A FALTA DE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS PARA CUIDAR DA SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS DE ENSINO MÉDIO NOS MUNICÍPIOS DE REGISTRO/SP E PARIQUERA-AÇU/SP
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13949942
Camile Vitória Marques Dias1
Jovana Arcine Domingues2
José Cristiano de Góis3
RESUMO
Este artigo científico analisa a escassez de profissionais qualificados em saúde mental nas escolas de Ensino Médio de Registro/SP e Pariquera-Açu/SP, destacando a ETEC de Registro, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Câmpus Registro) e a EE Prof. Manoel Camillo Junior. Apenas o Instituto Federal possui psicólogos, evidenciando a falta de suporte emocional nas outras escolas. A saúde mental dos adolescentes é uma preocupação crescente, especialmente com o aumento de transtornos como ansiedade e depressão, que prejudicam o desempenho acadêmico e o bem-estar dos alunos. A Lei 13.935/2019 exige psicólogos nas escolas públicas, mas sua implementação é deficiente, com apenas 85 instituições em conformidade até setembro de 2023. O estudo propõe a aplicação de questionários para entender as percepções dos alunos sobre saúde mental e promover diálogos com autoridades, visando um ambiente escolar mais acolhedor e a presença de profissionais que possam oferecer suporte e estratégias de enfrentamento.
Palavras-chave: Carência de profissionais qualificados ; Saúde mental; Suporte psicológico.
ABSTRACT
This scientific article analyzes the scarcity of qualified mental health professionals in high schools in Registro/SP and Pariquera-Açu/SP, focusing on the ETEC de Registro, the Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo (Registro Campus), and the EE Prof. Manoel Camillo Junior. Only the Federal Institute has psychologists, highlighting the lack of emotional support in other schools. Adolescent mental health is an increasing concern, especially with the rise in disorders such as anxiety and depression, which negatively impact students' academic performance and well-being. Law 13.935/2019 mandates the presence of psychologists in public schools, but its implementation is inadequate, with only 85 institutions complying as of September 2023. The study proposes administering questionnaires to understand students' perceptions of mental health and to promote dialogue with authorities, aiming for a more supportive school environment and the presence of professionals who can provide support and coping strategies.
Keywords: Shortage of qualified professionals; Mental health; Psychological support.
INTRODUÇÃO
Nosso artigo científico abordará a seguinte temática: "A escassez de profissionais qualificados para lidar com a saúde mental dos alunos do Ensino Médio nos municípios de Registro/SP e Pariquera-Açú/SP". A pesquisa se concentrará em três escolas específicas: duas localizadas no município de Registro/SP - ETEC DE REGISTRO (com 210 alunos) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Câmpus Registro (com 656 alunos), além da terceira escola, EE Prof Manoel Camillo Junior (com 350 alunos), situada no município de Pariquera-Açú/SP. Notavelmente, apenas o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Câmpus Registro oferece suporte de psicólogos na unidade escolar.
A saúde mental dos alunos do Ensino Médio é uma preocupação crescente em todo o mundo. À medida que os desafios enfrentados pelos jovens se tornam cada vez mais complexos, a demanda por apoio e intervenção adequados para promover o bem-estar psicológico torna-se urgente. No entanto, uma questão crítica que permeia essa preocupação é a escassez de profissionais qualificados capazes de lidar eficazmente com as necessidades emocionais e psicológicas dos estudantes nesse nível educacional.
A falta de recursos humanos capacitados nessa área não apenas afeta diretamente o desenvolvimento acadêmico e social dos jovens, mas também representa um desafio significativo para o sistema educacional e para a sociedade como um todo. Neste contexto, é crucial analisar profundamente os obstáculos que impedem o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade e buscar estratégias inovadoras para superar essas barreiras, visando assim promover um ambiente escolar mais saudável e acolhedor para os alunos do Ensino Médio.
Conforme a lei 13.935/2019, onde determina que escolas da rede básica de ensino público devem ter psicólogos e assistentes sociais em seus quadros. Mas segundo o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Sr Pedro Paulo Bicalho, apenas 85 escolas cumpriram a norma até setembro de 2023.
“O conselho Federal de Psicologia acredita que a atuação desses profissionais garante melhorias no processo de ensino e aprendizagem das escolas e reduz os casos de violência”. (Pedro Paulo Bicalho)
A Carência de profissionais de psicologia nas escolas de redes públicas é uma questão preocupante e que precisa ser urgentemente abordada. A Lei 13.935/2019, que determina a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas da rede básica de ensino público, é um importante passo para promover o bem-estar e o desenvolvimento integral dos alunos.
No entanto, o dado fornecido pelo presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, revelando que apenas 85 escolas cumpriram essa norma até setembro de 2023, é alarmante. Isso sugere que há uma significativa defasagem na implementação da lei, o que pode resultar em consequências negativas para os estudantes.
A atuação dos psicólogos nas escolas pode desempenhar um papel fundamental na promoção de um ambiente educacional saudável e acolhedor, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem, bem como para a prevenção e redução de casos de violência, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental entre os alunos.
Portanto, é essencial que as autoridades competentes tomem medidas eficazes para garantir que todas as escolas públicas cumpram a legislação e disponham dos profissionais necessários para atender às necessidades emocionais e psicológicas dos estudantes. Isso não apenas beneficiará o desenvolvimento individual de cada aluno, mas também contribuirá para a construção de uma sociedade mais saudável e inclusiva como um todo.
Problematização:
A ausência de profissionais qualificados para atender às demandas de saúde mental dos alunos do Ensino Médio nos municípios de Registro/SP e Pariquera-Açú/SP é uma questão de extrema relevância, com implicações significativas no desenvolvimento socioemocional e acadêmico desses estudantes. A escassez de psicólogos na rede pública de ensino médio nessas localidades não apenas limita o acesso dos jovens a cuidados especializados, mas também compromete sua capacidade de lidar com desafios pessoais, emocionais e educacionais.
Essa carência de profissionais da área de saúde mental nas escolas pode ser atribuída a uma série de fatores complexos. Entre esses fatores, destacam-se as políticas de alocação de recursos públicos, que nem sempre priorizam o investimento em serviços de apoio psicológico nas instituições de ensino. Além disso, a formação e a capacitação específicas para atuar com esse público muitas vezes não são devidamente incentivadas ou valorizadas, o que dificulta a atração e retenção de profissionais qualificados nessas regiões.
