O USO DAS TICS COMO PROPOSTA DE ENSINO APRENDIZAGEM NA IMPLANTAÇÃO DA LINGUA ESPANHOLA DENTROS DOS CURSOS TÉCNICOS DE ADMINISTRAÇÃO E AGRONEGÓCIO – UM ESTUDO DE CASO DE UMA ETEC DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11069962


Eduardo de Lima Silva
João Vitor de Lima
Tânia Cristina Silva Pessoa


RESUMO
É notório observarmos que nos últimos anos, o ensino da língua espanhola está sendo de suma importância para muitos profissionais que buscam melhoria de trabalhos em diversos países da américa latina, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia dentre outros. Pensando nesse contexto, esta pesquisa buscou levantar e apresentar através de um estudo de caso realizado em uma escola técnica na Rancharia interior de São Paulo, em cursos noturnos, qual seria a importância da implantação de uma disciplina especifica voltada ao aprendizado da língua espanhola nestes cursos. A referida pesquisa, teve sua fundamentação teórica, baseada e pautada em revisões de literaturas existentes já consolidadas nas mais diversas bases de pesquisas digitais tais como Capes, BDTN e também já publicadas em periódicos como os das Universidades estaduais e Federais, tendo como base temporal, achados dos anos de 2010 a 2016. O objetivo geral do estudo foi de apresentar estatísticas que pelas quais pudessem remeter as necessidades reais dos alunos dos cursos noturnos de Administração e do Agronegócio, à um aprendizado diferenciado no momento da finalização do curso, com a proposta de inclusão de da língua espanhola, e tendo como ferramenta de ensino/aprendizagem o uso da TICs (Tecnologia de Informação de Comunicação), usando para isto ambiente como EaD (Ensino a Distância). A abordagem da pesquisa foi considerada como sendo qualitativa, devido o autor ter trabalhado e pesquisado à um número muito pequeno de dados levantados dentro do ambiente proposto, neste caso somente dois ambientes. Os resultados da pesquisa, demonstraram um grande interesse dos alunos matriculados nestes cursos, com relação a implantação na grade destes cursos, uma disciplina especifica voltada ao aprendizado de uma língua latina, neste caso o Espanhol. Como conclusão, ficou óbvi0 o interesse desses discentes por essa disciplina, onde mais de 90% dos alunos entendem de que se trata de uma língua extremamente importante para a busca de sucesso profissional em outros horizontes da américa latina. Como consideração do autor, foi levado a ciência desta necessidade e sugerido com reforços também dos docentes a possível inclusão dessa disciplina nos próximos planos de cursos da instituição.
Palavras-Chave: TIC’s; Ensino a Distância; Língua espanhola; Educação Profissionalizante; Cursos Técnicos.

1 – Introdução

Como sabemos a modalidade EaD já está sendo apresentada e conhecida há algum tempo dentro do ambiente acadêmico, isto é notório quando observarmos principalmente nos cursos de graduações e pós-graduações ofertados nas grandes instituições de ensino em todo o país, cujos cursos mesmo sendo no molde EaD, estão sendo considerados de boa qualidade, de acordo com o MEC – Ministério da Educação e Cultura (2015).

Com esta mudança então, e com a implantação de novas tecnologias dentro das instituições, professores e até mesmos os alunos, passaram a utilizar mais estas ferramentas no seu dia a dia, como sendo uma opção de auxílio no ensino/aprendizagem tantos dos discentes e docentes. Segundo alguns órgão como por exemplo o MEC (2015), afirmam que tanto em cursos de graduação como também de pós-graduação, o que mais chama a atenção é a praticidade e a qualidade dos conteúdos apresentados neste formato, isto porque, uma aula bem preparada, tende a oferecer impressões muito mais agradáveis e de fácil assimilação, isto porque são os alunos que neste formato, podem revisar todo o conteúdo no momento que lhe agradar, diminuindo assim o não entendimento de muitos conteúdos apresentados na forma fisica em sala de aula.

