A IMPORTÂNCIA DA ADUBAÇÃO FOSFATADA EM PASTAGENS TROPICAIS COMO ALTERNATIVA NO MANEJO E SEUS MODELOS DE APLICAÇÕES

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.14914894


Daniel Consoni Cocito1
Eduardo de Lima Silva2
Fernando Cesar Carmaneiro3
Jonas Marcelo Jaski4


RESUMO
No Brasil, é notório de que baixa disponibilidade associada à alta capacidade de fixação de fósforo apresentada nos solos brasileiros, transforma esse macronutriente em objeto de frequentes estudos constantemente, isto porque, é de grande importância o seu uso no solo pois sua finalidade quando bem estruturada na aplicação, está voltada ao aumento de produtividades em culturas com menores custos de produção. Diante disso, o presente artigo, teve como objetivo principal apresentar através de levantamentos bibliográficos em bases de pesquisas como Capes e Scielo, onde os quais pudessem descrever a importância da aplicação do fósforo no solo em climas tropicais, bem como o seu modelo de aplicabilidade. Tratou-se de uma pesquisa caracterizada como descritiva, com objetivos exploratórios com procedimentos de pesquisa sendo bibliográficos. Como resultado da pesquisa foi possível afirmar que quando aplicada o fósforo de forma adequada, a pastagem em clima tropicais melhora e cumpre seu papel na deficiência deste macronutriente no solo. Tendo apoio de estudo como EMBRAPA, ela afirma que para que para boa absorção do fósforo do solo recomenda-se a aplicação quando necessária em espaços de tempo de dois em dois anos, sendo realizadas principalmente em períodos de chuvas. Como conclusão, a adubação fosfatada potencializa o sucesso na formação das pastagens, e com o que o acompanhamento dos teores deste elemento no solo corretamente acaba determinando uma melhor e maior durabilidade do investimento realizado na área.
Palavras-chave: Adubação Fosfatada. Alternativas de Pastagens. Manejo de Pastagens.

ABSTRACT
In Brazil, it is notorious that low availability associated with the high phosphorus fixation capacity presented in Brazilian soils, transforms this macronutrient into the object of frequent studies constantly, this because, its use in the soil is of great importance because its purpose when well-structured in application, it is aimed at increasing productivity in crops with lower production costs. In view of this, the present article had as its main objective to present, through bibliographic surveys in research bases such as Capes and Scielo, where they could describe the importance of applying phosphorus to the soil in tropical climates, as well as its applicability model. It was research characterized as descriptive, with exploratory objectives with research procedures being bibliographic. As a result of the research, it was possible to state that when phosphorus is applied properly, pasture in tropical climates improves and fulfills its role in the deficiency of this macronutrient in the soil. Having the support of a study like EMBRAPA, she states that for good absorption of phosphorus from the soil, it is recommended to apply it when necessary, in intervals of time every two years, being carried out mainly in periods of rain. In conclusion, phosphate fertilization enhances success in the formation of pastures, and with that the monitoring of the levels of this element in the soil correctly ends up determining a better and greater durability of the investment made in the in area
Keywords: Phosphate Fertilization. Pasture Alternatives. Pasture Management

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Gomes, et.al., (2017), o Brasil nos tempos atuais, tem apresentado no ambiente de rural uma vasta grande representatividade na produção e comercialização em todo o mundo, no que diz respeito a carne bovina, isto se deve, principalmente ao um grande processo que se desenvolveu e estruturou nos últimos anos, aumentando em grande escala não somente a produtividade mas também a grande melhora da qualidade da carne bovina brasileira e como consequentemente, acabou levando o pais há uma alta competitividade e abrangência no mercado.

O momento atual em que o Brasil se encontra, apresenta ao mundo um grande estoque de carne em seu rebanho, segundo o órgão algo em torno de 187,55 milhões de cabeças. Sé no ano de 2020 a pecuária brasileira registrou um abate de 41,5 milhões de cabeças, tendo uma ligeira queda comparada ao ano anterior, algo em torno de 4,2% em relação ou 43,3 milhões de cabeças abatidas no ano de 2019 (ABIEC, 2021).