Por conseguinte, a falta de psicólogos nas escolas impede que os estudantes recebam o suporte necessário para enfrentar questões como ansiedade, depressão, bullying e pressões acadêmicas. Isso pode resultar em um impacto negativo em seu desempenho escolar, bem como em sua saúde mental a longo prazo. Diante desse cenário, torna-se fundamental investigar mais a fundo as causas dessa carência de profissionais e buscar soluções que garantam o acesso universal a serviços de apoio psicológico de qualidade nas escolas de Ensino Médio desses municípios.
Justificativa
Este artigo científico se fundamenta na observação da carência de profissionais de psicologia nas unidades escolares dos municípios de Registro/SP e Pariquera-Açú/SP. A ausência desses profissionais pode acarretar uma série de problemas, tais como ansiedade, depressão, dificuldades de aprendizagem e até mesmo comportamentos de risco entre os alunos. É crucial ressaltar que a saúde mental dos estudantes desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento acadêmico, social e emocional.
A presença de psicólogos nas escolas possibilita a prevenção e intervenção precoce em questões relacionadas à saúde mental, o que pode evitar complicações futuras. Além disso, esses profissionais têm o potencial de fornecer apoio emocional, estratégias de enfrentamento e orientação para os alunos, ajudando-os a lidar de forma mais saudável e eficaz com os desafios que enfrentam durante o período escolar.
Portanto, a justificativa para este projeto reside na urgência de suprir essa lacuna na assistência à saúde mental dos alunos do Ensino Médio, reconhecendo a grande importância de profissionais qualificados para promover um ambiente escolar mais acolhedor, inclusivo e propício ao bem-estar integral dos estudantes.
Objetivo Geral
O objetivo geral é promover uma reflexão sobre a falta de profissionais qualificados para cuidar da saúde mental dos alunos do Ensino Médio nos municípios de Registro/SP e Pariquera-Açú/SP. Para isso, serão analisados os dados obtidos por meio de questionários aplicados nas escolas. A partir desses dados, busca-se conscientizar as autoridades responsáveis sobre a gravidade dessa situação e incentivar ações que visem a implementação de medidas eficazes para suprir essa carência de assistência psicológica nas instituições de ensino.
Objetivo específico
Aplicar questionários aos alunos e responsáveis das escolas selecionadas nos municípios de Registro/SP e Pariquera-Açú/SP, a fim de coletar informações relevantes sobre a percepção e as necessidades relacionadas à saúde mental dos estudantes;
Realizar a apuração e análise dos dados obtidos por meio dos questionários, identificando padrões, tendências e pontos de preocupação relacionados à saúde mental dos alunos do Ensino Médio;
Promover uma reflexão profunda com base nos dados obtidos, visando compreender os desafios enfrentados pelos estudantes em relação à sua saúde mental e como isso impacta seu desempenho acadêmico e bem-estar geral;
Ampliar a visibilidade do projeto, divulgando seus resultados e conclusões para que alcance as autoridades responsáveis pela gestão da educação e da saúde nos municípios em questão. O intuito é sensibilizá-las sobre a importância de investir em recursos e profissionais qualificados para cuidar da saúde mental dos alunos do Ensino Médio e incentivar a implementação de políticas e programas eficazes nesse sentido.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
A saúde mental dos alunos de Ensino Médio tem se tornado uma preocupação crescente nas escolas. A adolescência é uma fase crítica no desenvolvimento psicológico e emocional, e a presença de profissionais qualificados para apoiar os alunos é fundamental. No entanto, muitas escolas enfrentam desafios significativos devido à escassez de profissionais qualificados, o que pode impactar negativamente o bem-estar dos estudantes e o ambiente escolar como um todo.
Contextualização do Problema
A adolescência é um período de grandes mudanças e desafios. Estudos mostram que a prevalência de transtornos mentais aumenta significativamente durante esta fase da vida, incluindo depressão, ansiedade e transtornos de comportamento (Pine, 2009). Essas condições podem afetar a performance acadêmica, as relações interpessoais e a saúde física dos jovens. Contudo, muitos sistemas educacionais ainda lutam para fornecer o suporte adequado devido à falta de profissionais especializados.
A Falta de Profissionais Qualificados
A carência de profissionais qualificados, como psicólogos escolares e conselheiros especializados, é um problema crítico. A formação adequada desses profissionais é essencial para a implementação de estratégias eficazes de intervenção e prevenção (Wei et al., 2013). Além disso, a ausência desses profissionais pode resultar na sobrecarga dos docentes, que muitas vezes não têm formação específica para lidar com questões de saúde mental (Collins et al., 2011).
Impactos da Escassez de Profissionais
A falta de suporte adequado pode levar a consequências graves para os alunos. Sem o suporte necessário, questões de saúde mental podem não ser identificadas ou tratadas precocemente, o que pode resultar em agravamento dos sintomas e impacto negativo na vida acadêmica e social dos alunos (Weist et al., 2005). A ausência de intervenção pode também contribuir para um ambiente escolar menos acolhedor e mais propenso a conflitos e desengajamento.
Abordagens e Soluções Potenciais
Para enfrentar a falta de profissionais qualificados, diversas abordagens podem ser consideradas. A formação e capacitação de professores em estratégias básicas de saúde mental pode ajudar a preencher a lacuna existente (Wang et al., 2014). Além disso, parcerias com instituições de saúde mental e programas de apoio comunitário podem oferecer suporte adicional (Hoagwood & Johnson, 2003). Investimentos em programas de prevenção e educação para a saúde mental também são essenciais para criar um ambiente escolar mais inclusivo e proativo.
A falta de profissionais qualificados para lidar com a saúde mental dos alunos do Ensino Médio é um problema sério que necessita de atenção urgente. O investimento na formação de profissionais, bem como na criação de parcerias e programas de apoio, pode ajudar a mitigar os impactos negativos e promover um ambiente escolar mais saudável e produtivo. É crucial que políticas públicas e práticas educacionais priorizem a saúde mental dos alunos para garantir seu desenvolvimento pleno e saudável.
A importância da saúde mental na adolescência é fundamental para o desenvolvimento dos jovens e pode influenciar significativamente em várias áreas ao longo de sua vida, como a identidade e autoestima.
Durante a adolescência os jovens estão explorando e desenvolvendo sua identidade pessoal e problemas como depressão e ansiedade, e isso pode impactar profundamente este processo, que é de extrema importância para o jovem. Esses adolescentes estão na transição para a vida adulta, e consequentemente a pressão das responsabilidades vão os perseguir ao longo do tempo, e problemas não tratados e nem identificados na adolescência irá afetar na diretamente a qualidade de vida na idade adulta.
Na adolescência os jovens sofrem flutuações emocionais, que são frequentes, além das intensas variações nos estados emocionais ao longo do tempo. Essas flutuações são comuns nessa fase, porque faz parte do desenvolvimento, mas se essas variações emocionais forem extremas, poderá agravar o desenvolvimento emocional desse indivíduo, principalmente no desempenho acadêmico.
