CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA NA TERCEIRA IDADE – UM NOVO CENÁRIO PARA AS EMPRESAS DO SÉCULO XXI

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11399186


Ana Maria Macedo Souza1
Darci Galdino dos Santos2
Eduardo de Lima Silva3
João Vitor de Lima4
Valdir Soares de Macedo5


RESUMO
O artigo visou analisar o movimento social do idoso no Brasil com relação a sua empregabilidade no Brasil, nele a pesquisa também abordou especificamente qual o cenário dessas contratações nas empresas do século XXI. No estudo é apresentando os motivos e superficialmente as consequências destas mudanças nas empresas interessadas citadas. No desenvolvimento do trabalho, foi utilizado dois tipos de fontes, uma tratou-se da pesquisa bibliográfica e a outra uma analise documental através de reportagens existentes nas mais diversas bases digitais de informações como CAPES e BDTD. Tratamos do tema, tendo como principal ponto de partida a participação dos idosos no mercado de trabalho, com uma leitura clinica voltada ao Brasil. Como conclusão da pesquisa, foi possível observar através das literaturas existentes que estas pessoas estão voltando ao mercado de trabalho depois de muito tempo fora, foi observada que, na maioria das vezes as vagas que poderiam estar disponíveis aos jovens não estão sendo preenchida por eles, isto porque o motivo principal apresentado foi que a mão de obra já experimentada pela vida é a melhor e a mais barata, desta forma, oferecendo principalmente uma diminuição significante de perdas de horas trabalhadas quando comparadas aos jovens em inicio de carreira.
Palavras-chaves: Terceira Idade. Mão de Obra na Terceira Idade.

1. Introdução

Observa-se que no Brasil, o surgimento de uma nova tendência de contratações de mão de obra, visando um público alvo que a muito já tinha contribuído para o país, “Os Profissionais da Terceira Idade”. Isto se deve pela expectativa de vida da população brasileira que têm aumentado nos últimos anos, graças à medicina tradicional, a medicina moderna e principalmente aos diversos meios de orientações sobre a saúde na terceira idade.

Conforme apresenta o IBGE - O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - (2008), com relação à expectativa de vida do brasileiro quanto a idade será de 81,3 anos na média, sendo que de toda a população, 18% será somente de idosos de 65 anos de idade na média, igualando-se aos de 0 a 14 anos do seu total. Esta problemática não é somente privilégio do Brasil, na União Europeia, por exemplo, a população idosa ultrapassou a de jovens com menos de 14 anos, segundo o IPF - INSTITUTO DE POLÍTICA FAMILIAR, (2007), a qual tem despertado o interesse dos pesquisadores de diversas áreas que envolvem o quesito população no mundo.

A preocupação é grande, segundo Amarilho (2005), em seus estudos foram apontados diversos fatores como, por exemplo: a preocupação com a aposentadoria, com a questão do tempo de contribuição, com o lazer, com as práticas recreativas e com a ocupação do tempo ocioso. Por outro lado, a permanência dos idosos no mercado de trabalho não tem recebido pelos estudiosos nesta área a atenção devida.

Já para Wajnman (2004), o autor afirma que é inevitável o aumento de pessoas com mais de 60 anos na População Economicamente Ativa (PEA) brasileira. Em 1977, esta pesquisadora identificou que os trabalhadores idosos respondiam por 4,5% da população mundial, já em 1998 estes dados subiram para 9% do grupo formado por idosos. A expectativa, segundo a autora, é de que até o ano de 2020, pelo menos, 13% da população seja formada por pessoas que estão na terceira idade, vale ressaltar que atualmente com o auxilio de remédio e mudança na alimentação atrelada a exercícios físicos, as pessoas chegam facilmente aos 60 anos com muita disposição e saúde para trabalhar.

E mesmo estas pessoas com idade um pouco avançada possuem a vantagem da acumulação de suas experiências profissionais de toda a vida, o que poderá facilitar, muitas vezes, a execução de várias tarefas, dando a impressão de que o trabalho ideal para as pessoas na terceira idade envolve as gestões mais participativas e não apenas realização de tarefas corriqueiras que pelas quais já contribuíram para a população (Pereira, 2002).