Vale ressaltar que, a EaD bem como a sua origem, está relacionada basicamente ao atendimento das necessidades de um melhor preparo profissional e cultural tanto de estudantes como de qualquer outro profissional que se interesse por este meio de ensino. Reforça-se, que nos últimos anos este formato de ensino aprendizagem configurou-se em uma nova possibilidade de aprendizado à àqueles que por diversos motivos, não podiam ou não podem frequentar uma universidade ou faculdade pelo formato presencial em uma instituição de ensino, devido principalmente à sua indisponibilidade de tempo e principalmente a de recursos financeiros, haja vista que na maioria dos casos as mensalidades são muito caras para uma pessoa que ganha muito pouco.

Desta forma, não podemos dizer que a EaD, está tendo uma importância muito grande na formação e na profissionalização de muitas pessoas em todo o mundo, valendo lembrar que este formato é muito antigo conforme relata Raslan (2009), onde o autor descreve o seguinte:

(...) o EAD, ao longo do tempo, vem sendo ofertado através de vários meios: como por exemplo, correspondências, rádio, televisão e principalmente a internet; tudo isso com o intuito de atender melhor aos mais diversos objetivos do estado federativo como: a ampliação ao acesso à educação em todos os níveis do ensino, a formação técnico-profissionalizante, a alfabetização, o treinamento de trabalhadores, a promoção das atividades culturais, a capacitação em massa dos professores, o apoio às aulas ministradas nos ensinos fundamental e médio e principalmente a expansão e interiorização da oferta de cursos superiores, as mais diversas classes sociais.

Contudo, a necessidade de uma ação mais voltada com vistas primeiramente ao treinamento dos docentes, de uma forma mais “agressiva”, porém, efetiva e no intuito de introduzir e explorar a informática dentro do ambiente acadêmico, é possível afirmar através das pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação (2010), que este meio de ensino está trazendo resultados satisfatórios nos últimos anos dentro das várias instituições de ensino espalhadas em nosso globo terrestre.

Sendo assim, será inegável daqui para frente, não concordar com a importância da presença de ferramentas tecnológicas dentro do ambiente educacional, isto porque elas poderão possibilitar um melhor ensino aprendizagem dentro da sala de aula, e principalmente dentro do ensino Técnico Profissionalizante. Contudo, não diferente de empresas, uma grande maioria de profissionais docentes que atuam dentro de escolas sendo elas públicas ou privadas e até mesmo dentro das faculdades e universidades, desconhecem os benefícios e das possibilidades que o sistema EaD podem ser proporcionar com o uso da ferramenta TIC’s dentro do ensino/aprendizagem.

Uma outra ferramenta extremamente importante para levar o conhecimento a todos e a toda parte do mundo é a internet, isto porque, esta ferramenta tem uma grande importância na auxiliação do aprendizado dentro do ensino a distância, e que pela qual já é totalmente absorvida em diversas instituições de ensino em todos o país. Desta forma, a internet é portanto, um excelente instrumento para o processo de ensino pedagógico, isto porque ela proporciona aos docentes e discentes, um novo olhar na maneira de conhecer tudo o que está a nossa volta e sem sair de casa, tratando-se de uma ferramenta onde o ensinar e o aprender não é mais impossível, e o maus importante a fácil adaptação da ferramenta como recurso pedagógico em instituições de ensino profissionalizante (MIZUKAMI, 2004).

Ainda com relação da importância no ensino a distância dentro da sala de aula, Mizukami (2004), explorar ao afirmar o seguinte a respeito:

A base de conhecimento para o ensino à distância consiste de um corpo de compreensões, conhecimentos, habilidades e disposições que são necessárias para que o professor possa propiciar processos de ensino e aprendizagem aos alunos, em diferentes áreas do conhecimento, níveis, contextos e modalidades de ensino. Essa base envolve conhecimentos de diferentes naturezas, todas elas necessárias e indispensáveis para a atuação profissional. É mais limitada em cursos de formação inicial, e se torna mais aprofundada, diversificada e flexível a partir da experiência profissional refletida e objetivada. Não é fixa e imutável. Implica construção contínua, já que muito ainda está para ser descoberto, inventado, criado.