Ter um psicólogo em uma unidade escolar, para auxiliar os adolescentes, que estão numa fase de desenvolvimento da vida, aonde muitas pessoas necessitam de apoio com aconselhamento individual, oferecendo suporte emocional e psicológico aos alunos que enfrentam dificuldades pessoais, familiares, acadêmicas ou de relacionamentos.
Com intervenções de crises, mediações de conflitos, intervir em conflitos entre alunos e professores ou mesmo entre alunos e familiares, ajudando encontrar soluções pacíficas e construtivas, esses profissionais colaboraram para a criação de um ambiente escolar que promova o bem-estar emocional e o sucesso acadêmico dos alunos.
A Lei Federal 13.935/2019, conhecida como Lei da Psicologia nas Escolas, visa promover a presença de psicólogos nas redes públicas de educação básica. No entanto, sua aplicabilidade pode ser limitada por diversos motivos, como a falta de recursos financeiros, pois escolas não tem orçamento suficiente para a contratação de psicólogos ou especialistas, além de barreiras burocráticas, os processos para contratação de novos profissionais pode ser demorados e complicados, dificultando a implementação da lei, resistência a mudanças por parte de alguns gestores ou comunidades escolares, que podem não compreender totalmente os benefícios de ter psicólogos nas escolas e a priorização de outras necessidades em alguns casos.
É uma legislação brasileira que estabelece diretrizes para a atuação de psicólogos nas instituições de ensino. Ela foi sancionada em 2019 e tem como objetivo principal promover o bem-estar emocional e o desenvolvimento psicológico dos alunos nas escolas.
Aqui estão alguns pontos principais sobre a lei:
Inserção dos Psicólogos nas Escolas: A lei determina que as redes de ensino devem contar com a presença de psicólogos para atuar diretamente nas escolas. Essa medida visa garantir que os alunos recebam apoio psicológico adequado e possam lidar melhor com questões emocionais e comportamentais.
Objetivos da Atuação: O trabalho dos psicólogos nas escolas tem como foco principal a promoção da saúde mental dos estudantes, a prevenção de problemas emocionais e comportamentais, e o suporte ao desenvolvimento integral das crianças e adolescentes. Os psicólogos também podem colaborar com os professores e outros profissionais da educação para criar um ambiente escolar mais saudável.
Capacitação e Formação: A lei reforça a necessidade de capacitação contínua para os psicólogos que atuam nas escolas, garantindo que eles estejam atualizados com as melhores práticas e abordagens na área da psicologia educacional.
Integração com a Comunidade Escolar: A presença de psicólogos nas escolas também busca melhorar a integração entre a escola, a família e a comunidade. Eles podem atuar como mediadores em situações de conflito e oferecer suporte na construção de estratégias educacionais que atendam às necessidades emocionais e psicológicas dos alunos.
Implementação e Recursos: A lei prevê a necessidade de planejamento e recursos adequados para a implementação eficaz do trabalho dos psicólogos nas escolas. Isso inclui a adequação do ambiente escolar e a alocação de recursos financeiros e humanos para viabilizar a atuação desses profissionais.
A Lei da Psicologia nas Escolas é uma importante iniciativa para a promoção da saúde mental e emocional no ambiente escolar, reconhecendo o papel fundamental dos psicólogos no desenvolvimento integral dos alunos e na criação de um ambiente educacional mais inclusivo e acolhedor. No entanto, as escolas frequentemente priorizam outras necessidades urgentes, como infraestrutura física e recursos didáticos, em relação à contratação de psicólogos. Para que a lei seja implementada em mais escolas, é necessário um esforço conjunto entre governos, gestores educacionais, profissionais da psicologia e a comunidade escolar para superar essas barreiras e garantir que os alunos tenham acesso ao apoio psicológico necessário para seu desenvolvimento integral.
RESULTADOS DA PEQUISA
Foi realizada duas pesquisas de campo, sendo a primeira junto aos alunos da escola EE Prof. Manoel Camillo Junior, no município de Pariquera-Açú/SP, obtivemos um total de 145 alunos dos 1º, 2º e 3º anos. E a segunda pesquisa foi realizada na Escola Técnica de Registro, no município de Registro/SP, obtivemos um total de 137 alunos dos 1º, 2º e 3º anos. Na sequência estaremos apresentando as análises dos gráficos relacionados as escolas.
1ª Análise: EE Prof. Manoel Camillo Junior – Pariquera-Açú
1. Quantos anos você tem?
A maioria dos alunos está na faixa etária de 15 anos (42,8%), seguida pelos de 16 anos (33,8%) e, por fim, os de 17 anos (18,6%).
A predominância de alunos de 15 anos sugere que essa faixa etária pode ser a mais impactada pela falta de suporte adequado à saúde mental. O período dos 15 anos é crucial, pois representa uma fase de transição significativa, com desafios emocionais e sociais intensos que são críticos para o desenvolvimento saudável.
A ausência de profissionais qualificados pode afetar desproporcionalmente os alunos mais novos, que estão no início do Ensino Médio e enfrentam novos desafios acadêmicos e sociais.
Os alunos de 16 e 17 anos também enfrentam desafios significativos, como a preparação para vestibulares e decisões sobre o futuro profissional. Essas questões são estressantes e podem exigir apoio psicológico especializado para ajudar a lidar com a pressão e a ansiedade associadas.
A menor porcentagem de alunos de 17 anos não diminui a necessidade de suporte para essa faixa etária; ao contrário, pode indicar uma falta de dados representativos ou uma subnotificação das necessidades desses estudantes. Portanto, é essencial garantir que o suporte psicológico seja acessível e adequado para todas as faixas etárias no Ensino Médio, assegurando que todos os alunos recebam o apoio necessário para enfrentar seus desafios emocionais e acadêmicos.
2. Gênero
A distribuição das respostas por gênero mostra que 46,9% dos participantes se identificam como femininas, 42,1% como masculinos e 11% preferem não revelar seu gênero.
A maior representação feminina pode indicar uma abertura maior para discutir questões de saúde mental, enquanto a menor participação masculina sugere possíveis barreiras relacionadas a estigmas culturais que desencorajam a busca de ajuda.
A significativa porcentagem de respostas "Prefiro não dizer" pode indicar desconforto em revelar o gênero e aponta para a necessidade de políticas inclusivas que respeitem a privacidade dos alunos.
É crucial adaptar o suporte psicológico nas escolas para atender às diferentes necessidades e superar estigmas, garantindo que todos os alunos possam buscar ajuda sem constrangimentos.