Borba (2011) reforça os comentários a respeito de envelhecer, dizendo que o trabalho faz com que as pessoas estejam mais integradas com o mundo, possibilitando ao indivíduo a obtenção e a construção de conhecimentos, bem como o desenvolvimento de argumentos próprios para solução de problemas diários, usando para isso, recursos que já estão disponíveis ao seu redor cumprindo plenamente suas funções como ser humano, podendo, com isso, ter uma maior autonomia ao planejar o difícil seguimento para a sua aposentadoria.

Já para Néri (2000), o processo de envelhecimento ocorre diferentemente para as pessoas, pois isso depende de seu ritmo e da época de sua vida, para ele a velhice não é um período caracterizado só por perdas e limitações, embora aumente a probabilidade de doenças e limitações biológicas, é possível ainda manter e aprimorar a funcionalidade nas áreas físicas, profissional, cognitiva e afetiva de cada ser humano na terceira idade. Qualquer pessoa pode alcançar alto nível de especialização em domínios selecionados da inteligência como a memória e a solução de problemas.

Contudo é necessário informar que devido a este prolongamento de vida aqui no Mundo, um problema é criado com a velhice muito precoce sem a contribuição, neste caso o seu recebimento pela previdência social por um salário equiparado de acordo com que foi contribuído.

A este respeito, pesquisas realizadas por órgãos governamentais, como o ministério da previdência, devido a aposentadoria precoce de pessoas em tempos passados, a dificuldade de pagamentos de aposentadorias está cada vez mais difícil, conforme é apresentado no gráfico 1 abaixo:

Gráfico 1 – Comparação do número pessoas que contribuem com as que aposentam

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil

Observa-se no gráfico acima, que, na imagem “cinza” no ano de 2004 havia um grande número de pessoas que estavam ativamente contribuindo com relação aos aposentados e uma previsão de jovens, entretanto este quadro mudará conforme o IBGE em 2014, como nota-se no gráfico 2 abaixo:

Gráfico 2 – Comparação de número de pessoas que contribuem com as que aposentam

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil

Nota-se que neste ano a situação já começou a mudar, observa- se que o numero de jovens que não contribuem aumentou e o número de idosos também aumentou, diminuindo assim a população ativa.

Um dado mais alarmante é previsto no ano de 2060, conforme é apresentado no gráfico 3 abaixo:

Gráfico 3 – Comparação de número pessoas que contribuem com as que aposentam

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil

Diante do contexto acima, observa-se pelos indicadores sociais, do IBGE, que os cofres públicos terão problemas com a previdência, neste período, por exemplo, serão 80 (oitenta) jovens ou idosos dependentes para cada 100 pessoas em idade ativa economicamente.

Se por um lado as menores taxas de natalidade geram menos despesa com o sustento de crianças e adolescentes, reduzindo pela metade sua participação no montante total de dependentes, cai também a quantidade de mão de obra para pagar impostos.

Se hoje em dia a Previdência Social já é responsável por um rombo de R$ 70 bilhões nas contas governamentais, a proporção de dependentes (jovens e idosos) é de 54 para 100 trabalhando, em 2060, haverá 87 para cada 100. Sem uma reforma no sistema de previdência o trabalho do mesmo número de pessoas precisará render 60% mais só para cobrir gastos com dependentes.

Em contrapartida, nos últimos anos a terceira idade retorna aos poucos ao mercado de trabalho. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, no segundo trimestre/2015, por exemplo, 1,747 milhão de pessoas engrossaram a força de trabalho (formada por pessoas empregadas ou em busca de trabalho) na comparação com igual período de 2014 – destas, 502 mil têm 60 anos ou mais.

É pautado sobre este tema, que esta pesquisa tem como objetivo discutir a entrada e a permanência da terceira idade no mercado de trabalho, compreendendo que, embora, no aspecto econômico as pessoas idosas possam ser vistas como improdutivas, a realidade mostra que este grupo consegue permanecer ativo profissionalmente.

