A RELAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS LIVRES DE EDIFICAÇÕES E A EDUCAÇÃO, E O SEU PAPEL COMO FERRAMENTA PARA APRENDIZAGEM ALÉM DOS MUROS DAS INSTITUIÇÕES FORMAIS

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10784686


Sheila Regina Batista Ferreira Pereira1
Aline Tschoke Vivan2
Emerson Luis Tonetti3


RESUMO
Este artigo aborda a capacidade dos espaços públicos abertos, como praças, parques, jardins, ruas e calçadas, de se tornarem ambientes propícios para processos educativos. Explora como esses espaços oferecem oportunidades únicas para a aprendizagem informal, promovendo o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo das pessoas. Além disso, busca compreender a relação entre educação e espaços públicos, reconhecendo que a aprendizagem vai além das instituições formais, e enfatiza o papel desses espaços como laboratórios educativos, estimulando habilidades socioemocionais, cognitivas e cidadãs. O objetivo é valorizar e promover esses espaços como cenários de aprendizagem e transformação social.
Palavras-chave: Espaços Públicos; aprendizagem informal; educação; transformação; desenvolvimento.

ABSTRACT
This article addresses the capacity of open public spaces, such as squares, parks, gardens, streets and sidewalks, to become suitable environments for educational processes. Explores how these spaces offer unique opportunities for informal learning, promoting people's personal, social and cognitive development. Furthermore, it seeks to understand the relationship between education and public spaces, recognizing that learning goes beyond formal institutions, and emphasizes the role of these spaces as educational laboratories, stimulating socio-emotional, cognitive and civic skills. The objective is to value and promote these spaces as scenarios for learning and social transformation.
Keywords: Public spaces; informal learning; education; transformation; development.

INTRODUÇÃO

Os espaços públicos livres de edificações desempenham um papel fundamental na vida das comunidades, oferecendo locais de encontro, convívio social e interação com o ambiente urbano. Além de suas funções recreativas e estéticas, esses espaços também possuem um potencial educador poderoso e muitas vezes subestimado. Através de suas características únicas, como praças, parques, jardins, ruas e calçadas, eles se tornam verdadeiros ambientes propícios para a aprendizagem, promovendo o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo das pessoas (PRADO, 2015).

Ao longo dos anos, tem se observado a necessidade na educação moderna deixar de focar em ambientes formais, como escolas e instituições acadêmicas, e ampliar o espaço para a aprendizagem informal e a interação com o ambiente natural e construído (GADOTTI, 2004). Nesse contexto, surge a necessidade de reconhecer e explorar o potencial educador intrínseco dos espaços públicos livres de edificações, especialmente das praças urbanas.

Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo explorar o tema "O potencial educador dos espaços públicos livres de edificações", investigando de que forma esses espaços podem se tornar ambientes propícios para processos educativos. Para tanto, serão abordados aspectos como as definições e características dos espaços públicos livres de edificações, as abordagens pedagógicas relevantes para a educação nesses espaços e as teorias de aprendizagem que embasam esse processo.

Ao longo das últimas décadas, houve um crescente interesse na relação entre educação e espaços públicos, reconhecendo que a aprendizagem não se limita apenas às instituições formais, como escolas e universidades. Os espaços públicos oferecem uma oportunidade única para a aprendizagem informal, onde o conhecimento é adquirido através da observação, interação social, experimentação e imersão no ambiente (LOUREIRO, 2010).

Através dessa perspectiva, é possível explorar como os espaços públicos livres de edificações podem se tornar verdadeiros laboratórios educativos, proporcionando experiências enriquecedoras e significativas para pessoas de todas as idades. Esses espaços oferecem estímulos sensoriais, contato com a natureza, interações culturais, atividades artísticas, esportivas e de lazer, promovendo o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, cognitivas e cidadãs.

Ademais, ao analisar o papel da educação na formação e desenvolvimento das pessoas, compreendemos que a aprendizagem vai além da aquisição de conhecimentos acadêmicos. Ela envolve a construção de valores, atitudes e habilidades para uma participação ativa na sociedade. Nesse sentido, os espaços públicos livres de edificações desempenham um papel fundamental ao proporcionar vivências que estimulam a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas e a consciência social.

A primeira parte do texto apresenta as características e algumas definições dos espaços públicos livres de edificações, em seguida as funções desses espaços e exemplos de uso como ferramenta na educação.

