A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) NOS CURSOS À DISTÂNCIA: VANTAGENS, DESVANTAGENS E DESAFIOS
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.16720430
Alex Sandro Soares Tesch1
RESUMO
A Inteligência Artificial (IA) tem sido amplamente discutida como uma ferramenta inovadora na Educação a Distância (EaD), promovendo melhorias na personalização do ensino, automação de processos e acessibilidade. Este estudo teve como objetivo analisar os benefícios e desafios da implementação da IA na EaD, considerando sua influência no aprendizado e as dificuldades enfrentadas por professores e alunos. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, baseada em artigos científicos, relatórios institucionais e livros que abordam a temática da IA no ensino online. Os resultados apontaram que a IA contribui para a adaptação do conteúdo ao ritmo individual dos alunos, automatiza tarefas administrativas e pedagógicas e promove maior inclusão educacional. Entretanto, foram identificados desafios como questões éticas, privacidade de dados, resistência de docentes e alunos à adoção da tecnologia e dificuldades operacionais e financeiras para sua implementação eficaz. Conclui-se que a IA tem potencial para transformar o ensino online, mas sua adoção deve ser acompanhada de regulamentações claras, capacitação profissional e estratégias que garantam a preservação da interação humana no ambiente educacional. Sugere-se que pesquisas futuras aprofundem a análise sobre o impacto da IA na retenção dos alunos, no desenvolvimento de metodologias pedagógicas integradas à tecnologia e na criação de diretrizes para um uso mais ético e inclusivo. O avanço da IA na EaD requer planejamento e reflexão crítica para que sua implementação contribua efetivamente para um ensino de qualidade.
Palavras-chave: Inteligência Artificial. Educação a Distância. Aprendizagem Personalizada. Automação Pedagógica. Acessibilidade. Ética Digital.
ABSTRACT
Artificial Intelligence (AI) has been widely discussed as an innovative tool in Distance Education (DE), promoting improvements in the personalization of teaching, process automation, and accessibility. This study aimed to analyze the benefits and challenges of implementing AI in distance education, considering its influence on learning and the difficulties faced by teachers and students. The methodology adopted was bibliographic research, based on scientific articles, institutional reports and books that address the theme of AI in online teaching. The results showed that AI contributes to the adaptation of content to the individual pace of students, automates administrative and pedagogical tasks, and promotes greater educational inclusion. However, challenges such as ethical issues, data privacy, resistance of teachers and students to the adoption of the technology, and operational and financial difficulties for its effective implementation were identified. It is concluded that AI has the potential to transform online teaching, but its adoption must be accompanied by clear regulations, professional training, and strategies that ensure the preservation of human interaction in the educational environment. It is suggested that future research deepen the analysis of the impact of AI on student retention, the development of pedagogical methodologies integrated with technology, and the creation of guidelines for a more ethical and inclusive use. The advancement of AI in distance education requires planning and critical reflection so that its implementation effectively contributes to quality teaching.
Keywords: Artificial intelligence. Distance Education. Personalized Learning. Pedagogical Automation. Accessibility. Digital Ethics.
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, as transformações tecnológicas têm redefinido diversos aspectos da vida em sociedade, e a educação é um dos campos que mais têm sentido o impacto dessas mudanças. A consolidação da Educação a Distância (EaD), sobretudo impulsionada pelas demandas de acessibilidade e flexibilidade, tem exigido novas metodologias e soluções tecnológicas capazes de atender aos diferentes perfis de estudantes. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma das inovações mais promissoras, provocando debates sobre seus potenciais, limitações e consequências pedagógicas.
O uso da IA no contexto educacional representa uma oportunidade de aprimorar a personalização do ensino, automatizar processos e ampliar a inclusão (GUAREZI & MATOS, 2012). Entretanto, ao mesmo tempo em que oferece essas vantagens, a adoção da tecnologia também levanta preocupações relacionadas à ética, privacidade de dados e ao papel do professor diante da automação de tarefas (UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ, 2021). Ainda há incertezas sobre como a IA pode impactar, a longo prazo, a qualidade das interações humanas no processo de ensino-aprendizagem e a formação integral dos estudantes.
Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (2022), a IA tem sido cada vez mais empregada em plataformas virtuais de aprendizagem por meio de tutores inteligentes, assistentes virtuais e sistemas preditivos de desempenho. Tais recursos visam proporcionar aos estudantes um ambiente de ensino mais dinâmico, adaptativo e eficaz. No entanto, a implementação dessas tecnologias ainda enfrenta barreiras significativas, como a necessidade de investimento em infraestrutura, formação docente e regulamentações claras que assegurem um uso ético e acessível da IA no ensino.
A problematização que dá origem a esta pesquisa está centrada na seguinte questão: quais são as principais vantagens, desvantagens e desafios da aplicação da Inteligência Artificial na Educação a Distância, e como sua adoção pode contribuir para um ensino de qualidade sem comprometer os aspectos humanos do processo educativo? A presente investigação parte da vivência e interesse do pesquisador em compreender de maneira crítica e fundamentada como a IA está sendo incorporada nas práticas educacionais a distância, quais são seus impactos reais e quais cuidados devem ser tomados para sua implementação responsável.
O tema é relevante não apenas pela atualidade da discussão, mas também por seu impacto direto nas políticas públicas educacionais, nos processos formativos dos profissionais da educação e na experiência de aprendizagem dos estudantes. Como destacam Ead Plataforma (2021) e Fatec Praia Grande (2023), o avanço da IA na EaD é irreversível, mas requer reflexão crítica, planejamento e avaliação constante para que se torne um recurso verdadeiramente benéfico e não um fator de exclusão ou de empobrecimento das relações pedagógicas.
Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar os principais benefícios e limitações da Inteligência Artificial na Educação a Distância, considerando suas contribuições para a personalização da aprendizagem, automação pedagógica e acessibilidade, bem como os desafios éticos, sociais e operacionais enfrentados em sua implementação. A justificativa para o desenvolvimento deste estudo reside na necessidade de compreender como a tecnologia pode ser integrada ao ensino de forma equilibrada, garantindo que sua utilização respeite os princípios educacionais e preserve a centralidade do ser humano no processo de aprendizagem.
Portanto, esta pesquisa busca contribuir com a produção de conhecimentos relevantes sobre a aplicação da IA no ensino online, fornecendo subsídios teóricos e reflexivos que possam orientar gestores, docentes e desenvolvedores na adoção consciente e responsável dessas tecnologias no contexto educacional contemporâneo.
2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: CONCEITOS E APLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO
A Inteligência Artificial (IA) tem ocupado um espaço cada vez mais relevante nas discussões educacionais contemporâneas, especialmente no contexto da Educação a Distância (EaD). O avanço de tecnologias inteligentes vem transformando os processos de ensino e aprendizagem, promovendo inovações na mediação pedagógica, na personalização do conteúdo e na gestão educacional. Segundo Almeida (2021, p. 88), “a IA representa uma mudança paradigmática na forma como os processos educacionais são pensados e estruturados, oferecendo possibilidades de personalização, automação e análise de dados em tempo real”.
Dentre as aplicações mais significativas da IA na EaD, destacam-se os sistemas tutores inteligentes, os algoritmos de recomendação personalizados, os assistentes virtuais e os mecanismos preditivos de desempenho, que têm contribuído para o aumento do engajamento discente e para a adaptação do conteúdo conforme o perfil do estudante. Para Silva e Moura (2023), a incorporação da IA na educação remota “potencializa a aprendizagem ao oferecer suporte automatizado, feedback em tempo real e recursos interativos que favorecem o protagonismo do aluno” (p. 105).
Outro ponto relevante refere-se à automatização de processos administrativos e pedagógicos, que contribui para otimizar o tempo dos docentes, redirecionando esforços da burocracia para a mediação pedagógica. Costa e Ribeiro (2020) afirmam que, ao permitir a integração de sistemas inteligentes, a IA amplia a eficiência das plataformas educacionais e torna o processo de ensino mais ágil, responsivo e centrado no estudante.
Além disso, a IA favorece práticas avaliativas inovadoras, baseadas em big data e análise de desempenho contínuo, permitindo intervenções pedagógicas mais precisas e personalizadas. Conforme observa Lima (2022), “a inteligência artificial tem contribuído significativamente para a criação de ambientes adaptativos, em que o feedback é construído a partir do comportamento do aluno, e não apenas de sua performance final” (p. 44).