Afirmemos então que, ao tratar da educação à distância, ela de fato facilita na busca pelo conhecimento de alunos e professores de uma maneira muito fácil e agradável, desta forma, agregando o que já é consolidado em diversos ambientes educacionais como sendo uma metodologia de ensino aprendizagem, e quando somados a um propósito maior que é o aprendizado especificamente dos alunos torna-se ainda mais promissor e pedagógico.

Contudo, esta pesquisa tratará justamente disso, ou seja, do uso das tecnologias na Educação à Distância dentro do ensino técnico profissionalizante tendo como propósito a agregação de valores ao implantar dentro do plano de ensino, uma outra língua estrangeira. Sua contribuição para a classe acadêmica, está no fato de abordar primeiramente as questões pragmáticas do uso das novas tecnologias de informação e comunicação, dentro do ambiente técnico profissionalizante e principalmente em adequá-lo para estudo e prática de uma língua estrangeira privilegiando desta forma, uma grande oportunidade de trabalho aos alunos desta unidade escolar.

Seu objetivo geral é claro e suscinta, pois visará identificar através de gráficos e resultados, coletados dentro das salas de aula (Administração e Agroindústria), a importância do ensino aprendizagem da língua espanhola, com o uso das novas tecnologias e que caso positiva, possa ser também apresentado a direção responsável pelo Centro Paula Souza para que seja gradativamente (até mesmo devido a custos) a implantação do Espanhol nos demais cursos da instituição, como o curso de Agropecuária, Química, Agronegócio e do ensino médio.

1.2 A Linha Espanhola no Ensino Brasileiro

A língua espanhola nos dias atuais, está sendo considerada uma necessidade dentro do contexto educacional brasileiro, isto porque, países que nos rodeiam como a Argentina, Uruguai, Paraguai, Buenos Aires e dentre outros pertencentes do Mercosul, estão instalando filiais de empresas no Brasil e expandindo seus negócios em diversas regiões, fazendo com que novas oportunidades se apresentem à um público que deverá estar cada vez mais preparado para concorrer a uma vaga de emprego.

Isso nos remete a pensar e refletir, sobre a importância do ensino/aprendizagem do idioma espanhol em nosso país, já que atualmente o Brasil tem estreitado seus laços com países hispano-americanos, por questões comerciais e em contrapartida fortalecendo laços com países da américa latina, com a finalidade de principalmente contribuir com as parcerias em questões voltadas as causas sociais, econômicas e políticas. (SOUZA; OLIVEIRA,2010).

Contudo, quando descrevemos e explanamos sobre o ensino do espanhol dentro do sistema educacional brasileiro, nota-se que ele vem se estabelecendo já a alguns anos, cerca de 120 anos mais precisamente, e em um período em que a imigração de pessoas para o Brasil eram muito numerosas.

Sobre isso, Francisco Moreno Fernández (2005, p.18) descreve em sua pesquisa que só no Brasil, há mais de quatro milhões de imigrantes, dos quais 12% são somente de espanhóis. Ainda segundo o autor, estes espanhóis eram ocupantes de terras das regiões Sul e Sudeste do Brasil, acontecido por consequência de graves crises econômicas que acometiam a Espanha em meados do século XIX, entretanto, a inserção da fragmentação da língua espanhola para o Brasil deixou muito mais de sua cultura e de sua língua, mas sim a contribuição no desenvolvimento do Brasil.