1 Características dos espaços públicos livres de edificações.

Uma das principais características dos espaços públicos livres de edificações é sua função de promover a convivência e a interação entre as pessoas. Eles são projetados para incentivar o encontro e a socialização, oferecendo ambientes acolhedores e atrativos. Esses espaços podem incluir elementos como bancos, áreas verdes, praças de alimentação, áreas de recreação e lazer, pistas de caminhada, entre outros, que são pensados para atender às necessidades e interesses da população. Além disso, são caracterizados por serem abertos e acessíveis a todos, independentemente de sua condição socioeconômica, idade, gênero ou origem. Eles são lugares de encontro democráticos, onde as pessoas têm a oportunidade de interagir com outras que podem ser diferentes delas em termos de cultura, crenças e perspectivas, contribuindo para a diversidade e o fortalecimento do tecido social (BRASIL, 2010).

Conforme Prado, (2015), esses espaços também podem ter funções específicas, dependendo de sua localização e contexto. Por exemplo, praças podem servir como espaços de descanso e lazer, parques podem ser destinados à prática de atividades esportivas e recreativas, enquanto calçadas e ruas podem ser utilizadas para a circulação segura de pedestres e para o comércio ambulante.

Os espaços públicos livres de edificações desempenham um papel importante na promoção do bem-estar e da qualidade de vida nas cidades. Eles oferecem um refúgio do ambiente construído, proporcionando áreas verdes, contato com a natureza e espaços abertos para a realização de atividades físicas e sociais. Além disso, esses espaços são fundamentais para a coesão social, o senso de pertencimento e a construção de identidade local (PRADO, 2015)

Para Pereira, 2015, os espaços públicos são áreas destinadas ao uso coletivo da comunidade, que proporcionam oportunidades de convívio social, lazer, interação e aprendizado. Esses espaços são essenciais para a qualidade de vida urbana, contribuindo para a formação de identidade, cidadania e bem-estar da população.

As características e funções dos espaços públicos livres de edificações variam de acordo com o contexto e a finalidade de cada local, mas podem incluir:

  • Praças: Áreas abertas no meio urbano, geralmente arborizadas, com bancos, áreas de recreação, monumentos, fontes e espaços para eventos culturais e sociais.

  • Parques: Espaços mais amplos, geralmente com áreas verdes, trilhas, lagos, playgrounds, equipamentos esportivos e estruturas para atividades ao ar livre.

  • Jardins: Áreas cuidadosamente projetadas, com vegetação diversa, flores, elementos ornamentais, bancos e caminhos para contemplação e descanso.

  • Ruas e calçadas: São espaços públicos utilizados para a circulação de pedestres, onde ocorrem interações sociais, comércio ambulante e outras atividades urbanas (PEREIRA, 2015).

Esses espaços públicos livres de edificações são fundamentais para o desenvolvimento educacional das pessoas, pois oferecem oportunidades para a aprendizagem informal, a troca de experiências e o contato com a diversidade social e cultural. São ambientes propícios para atividades de lazer, recreação, prática de esportes, eventos culturais, encontros comunitários, além de serem locais de expressão artística e manifestações populares (CARVALHO, 2014).

Ao proporcionar um ambiente favorável à interação social, os espaços públicos livres de edificações promovem a convivência entre diferentes grupos sociais, estimulam a construção de vínculos comunitários e fortalecem o senso de pertencimento à cidade. Esses espaços podem servir como locais de encontro, debate, diálogo e troca de conhecimentos, contribuindo para a formação integral das pessoas e para o exercício da cidadania. 
Abordagens pedagógicas relevantes para a educação em espaços públicos:

1.1 Pedagogia crítica:

A pedagogia crítica é uma abordagem educacional que busca promover a conscientização, a emancipação e a transformação social por meio da educação. Desenvolvida por Paulo Freire, essa teoria enfatiza a importância da reflexão crítica sobre a realidade, da participação ativa dos estudantes e da superação das estruturas de opressão e desigualdade (FREIRE, 2018).

Segundo Freire (2018), a educação deve ser um processo de libertação, no qual os estudantes são estimulados a questionar as relações de poder existentes e a buscar soluções coletivas para os problemas sociais. A pedagogia crítica busca superar a visão bancária da educação, na qual o conhecimento é transmitido de forma passiva aos alunos, e valoriza a participação, o diálogo e a ação como elementos centrais do processo educativo.