3. Como você julga que está sua saúde mental no momento?
A pesquisa que originou o gráfico, cujo tema central é a percepção da saúde mental entre alunos do Ensino Médio, revela um panorama preocupante. As respostas abertas incluíram as opções: "Boa", "Estável", "Razoável", "Ruim", "Péssima", e "Ruim por conta do bullying".
A análise das respostas aponta para uma diversidade de experiências emocionais, com destaque para um alto percentual de alunos que não consideram sua saúde mental satisfatória.
Um aspecto alarmante é o elevado número de estudantes que julgam sua saúde mental como "Ruim" ou "Péssima". Além disso, a inclusão de uma categoria específica relacionada ao bullying ("Ruim por conta do bullying") ressalta que uma parte significativa dos alunos não apenas enfrenta problemas de saúde mental, mas também os relaciona diretamente ao ambiente escolar.
A categoria "Razoável" indica uma condição mental instável, onde os alunos não se consideram nem bem, nem mal. Isso pode sugerir uma vulnerabilidade latente, onde esses jovens estão potencialmente à beira de um agravamento de sua condição mental.
O número de alunos que responderam "Boa" ou "Estável" parece ser consideravelmente menor em comparação com as respostas negativas. Isso pode indicar que a saúde mental dos alunos do Ensino Médio está sendo pouco cuidada ou, pior, negligenciada.
A menção específica ao bullying como fator determinante para uma saúde mental "Ruim" sugere que as instituições de ensino podem não estar abordando adequadamente as questões de bullying, que claramente têm um impacto significativo no bem-estar dos alunos.
4. Você já fez terapia?
Apenas 22,1% dos respondentes afirmaram que fazem ou já fizeram terapia, o que indica que uma grande maioria, 77,9%, nunca participou de um processo terapêutico. Essa baixa adesão pode refletir a falta de recursos ou dificuldades de acesso a serviços especializados. No contexto dos alunos do Ensino Médio, isso sugere que a maioria dos jovens não está recebendo o suporte psicológico adequado, o que pode impactar negativamente seu bem-estar emocional e acadêmico.
Diversas barreiras podem contribuir para a baixa adesão à terapia, incluindo estigmas associados à saúde mental, falta de informação sobre os benefícios da terapia, e questões financeiras ou logísticas. A predominância de respostas negativas destaca a necessidade urgente de estratégias para tornar a terapia mais acessível e aceitável para os jovens.
Além disso, a falta de profissionais qualificados para cuidar da saúde mental dos alunos de Ensino Médio é uma questão crítica. Se a maioria dos alunos não tem acesso à terapia, é provável que também não disponham de suporte psicológico de qualidade no ambiente escolar.
Isso reforça a necessidade de aumentar a presença de profissionais de saúde mental nas escolas e garantir que estejam adequadamente treinados para lidar com as questões enfrentadas por esses jovens.
5. Existe alguma situação específica na escola que tem prejudicado sua saúde mental?
Um gráfico que explora a questão "Existe alguma situação específica na escola que tem prejudicado sua saúde mental?" revelou várias respostas significativas que ajudam a entender os principais desafios enfrentados pelos alunos.
A análise dessas respostas oferece insights valiosos sobre a necessidade de profissionais qualificados para abordar essas questões de forma eficaz.
Respostas "Sim" e "Não" A resposta "Sim" indica que muitos alunos identificam situações específicas dentro da escola que impactam negativamente sua saúde mental. Em contraste, a resposta "Não" sugere que alguns alunos não percebem problemas evidentes ou podem não estar cientes dos fatores que afetam seu bem-estar psicológico. Esta diferença pode refletir uma variação na percepção ou na capacidade dos alunos de identificar e articular questões relacionadas à sua saúde mental.
2. Aspectos Relacionados ao Ambiente Escolar Entre as respostas que se destacaram estão "As agentes" e "O excesso de conteúdos e atividades". A menção a "As agentes" sugere possíveis problemas com a equipe administrativa ou de suporte escolar, como orientadores ou agentes educacionais. Esses problemas podem incluir a falta de apoio adequado ou uma comunicação ineficaz, que pode afetar a capacidade dos alunos de obter ajuda quando necessário.
O "excesso de conteúdos e atividades" reflete a carga acadêmica elevada enfrentada pelos alunos. A pressão para realizar múltiplas tarefas e atividades pode levar a um aumento significativo no estresse e na ansiedade. A sobrecarga acadêmica é um fator importante que precisa ser gerido com cuidado para não comprometer a saúde mental dos alunos.
3. Problemas de Relacionamento e Exclusão Respostas como "Bullying e piadas de mal gosto", "Falta de empatia dos alunos", e "Exclusão" destacam problemas graves relacionados ao comportamento entre colegas. O bullying e as piadas de mal gosto indicam um ambiente escolar hostil que pode prejudicar seriamente a autoestima e a segurança emocional dos alunos. A falta de empatia entre os colegas e a exclusão social também são fatores que contribuem para um sentimento de isolamento e de não pertencimento, o que pode intensificar os problemas de saúde mental.
Além disso, a questão dos "Apelidos feios" sugere que a prática de usar nomes depreciativos é um problema comum que alimenta um ambiente negativo e prejudica o bem-estar dos alunos. Esses comportamentos contribuem para um clima escolar tóxico e exigem intervenções específicas para serem mitigados.
4. Problemas Relacionados a Alunos e Professores A resposta que menciona "Alunos e professores" indica que há desafios nas relações interpessoais tanto com colegas quanto com professores. Isso pode incluir conflitos, falta de suporte por parte dos professores ou uma relação tensa que afeta o bem-estar dos alunos. A dinâmica entre alunos e professores é crucial para a criação de um ambiente de aprendizagem positivo e deve ser cuidadosamente monitorada e ajustada conforme necessário.
Portanto, análise das respostas revela que as principais preocupações relacionadas à saúde mental dos alunos de Ensino Médio estão associadas a vários fatores críticos:
Carga acadêmica e ambiente escolar: A pressão acadêmica elevada e problemas administrativos podem contribuir significativamente para o estresse dos alunos.
Problemas de relacionamento e exclusão: O bullying, a falta de empatia, a exclusão e os apelidos depreciativos são fatores que criam um ambiente escolar hostil e prejudicial.
Interações entre alunos e professores: Relações problemáticas podem impactar negativamente o bem-estar dos alunos.
6. Você acha que seu estado de saúde mental tem atrapalhado seu desempenho na escola? Ou tem impactado negativamente suas relações?
