A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS DIGITAIS

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10460034


Jessica Porto da Motta1
Lucas Costa Peres2
Mateus de Souza Santos3
Ricardo Nascimento Ferreira4


INTRODUÇÃO

A Gestão da Informação no seu primórdio surgiu com a necessidade de organizar e compartilhar informações, desde o princípio da humanidade o ser humano possui a necessidade de realizar uma troca de conhecimento em prol de um benefício próprio, algo que lhe trará novas perspectivas e mais consistência em ideias próprias.

Kuhlthau (1991) afirma que a busca por informação pode ser entendida como um processo que envolve variadas atividades realizadas por um indivíduo, dessa forma a pessoa atribui um significado próprio para ela.

Com o passar do tempo e com evolução da sociedade, novas necessidades e tecnologias vieram à tona fazendo com que cada indivíduo precisasse se ajustar a uma nova realidade e tivesse mais controle sobre as informações que o rodeiam.

Diante de uma sociedade atual que sobrevive em um contexto pós pandêmico isso se catalisa, devido às novas formas encontradas de se comunicar e empreender.

A partir de uma perspectiva organizacional, a Gestão da Informação vem se tornando cada vez mais imprescindível para que um negócio obtenha o máximo de aproveitamento possível e resista em meio a todas as questões socioeconômicas do mundo atual.

De acordo com Silveira (2005, p.71), as novas formas organizacionais só são possíveis porque a tecnologia da informação tem a capacidade de mudar a configuração tradicional de espaço-tempo.

1. Desenvolvimento

1.1 CONCEITO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Na atualidade com o avanço tecnológico constante se tornou essencial para as empresas dos mais diversos seguimentos, investir em um conceito que liga teorias da administração com a tecnologia da informação. Assim poderíamos chegar ao conceito que desejamos aplicar nesta pesquisa, que é a essencialidade da gestão da informação para as organizações.

Quando pensamos em tecnologia da informação, aplicada aos novos negócios e especialmente os digitais, podemos nos deparar com a afirmação descrita por Lima (2022) apud Marcovitch (1997) é um complexo tecnológico que envolve não só computadores e softwares, mas também redes de comunicação digital, protocolos e serviços informatizados como instrumento de apoio e gestão de organizações modernas preocupadas com a concorrência acirrada, sendo assim podemos concluir que diante de um novo mercado competitivo e modernizado, se torna primordial para o sucesso, a aplicação deste instrumento que é a informação.

Se fizermos uma análise entre as organizações atuais que utilizam a gestão da informação para a criação de estratégias de negócios mais assertivas, iremos constatar que não se trata apenas de obter dados internos ou externos para analises simplórias, mas estamos falando de um aumento exponencial dos lucros e resultados de uma organização, segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company(2011) se descobriu que empresas que usam análise de dados para tomar decisões são 5% mais produtivas e 6% mais lucrativas do que seus concorrentes. Logo percebemos que não se trata apenas de uma adaptação facultativa das organizações, mas de uma necessidade urgente para a garantia do sucesso organizacional dentro do mercado.

1.2 NEGÓCIOS DIGITAIS E A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE DADOS

Como aprofundamos anteriormente, os dados são o “novo petróleo”, que por muito tempo não foi levado em consideração pelos lideres ou pelos espaços de decisão das empresas. Com a nova era tecnológica e o advento das Startups e empresas focadas em meios digitais e plataformas, foi possível observar o quanto o cenário mudou, e como as empresas e negócios dos mais variados ramos precisaram reorganizar sua forma de trabalho ou até mesmo criar novos departamentos e vagas de emprego para acompanhar melhor os avanços que os dados geram no mercado.