A obra "Pedagogia do oprimido" de Paulo Freire é uma referência fundamental para compreender a pedagogia crítica. Nesse livro, Freire (2018) apresenta os fundamentos da pedagogia crítica, discute a relação entre educação e opressão, e propõe uma prática educativa baseada no diálogo, na conscientização e na transformação social. Através de exemplos concretos e reflexões teóricas, Freire (2018) demonstra como a pedagogia crítica pode ser aplicada para promover a emancipação dos indivíduos e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A abordagem da pedagogia crítica é aplicável em diversos contextos educacionais, incluindo os espaços públicos. Nos espaços públicos, a pedagogia crítica pode ser utilizada para promover a participação cidadã, a reflexão sobre questões sociais e a construção coletiva de conhecimento. Por exemplo, por meio de atividades como rodas de conversa, debates e projetos comunitários, os espaços públicos podem se tornar ambientes propícios para a conscientização crítica, a construção de saberes e a promoção da justiça social.

Além do livro de Freire, outros autores também contribuíram para o desenvolvimento da pedagogia crítica, como Peter McLaren, Henry Giroux e bell hooks. Suas obras exploram diferentes dimensões da pedagogia crítica e suas aplicações em diferentes contextos educacionais, enriquecendo o referencial teórico e fornecendo subsídios para a compreensão e prática da pedagogia crítica em espaços públicos e outros ambientes educativos.

1.2 A educação como ferramenta de transformação social:

Para Gohn, 2006, a educação possui um potencial transformador, capaz de romper com desigualdades e promover a inclusão social. Ela desempenha um papel fundamental na redução da pobreza, na promoção da igualdade de oportunidades e no fortalecimento da democracia. Através da educação, as pessoas adquirem as ferramentas necessárias para se tornarem agentes de mudança, capazes de enfrentar desafios, questionar injustiças e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

A relação entre espaços públicos livres de edificações e processos educativos é um tema de grande importância, pois esses espaços oferecem oportunidades únicas para a realização de atividades educativas, promovendo a aprendizagem, a socialização e a participação cidadã (GOHN, 2006).

Segundo Pereira, 2015 os espaços públicos livres de edificações são ambientes ricos em estímulos e interações sociais, que propiciam a aprendizagem informal. Nesses locais, as pessoas podem aprender por meio da observação, da experimentação, do diálogo e do contato com a diversidade. Por exemplo, em uma praça, é possível aprender sobre botânica ao observar diferentes espécies de plantas, sobre história ao ler monumentos e placas informativas, e sobre música ao assistir a uma apresentação de rua. Essa aprendizagem informal complementa e enriquece a educação formal, ampliando as possibilidades de adquirir conhecimentos e experiências.

1.3 Estímulo à curiosidade e à descoberta:

Os espaços públicos livres de edificações despertam a curiosidade e a vontade de explorar. Eles oferecem uma variedade de estímulos sensoriais, como paisagens naturais, obras de arte, atividades culturais e interações sociais. Esses estímulos despertam o interesse das pessoas e incentivam a busca por conhecimentos, a experimentação e a descoberta. Por exemplo, em um parque, as crianças podem explorar a natureza, observar animais, descobrir diferentes texturas e sons, estimulando sua curiosidade e sua capacidade de investigação (PEREIRA, 2015).

Os espaços públicos livres de edificações são locais de encontro e convívio social, propiciando oportunidades para a socialização e o trabalho em grupo. Esses espaços são ambientes democráticos, nos quais as pessoas têm a oportunidade de interagir com indivíduos de diferentes origens, culturas e perspectivas. Através da interação social, é possível aprender a lidar com a diversidade, a desenvolver habilidades de comunicação, a praticar a colaboração e a construir relações interpessoais saudáveis. Por exemplo, em uma praça, as pessoas podem se envolver em atividades coletivas, como jogos, eventos culturais e projetos comunitários, estimulando a participação cidadã e o aprendizado colaborativo. (LORROSA, 2014)

1.4 Espaços para o exercício da cidadania e da autonomia:

Os espaços públicos livres de edificações são locais onde as pessoas podem exercer sua cidadania e sua autonomia. Eles proporcionam oportunidades para a expressão de ideias, opiniões e valores, estimulando o engajamento cívico e o desenvolvimento de uma consciência crítica. Por exemplo, em uma praça, as pessoas podem realizar manifestações, debates públicos, atividades de conscientização e mobilização social. Esses espaços promovem a formação de cidadãos ativos, capazes de intervir na realidade, de lutar por direitos e de contribuir para o desenvolvimento da comunidade (PEREIRA, 2015).