As respostas apresentam uma variedade de respostas que fornecem insights sobre como a saúde mental dos alunos de Ensino Médio influencia suas atividades escolares e suas interações sociais.
A análise dessas respostas é crucial para entender a magnitude dos desafios enfrentados pelos alunos e a necessidade de suporte adequado, aqui está as que mais se destacaram.
Sim: Esta resposta indica que uma parte significativa dos alunos acredita que seu estado de saúde mental afeta negativamente tanto seu desempenho acadêmico quanto suas relações interpessoais. Isso sugere uma percepção generalizada de que a saúde mental tem um impacto relevante no cotidiano escolar e nas interações sociais.
Não: Responder "Não" pode indicar que alguns alunos não percebem uma relação direta entre sua saúde mental e seu desempenho escolar ou relações sociais. Alternativamente, pode refletir uma falta de autoconsciência ou dificuldade em reconhecer o impacto desses fatores.
"No quesito ansiedade, atrapalha um pouco": Esta resposta sugere que a ansiedade, um aspecto específico da saúde mental, tem um efeito moderado sobre o desempenho escolar e as relações dos alunos. A ansiedade pode causar dificuldades em manter a concentração e em interações sociais, afetando assim a qualidade do desempenho acadêmico e das relações interpessoais.
"Sim, atrapalha quanto na escola, quanto nas relações": Esta resposta reflete um impacto abrangente da saúde mental nas duas áreas mencionadas. Os alunos que oferecem essa resposta percebem uma influência negativa significativa da sua saúde mental tanto em seu desempenho acadêmico quanto em suas relações sociais, indicando a necessidade de um suporte mais integrado e abrangente.
Portanto, muitos alunos acreditam que sua saúde mental afeta tanto seu desempenho escolar quanto suas relações sociais.
Isso demonstra a importância de abordar questões de saúde mental de forma holística, além de que a ansiedade é destacada como um problema específico que interfere moderadamente na capacidade dos alunos de se concentrar e interagir socialmente.
7. Você consegue identificar algum motivo que esteja causando essa situação? Caso se sinta à vontade, saiba que você tem liberdade para falar sobre isso neste espaço.
A pergunta revela diversas respostas que destacam as causas percebidas pelos alunos para suas dificuldades de saúde mental.
Essas respostas oferecem uma visão profunda dos fatores que afetam o bem-estar dos estudantes e evidenciam a necessidade de suporte especializado.
A análise das respostas mais destacadas ajuda a compreender os problemas subjacentes e a necessidade de intervenção.
Respostas Principais e Interpretação
1. Problemas Familiares
"Problemas familiares": Indica que questões pessoais em casa estão impactando a saúde mental dos alunos. Problemas familiares podem gerar estresse, insegurança e distração, afetando o desempenho acadêmico e o bem-estar geral dos alunos.
2. Ansiedade e Percepção de Julgamento
"Minha ansiedade me faz distorcer a realidade, o que me faz pensar que as pessoas ao meu redor estão sempre me julgando": Reflete como a ansiedade pode levar a distorções cognitivas, aumentando a percepção de julgamento e críticas, o que intensifica o sofrimento emocional e prejudica a interação social.
3. Baixa Autoestima e Insegurança
"Baixa autoestima" e "Insegurança": Ambos os fatores estão intimamente relacionados e indicam que a falta de confiança e autovalorização impacta a saúde mental dos alunos, gerando dificuldades em enfrentar desafios acadêmicos e sociais.
4. Acúmulo de Tarefas e Sobrecarga
"Acúmulo de tarefas" e "o excesso de atividades e trabalhos juntamente com o descaso dos professores": A carga excessiva de tarefas e a falta de suporte por parte dos professores são identificadas como fontes significativas de estresse e sobrecarga, afetando o desempenho e a saúde mental dos alunos.
5. Bullying e Exclusão
"O bullying por conta do meu corpo e problema de fala, me deixam com vergonha de ir para escola", "Tristeza ansiedade eu sofro bullying na escola", e "Aluno que não respeita ninguém, falta de empatia": O bullying e a exclusão são problemas graves que afetam a autoestima e a disposição dos alunos para frequentar a escola. A falta de respeito e empatia contribui para um ambiente hostil e prejudica a saúde mental.
6. Cobrança e Pressão Acadêmica
"Cobrança, pelas lições, responsabilidades, etc.": A pressão para atender às expectativas acadêmicas e responsabilidades é uma fonte importante de estresse, afetando a saúde mental dos alunos e gerando sentimentos de sobrecarga e inadequação.
8. Você toma ou já tomou algum medicamento psiquiátrico?
A resposta de apenas 11% afirmando ter tomado medicamentos psiquiátricos indica que a grande maioria, 89%, não utilizou esses medicamentos. Isso sugere que uma quantidade relativamente pequena de pessoas tem uma história de tratamento com medicamentos psiquiátricos.
Entre elas, pode haver uma falta de diagnóstico adequado ou uma resistência a buscar tratamento devido a estigmas associados aos problemas de saúde mental e ao uso de medicamentos.
É possível que muitos dos jovens que necessitam de medicamentos psiquiátricos não estejam recebendo o diagnóstico ou tratamento adequado.
Isso pode estar ligado à escassez de profissionais qualificados para avaliar e tratar condições psiquiátricas nos ambientes escolares, além do estigma relacionado ao uso de medicamentos psiquiátricos pode desencorajar os alunos e suas famílias de buscar ajuda.
Além disso, a falta de conhecimento sobre quando e como esses medicamentos são usados pode contribuir para a baixa taxa de utilização.
9. A presença de um psicólogo em sua escola ajudaria no seu desenvolvimento acadêmico?
A maioria dos respondentes (60,7%) acredita que a presença de um psicólogo na escola contribuiria positivamente para seu desenvolvimento acadêmico. Isso indica uma percepção significativa de que o apoio psicológico pode impactar favoravelmente o desempenho e o bem-estar dos alunos, ajudando a melhorar a capacidade de lidar com o estresse, o bullying e as pressões acadêmicas.
Por outro lado, 39,3% dos alunos consideram que a presença de um psicólogo não ajudaria no seu desenvolvimento acadêmico. Isso sugere uma percepção dividida sobre o impacto do suporte psicológico.
Esses alunos podem não ver uma relação direta entre o apoio psicológico e o desempenho acadêmico ou podem ter outras formas de suporte que consideram mais eficazes.
É possível que alguns alunos não estejam completamente informados sobre os benefícios que um psicólogo escolar pode oferecer, ou tenham tido experiências negativas com serviços de saúde mental, não percebendo um impacto positivo em casos anteriores.
Além disso, alguns alunos podem já ter acesso a outras formas de apoio que consideram mais relevantes para seu desenvolvimento acadêmico.