Durante a pandemia do Covid-19, que infelizmente trouxe grandes perdas e sofrimentos para a sociedade, foi também possível observar mudanças radicais nos hábitos de consumo da sociedade em geral, conforme já destacado aqui anteriormente, o isolamento social mudou de forma definitiva a maneira como consumimos produtos e serviços em geral. Sendo assim as empresas precisaram investir mais em suas estratégias digitais, onde os processos já existentes de inovação tiveram que rapidamente criar novos produtos para se readequarem ao novo mercado. Pensar em negócios digitais é pensar objetivamente em negócios em geral, empresas que não digitalizaram suas marcas e produtos, acabaram por se tornar obsoletas e menos essenciais dentro desse novo momento social. Temos então um novo cenário extremamente competitivo, onde muitos fatores passam a se tornar pontos de destaque para uma empresa digital, como a melhoria da operação e a experiência do cliente. Neste momento em questão que entra a essencialidade da gestão da informação e dos dados, e a partir do que coletamos entre os nossos consumidores que poderemos criar novos produtos ou melhorar processos e serviços já existentes, a partir da coleta e observação dos dados do nosso negócio, poderemos traçar novas estratégias de gestão que priorizem o sucesso organizacional, o lucro e a qualidade do impacto da marca.

1.3 BENEFÍCIOS DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS

Dentre tantos benefícios da implementação de uma gestão de dados eficientes, entendemos como principal vantagem a consolidação das informações, que ajuda a organizar, interpretar e utilizá-las a favor da empresa. Tal otimização, torna fácil o acesso essas informações, e consequentemente, pensar e colocar em prática estratégias para que esses dados se tornem cada vez mais positivos e fundamentais em análises futuras.

Podemos citar também que a implementação de um sistema de informação tem sua importância vinculada a segurança na tomada de decisões, mostrar com mais clareza para os gestores como a imagem da sua empresa está perante seus clientes, e facilitar o feedback entre os colaboradores.

Outro benefício que se destaca é o ganho na competitividade, uma vez que a empresa conseguirá ter um melhor entendimento sobre si mesma, seu público e seus competidores, e assim, aplicar essas informações em suas tomadas de decisões em nível estratégico, impactando todo o funcionamento da organização.

O uso de dados é a maneira mais segura e confiável de termos uma visão ampla da empresa como um todo, de observar os diversos processos que ela possui e identificar gargalos e oportunidades. Contribui, também, na identificação de oportunidades e ameaças no mercado, e na otimização as atividades e o fluxo de tarefas. Proporciona um maior conhecimento sobre seus clientes e como se relacionar melhor com eles.

Nos dias de hoje, na era da tecnologia, existem diversos programas criados para auxiliar na gestão dos dados. Os sistemas de informação possuem diferentes níveis e funcionalidades. Esses softwares auxiliam a empresa a ter uma maior agilidade tanto na obtenção quanto na análise das informações. Adotando esses sistemas, o gestor é capaz de reunir uma série de informações importantes, que podem impactar tanto no atendimento aos clientes quanto nos processos internos, mas, principalmente promovem um maior embasamento para a tomada de decisão. Não basta reunir dados e informações, é preciso saber o que fazer com eles, ou seja, como ler o que eles indicam e como tomar decisões a partir disso.

2 METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de caráter expositivo, levando em conta o caráter teórico do tema em questão, para a realização deste estudo foi utilizado o Google Acadêmico e o Scielo. Posteriormente, foi feita uma coletânea de artigos acadêmicos, monografias e livros que constasse o conceito de Gestão da Informação por autores distintos para que ocorresse divergência entre ideias, análise individual de cada uma e a conclusão final sobre qual seria a mais pertinente para o modelo de empreendimento atual.

3. RESULTADOS

3.1 PESQUISA

De acordo com Valentin (2010) só podemos nomear uma ferramenta de manuseio organizacional de “informação” a partir do momento em que haja por parte do sujeito cognoscente um consenso em relação ao seu significado, caso não haja, não podemos considerá-la uma informação.

As organizações têm a necessidade de reconhecer seus colaboradores como indivíduos complexos e com particularidades, ou seja, nenhum membro que faz parte da empresa agirá da mesma maneira e nenhum cliente desejará sempre o mesmo produto que outro - apesar de alguns casos possuir semelhança consequente do estudo do público-alvo.