2 Importância da educação para o desenvolvimento humano.

A educação desempenha um papel fundamental na formação das pessoas, fornecendo as bases para o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e moral. Ela proporciona a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências que são essenciais para a vida em sociedade e para a realização pessoal. Além disso, a educação é capaz de estimular a curiosidade, o pensamento crítico, a criatividade e o senso de responsabilidade (PEREIRA, 2015).

A análise do papel da educação na formação e desenvolvimento das pessoas é um tema de grande relevância e abrangência. Ao abordar esse assunto, é possível explorar diversos aspectos e perspectivas relacionados à influência da educação no crescimento pessoal, na construção de conhecimentos, na formação de habilidades e no desenvolvimento de valores e atitudes (LORROSA, 2014).

2.1 A importância da educação ao longo da vida:

A educação não se limita apenas aos anos de escolaridade formal. Ela é um processo contínuo que ocorre ao longo da vida, permitindo a atualização e o aprimoramento constantes. Através da educação formal, não formal e informal, as pessoas têm a oportunidade de expandir seus horizontes, adquirir novas habilidades e se adaptar às mudanças que ocorrem na sociedade. A educação ao longo da vida contribui para o desenvolvimento pessoal, a empregabilidade, o engajamento cívico e a participação ativa na comunidade (CARVALHO, 2014).

2.2 A formação de valores e atitudes pela educação:

A educação não se restringe apenas à transmissão de conhecimentos acadêmicos. Ela desempenha um papel crucial na formação de valores, atitudes e comportamentos éticos. Através da educação, as pessoas são expostas a princípios de justiça, igualdade, respeito mútuo, solidariedade e sustentabilidade. A educação também promove a consciência social, despertando o senso de responsabilidade individual e coletiva, e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva (SANTOS, 2008).

3 Práticas educativas realizadas em espaços públicos eseus impactos na aprendizagem e no engajamento comunitário.

Aulas ao ar livre: Realizar aulas ao ar livre em espaços públicos, como parques e praças, proporciona uma experiência de aprendizagem mais imersiva e dinâmica. Os alunos têm a oportunidade de explorar o ambiente natural, observar a flora e fauna local, realizar experimentos práticos e participar de atividades educativas relacionadas à ciência, geografia, história e outras disciplinas. Essas práticas estimulam a curiosidade, a conexão com a natureza e o desenvolvimento de habilidades de observação e investigação. Além disso, aulas ao ar livre promovem o engajamento comunitário, pois são realizadas em espaços acessíveis a todos, permitindo a interação com outros membros da comunidade e fortalecendo os laços sociais (CARVALHO, 2014).

Oficinas culturais e artísticas: Espaços públicos, como praças e centros culturais, são frequentemente utilizados para realizar oficinas culturais e artísticas. Essas atividades oferecem a oportunidade de explorar diferentes formas de expressão, como música, dança, teatro, pintura e artesanato. As oficinas estimulam a criatividade, a autoexpressão e o desenvolvimento de habilidades artísticas. Além disso, promovem o compartilhamento de experiências e o engajamento comunitário, à medida que os participantes interagem uns com os outros, aprendem sobre diferentes culturas e contribuem para a produção de arte e cultura local (CARVALHO, 2014).

Horta comunitária: A criação de hortas comunitárias em espaços públicos é uma prática educativa que envolve a comunidade na produção de alimentos, promovendo a conscientização sobre alimentação saudável, sustentabilidade e segurança alimentar. A horta comunitária proporciona um ambiente de aprendizagem prática, onde as pessoas podem adquirir conhecimentos sobre plantio, cultivo, colheita e compostagem. Além disso, a horta comunitária fortalece os laços sociais e o engajamento comunitário, uma vez que os participantes trabalham juntos, compartilham conhecimentos e colhem os frutos de seu trabalho coletivo (CARVALHO, 2014).