No mesmo período o Brasil apresentou um crescimento de 8% em exportações de carne bovina, ou seja, passando de 2,49 milhões acontecidos no ano de 2019 para 2,69 milhões realizado em 2020 em carne exportada. Com isso, houve também em simultâneo um crescimento de 0,2% no tocante à área de pastagens utilizadas para produção de carne, passando de 164,9 milhões de hectares em 2019 para 165,2 milhões de hectares em 2020, alcançando uma média de produtividade de 4,2 @/ha/ano ou 65,5 kg de carcaça/ha/ano, algo muito positivo quando se trata de produção da carne bovina (ABIEC, 2021).

Para Rocha (2018), foi pelo crescimento citado, que a oferta de forragem se tornou um ponto primordial e essencial para manutenção e aumento da produção de cabeças dentro do ambiente agronegócio em todo o país, com o objetivo de produzir mais carne usando menor área. Em especifico, no Brasil tem-se grandes problemas a serem resolvidos a este respeito principalmente em regiões tropicais e subtropicais, isto porque, estas regiões infelizmente possuem grandes problemas quanto a manutenção do potencial forrageiro em áreas exclusivas para as pastagens, isto durante todo o ano devido às altas variações climáticas nestas áreas.

Contudo, conforme afirma Mari (2003), o país assim como outros países do trópico sul, apresenta também uma marcante estacionalidade ou dificuldade em produzir forragens em seus solos, sendo este, um dos principais fatores que causam restrição na exploração de uma pecuária nacional de grande envergadura.

Maria (2003) ainda afirma que ao decorrer de cada ano existem períodos em que há alta e baixa produção de forragem, tornando-se aí umas das principais características das gramíneas produzidas em clima tropical conflitando com o benefício do elevado potencial de produção de matéria seca por área que deveria ser explorada e melhorada.

Em estudos pioneiros como os de Pedreira e Mattos (1981), mostraram que há um grande potencial produtivo em pastos, usando em torno 25 tipos de forrageiras ao longo do ano. Os autores verificaram o padrão sazonal das forrageiras, e obtiveram um resultado na média 86% na produção de massa seca dessas forragens durante o período chuvoso e somente apenas 14% destes modelos de forragens foram trabalhadas durante o ano em um período seco.

Rocha (2018), a respeito do que Pedreira e Mattos (1981) comenta, ele afirma que como consequência de períodos com disponibilidade distinta de forragens, o desempenho animal também é afetado diretamente em sua produção pois segundo o autor, acaba seguindo esse padrão também sazonal e assim afetando a produção no decorrer do ano.

Outros pesquisadores como Santos et.al., (2010), apresentam em seu trabalho diversas estratégias que o pecuarista pode utilizar para minimizar os efeitos da redução da produtividade de pastagens durante o período seco do ano, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Dentre as estratégias os autores destacam a importância de outros tipos de pastagens, ou seja, aquela pastagem que se caracteriza por selecionar determinadas áreas e excluí-las do pastejo no fim do período chuvoso, desta forma, garante-se o acumulo de forragem para pastejo dos animais no período de escassez, ocasionando menores perdas.

Para pesquisadores como Santos et.al., (2009b) esta prática é considerada de fácil realização e também de baixo custo quando comparadas as outras alternativas, como por exemplo a suplementação e ao semiconfinamento muito usual no país, garantindo assim forragens suficientes para um grande período de sua escassez.

A importância dessa estratégia é de diferir as pastagens a oferecer uma melhor oferta de produção de forragem em curto período de tempo, desta forma, a adubação nessas áreas seria de fundamental importância para a busca da máxima expressão do potencial produtivo destas forrageiras no campo. Diante disso, como sugestão entre quais nutrientes deveriam ser estudados em associação ao diferimento de pastagens, seria o nitrogênio como sendo o principal objeto de estudo dos pesquisadores (MARTHA Jr. et al., 2004; SANTOS et al.,2009a; TEIXEIRA et al., 2011).

Quando partimos para a Lei de Liebig ressaltado no trabalho de Fonseca et al. (2000), os autores afirmam que qualquer dos nutrientes que estejam em deficiência para a planta pode acabar prejudicando o desempenho dela no campo, desta forma, seria diferente para forrageiras. Já para Faria et.al., (2015), associado a isso, a disponibilidade de fósforo é considerada um dos principais problemas para rendimento de plantas em regiões de clima tropicais como o Brasil.