Entretanto, diante deste contexto havia a necessidade de implantar a língua espanhola no Brasil, para isso de um ensino educacional no Brasil, há a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) que pela qual, pressupõe uma melhoria importante à respeito da inclusão de uma língua estrangeira como disciplina obrigatória, tudo isso já dentro do Ensino Fundamental e Médio, ou seja, na prática, essa inclusão muda pouco ou quase nada, já que continua a predominar a língua inglesa dentro das mais diversas escolas espalhadas em todo Brasil. Contudo no Ensino Médio, há possibilidades de uma segunda língua estrangeira optativa, que oferece um importante campo de crescimento, neste caso a língua espanhola. (SOUZA; OLIVEIRA,2010).

Foi então neste caminhar de necessidades, que chegamos a denominada “Lei do espanhol”, fundamentada sob o projeto de lei nº3987/00 e apresentado pelo então deputado da época Atila Lira, mais precisamente em 15 de dezembro de 2000, onde ele se manifestou em plenário e com apresentação do projeto, que pelo qual em suas nuances, ofertava ali a língua espanhola como sendo uma língua obrigatória a ser aprendida nas escola municipais, estaduais e particulares em todo o Brasil, porém optativa ao aluno, ou seja, primeiramente a oferta de uma língua mestra a ser ensinada e em segundo plano a apresentação de uma outra língua, como o inglês.

Desta forma, e graças a este projeto, foi que no dia 05 de agosto de 2005, foi sancionada a Lei 11.161/05 que tornava obrigatória a oferta da disciplina língua espanhola nas escolas do Ensino Médio em todo o Brasil, valendo ressaltar, que os alunos poderiam optar por matricular-se na disciplina ou não, cabendo as escolas públicas e privadas o dever de incluírem a nova disciplina em seus currículos, entretanto, já no Ensino Fundamental em todo o país a oferta da disciplina será facultativa (SOUZA; OLIVEIRA,2010). Segundo Souza e Oliveira (2010), seria sobre este contexto e fundamento, que se acreditava que a língua espanhola traria aos alunos uma outra oportunidade de ensino/aprendizagem, isto porque, a língua espanhola para muitos alunos é muito fácil quanto ao aprendizado, muito diferente quando comparado ao inglês por exemplo.

Certo disso, o ensino de língua estrangeira e na aproximidade da língua portuguesa brasileira, o espanhol motivaria a aproximar-se os alunos, desde de seu primeiro contato, a uma nova língua como afirma Junger (2005, p.44). Segundo o autor, os pontos de contato (léxico e estruturas morfossintáticas) entre o espanhol e português favoreceriam também a uma aproximação mais imediata ao idioma estrangeiro por parte de nossos alunos, permitindo desde muito cedo o acesso a textos retirados de documentos de uso cotidiano de hispano-falantes, com certo grau de complexidade, gerando uma motivação extra para esses alunos.

Sendo assim, pautado sobre este contexto apresentado, a pesquisa descreverá sob o contexto de que a língua estrangeira como o espanhol, poderá contribuir para que o processo educacional dos alunos matriculados em ensino técnico/profissionalizante viesse a enriquecer estes futuros profissionais nos desafios de empregabilidade, ao iniciar a busca de emprego principalmente em países parceiros como os da américa latina.

Podemos classificar, que a inclusão desta outra língua estrangeira poderia ser considerada como um fator essencial além da necessidade de trabalho, neste caso a inclusão social.

1.3 – Investimentos na Capacitação de Professores de Língua Espanhola

Souza e Oliveira (2010), descreveram em seus achados que o governo brasileiro tem-se esforçado muito para investir na formação de seus professores, como por exemplo em aberturas de mais vagas nas licenciaturas e de concursos públicos voltados para a classe docente, entre outras medidas também tomadas, o governo a cada ano tem-se esforçado a passos rápidos em investimentos em capacitações tanto para docentes como também a todos os colaboradores servem principalmente o poder público na área administrativa.