Projetos de revitalização urbana: A realização de projetos de revitalização urbana em espaços públicos degradados oferece uma oportunidade para a comunidade se envolver em atividades de planejamento, design e requalificação de áreas urbanas. Esses projetos podem incluir a criação de parques, praças, ciclovias, áreas de lazer e espaços de convivência. Além de melhorar o ambiente físico, essas iniciativas promovem o engajamento comunitário e a participação ativa dos cidadãos na construção de uma cidade mais sustentável e inclusiva. Os projetos de revitalização urbana também oferecem oportunidades educativas, permitindo que a comunidade aprenda sobre urbanismo, sustentabilidade ambiental, gestão de recursos e participação cidadã (CARVALHO, 2014).

Considerações Finais

Ao longo deste estudo, foi possível explorar e reconhecer o potencial educador dos espaços públicos livres de edificações. Esses espaços revelam- se como ambientes enriquecedores, propícios para a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e a construção de uma sociedade mais participativa e consciente.

Ao investigar as características dos espaços públicos livres de edificações, identificamos seu papel fundamental na promoção de interações sociais, na conexão com a natureza e na vivência de experiências diversas. Esses espaços oferecem um ambiente propício para a aprendizagem informal, permitindo que as pessoas aprendam por meio da observação, da experimentação e da interação com o entorno.

Ademais, ao explorar as abordagens pedagógicas relevantes para a educação em espaços públicos, compreendemos que esses ambientes proporcionam uma educação integral, que vai além dos conteúdos acadêmicos.

A aprendizagem nesses espaços abrange o desenvolvimento socioemocional, o pensamento crítico, a criatividade e a consciência cidadã, capacitando as pessoas para uma participação ativa na sociedade.

As teorias de aprendizagem nos levou a reconhecer que os espaços públicos livres de edificações são verdadeiros laboratórios educativos, onde a aprendizagem ocorre de forma contextualizada, significativa eintegrada. Esses espaços proporcionam estímulos sensoriais, experiências culturais, contato com a natureza e interações sociais, promovendo um aprendizado autêntico e duradouro.

Por fim, é fundamental ressaltar a importância de valorizar e promover os espaços públicos livres de edificações como cenários educativos. É necessário fomentar políticas públicas que garantam a conservação, a acessibilidade e a segurança desses espaços, bem como estimular práticas educativas que os explorem de forma consciente e transformadora.

Ao reconhecer o potencial educador desses espaços, podemos promover uma educação mais ampla, inclusiva e significativa. Essa valorização contribui não apenas para o desenvolvimento individual dos cidadãos, mas também para a construção de uma sociedade mais consciente, participativa e comprometida com o bem-estar coletivo.

Assim, encorajamos a busca por novas abordagens educativas que explorem o potencial desses espaços, incentivando a comunidade a se apropriar deles e a participar ativamente de sua preservação e dinamização. Acreditamos que, ao reconhecer e aproveitar o potencial educador dos espaços públicos livres de edificações, estaremos contribuindo para uma sociedade mais informada, engajada e preparada para enfrentar os desafios do futuro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GADOTTI, Moacir. A Escola na Cidade que Educa. Sobre o conceito e a experiência das “Cidades educadoras”. Moacir GADOTTI; Paulo Roberto Padilha e Alicia Cabezudo: Princípios e Experiências. São Paulo: Editora Cortez/IPF, 2004.

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 32, p. 360-373, 2006.

LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, v. 19, n. 61, p. 20-28, 2014.

LOUREIRO, Carlos Frederico B. Cidades Sustentáveis: Planejamento Ambiental e Gestão Urbana. 3ª ed. São Paulo: Annablume, 2010.

MARCELINO, Nelson C. Lazer e educação. Campinas: Papirus, 1996.

PEREIRA, Raquel R.; GUIMARÃES, Neurilene M. Espaços Públicos Urbanos: Aspectos fundamentais para sua concepção e gestão. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

PRADO, Patrícia Dias; REBELO, Fernanda Rodrigues. Espaços públicos urbanos e educação ambiental: a percepção de estudantes do ensino médio. Ambiente & Educação, v. 20, n. 1, p. 69-88, 2015.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 18ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.


1 Instituto Federal do Paraná – campus Paranaguá. E-mail: [email protected]

2 Instituto Federal do Paraná – campus Paranaguá. E-mail: [email protected] 

3 Instituto Federal do Paraná – campus Paranaguá. E-mail: [email protected]