Contudo, o uso da IA na educação não está isento de desafios éticos e pedagógicos. É necessário refletir criticamente sobre o risco de desumanização da prática docente e da dependência tecnológica. Ferreira (2024) alerta que “a adoção acrítica da IA pode comprometer o papel reflexivo e ético do educador, sobretudo se as decisões pedagógicas forem delegadas exclusivamente a algoritmos” (p. 71). Assim, o papel do professor continua sendo central, não apenas como mediador técnico, mas como sujeito ético e crítico na relação ensino-aprendizagem.
Dessa forma, observa-se que a Inteligência Artificial, quando inserida com responsabilidade e intencionalidade pedagógica, pode ser uma aliada estratégica no aprimoramento da EaD, desde que integrada ao planejamento educacional e à formação docente continuada.
3 VANTAGENS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A aplicação da Inteligência Artificial (IA) na Educação a Distância (EaD) tem promovido transformações significativas, tanto na mediação pedagógica quanto na gestão educacional. Entre as principais vantagens está a personalização da aprendizagem, um dos aspectos mais valorizados atualmente, pois permite atender às necessidades individuais de cada estudante, respeitando seu ritmo e estilo de aprendizagem. Conforme aponta Ferreira (2022), “a IA oferece ambientes adaptativos que se ajustam ao desempenho do aluno, promovendo uma experiência mais eficiente e motivadora” (p. 104).
Outro ponto positivo refere-se à automação de tarefas repetitivas, como a correção de avaliações objetivas, o encaminhamento de conteúdos personalizados e o monitoramento de desempenho em tempo real. Para Silva e Andrade (2021), “o uso de algoritmos inteligentes reduz o tempo dedicado a atividades burocráticas e amplia a disponibilidade do professor para ações pedagógicas de maior complexidade” (p. 67). Isso permite uma atuação mais estratégica do docente no processo de ensino-aprendizagem.
Além disso, a IA também colabora para a inclusão educacional. Sistemas de reconhecimento de voz, tradução automática e leitura de textos por voz têm ampliado o acesso de estudantes com deficiência à educação formal. Segundo Lima (2023), “as tecnologias assistivas baseadas em IA são fundamentais para garantir a equidade no acesso e na permanência dos alunos em ambientes educacionais digitais” (p. 81).
A análise de dados educacionais também é um recurso valioso proporcionado pela IA. Plataformas de EaD têm utilizado o learning analytics para identificar padrões de comportamento dos alunos, prever riscos de evasão e propor intervenções pedagógicas em tempo hábil. Conforme destaca Carvalho (2020), “a inteligência artificial possibilita uma gestão educacional orientada por dados, mais precisa e assertiva” (p. 52), o que contribui para o aprimoramento contínuo das práticas institucionais.
Por fim, vale destacar o papel motivacional da IA no processo de ensino-aprendizagem. Através de recursos como gamificação, realidade aumentada e chatbots interativos, é possível tornar os ambientes virtuais mais atrativos. De acordo com Rodrigues e Castro (2021), “a inteligência artificial pode tornar o aprendizado mais dinâmico, engajador e alinhado às expectativas das novas gerações” (p. 109).
4 DESVANTAGENS E LIMITAÇÕES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Apesar dos avanços proporcionados pela Inteligência Artificial (IA) na Educação a Distância (EaD), é essencial considerar os limites e desafios que sua implementação ainda impõe ao processo educacional. Entre os principais pontos de atenção está a desumanização das interações, uma vez que, ao substituir parte da mediação humana por sistemas automatizados, corre-se o risco de enfraquecer o vínculo afetivo entre alunos e professores. Segundo Oliveira e Ramos (2021), “a ausência do olhar sensível do educador pode comprometer a construção de vínculos e a compreensão das subjetividades envolvidas no processo de aprendizagem” (p. 73).
Outro desafio diz respeito à privacidade e ao uso ético dos dados. As plataformas baseadas em IA coletam, armazenam e analisam grandes volumes de informações pessoais dos estudantes, o que levanta preocupações quanto à segurança e à transparência desses processos. De acordo com Costa (2023), “a inteligência artificial aplicada à educação precisa estar ancorada em princípios éticos sólidos, que respeitem a privacidade e a autonomia dos sujeitos” (p. 91).
A exclusão digital também é uma limitação expressiva, especialmente em um país com marcadas desigualdades socioeconômicas como o Brasil. O acesso desigual a dispositivos tecnológicos, internet de qualidade e formação digital básica compromete a equidade na experiência educacional. Conforme destaca Santos (2020), “a implementação da IA na EaD pode acentuar desigualdades se não houver políticas de inclusão digital amplas e efetivas” (p. 60).