Segundo Cecato (2004), a associação de fertilizantes com fontes de fósforo por exemplo e também as de nitrogênio proporciona maior incremento na produção das forrageiras no pasto. Já Santos et al. (2015), afirma que o fósforo acaba executando um importante papel nas plantas por estar fortemente ligado a inúmeros processos metabólicos e atuação na constituição do ATP, do DNA e de enzimas como a fosforilase, sendo assim, primordial para vida da planta e desempenho produtivo máximo.

Diante do exposto do trabalhado, o que se pretende aqui é a realização de uma profunda e vasta revisão de literatura sobre o tema apresentado, com foco especifico em o uso da adubação fosfatada como sendo uma opção de manejo no que se refere ao uso de pastagens em climas tropicais e apresentar diante delas, as possíveis alternativas que possam-se tornar m necessário e indispensável na melhoria das pastagens neste ambiente.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa caracteriza-se como descritiva. Segundo Yin (2003) e Trivinos (1987), tendo como intuito, identificar e discutir as âncoras presentes sobre o tema, neste acaso levantar e apresentar possíveis alternativas já publicadas sobre o tema apresentado. Os objetivos da pesquisa, tratar-se-á de uma pesquisa exploratória, isto porque ela é considerada uma pesquisa preliminar, mais superficial e que se caracteriza pela existência de poucos dados disponíveis.

Segundo Rodrigues (2006, p. 90) “Muitas vezes, por não ainda a clareza sobre um determinado tema proposto, como é o caso, o pesquisador vale-se inicialmente desse tipo de pesquisa [...] Alguns autores inclusive as vêem como um estudo inicial para a realização de outro tipo de pesquisa”.

Quantos aos procedimentos técnicos a ser usado na pesquisa, ela se caracteriza como pesquisa com procedimentos bibliográficos, sendo que toda pesquisa é realizada através de plataformas como Google Acadêmico e Scielo. Para Gil (2002, p. 72-73), procedimentos da pesquisa de cunhos bibliográficos se definem mediante a determinação de objetivos, da elaboração de um plano de trabalho, da identificação e da localização das fontes de pesquisa (como é o caso) para a obtenção do material e seus devidos apontamentos.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Manejo de pastagens no Brasil

Segundo SENAR (2012), no Brasil, as pastagens são a principal e mais barata fonte de alimento para o gado. Mas devido a problemas climáticos muito acontecido em nosso país, durante a estação seca por exemplo, as pastagens não estão em quantidade e nem mesmo possuem qualidade capim, capazes de garantir os grandes pedaços de comida que os animais precisam nesse período.

Portanto, tecnologias alternativas de produção aplicadas em silagem, feno, capim, cana-de-açúcar, irrigação, ração de inverno, etc. são incorporadas ao sistema de produção em uma propriedade rural, a fim de para garantir sua eficiência e redução do custo de criação de rebanhos bovinos. (SENAR,2012).

A degradação das pastagens comumente encontradas partes de nosso território brasileiro, principalmente devido a erros de manejo, é um dos principais determinantes da baixa produtividade das pastagens durante a estação chuvosa.

De acordo com especialistas da SENAR (2012) dos 173 milhões de hectares de pastagens existentes no Brasil, a maioria das quais são pastagens tropicais, cerca de 80% estão degradadas de alguma forma, carecendo assim o manejo adequado para sua recuperação e manejo pra fins de melhores produção e produtividade na propriedade.

3.2 Pastagens Tropicais

Macho e Ferreira (2021) discorre em seus trabalhos de que é importante destacar as opções que o mercado atual apesenta, a respeito de pastos tropicais e quais novidades poderiam ser utilizadas na alimentação animal na pecuária leiteira. Dentre as espécies com elevado potencial para intensificação animal em pasto, destacam-se as gramíneas dos gêneros Brachiaria, Panicum, Pennisetum (capim-elefante) e Cynodon.

Ainda os pesquisadores descrevem que os principais atributos de cada espécie, suas principais restrições e cultivares lançadas estão listados segui. Suas principais espécies do gênero Brachiaria utilizadas nos pastos tropicais brasileiros são a Brachiaria brizantha, Brachiaria ruziziensis, Brachiaria decumbens, e Brachiaria humidicola. Estas espécies e seus híbridos têm sido amplamente adotados nos sistemas pecuários brasileiros.

