível, mas também da capacitação e orientação adequadas aos educadores. Os professores desempenham um papel central na orientação dos alunos e na integração pedagógica dos recursos digitais. Investir na formação e suporte contínuo dos educadores é crucial para maximizar os benefícios dessa transição e garantir uma implementação eficaz e inclusiva.
Ademais, a inclusão digital na EJA deve ser equitativa, superando possíveis disparidades de acesso e fornecendo recursos adequados para todos os alunos. Garantir um acesso igualitário à tecnologia é essencial para evitar exclusões e desigualdades no processo educativo.
Assim, a inserção da tecnologia e o desenvolvimento de habilidades digitais na Educação de Jovens e Adultos não apenas aprimoram o processo educativo, mas também capacitam os alunos para um futuro cada vez mais digital, promovendo a inclusão, a igualdade de oportunidades e a preparação eficaz para os desafios do mundo contemporâneo.
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1 Graduada em pedagogia. Especializada em interdisciplinaridade, Neuropsicopedagogia Clínica e Gestão escolar. Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail: [email protected]