Por fim, a realização desta pesquisa foi feita através de uma revisão da literatura, com bases de pesquisas em periódicos acadêmicos como a Capes e a Biblioteca Digital. A pesquisa foi caracterizada com uma abordagem pura e com objetivos exploratórios e tendo como procedimentos técnicos bibliográficos

2. Terceira Idade

Ser considerado e parecer velho são duas facetas que apontam para mecanismos complexos no cerne de nossa sociedade e que procuraremos abordar a partir das seguintes indagações: Que linha divisória, se é que existe uma, marca o momento em que começa o envelhecimento? Que situações contribuem para dar o pontapé inicial em direção à velhice? Seriam aspectos psicológicos muito bem definidos ou contextos sociais pré-estabelecidos por uma convenção da própria sociedade, que procura colocar em patamares distintos os jovens e velhos.

Para a Organização Mundial de Saúde – OMS, 65 anos é o limite inicial dessa fase, enquanto a Organização das Nações Unidas - ONU considera os 60 anos o marco dessa tênue fronteira. A classificação de uma pessoa como sendo velha, começa de forma ambígua, com a questão cronológica a partir do nascimento, visto que “[...] idades funcionam como ‘relógios sociais’, estabelecendo agendas para o tempo e o ritmo esperados”. Citados pesquisa realizada por Neri e Wagner (1985), também apontam a velhice como um “estado de espírito”, onde condicionam a fatores diversos, como personalidade e estilo de vida. Assim como em quase todos os textos que se iniciam com a tentativa de definir velhice ou terceira idade, chegam ao final quase sempre como uma volta ao ponto de partida, embora de forma mais bem sustentada.

2.1 A População da Terceira Idade no Brasil

Dados recentes do IBGE mostram o significativo e acelerado envelhecimento da população brasileira, com a expectativa de vida podendo atingir os 80 anos em menos de uma década em alguns Estados. O aumento da idade dos brasileiros pode modificar políticas públicas e privadas e também impulsionar novos serviços voltados para atender a terceira idade, como a tele assistência.

Dados atualizados divulgados pelo IBGE, no final do último mês de agosto, sobre projeções demográficas para o Brasil nas próximas décadas, mostraram que a expectativa de vida geral ao nascer deve atingir 80 anos em 2041, chegando em 81 anos em 2060. Para as mulheres este índice pode chegar a 84 anos, e para os homens 78 anos, um ganho de 6,7 anos médios de vida para a população masculina e 5,9 anos para a feminina. A expectativa de vida atual no Brasil é de 71,3 anos para homens e 78,5 para mulheres.

O envelhecimento da população pode modificar políticas públicas e privadas para a população e também impulsionar novos serviços voltados para atender a terceira idade, como a tele assistência, serviço já consolidado no exterior, principalmente em países com população idosa prevalecente. No Brasil não há dados precisos sobre o setor, contudo, a empresa pioneira em tele assistência no Brasil, a Tele help, criada em 2006, está presente em todas as regiões do país.

2.2 Empresas que contratam Idosos

O mercado de trabalho tem se modificado e, em 2009, focou nos profissionais acima de 40 anos. As empresas se mostram cada vez mais dispostas a empregar candidatos deste perfil. Segundo dados da Curriculum, em 2009, mais de 167 mil candidatos deste perfil tiveram seu currículo visualizado por empresas, e atualmente, mais de 183 mil estão empregados.

"Os resultados comprovam que há muito espaço para esse tipo de candidato no mercado de trabalho e que o preconceito com relação a pessoas acima da casa dos 40 é cada vez mais preconceito mesmo, afinal, se tais profissionais ainda se mantiverem ativos e com vontade de aprender, eles podem oferecer experiências valiosas para as demandas atuais da empresa", explicou o presidente da Curriculum, Marcelo Abrileri.

Para Abrileri (2009), além da disposição em aprender, é fundamental que o profissional esteja atualizado e conectado às novas tecnologias, principalmente à internet.