Para eles as cultivares disponíveis como por exemplo as braquiárias, em nosso país respondem por 85% das sementes comercializadas anualmente no Brasil, sendo que apenas uma cultivar, a Brachiaria brizantha cv. marandu, cobre cerca de 50 milhões de hectares. A espécie Panicum maximum possui elevado potencial produtivo e aceitação por animais de diferentes categorias, além da facilidade de cultivo. Esta espécie é a forrageira tropical mais produtiva propagada por sementes e por esses motivos, é uma das mais importantes para a produção intensiva de bovinos.

3.3 Método Analítico do Fósforo disponível no solo

Segundo SILVA & RAIJ, 1999, em seus estudos afirmam que o método analítico de fósforo disponível no solo é geralmente realizado por meio de soluções de extração ou trocadores iônicos, e tem como objetivo quantificar as formas pelas quais as plantas podem repor o P disponível na solução do solo após a absorção.

Ainda para os autores, o modelo de disponibilidade considera dois compartimentos inter-relacionados: O primeiro da solução do solo que constitui o fator de intensidade fato I e a outra é fase sólida que armazena os fosfatos que fornecem a solução, instável ou moderadamente instável, denominada fator de quantidade (Q). A cinética de como o primeiro compartimento é alimentado pelo segundo, é conhecida como fator de capacidade (C), representada pela capacidade tampão, ou taxa de recombinação de Q para I, que é determinada pela energia de ligação dos nutrientes em Q e a difusão para Grau, ou grau de instabilidade.

Os extratores usados ​​para prever o fósforo disponível são geralmente soluções de reagentes químicos, que podem ser divididas em quatro categorias de acordo com seu modo de ação. Sendo elas:

a) dissolução ácida, b) troca iônica, c) complexação de cátions e a d) hidrólise de cátions.

No primeiro grupo de extratores que funcionam por dissolução ácida, são utilizados ácidos fortes ou fracos diluídos, que promovem a dissolução parcial de coloides inorgânicos, extraindo em ordem decrescente de eficácia as formas de fósforo ligado ao cálcio (P-Ca), alumínio (P-Al) e ferro (P-Fe). No segundo grupo de extratores que atuam por troca iônica, eles substituem o fósforo nos sítios de adsorção coloidais pelos ânions da solução de extração, acetatos, bicarbonatos, citratos, lactatos comumente usados ​​para esse fim ou sulfatos. (SILVA & RAIJ, 1999).

3.5 O elemento Fósforo

De acordo com Huminick e Hawthorne (2002), o fósforo conhecido na tabela periódica como (P) foi descoberto em 1669 por Hennig Brand, sendo o décimo elemento mais abundante do planeta e também o segundo elemento natural mais abundante no corpo humano, apresentando-se em menor concentração apenas em relação ao cálcio, entretanto somente no ano de no entanto, foi somente no ano de 1840 que Liebig descobriu que o fósforo era nutriente das plantas, foi que passou a utiliza-lo em fertilizante natural (CORDELL; WHITE, 2011).

Segundo Santos; Gatiboni e Kaminski (2008), o fósforo está presente no solo, tanto com interesse ambiental ou como interesse agronômico, ele é um elemento que é formado por compostos decorrentes do ácido fortofosfórico e, com menos frequência, dos pirofosfatos, contudo, seu principal mineral de fosfato é comumente encontrado em rochas como a apatita (Figura 1 abaixo) cujo processo de liberação do P acontece através da intemperização, tendo como resultado os minerais secundários mais termodinamicamente estáveis, ou incorporados em compostos biologicamente orgânicos

Figura 1: Mineral Apatita

Fonte: Clube dos minerais, 2021.

4. A IMPORTÂNCIA DA ADUBAÇÃO FOSFATADA E SEUS MODELOS DE APLICAÇÃO

Os solos brasileiros são considerados de forma geral solos ácidos e mostram-se, geralmente, com uma baixa disponibilidade do elemento apresentado no trabalho, o fósforo (P), um macronutriente extremamente essencial ao solo em geral, mas em especial para as forrageiras. (GATIBONI E KAMINSKI,2008),

Para os autores, a falta deste nutriente no solo ocasiona uma limitação muito grande quanto a sua plena formação em pastagem, já que sem este macronutriente a pastagem está sujeita a uma degradação mais acelerada e impactada ao solo, ou seja, sua capacidade de suporte (lotação) torna-se limitada, ocasionando a necessidade imediata de renovação das pastagens em um curto espaço de tempo. 