Segundo os autores, o próprio governo estadual vem reconhecendo que as aulas de espanhol são de grande importância para o nosso sistema educacional nacional, ou seja, os docentes terão um papel de fundamental importância para que a inclusão da língua espanhola seja efetiva em não somente em algumas escolas, mas em todo o país. Ainda segundo eles, é necessário lembrar que a posição que a língua espanhola ocupa atualmente no país é de tal importância que, quem decidir ignorá-la poderá estar correndo o risco de perder muitas oportunidades tantos de negócios como de vaga de trabalhos sejam eles em ambientes de empresas públicas, privadas e até em instituições de ambiente educacional.

Desta forma, vale ressaltar em uma pesquisa bibliográfica preliminar sobre tema “Inclusão da Língua Espanhola em Ensino Profissionalizante” foi encontrado uma pesquisa pela qual elaborada pelo INEP - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2010) e o pelo MEC– Ministério da Educação e Cultura (2015), apresentaram resultados em que o ensino da língua espanhola nas escolas em todo o país, já começa a caminhar à passos rápidos, tendo inclusive sua implantação já concretizada em muitas instituições educacionais em todo o Brasil.

Diante disso, a necessidade de contratação de novos docentes para o exercício do ensino da língua é extremamente necessária. Segundo o MEC (2015), atualmente há no país cerca de 12.7 mil professores que possuem a fluência no idioma espanhol, parece muito, mas quando distribuídos para cerca de 8 milhões de alunos que cursam o ensino médio este percentual é extremamente baixo. Para o ministério da Educação e Cultura, o ensino de idiomas no país sempre foi considerado como um problema histórico, isto porque as redes deixaram para a última hora a obediência da lei LDB. Em contrapartida é notório observar através de órgãos fiscalizadores do governo, que ainda há muita dificuldade para formar docentes e principalmente em obter e ter todo material didático necessário para iniciar o curso.

Pautados então nestas afirmações, o que podemos afirmar é que, a língua espanhola oferece um papel educacional muito grande quando implantado ou aprendido nas escolas, isto porque, o nosso patriotismo nos tempos atuais e vistos em todos telejornais devido as diversas crises que alguns países da américa latina vem passando e os problemas sociais que avassalam estes países nos obrigam a ajudar os nossos irmãos latinos e neste caso a língua contribui para a comunicação desses indivíduos em nossa país.

Quanto a mudança que poderia ser imposta de fato, o MEC (2015), afirma para que toda esta mudança pudesse ser atingida, o modelo de escola que temos atualmente tem que sofrer imediatamente uma muita mudança drástica no seu formato de ensinagem, isto porque, o modelo de negócios que estão sendo apresentados, está nos obrigando a forçar as instituições de ensinos a se prepararem para um novo modelo de instituição educacional, sendo esta mais moderna e contemporânea. Ainda segundo o órgão, só para termos parâmetros nossas instituições não estão conseguindo oferecer conhecimentos suficientes aos alunos para atender a demanda de profissionalidade que o mercado capitalista necessita e exija.

1.4 A Escola Contemporânea e o Modelo Capitalista de Educar

Franco (1994), descreve em seus achados que as escolas são apenas uma instituição preparadora dos alunos junto ao mercado de trabalho e que infelizmente estas instituições não levam em conta, pelo menos, três fatos extremamente importante a discutir: O primeiro trata-se do que é próprio, específico da instituição escolar; o segundo, são as características do mercado de trabalho em sociedades do tipo capitalista como a que vivemos atualmente e por último, a escola como mediadora ou seja, como instituição em que não está inteiramente subordinada às exigências do mercado de trabalho, desta forma, segundo o autor as escolas não deveriam apresentar estas condições, isto porque, elas estão agindo totalmente fora de uma questão social em que as quais são e serão responsáveis.

Libâneo (1997) por sua vez, já discorria também a respeito do assunto em escolas da sua época, o autor afirmava que para as escolas caberia somente a difusão de conhecimentos como tarefa primordial e não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e portanto, indissociáveis das realidades sociais. Ainda para o autor, o papel da escola, deveria ser puramente e fundamentalmente de transmitir conhecimentos, de maneira lógica, coerente e sistemática, os conhecimentos acumulados historicamente pelo homem, ou seja, os conhecimentos técnico-científicos-culturais somente isso, afirma o autor.