De acordo com a pesquisa realizada pela Curriculum (2002), as áreas que mais buscam candidatos acima de 40 anos são:

Tabela 1 – Áreas que mais contratam pessoas acima de 40 anos:

Administradoras, Corretoras e Consultorias de Seguros;Comércio: Supermercado Varejista;
Administradoras: Planos de Saúde e Previdência Privada;Construção Civil;
Advocacia: Escritórios e Serviços Jurídicos;Consultoria Empresarial;
Auditorias, Empresas de Gestão, Assessoria Empresarial e Logística;Consultoria Industrial;
Automação Industrial;Consultoria: Informática e Sistemas;
Bancos e Instituições Financeiras;Consultoria: Tecnologia da Informação;
Call Centers, Telemarketing e Suporte por Telefone;Engenharia Civil;
Comércio Atacadista;Escolas e Instituições de Ensino em Geral;
Comércio Varejista;Escritórios de Contabilidade;
Comércio: Alimentos e Bebidas, Distribuição;Escritórios de Engenharia em Geral;
Comércio: Automóveis e Veículos;Hospitais, Maternidades, Consultórios, Clínicas e Prontos-socorros;
Comércio: Distribuição de Produtos Farmacêuticos;Indústria Alimentícia: Alimentos e Bebidas;
Comércio: Informática, Hardware e Software;Indústria Alimentícia: Café e Derivados;
Comércio: Máquinas e Ferramentas Industriais;Indústria Alimentícia: Frigoríficos e Abatedouros;
Comércio: Supermercado Atacadista;Indústria Automobilística.

Fonte: Info Money 2002

Foi o tempo em que as empresas repeliam funcionários com mais de 40 anos de seu quadro. Felizmente, já temos conhecimento de diversas empresas que voltaram a contratar colaboradores nessa faixa de idade, e em alguns casos, até acima dela. Esta é uma tendência. Conforme podemos constatar na reportagem acima, Site Info Money (2002). Vimos os vários motivos que fizeram essas organizações contratarem profissionais que até pouco tempo atrás estavam fadados a procurar a aposentadoria.

3. Classificação Metodológica

No desenvolvimento do trabalho, utilizamos dois tipos de fontes, a pesquisa bibliográfica e a analise documental. Tratamos do tema proposto tendo como principal ponto de partida a participação dos idosos no mercado de trabalho, visando principalmente o Brasil. Além de lançar dúvidas sobre a eficiência das recentes políticas publicas voltadas aos idosos, em relação a previdência que não atendem necessidades básicas como a elevação da renda da aposentadoria, um direito do trabalhador, causando o fenômeno do trabalho no pôs aposentadoria (Peres 2007)

4. Um novo cenário para a Contratação de Mão de Obra

Empregabilidade na terceira idade é assunto urgente, a população mundial envelhece em ritmo acelerado e iniciativas para abraçar os idosos em postos de trabalho que prolonguem sua qualidade de vida surge como necessidade. Com o perdão do trocadilho, é preciso amadurecer para usar melhor a experiência de gente na melhor idade. O publicitário Washington Olivetto ganhou um de seus leões de Cannes, com uma campanha de utilidade pública chamada Homem com mais de 40 anos. Vale a pena ver: Uma frase ecoa na campanha: “Nenhum País pode se dar ao luxo de desperdiçar o potencial de seus homens mais experientes”.

A tendência é que a faixa etária de aposentados de hoje, diga não à aposentadoria amanhã, e o empregador de amanhã diga sim para a contratação dos que, a essa altura, já estariam aposentado. Isso se o mundo não for dominado por robôs, como cogitamos aqui.Portugal é um dos países da Europa que sofre com a falta de emprego. O idoso sente ainda mais que os jovens. O Governo de Lisboa se comprometeu com uma estratégia, relacionada com a estratégia Europa 2020 (Europa 2020 Strategy), à qual um dos cinco pontos chaves é o acordo de implementar um aumento de empregos para pessoas na faixa entre 20-64 anos para 75% até 2020.

A Silver Economy promete enriquecer empreendedores e garantir postos de trabalho a quem se dedicar a ela. Trata-se da camada de consumidores da terceira idade, como falamos nesse post. Na outra ponta estão os trabalhadores da terceira idade. Segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro em 2050 será de 81 anos de idade. Dez anos a mais do que atualmente.