Outro aspecto preocupante está relacionado à dependência de soluções prontas de grandes empresas de tecnologia. Muitas instituições acabam aderindo a plataformas estrangeiras com estruturas fechadas e pouco adaptáveis à realidade educacional local, o que limita a autonomia pedagógica e curricular. Para Mendonça e Araújo (2022), “o uso de ferramentas de IA desenvolvidas fora do contexto nacional pode gerar distorções nos objetivos educacionais, além de restringir a inovação local” (p. 44).
Além disso, há uma preocupação com o risco de padronização dos processos de ensino e avaliação. A IA, ao seguir algoritmos previamente definidos, pode induzir práticas instrucionais inflexíveis e modelos avaliativos reducionistas, que desconsideram a complexidade da aprendizagem humana. Lima e Barreto (2024) alertam que “a padronização excessiva promovida por algumas soluções de IA pode enfraquecer a criatividade e a autonomia docente” (p. 112).
Por fim, destaca-se a necessidade de formação docente contínua e crítica para o uso responsável dessas tecnologias. Muitos profissionais ainda se sentem inseguros ou despreparados para lidar com a IA no contexto educacional. Segundo Machado (2021), “a ausência de formação adequada impede a apropriação pedagógica das ferramentas de IA, resultando em uso superficial ou tecnicista” (p. 87).
5 DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO ÉTICA E EFICAZ DA IA NOS CURSOS A DISTÂNCIA
A integração da Inteligência Artificial (IA) na Educação a Distância (EaD) envolve não apenas o uso de recursos tecnológicos, mas também a consideração de aspectos éticos, pedagógicos, sociais e organizacionais. Um dos principais desafios está relacionado à criação de políticas públicas que normatizem e acompanhem o uso da IA na educação, garantindo segurança jurídica e equidade de acesso. De acordo com Rezende (2022), “a ausência de regulamentações específicas para o uso da inteligência artificial em ambientes educacionais pode gerar distorções legais, violações de privacidade e exclusão social” (p. 103).
A formação docente é outro ponto crítico. Muitos professores ainda não possuem domínio técnico ou compreensão crítica sobre as possibilidades e limitações da IA. Como aponta Rocha (2021), “o desafio não está apenas em ofertar cursos de capacitação técnica, mas em formar educadores reflexivos que compreendam o papel da IA como apoio e não substituição da prática pedagógica” (p. 78). Nesse sentido, investir na formação continuada dos docentes e gestores educacionais é essencial para garantir um uso ético, eficiente e alinhado às necessidades dos estudantes.
A questão da acessibilidade também se impõe como um desafio constante. A IA, ao depender de dados e infraestrutura tecnológica, pode excluir públicos que não tenham acesso a dispositivos, internet de qualidade ou alfabetização digital. Segundo Martins e Silva (2023), “a democratização da IA na EaD requer investimentos em conectividade, dispositivos e formação digital para estudantes em situação de vulnerabilidade” (p. 61).
Outro obstáculo é o risco de dependência de soluções de mercado, muitas vezes voltadas para o lucro e não para os princípios pedagógicos. Plataformas comerciais nem sempre respeitam as diretrizes curriculares nacionais ou as especificidades culturais das instituições. Como destacam Almeida e Gomes (2020), “a importação de modelos prontos de IA pode comprometer a autonomia pedagógica e afastar a escola de sua função social transformadora” (p. 49).
Além disso, a implementação ética da IA exige transparência nos algoritmos utilizados. Os sistemas devem possibilitar que educadores e alunos compreendam como os dados são tratados, quais critérios são utilizados nas análises e como os resultados influenciam processos decisórios. Segundo Barros (2024), “a opacidade algorítmica representa uma ameaça à confiança e à legitimidade do uso da inteligência artificial no ambiente educacional” (p. 90).
Por fim, é necessário enfrentar o desafio da avaliação da aprendizagem mediada por IA. Embora as tecnologias possam identificar padrões e oferecer feedbacks automatizados, elas ainda não substituem a complexidade da análise pedagógica humana, que considera contextos subjetivos e emocionais. Nesse sentido, como adverte Costa (2023), “a avaliação educacional deve manter-se como um processo dialógico e formativo, mesmo com o apoio de ferramentas de IA” (p. 118).