Já para Rodrigues (1999), o pesquisador descreve em sua pesquisa que a escola, é uma instituição importante como instrumento de indicação ao ser humano, ou seja, ela tem o papel de “situar” todo cidadão no âmbito da sua atualidade, contudo, ao fazer isto, possibilita ao indivíduo à desenvolver habilidades, em que lhes permitem o desempenho de atividades capazes de garantir as condições de sobrevivências a si mesmo, à sua família e ao grupo social ao qual ela pertencem.

É observado em ambos que o ideário capitalista pelo qual todos nós vivemos e aceitamos, entrou também dentro das escolas contemporâneas, tanto que nos tempos atuais, existem muitas instituições estaduais e federais que se caracterizam pelo sistema de ensino técnico profissionalizante, isto porque estas instituições também dependem da demanda de vagas de empregos que abrem a cada dia e estas devem sempre estar preparadas para atender toda a classe empresarial.

Autores como Rodrigues (1999) e Libâneo (1997), afirmam que os alunos ao entrarem na escola, já se iniciam muito cedo com questionamentos voltados ao sistema capitalista, ou seja, a indagação feita por estes alunos não cabe-se somente à uma pré-disposição em aprender algo ou adquirir conhecimentos, mas se os estudos que estão cursando, no futuro trarão benefícios satisfatórios de atendimento as necessidades básicas de sobrevivência.

Uma questão é muito óbvia, (e aqui falando como também docentes), as escolas primárias, secundárias e principalmente as instituições de ensino superior já em seus currículos estão todas elas baseados em atos e ações que podem visar algum tipo de lucro ao seu empregador/cliente. Um exemplo bem claro a respeito disso, são os profissionais da medicina veterinária e da engenharia agronômica que por sua vez, preferem ao invés de trabalharem em seus ossos dos ofícios pelos quais a profissão escolhida lhe ofereceria, eles preferem ser representantes comerciais das grandes multinacionais, vendendo produtos químicos e remédios ao invés de trabalhar na lavoura e cuidar de animais, isto porque, no ambiente comercial estes profissionais quando bons, tem um ganho financeiro maior do que se estivesse trabalhando como como engenheiros e/ou médicos.

Sendo assim, é claro que com está falta de profissionais voltados a trabalhar no campo acaba aumentando a procura de outros profissionais outras instituições de ensino, como por exemplo as escolas técnicas e os institutos federais de tecnologias.

1.5 A Importância do Ensino Técnico Profissionalizante para Brasil

Vivemos em um mercado cada vez mais competitivo onde empresas contam sucesso de lucratividade, a qualificação da mão de obra. Em uma entrevista de emprego por exemplo, as habilidades técnicas e profissionais dos alunos quando saídos das instituições de ensino profissionalizante está sendo muito valorizado no ambiente empresarial, isto porque, estes alunos aprendem muito o uso da prática, principalmente cursos voltados ao agronegócio.

Este fato é notório, ou seja, estes conceitos de contratação dentro do mercado de empregos estão crescendo a cada dia e junto dele, percebe-se a falta de trabalhadores qualificados para assumir posições especificas e técnicas dentro das mais adversas oportunidades oferecidas pelo ambiente de todas as cadeias de produção.

Segundo a FIESP – (2017) - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, atualmente existem mais 200 mil postos de emprego que não são preenchidos por falta de profissionais qualificados e especializados para vários cargos. Contudo, um dado muito segundo o órgão, é que cerca de 60% dos jovens que concluem o ensino médio preferem não ingressar de primeiro momento no ensino superior, isto porque a falta de maturidade e experiência os prejudicará na concorrência de uma possível colocação.