Ainda para Gatiboni e Kaminski (2008), por este e outros motivos, realiza-se então uma adubação fosfatada, a qual se deve ser quantificada com base em análise prévia do solo a ser tratado, para isso, utiliza-se fertilizantes ricos em fósforo, reforçando-se que quando o solo é fraco em fósforo, acabam tendo como consequência uma má qualidade na formação de forragens e na produtividade do rebanho, ou seja, é um elemento fundamental para a formação de pastagens fracas em Fósforo. 

Vale ressaltar que, se a adubação fosfatada ainda for associada a sistemas de plantio direto, de rotação de culturas e de integração lavoura pecuária floresta (ILPF), ela ainda promove maiores ganhos na eficiência, contribuindo assim na sustentabilidade agropecuária no Brasil. O elemento fósforo estimula o crescimento vigoroso das raízes, o que favorece na busca de água e de outros elementos essenciais que se encontram em profundidade no solo. (GATIBONI E KAMINSKI,2008),

4.1 Os principais modelos de aplicação do fósforo no solo

Existem duas maneiras de realizar a aplicação: uma diretamente no sulco de plantio, e a outra a lanço que é feita geralmente após a correção do solo. 

Usando o manejo de sulco as plantas apresentam um desenvolvimento radicular menor se comparado com a aplicação á lanço, justamente pela concentração do fósforo no sulco de plantio. o que terá como consequência uma resistência menor da pastagem a situações de déficit hídrico, já que a raiz se desenvolverá na região da linha de semeadura. este método tem como vantagem a redução no número de operações para formação da área já que é feita junto com a semeadura. (EMBRAPA 2003).

  Quanto ao método de manejo á lanço o adubo fosfatado é incorporado na camada de 0 a 20 cm do solo, o que ajuda no desenvolvimento radicular da pastagem, tornando-a mais eficiente no que se refere a absorção de água e nutrientes. ou seja, com este método acontece uma uniformização na concentração de raízes graças às operações de preparo de solo como a aração, gradagem e nivelamento. (EMBRAPA 2003).

Antes, é claro, da aplicação do fertilizante fosfatado, o produtor deve definir qual o mais adequado a sua necessidade, isto com base em análise de solo e orientação técnica adequada seja por profissionais como os Engenheiros Agrônomos.

Dentre os mais diversos tipos, há o superfosfato simples, o superfosfato triplo, MAP, DAP, FH Pastagem Formação, dentre outros; que podem inclusive serem aplicados juntamente com as sementes resultando em economia, já que os procedimentos de adubação de plantio e semeadura tornam-se um só.(EMBRAPA 2003).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da pesquisa apresentou em todo o seu contexto de que a adubação fosfatada, quando realizada de forma correta, é extremamente benéfica ao solo não somente pelo fornecimento do elemento fósforo na área que com deficiência. Vale ressaltar que de acordo como o fertilizante utilizado na área, ele pode ser disponibilizado para pastagens em sua totalidade, bem como de forma parcial, ficando parte do elemento químico na solução do solo para liberação gradual, bem como na estruturação da planta no que se refere ao melhor desenvolvimento das raízes tornando as pastagens mais resistentes a seca e com um maior poder de extração de outros elementos do solo que a beneficiam de uma forma geral (EMBRAPA 2003).

Na pesquisa, é ressaltado que ao adquirir o fertilizante e ao chegar a hora da aplicação, o produto deverá ser feito antes da semeadura ou de forma conjunta, como já dito anteriormente, e não posteriormente, isto porque com essa forma haverá prejuízos tanto que no que se refere a um melhor aproveitamento do fertilizante da planta no solo, quanto no que se refere ao desenvolvimento das plântulas propriamente dita, pois logo que emergem e desenvolvem sua radícula (primórdio das raízes), elas exigem uma quantidade maior de nutrientes, isto porque o sistema radicular está explorando um volume menor de solo, e se faltam nutrientes, consequentemente as pastagens podem ficar muito falhadas, mal formadas ou até mesmo um atraso bastante impactativo na formação. (EMBRAPA 2003).

Ainda para a EMBRAPA (2003), com um pasto bem formado principalmente com este nutriente, evita-se a degradação do solo e ao mesmo tempo há um ganho expressivo na produtividade. Ainda segundo o órgão, recomenda-se avaliar a qualidade do solo em períodos espaçados de dois em dois anos, através de novas análises do solo, caso haja a necessidade novamente da aplicação do fósforo no solo, esta deverá ser sempre realizada no início das chuvas.