3.1.1 Modelo de Choo

Para além dos dados concretos a serem analisados como gênero, idade, e faixa etária dos consumidores, os organizadores do negócio precisam estar atentos às condições culturais que estão atreladas a uma sociedade que consome, o conhecimento além de explícito e concreto, também deve ser cultural, tal como é descrito no seguinte trecho:

O conhecimento cultural consiste em estruturas cognitivas e emocionais que habitualmente são usadas pelos membros da organização para perceber, explicar, avaliar e construir a realidade. O conhecimento cultural inclui as suposições e crenças usadas para descrever e explicar a realidade, assim como as convenções e expectativas usadas para agregar valor e significado a uma informação nova. Essas crenças e valores compartilhados formam a estrutura na qual os membros da organização constroem a realidade, reconhecerem a importância de novas informações e avaliam ações e interpretações alternativas. Como no conhecimento de senso comum de Boisot, o conhecimento cultural não é codificado, mas amplamente divulgado ao longo de veículos e relacionamentos que ligam o grupo. (Choo, 2003, p.109)

3.1.2 Modelo de Valentim

Para Valentim (2004), a Gestão da Informação inserida no contexto organizacional como um conjunto de estratégias capazes de subsidiar um processo administrativo. Esse processo é constituído por onze propostas envolvendo várias atividades que possuem como objetivo apoiar o processo decisório presente diariamente em uma organização. O modelo proposto por Valentim (2004), é bastante válido se incluirmos em um contexto organizacional de novos negócios digitais, uma vez que exemplifica detalhadamente cada etapa, disseminando o que é importante para o recolhimento de dados necessários, a análise, e os meios necessários para que atinja o êxito empresarial.

4. RESULTADO

Após a análise do conceito da Gestão da Informação proposto por dois autores distintos, fica evidente que esse método de gerenciamento de dados é primordial para que uma empresa alcance êxito em suas negociações, independente da tese a ser escolhida para um direcionamento, já que há convergências entre as ideias.

Para Choo (2003) o processo de instauração da gestão em uma organização está restrito a seis passos, no entanto, Valentim (2004) acredita que onze etapas são necessárias para a implementação. Enquanto Choo (2003) acredita que o primeiro passo se inicia a partir do método de identificação das necessidades presentes e se encerra ao utilizar a informação, Valentim (2004) pensa que o fim desse mecanismo não se restringe apenas ao uso, mas sim da retroalimentação desse ciclo.

Levando em conta os dias atuais, onde a tecnologia se faz presente em qualquer ambiente, sobretudo quando falamos dos novos negócios digitais, que, após a pandemia do coronavírus ganharam muita força no Brasil, a ideia conceituada por Valentim (2004), faz mais sentido.

Para que uma empresa virtual faça bom proveito do serviço fornecido, urge um processo complexo que envolva identificar as demandas detalhadamente reconhecendo as necessidades de informações as monitorando, fazer a seleção e filtragem de forma pertinente, com o uso da tecnologia presente na atualidade, armazená-las, e principalmente, retroalimentar o ciclo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste estudo, foi evidenciado que a gestão da informação é um fator determinante para o sucesso de um negócio digital. A capacidade de coletar, organizar, analisar e utilizar eficientemente os dados disponíveis é crucial para a tomada de decisões estratégicas e para o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Através de uma gestão adequada da informação, as empresas podem obter insights valiosos sobre o mercado, identificar oportunidades de negócio, antecipar tendências e tomar ações mais assertivas.

Como resultado, a pesquisa demonstrou que a discussão sobre o gerenciamento de dados está sendo amplamente disseminada no mundo atual, gerando um mercado aquecido e disposto a se desenvolver a cada dia. Além de ser um diferencial da área gerencial, causa um impacto avassalador quando voltada para a criação de novos negócios juntamente com a criatividade e a capacidade de inovação.

Observamos que grandes empresas, já consolidadas no mundo corporativo, acabaram por perder sua fatia de mercado, ou até mesmo desaparecer por se recusar a analisar os dados disponíveis e ir contra a onda da inovação. Em contrapartida, descobrimos novos movimentos e negócios surgirem ao utilizar das informações disponíveis e aplicá-las para o desenvolvimento da organização, ratificando sua importância no fluxo organizacional e na tomada de decisões estratégicas. Vimos, também, a criação de ferramentas que facilitam a gestão dos dados obtidos viabilizando sua aplicação de maneira mais rápida e objetiva em todos os níveis do sistema organizacional, possibilitando uma tomada de decisão muito mais assertiva, eficaz, eficiente e reduzindo custos.

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