Ainda segundo a FIESP para muitos jovens, o ensino técnico é o caminho mais curto e barato para a entrada deles no mercado de trabalho e com perspectivas de ingresso ao ensino superior, muito mais fácil e principalmente barato, uma vez que a maioria da população estudantil não tem condições de arcar com estudos em grandes Universidades Particulares. Para a FIESP, o crescimento dos Cursos Técnicos em todo o país é um fator favorável para a educação e bastante estimulante para todos os jovens, isto porque, estas instituições, possuem em seu corpo docente, profissionais habilitados e capacitados devido as suas experiências fora da sala de aula e isso de uma certa maneira acaba incentivando os alunos a melhorar seu interesse em sala de aula e com isso o aumento da expectativa de encontrar uma colocação de trabalho.

As pesquisas ainda apontam, que 80% dos alunos com formação técnica têm conseguido boas colocações no mercado de trabalho e principalmente melhores reconhecimentos nos mais diversos modelos de empresas que os recrutam (FIESP, 2017) ”

Quanto a este modelo de ensino, vale ressaltar que os cursos técnicos profissionalizantes possuem características singulares e únicas e principalmente favoráveis para o estudante que gosta da prática de trabalho, isto porque, normalmente os cursos técnicos tem um tempo de formação de 1,5 a 2 anos. Quando pagos, estes cursos podem variam de R$ 150,00 (Cento e Cinquenta Reais) a R$ 300,00 (Trezentos Reais) mensais dependo da região que a instituição está instalada, mesmo assim muito barato comparado a qualquer faculdade particular. Já as públicas, temos as mais conhecidas como o Centro Paula Souza, onde em todo estado de São Paulo, possui mais de 200 instituições de ensino técnico profissionalizante, atuando nas mais diversas áreas de oferta de conhecimento.

Para a FIESP (2017) estas instituições tanto públicas como privadas tem o propósito de focar principalmente as questões de cunho práticos, e como finalidades muitos especificas de ensino/aprendizagem, o de atender à um mercado capitalista e consumista, onde as necessidades das pessoas são as necessidades de sobrevivência das Empresas. Neste sentido, empresas querem e gostam de profissionais criativos, que possam apresentar produtos novos para o consumo, pois sem esta mecânica de sobrevivência não há empregos e sem eles o impacto para o mundo é catastrófico.

1.6 O Centro Paula Souza e a Gestão das Escolas Técnicas

Como já mencionado na pesquisa, o objeto de estudo será aplicado em uma ETEC – (Escola Técnica) de ensino profissionalizante localizada na cidade de Rancharia – SP, administrada e gerida totalmente pela secretaria de tecnologia do estado de São Paulo, através do Centro Paula Souza de ensino.

Sobre a instituição que gerencia uma das unidades onde a pesquisa será implantada podemos contar o seguinte: o Centro Paula Souza como Instituição, foi criada por um decreto-lei em 6 de outubro de 1969, na gestão do então governador da época o senhor Roberto Costa de Abreu Sodré (1967 – 1971), como resultado de um grupo de trabalho onde a finalidade era de avaliar a viabilidade de implantação gradativa de uma rede de cursos superiores de tecnologia com duração de dois e três anos. Sobre esta ótica é que foi então criado o Centro Paula Souza, tendo como justificativa ao seu surgindo, uma instituição que abrirá as portas de trabalhos para atender principalmente a aqueles que necessitavam de uma oportunidade de emprego.

Contudo especificamente, foi somente no ano de 1970, que iniciou a operação de oferta de ensino através do nome Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Paulo (CEET), na época ofertando apenas três cursos na área, sendo eles na: Construção Civil (Movimento de Terra e Pavimentação, Construção de Obras Hidráulicas e Construção de Edifícios) e dois na área de Mecânica (Desenhista Projetista e Oficinas), sendo a partir dai a criação de um outro braço para a oferta de conhecimentos a criação das FATEC - Faculdades de Tecnologia do Estado, tendo incialmente somente duas unidades de existentes, as unidades das cidades de Sorocaba e São Paulo.