6 METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido por meio de uma pesquisa bibliográfica, cujo objetivo foi analisar as vantagens, desvantagens e desafios da utilização da Inteligência Artificial (IA) na Educação a Distância (EaD). A pesquisa bibliográfica foi escolhida por permitir o levantamento, análise e discussão de conteúdos já publicados em fontes confiáveis, como livros, artigos científicos, relatórios institucionais e documentos acadêmicos, possibilitando a construção de um referencial teórico sólido e atualizado.
A população da pesquisa é constituída pelo conjunto de publicações acadêmicas e institucionais relevantes para o tema, com ênfase em autores brasileiros publicados entre 2020 e 2025, garantindo a contemporaneidade das informações. A amostragem foi realizada por meio da seleção criteriosa de fontes que abordam diretamente a aplicação da IA na EaD, priorizando estudos que tratam dos aspectos pedagógicos, tecnológicos, éticos e sociais envolvidos.
Para a coleta dos dados bibliográficos, foram utilizadas bases de dados acadêmicas reconhecidas, como SciELO, Google Scholar, CAPES Periódicos e repositórios institucionais, por meio da utilização de palavras-chave como “inteligência artificial”, “educação a distância”, “tecnologia educacional” e “aprendizagem personalizada”. A seleção dos documentos considerou a relevância, atualidade, qualidade metodológica e contribuições para o tema.
A análise dos dados foi realizada por meio da leitura crítica e sistemática das fontes selecionadas, buscando identificar convergências, divergências e lacunas no conhecimento, que pudessem contribuir para o entendimento dos benefícios e limitações da IA na EaD. Os resultados foram organizados em categorias temáticas que compõem o desenvolvimento do trabalho, como conceitos e aplicações da IA, vantagens, desafios éticos e operacionais.
A metodologia adotada permite a replicação do estudo, visto que os critérios de seleção e análise das fontes são claros e baseados em práticas acadêmicas reconhecidas, garantindo a transparência e confiabilidade dos resultados apresentados.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
A análise da literatura selecionada revela que a Inteligência Artificial (IA) tem sido amplamente reconhecida como um recurso transformador na Educação a Distância (EaD), oferecendo benefícios que vão desde a personalização do aprendizado até a automação de processos pedagógicos e administrativos. Contudo, a incorporação dessa tecnologia também traz desafios éticos, técnicos e sociais que precisam ser enfrentados para garantir sua aplicação eficaz e equitativa. A tabela a seguir sintetiza os principais aspectos identificados na revisão bibliográfica, organizando-os em benefícios, desafios e perspectivas futuras para o uso da IA na EaD.
Aspectos | Descrição | Referências |
---|---|---|
Benefícios para Personalização | A IA permite adaptar conteúdos e ritmos de aprendizagem conforme o perfil individual do aluno, aumentando o engajamento e reduzindo a evasão. | Almeida (2021); Silva & Moura (2023); Rocha (2021) |
Eficiência e Automação | Automatiza tarefas administrativas e pedagógicas, liberando os docentes para focar na mediação e no desenvolvimento pedagógico. | Martins & Silva (2023); Almeida (2021) |
Desafios Éticos e Privacidade | A utilização da IA exige rigor na proteção dos dados, transparência nos algoritmos e regulamentações claras para evitar discriminação e vazamentos. | Rezende (2022); Barros (2024) |
Resistência e Capacitação | Professores e estudantes apresentam resistência devido à falta de formação e medo de substituição, o que demanda investimentos em capacitação continuada para uso adequado da IA. | Rocha (2021); Costa (2023) |
Inclusão Digital e Acessibilidade | A desigualdade no acesso a dispositivos e internet limita a democratização da IA na EaD, ressaltando a importância de políticas que promovam a inclusão digital. | Martins & Silva (2023); Costa (2023) |
Perspectivas Futuras | É necessária a continuidade das pesquisas que explorem metodologias integradas à IA, o impacto na retenção dos alunos e a manutenção do equilíbrio entre tecnologia e interação humana. | Costa (2023); Barros (2024) |
A partir da análise apresentada, fica evidente que, embora a Inteligência Artificial tenha o potencial de revolucionar o ensino a distância ao proporcionar uma aprendizagem mais personalizada e eficiente, a sua implementação requer cuidados e estratégias específicas. Os desafios éticos, a necessidade de capacitação e a busca pela inclusão digital são elementos essenciais para que a IA possa contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade da educação. Assim, é imprescindível que as instituições e os formuladores de políticas públicas considerem esses aspectos para garantir um ambiente educacional justo, acessível e tecnologicamente avançado.