De olho nessa tendência que promete dobrar o número de idosos no país em um futuro não tão distante, empresas já estão mirando algumas de suas contratações estratégicas nessa fatia de mão de obra experiente. É o caso do Grupo Pão de Açúcar, que disponibiliza em seu site pré-requisitos para candidatos com faixa etária acima de 55 anos: Desejável possuir disposição, bom relacionamento com o público e residir nas proximidades da loja de seu interesse.

O programa de recrutamento de profissionais na terceira idade tem como pilar agregar valor à companhia, especialmente porque surge uma relação de amizade e confiança entre os clientes e o idoso, em plena atividade, refletindo na fidelização do público.

Voltar ao mercado de trabalho, após ficar afastado um tempo, reconquistando seu lugar ao sol pode significar uma injeção de motivação e despertar gigantes adormecidos que dão tudo de si, como se estivessem no primeiro emprego. Com a vantagem de agora, saberem muito mais sobre a vida, com lições que não se aprendem na escola.

4.1 Empregabilidade para a terceira Idade

De acordo com a profissional de Recursos Humanos, Aline Cintra (2017), consultoria é outra possibilidade bastante indicada para elevar a empregabilidade da terceira idade. Isto, porque pessoas experientes são flexíveis, possuem conhecimento e maturidade para discutir temas com clientes internos ou externos. “O que vemos no mercado são muitas pessoas da melhor idade em posições em que a experiência é referência em diversos assuntos. É um aspecto muito importante para ocupar a posição” – Reforça Aline.

Os idosos de hoje, Baby Boomers, conquistaram um patrimônio e certo grau de estabilidade. Vivem um ciclo de vida ao qual é possível se dedicar na construção de uma sociedade melhor, mais justa, se colocar à disposição da comunidade sua experiência e conhecimento e praticar a criatividade, estimular reflexões e o conhecimento ao seu redor.

O IBGE aponta também que 35% dos idosos (acima de 60 anos), continuam trabalhando, mesmo recebendo benefício da aposentadoria. Seja para se manterem ativos e/ou para complementar a renda, independentemente da classe social.

É preciso que as empresas, especialmente as grandes, tenham em vista não somente o preenchimento de cotas de trabalhadores da terceira idade como responsabilidade social, mas também promovam a elevação da qualidade de vida dessa camada da população, que pode contribuir e muito com a produtividade corporativa.

Quanto antes as empresas estiverem engajadas nessa missão de oferecer mais empregabilidade para a terceira idade, menor será o impacto social decorrente do rápido envelhecimento da população que culmina com a redução da taxa de natalidade e um aumento no número de idosos nos próximos anos. Os idosos, ou melhor dizendo, adultos maduros, trarão contribuições importantes para o processo produtivo, incluindo aprendizagens funcionais e transmissão de conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida laboral. Limitação física não impede tal produção preciosa. Deve ser considerado exemplo de persistência e aguçar a consciência dos mais jovens sobre a fragilidade do ser humano que merece respeito.

5. Discussões e Conclusões

As empresas e seus profissionais são responsáveis em gerir seu capital intelectual dentro deste cenário atual estes profissionais devem estar atentos às diversas questões que surgem considerando principalmente o envelhecimento rápido da população. Entretanto, algumas questões serão extremamente importantes a serem respondidas com relação a empregabilidade da classe da terceira idade.

Algumas questões são: Como serão os modelos de relação de trabalho? Como ocupar as pessoas idosas capacitadas fora do mercado de trabalho? Quais as novas oportunidades nesta nova sociedade? Como será a influência feminina nas relações profissionais, sociais e na família? Qual será o perfil deste novo idoso produtivo? Como gerir diversas gerações dentro ou fora das corporações?