Na pesquisa, ficou notório a importância da utilização de fontes de fósforo na adubação de pastagens, visto que, este nutriente possibilita uma melhora considerável no estabelecimento de uma nova pastagem e/ou manutenção que se deseja, isto porque, ela atua no aumento da massa forrageira, no desenvolvimento radicular, no perfilhamento e na qualidade nutricional das forragens.

Contudo vale observar a solubilidade da fonte de fosforo escolhida, no que tange pastagens com adubação fosfatada atuando como prática de manejo para mitigar o efeito da sazonalidade sobre a produtividade do pasto, entretanto, o não uso de fontes de fertilizantes fosfatados tanto na implantação como na manutenção destas pastagens, poderá interferir integralmente na qualidade nutricional das forragens preparadas e consequentemente no consumo delas pelos animais, causando perca de peso e prejuízo aos produtores. Reforça-se então, uma pastagem bem adubada e bem manejada, dificilmente apresentará uma possível degradação, desta forma o aumentará do lucro líquido da propriedade rural.

6. CONCLUSÃO

Como conclusão da pesquisa, ficou claro sobre a importância do produtor optar pela adubação fosfatada em sua propriedade, isto porque ela acaba potencializando o pasto, bem como contribui no sucesso na formação das pastagens, desde de que tenha um acompanhamento profissional a respeito dos teores deste elemento no solo corretamente, isto porque acaba determinando uma melhor e maior durabilidade do investimento realizado na área.

Vale reforçar que todos os cultivos apresentam seu potencial produtivo maximizado pelos fatores de produção, sendo assim. a utilização correta da adubação fosfatada no solo acaba afetado diretamente o sucesso da pastagem. Contudo seu principal benefício do uso está associado ao fornecimento direto do fósforo na forrageira, ao qual irá atuar na nutrição das plantas e complementação do solo. Outros benefícios dos fertilizantes fosfatados, estão descritos a seguir:

  • Fornecem fósforo prontamente disponível;

  • Algumas tecnologias permitem o fornecimento de fósforo de forma gradual, aumentando o período do fósforo disponível no pasto.

  • Nutrientes como nitrogênio, potássio, cálcio e magnésio podem se associar aos fertilizantes fosfatados, auxiliando no ganho de produtividade.

  • Adubação fosfatada feita de forma eficiente, maximiza o processo de fotossíntese, promove o crescimento das raízes e aumenta o vigor da planta.

  • A correta aplicação da adubação fosfatada reduz custo de produção, impactos ambientais e aumenta a produtividade da pastagem.

Por fim, o fertilizante fosfatado deve disponibilizar o fósforo para as plantas, de acordo com a demanda e marcha de absorção, pois desta forma, o crescimento das plantas será sempre maximizado, assim como a fotossíntese e a produção de energia. Reforça-as que durante a fase inicial do estabelecimento da pastagem, as plantas têm uma maior exigência do nutriente, pois nesta fase, o sistema radicular ainda está sendo explorado em um volume reduzido do solo, e necessita dos nutrientes mais disponíveis. Entretanto, se ocorrer falta do nutriente nesta fase, o período de estabelecimento se prolonga e retarda o início do uso da pastagem.

Por fim como vimos na pesquisa, a recomendação é aplicar o fertilizante na fase de implantação das pastagens, já a adubação de manutenção, deve ser feita após o solo corrigido, deve ser aplicada na medida que as análises de solo mostrarem a necessidade de uma nova correção. Este manejo quando bem feito, evita a degradação do solo e proporciona maiores níveis de produtividade de forragens ao produtor. Por fim recomendação é que sejam aplicados no início da estação chuvosa, isto porque nesta época há uma maior demanda de fósforo pelo pasto, estar com solo preparado antes da chegada das chuvas é um manejo assertivo que garante melhores produtividades no futuro

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1 “ETEC – Deputado Francisco Franco “CHIQUITO”.

2 “ETEC – Deputado Francisco Franco “CHIQUITO”. E-mail: [email protected]

3 Centro Universitário Maringá – UNINGÁ / Maringá / PR. E-mail: [email protected]

4 Centro Universitário Maringá – UNINGÁ / Maringá / PR. E-mail: [email protected]