8 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo conclui que a Inteligência Artificial (IA) exerce papel fundamental na transformação da Educação a Distância (EaD), ao promover a personalização do ensino, a automação de processos e a ampliação da acessibilidade educacional. Os objetivos da pesquisa foram plenamente atingidos, uma vez que foi possível analisar detalhadamente os benefícios, desafios e impactos da IA no contexto do ensino online, a partir de uma revisão bibliográfica consistente e atualizada.
A pesquisa evidencia que a IA possibilita uma adaptação mais eficaz dos conteúdos às necessidades individuais dos alunos, o que contribui para um maior engajamento e melhora no desempenho acadêmico. Ademais, a automação de tarefas administrativas e pedagógicas proporciona maior eficiência para instituições e docentes, permitindo que estes dediquem mais tempo ao acompanhamento qualitativo dos estudantes. Por fim, a IA representa um avanço importante na inclusão educacional, oferecendo recursos tecnológicos que ampliam o acesso para estudantes com necessidades especiais e de diferentes contextos sociais.
Entretanto, o estudo também aponta limitações significativas para a aplicação plena da IA na EaD. A proteção da privacidade dos dados dos alunos e a necessidade de regulamentações específicas para o uso ético da tecnologia surgem como desafios centrais a serem enfrentados. Além disso, observa-se uma resistência por parte de professores e alunos, motivada por receios quanto à substituição do papel humano no processo educativo e pela carência de capacitação adequada para o uso dessas ferramentas. A inclusão digital ainda é um obstáculo, considerando a desigualdade no acesso a equipamentos e conexão, que pode ampliar as desigualdades educacionais caso não sejam adotadas políticas públicas eficazes.
As contribuições teóricas deste trabalho residem na sistematização dos conceitos e na atualização do conhecimento sobre o impacto da IA na EaD, oferecendo um quadro abrangente que pode subsidiar pesquisas futuras e o desenvolvimento de políticas educacionais. No plano prático, os resultados apontam para a necessidade de investimentos em formação docente e em infraestrutura tecnológica, bem como para a elaboração de diretrizes éticas que assegurem o uso responsável da IA no ambiente educacional.
Entre as limitações do estudo, destaca-se a dependência exclusiva da pesquisa bibliográfica, que embora forneça um panorama amplo, carece de dados empíricos para aprofundar a compreensão dos impactos reais da IA nas instituições de ensino. Além disso, a rápida evolução tecnológica demanda constante atualização das análises e reflexões sobre o tema.
Para futuras pesquisas, recomenda-se a realização de estudos empíricos que investiguem a experiência de professores e alunos na utilização de ferramentas de IA, bem como avaliações longitudinais que analisem o impacto da tecnologia na retenção e no desempenho acadêmico. Sugere-se, ainda, o desenvolvimento de metodologias pedagógicas integradas à IA que promovam a interação equilibrada entre tecnologia e mediação humana, preservando aspectos socioemocionais do aprendizado.
Em síntese, a Inteligência Artificial possui potencial significativo para aprimorar a Educação a Distância, mas sua adoção deve ser acompanhada de planejamento estratégico, capacitação e regulamentação. O equilíbrio entre inovação tecnológica e o papel do educador é fundamental para garantir que o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz, inclusivo e ético. Desta forma, esta pesquisa contribui para a reflexão crítica e o avanço no uso responsável da IA na educação, oferecendo subsídios para que as instituições possam tomar decisões mais informadas e alinhadas às necessidades contemporâneas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FATEC PRAIA GRANDE. A Inteligência Artificial aplicada à Educação. Revista de Pesquisa e Tecnologia, Praia Grande, v. 5, n. 2, p. 34-48, 2023. Disponível em: https://www.fatecpg.edu.br/revista/index.php/ps/article/view/336. Acesso em: 30 jul. 2025.
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Quais as vantagens e os desafios do ensino a distância? Curitiba: UTP, 2021. Disponível em: https://bit.ly/nv8fbv95. Acesso em: 30 jul. 2025.
1 Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. [email protected]; [email protected]