2ª Análise: Escola Técnica de Registro – Registro/SP
1. Quantos anos você tem?
A maior parte dos respondentes tem 15 anos (40,9%), seguida por 16 anos (32,1%) e 17 anos (23,4%). Isso indica que a maioria dos participantes está no início da faixa etária do Ensino Médio, com uma distribuição relativamente equilibrada entre os diferentes anos de idade.
As necessidades e desafios relacionados à saúde mental podem variar com a idade. Alunos de 15 anos podem estar lidando com questões de adaptação ao Ensino Médio e à adolescência, enquanto aqueles com 16 e 17 anos podem enfrentar pressões adicionais relacionadas a escolhas de carreira e preparação para o futuro.
A presença de psicólogos escolares deve considerar as necessidades específicas de cada faixa etária. Alunos de 15 anos podem precisar de apoio na adaptação às novas demandas acadêmicas e sociais, enquanto os de 16 e 17 anos podem precisar de suporte para questões relacionadas à pressão para desempenho acadêmico e decisões futuras.
2. Gênero
A maioria dos respondentes (51,8%) é do gênero feminino, enquanto 41,3% são do gênero masculino. Essa distribuição sugere uma leve predominância de alunos do gênero feminino na amostra, mas a diferença entre os gêneros não é extremamente grande.
Estudos indicam que meninas e meninos podem enfrentar diferentes desafios em relação à saúde mental. As meninas, por exemplo, frequentemente relatam maiores níveis de ansiedade e depressão, enquanto os meninos podem ter mais dificuldades em expressar emoções e buscar ajuda. Com a predominância feminina na amostra, pode ser necessário considerar essas diferenças ao planejar e implementar programas de apoio psicológico.
Portanto, é importante que os serviços de saúde mental nas escolas abordem as questões e preocupações específicas de cada gênero, garantindo que todos os alunos, independentemente do gênero, tenham acesso equitativo aos serviços de saúde mental.
3. Como você julga que está sua saúde mental no momento?
"Boa" e "Estável": Essas respostas indicam que alguns alunos estão em um estado relativamente positivo ou equilibrado em relação à sua saúde mental. No entanto, mesmo aqueles que se sentem bem podem estar lidando com desafios que não são imediatamente evidentes.
"Razoável": Sugere que a saúde mental dos alunos é aceitável, mas pode haver áreas que necessitam de melhoria ou suporte adicional.
"Péssima" e "Horrível": Refletem um estado grave de saúde mental, onde os alunos estão enfrentando dificuldades significativas. Essas respostas destacam a necessidade urgente de intervenção e suporte especializado.
"Ansiosa": Indica que a ansiedade é um problema predominante para alguns alunos, o que pode afetar seu desempenho acadêmico e suas relações interpessoais.
"Cansado emocionalmente": Reflete um estado de exaustão emocional, sugerindo que os alunos estão sobrecarregados e podem estar lutando para gerenciar suas responsabilidades e emoções.
"Tendo altos e baixos": Indica uma experiência de instabilidade emocional, onde os alunos passam por períodos de bem-estar e momentos de dificuldades. Isso pode ser um sinal de desafios contínuos que afetam sua saúde mental.
"Prejudicada pelo excesso de obrigações e responsabilidades": Aponta que a carga acadêmica e outras responsabilidades estão impactando negativamente a saúde mental dos alunos. A sobrecarga pode contribuir para sentimentos de estresse e cansaço emocional.
4. Você já fez terapia?
Apenas 24,8% dos respondentes indicam que já fizeram terapia, enquanto a maioria, 75,2%, nunca passou por esse tipo de tratamento. Essa discrepância sugere que uma grande parte dos alunos do Ensino Médio não tem experiência com terapia psicológica.
A baixa taxa de experiência com terapia pode refletir barreiras no acesso a serviços de saúde mental, como custos, falta de disponibilidade de profissionais qualificados ou estigmatização da terapia. Isso indica que muitos alunos que poderiam se beneficiar desse suporte não estão recebendo-o. Além disso, pode haver falta de informação sobre os benefícios da terapia e como ela pode ajudar no desenvolvimento pessoal e acadêmico, o que pode levar os alunos a não considerarem essa opção.
Portanto, é crucial investir na contratação de psicólogos e outros profissionais de saúde mental nas escolas para aumentar o acesso à terapia. Promover a educação sobre saúde mental e os benefícios da terapia pode ajudar a reduzir o estigma e aumentar a aceitação. Programas educacionais podem informar os alunos sobre como a terapia pode ser benéfica para seu bem-estar emocional e acadêmico.
5. Você toma ou já tomou algum medicamento psiquiátrico?
A análise revela que apenas 6,6% dos respondentes afirmaram usar ou ter usado medicamentos psiquiátricos, enquanto 93,4% disseram que nunca usaram esses medicamentos. Esse dado sugere que a grande maioria dos alunos do Ensino Médio não está em tratamento com medicamentos psiquiátricos.
A alta porcentagem de alunos que nunca usaram medicamentos psiquiátricos pode sinalizar uma falta de diagnóstico adequado ou resistência ao tratamento. Muitos alunos que enfrentam desafios emocionais ou psicológicos podem não estar recebendo o suporte necessário, o que pode impactar negativamente seu bem-estar acadêmico e pessoal.
A ausência de tratamento medicamentoso pode também sugerir que os alunos estão enfrentando problemas sem o suporte adequado, o que pode estar vinculado à escassez de profissionais de saúde mental qualificados nas escolas.
Em suma, a baixa taxa de uso de medicamentos psiquiátricos entre os alunos destaca a necessidade de aumentar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado, além de promover uma educação mais ampla sobre saúde mental para garantir que todos os alunos recebam o suporte necessário para seu desenvolvimento saudável e bem-estar emocional.
Por fim, abordar essa questão, é crucial garantir que haja um acesso mais amplo e equitativo a profissionais qualificados e a recursos adequados para diagnóstico e tratamento
6. Existe alguma situação específica na escola que tem prejudicado sua saúde mental?
A análise das respostas à pergunta "Existe alguma situação específica na escola que tem prejudicado sua saúde mental?" revela vários fatores críticos que afetam a saúde mental dos alunos de Ensino Médio. A resposta "Sim" indica que muitos alunos identificam problemas específicos na escola que impactam negativamente seu bem-estar, enquanto "Não" sugere que alguns alunos não percebem tais problemas ou não os identificam como impactantes.
As respostas destacam o estresse associado à "semana de provas" e à "pressão diária e a rotina" como fatores significativos que contribuem para a ansiedade e o cansaço emocional. Os períodos de avaliação intensiva e a pressão constante para manter um bom desempenho são fontes de estresse contínuo para os alunos.