No Rio de Janeiro, o IBGE (Censo demográfico 2000) mostra que é a capital com a maior proporção de idosos, com 12% da população residente, seguido de Porto Alegre, com 11,1%. Além da alta concentração de idosos no Rio de Janeiro, o Censo 2000 do IBGE mostrou que entre 1991 e 2000, o rendimento dos idosos cresceu 63%, sendo os rendimentos médios para os idosos no Distrito Federal e Rio de Janeiro igual a R$1.796,00 e R$ 1.018,00, respectivamente, havendo uma previsão de manutenção desta tendência.

A indústria de serviços, voltada para a terceira idade, que habitualmente usa o apelo das doenças e da proximidade da morte, mesmo que de maneira sutil, já está mudando para um modelo que valoriza a vida e com isso acaba fazendo com que os idosos esqueçam as doenças e quaisquer outras preocupações, e passem a fornecer opções para que estes idosos possam conviver com pessoas da mesma idade, trocar ideias com outras gerações, compartilhar experiências, e principalmente se sentirem produtivos.

Segundo estudos apresentados na pesquisa, dentro das empresas o cenário não será diferente, deverá haver espaço muito grande e apropriado para as diversas gerações, respeitando as suas características e necessidades, principalmente porque nas pessoas estão grande parte dos valores e conhecimento das empresas.

Vale ressaltar que de uma forma geral, compreender a velhice como uma construção histórica e social dentro da sociedade capitalista, acaba resgatando fundamentalmente a interpretação materialista histórica do que é o envelhecimento. Tendo como foco principal o processo de industrialização que marcaria a Era Moderna, a pesquisa procurou mostrar como a velhice esta sendo social e historicamente construída (e reconstruída) com relação ao empregado na terceira idade.

Contudo, a certeza que está caminhando é que uma grande parte da população idosa no futuro será muito grande, em pesquisas sobre o tema, acredita-se que na sua maioria serão pessoas do sex feminino, havendo uma redução no número de pessoas dependentes, que hoje vivem em função de pensões ou ajudas do governo. Será também uma população idosa cada vez mais ativa, mais capacitada, mais exigente e consciente de suas necessidades, e que estará participando ativamente da força de trabalho das empresas.

Por fim, podemos concluir que os idosos a cada vez mais ocuparão vagas de pessoas mais jovens no mercado atual, isto porque as empresas do século XXI necessitarão de mão de obra prática além de estarem procurando por pessoas que não questionam o trabalho e que possuem respeito a profissão.

Desta forma, a mudança no perfil da população provavelmente terá um impacto profundo nos processos de gerenciamento de pessoas idosas, bem como na capacidade de absorver melhor o capital intelectual dentro dessas futuras organizações, que, em função do crescimento da tecnologia da informação, tende a ficar disperso e interligado por uma grande rede (“Network”) de informações e conhecimento. Os processos de aquisição e retenção do conhecimento desta população idosa ocorrerão de diversas formas, como por exemplo através de processos de terceirização, contratações destes como especialistas e consultores, contratos de tempo parcial de trabalho, entre outras novas relações de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Borba AA, Lima HM. Exclusão e inclusão social nas sociedades modernas: um olhar sobre a situação em Portugal e na União Europeia. Serv Soc Soc. 2011;106:219-40.

Garrido R, Menezes PR. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Rev. Bras Psiquiatr. 2002;24(Supl. I):3-6.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatística da População. 2007. Disponível em www.ibge.gov.br 10 IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil por sexo e idade. Rio de Janeiro, INSTITUTO DE POLÍTICA FAMILIAR.

Neri, A.L. Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Papirus, 2000.

Peres, M. A de Castro, Velhice, Trabalho e Cidadania: As políticas da terceira idade e a resistência dos trabalhadores idosos à exclusão social, FE - USP: São Paulo. 2007.

Salles M. Telles Salles, D.Sc. Profa. do Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense

Valentini, Maria Terezinha Pacco – UNICENTRO OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva – UEPG

Wajnman, S., Oliveira, A. M. H. C., Oliveira, E. L. Os Idosos no Mercado de Trabalho: Tendências e Consequências. In: Camarano. A. A. (Org.). Os Novos Idosos Brasileiros: Muito Além dos 60? IPEA: Rio de Janeiro, 2004. Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil.


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