Além disso, a "sobrecarga, excesso de trabalhos e autocobrança" e o "acúmulo de trabalhos" são mencionados como fatores que exacerbam o estresse. A quantidade excessiva de tarefas e a pressão interna para atender a essas demandas criam um ambiente estressante, que pode levar a problemas de saúde mental. A "cobrança" externa, seja por parte de professores ou pais, também contribui para o estresse, mostrando que a pressão externa é um fator importante a ser considerado.
Essas respostas sublinham a necessidade de suporte especializado nas escolas. A presença de profissionais qualificados, como psicólogos e orientadores escolares, pode ser fundamental para ajudar os alunos a gerenciarem o estresse acadêmico e a sobrecarga de trabalho.
Além disso, é essencial revisar e ajustar as práticas acadêmicas para reduzir a pressão e criar um ambiente mais equilibrado e saudável para os alunos.
7. Você acha que seu estado de saúde mental tem atrapalhado seu desempenho na escola? Ou tem impactado negativamente suas relações?
A análise das respostas, revela uma ampla gama de experiências e percepções dos alunos de Ensino Médio sobre como sua saúde mental influencia suas atividades acadêmicas e suas interações sociais.
Muitos alunos relatam que sua saúde mental tem um impacto significativo no desempenho escolar e nas relações interpessoais. Respostas como "a ansiedade me deixa sonolenta além de desviar fácil a atenção" e "sim, por conta do cansaço mental" indicam que a ansiedade e a exaustão mental afetam a capacidade de concentração e o rendimento acadêmico.
A dificuldade em manter o foco e a sensação de cansaço são manifestações comuns de problemas de saúde mental que podem comprometer a eficácia dos alunos em suas tarefas escolares.
O estresse relacionado ao volume de trabalho é outro fator frequentemente mencionado. Alunos afirmam que "sim, estresse e falta de concentração" e "sim, pelo fato de ter vários conteúdos e trabalhos acabam gerando mais ansiedade e estresse". Essas respostas evidenciam que a carga excessiva de tarefas e as demandas acadêmicas contribuem para um aumento da ansiedade, o que por sua vez impacta negativamente a concentração e o desempenho.
Além disso, alguns alunos percebem o impacto de forma variável. Respostas como "eu diria que depende do momento, mas atrapalha minhas relações escolares” e "eu não acho que está afetando meu desempenho muito, mas com certeza está afetando minhas relações" sugerem que, embora o desempenho acadêmico possa não ser sempre severamente afetado, as relações interpessoais são consistentemente prejudicadas.
Isso indica que a saúde mental pode afetar mais intensamente as interações sociais do que o rendimento escolar em certos momentos.
Finalmente, a resposta "sim, eu acho que o meu estado mental tem atrapalhado meu desempenho escolar e impactado negativamente as minhas relações" revela que muitos alunos percebem um impacto abrangente e negativo da sua saúde mental tanto em seu desempenho acadêmico quanto em suas relações interpessoais.
8. Você consegue identificar algum motivo que esteja causando essa situação? Caso se sinta à vontade, saiba que você tem liberdade para falar sobre isso neste espaço.
A análise das respostas, revela uma variedade de fatores que contribuem para os problemas de saúde mental dos alunos de Ensino Médio. Entre as respostas que se destacam, podemos identificar algumas causas principais que afetam a saúde mental dos estudantes.
Alguns alunos apontam "problemas em casa, estresse com situações e atitudes irresponsáveis dos outros", indicando que questões pessoais e conflitos fora do ambiente escolar têm um impacto significativo na saúde mental. Esses problemas familiares e o estresse associado a comportamentos irresponsáveis de outros indivíduos influenciam a dificuldade dos alunos em gerenciar sua saúde mental.
Outra resposta relevante é "não ter conseguido se adaptar", que revela a dificuldade de alguns alunos em ajustar-se ao ambiente escolar ou às mudanças acadêmicas. A falta de adaptação pode gerar sentimentos de inadequação e estresse, impactando a saúde mental e o desempenho acadêmico.
Além disso, a "pressão psicológica em parte dos professores e da escola, além da adaptação" foi mencionada, sugerindo que a pressão das autoridades acadêmicas e o desafio de se ajustar ao ambiente escolar são fatores que contribuem para o estresse e a ansiedade dos alunos. A pressão adicional e as dificuldades em atender às expectativas podem intensificar os problemas de saúde mental.
O "excesso de atividades com a pouca preocupação da saúde mental" também foi destacado como uma causa importante. Muitos alunos percebem que a carga excessiva de tarefas e a falta de atenção para a saúde mental resultam em sobrecarga significativa. Essa carga de trabalho, sem uma gestão adequada do bem-estar emocional, pode levar a estresse e exaustão.
Por fim, as "redes sociais" foram apontadas como um fator relevante. O impacto das redes sociais na saúde mental dos alunos pode ser significativo, contribuindo para questões como comparação social, pressão para se encaixar e cyberbullying, todos aspectos que afetam a saúde mental.
Essas respostas mostram que a saúde mental dos alunos de Ensino Médio é influenciada por uma combinação de fatores internos e externos. Problemas familiares, dificuldades de adaptação, pressão acadêmica, excesso de atividades e o impacto das redes sociais são todos fatores que contribuem para estresse e ansiedade.
Portanto, é crucial a presença de profissionais qualificados nas escolas, como psicólogos e orientadores, para ajudar os alunos a enfrentarem esses desafios e criar um ambiente de apoio que possa melhorar seu bem-estar emocional e desempenho acadêmico.
9. A presença de um psicólogo em sua escola ajudaria no seu desenvolvimento acadêmico?
A análise das respostas mostra que 80,3% dos alunos acreditam que um psicólogo escolar contribuiria positivamente para seu desempenho acadêmico. Em contraste, 19,7% não veem essa ajuda como relevante para seu desenvolvimento.
A alta porcentagem de respostas afirmativas indica que a maioria dos alunos reconhece o valor do suporte psicológico para lidar com estresse, ansiedade e dificuldades de aprendizagem.
Esse reconhecimento reforça a necessidade de integrar psicólogos nas escolas, pois seu apoio pode melhorar o bem-estar emocional e, consequentemente, o desempenho acadêmico dos alunos.
A menor porcentagem de respostas negativas pode refletir uma falta de conscientização sobre os benefícios do apoio psicológico ou a preferência por outras formas de suporte.
Análise da entrevista da psicóloga do Instituto Federal de Registro
A entrevistada, uma psicóloga que atua em um Instituto Federal, aborda diversos desafios enfrentados na inclusão educacional de estudantes com necessidades especiais. Ela destaca a importância de ter intérpretes de Libras, ressaltando que uma intérprete de sua equipe desenvolveu uma lesão crônica nos ombros devido à carga horária extenuante de interpretação, que era de oito horas diárias. Ela compara essa experiência à de alguém que lava louça por longos períodos: “Depois de mais de meia hora lavando louça, você já começa a sentir dor nas costas e nos braços.” Essa analogia serve para evidenciar o impacto físico do trabalho de interpretação e a necessidade de revezamento para evitar lesões.
A psicóloga enfatiza a importância de receber o material das aulas com antecedência. “Quando a intérprete chega e não tem noção do conteúdo que será apresentado — como uma aula de termodinâmica — fica quase impossível interpretar adequadamente, já que não há vocabulário estabelecido para muitos dos termos técnicos.” Esse tipo de situação revela falhas na comunicação entre professores e intérpretes, que podem comprometer o atendimento educacional dos alunos surdos.
Ela também relata um caso com um estudante cadeirante que enfrentava dificuldades para escrever na prancheta devido à sua altura em relação à cadeira. “Foi uma colega que notou isso e comunicou à professora. Muitas vezes, é necessário que alguém chame a atenção para questões que parecem óbvias, mas que, por um motivo ou outro, passam despercebidas.” Esse relato mostra como a inclusão exige atenção cuidadosa às necessidades específicas de cada aluno.
No que diz respeito aos estudantes autistas, a entrevistada menciona que, apesar de muitos terem um hiperfoco em tecnologia, enfrentam dificuldades relacionadas à comunicação e à alimentação. “A seletividade alimentar é um problema comum; eles podem passar o dia sem comer e não conseguem expressar que estão com fome, levando a episódios de mal-estar. A comunicação desses sentimentos é frequentemente um desafio, e precisamos estar atentos a esses sinais.”
A falta de identificação e avaliação adequada das necessidades dos alunos é um ponto crítico que a entrevistada aborda: “Nós não realizamos identificações sistemáticas. Muitos alunos vêm com laudos de deficiência, mas, para outros, não conseguimos fazer esse tipo de avaliação por conta da falta de recursos e apoio.” Ela menciona que a identificação muitas vezes depende de um laudo médico, o que pode ser uma barreira para o acesso a adaptações.
A entrevistada enfatiza a necessidade de um acompanhamento próximo dos estudantes. “É essencial criar um vínculo de confiança para que os alunos se sintam à vontade para compartilhar suas dificuldades. Por exemplo, muitos deles enfrentam problemas familiares que impactam diretamente em sua capacidade de aprendizagem. Quando um aluno não está rendendo bem, pode ser um sinal de que há algo mais acontecendo em sua vida pessoal.”
Ela também discute a questão da reprovação escolar, que gera grande frustração: “Anualmente, temos um número significativo de reprovações, e muitas vezes isso acontece com alunos que recebiam acompanhamento próximo. Isso nos faz sentir que falhamos em nosso papel.” Essa reflexão evidencia a complexidade do processo educacional e a dificuldade em atender a todos os alunos de maneira eficaz.
A pandemia, segundo a psicóloga, exacerbou as questões de saúde mental entre os estudantes. “Observamos um aumento significativo na ansiedade e depressão. O Brasil é um dos países que mais consome medicações psiquiátricas, e muitos alunos estão lidando com essa pressão emocional, que se reflete em seu desempenho acadêmico.” Ela ressalta que a educação deve abordar não apenas o conteúdo curricular, mas também as dificuldades emocionais dos alunos, criando um espaço seguro e acolhedor.
Por fim, a entrevistada conclui que a inclusão vai além da simples adaptação do ambiente físico. “É fundamental ouvir os estudantes e adaptar nossas abordagens às suas experiências individuais. A deficiência não está apenas na pessoa, mas no ambiente que não é capaz de atendê-los adequadamente. Criar um ambiente seguro e respeitoso onde todos possam prosperar é o verdadeiro objetivo da inclusão educacional.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos dados do artigo revela um cenário alarmante sobre a falta de profissionais qualificados para cuidar da saúde mental dos alunos do Ensino Médio nos municípios de Registro e Pariquera-Açu, em São Paulo. Focando em três escolas, o estudo evidencia que apenas o Instituto Federal de Educação conta com psicólogos, o que destaca uma ausência crítica de suporte emocional nas demais instituições.
Essa carência de profissionais impacta negativamente o desempenho acadêmico e o bem-estar dos estudantes. Muitos alunos enfrentam transtornos como ansiedade e depressão, além de desafios relacionados ao bullying e à sobrecarga de tarefas. O estudo mostrou que a maioria dos alunos relata dificuldades significativas em relação à sua saúde mental, o que afeta diretamente tanto suas atividades escolares quanto suas relações interpessoais.
Outro ponto preocupante é a baixa adesão à terapia. Quase 80% dos alunos nunca passaram por um processo terapêutico, o que pode ser explicado pela falta de acesso a profissionais qualificados ou pelo estigma em torno da terapia. Isso ressalta a necessidade de políticas que facilitem o acesso a suporte psicológico dentro das escolas, conforme prevê a Lei 13.935/2019.
O bullying e a pressão acadêmica foram identificados como os principais fatores que prejudicam a saúde mental dos alunos. A sobrecarga de atividades e a falta de suporte adequado contribuem para um aumento da ansiedade e do estresse, gerando um ambiente escolar que, em muitos casos, se mostra hostil. Esse cenário afeta principalmente os estudantes mais novos, que estão em uma fase de transição e adaptação ao Ensino Médio.
A maioria dos alunos acredita que a presença de psicólogos nas escolas ajudaria significativamente no desenvolvimento acadêmico, o que demonstra a conscientização sobre a importância de um apoio especializado. No entanto, a implementação dessa assistência tem sido insuficiente, refletindo tanto na precariedade do ambiente escolar quanto na falta de valorização da saúde mental no contexto educacional.
Portanto, é urgente que medidas sejam adotadas para melhorar o suporte emocional nas escolas. A contratação de psicólogos, a implementação de programas de conscientização sobre saúde mental e a capacitação de professores para lidar com esses problemas de forma eficaz são soluções que podem transformar a realidade atual. Essas ações não só beneficiarão o desempenho acadêmico dos alunos, mas também proporcionarão um ambiente mais acolhedor e propício ao seu desenvolvimento integral.
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1 Discente do Curso Mtec PI Administração - ETEC de Registro
2 Docente do Curso Mtec PI Administração - ETEC de Registro