A sua trajetória como Centro Paula Souza vai além de seus jovens 48 anos de fundação. Sua memória mistura-se com a história centenária do ensino profissional público em São Paulo. Em 1969, o órgão nasceu com a missão de organizar os primeiros cursos superiores de tecnologia, mas no decorrer das décadas, acabou englobando também a educação profissional do estado de São Paulo em nível médio, absorvendo desta maneira as unidades já existentes e também construindo outras novas Etecs e Fatecs.

Quanto ao seu fundador e idealizador, foi nascido em uma família de estadistas, no município paulista de Itú / SP, seu e formação era o engenheiro e professor Antônio Francisco de Paula Souza (1843 – 1917). Esta pessoa se posicionava-se na sociedade como um ser humano liberal, ou seja, a favor da república e principalmente pelo fim da escravatura. Sua formação e atuação também é considerado de grandeza; estudou engenharia na Alemanha e na Suíça. Fundou a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e trabalhou diretamente no desenvolvimento da infraestrutura do País, projetando obras e estradas de ferro. Na política, atuou como deputado, presidente da câmara estadual e ministro das Relações Exteriores e da Agricultura no mandato do então presidente Floriano Peixoto (1891 – 1894).

Passados quase 50 anos, hoje o Centro Paula Souza, participa no desenvolvimento do pais oferecendo educação de qualidade, seus dados (disponíveis em ambientes digitais da instituição), apresenta que das 50 melhores escolas públicas paulistas, 41 são Etecs e das 50 escolas estaduais mais bem classificadas no Estado de São Paulo, 44 são Etecs.

Hoje o Centro Paula Souza possui 218 Escolas Técnicas espalhadas em todo estado de São Paulo, atendendo mais de 200 mil alunos e com 68 instituições de ensino superior conhecidas como “Fatec”, ambas contribuindo na educação superior tecnológica e técnica para mais de 82 mil alunos e distribuídas 72 cidades dentro do estado de São Paulo.

2 –Métodos, Materiais e Objeto de Estudo

A metodologia aplicada para a realização desse estudo foi de procedimentos exploratórios e descritivos, isto porque, permite ao pesquisador uma maior familiaridade entre o pesquisador e o tema a ser explorado. Neste caso específico, a pesquisa foi totalmente embasada na sua fundamentação teórica em revisões de literaturas existentes sobre o tema, tratando-se de uma pesquisa em uma escola técnica profissionalizante instalada na cidade Rancharia SP.

A pesquisa teve a colaboração de alunos distribuídos em períodos noturnos em cursos de Técnico em Agroindústria e Técnico em Administração num total de 72 participantes. Foi elaborado um questionário e nele a pergunta que pautava era se o curso de espanhol seria uma língua importante a ser inserida dentro do ensino técnico noturno e porquê. Neste contexto universal esperou-se conseguir informações teóricas suficientes para a pesquisa, tendo os seus dados apresentados no formato de gráficos, conforme ilustrados a seguir.

3 – Resultados e Análises de Dados

Gráfico 1 - Levantamento da Turma de Administração de 2017/2018

Fonte: Elaborado pelo autor(2017)

Os dados acima levantados apresentou um público divido entre 47,37 %¨para o sexo masculino e 52,63% para alunos do sexo feminino.

Logo abaixo é apresentado o total de alunos que participaram da pesquisa somente do curso Técnico em Agroindustria, sendo assim logo abaixo representada.

Gráfico 2 - Levantamento da Turma de Agronegócio de 2016/2017

Fonte: Elaborado pelo autor(2017)

Observem que no curso de agroindústria, o total de homens que participaram da pesquisa foi menor comparados ao do Técnico em Administração, apresentando seus resultados em 30,77% para um público do sexo masculino, contra 69,23% para um público do sexo feminino.

No Gráfico 3 abaixo ilustra o total da somatória das duas turmas que participaram da pesquisa caso Administração e Agroindústria com relação ao gênero, sendo assim representado:

Gráfico 3 - Levantamento da Turma de Administração de 2017/2018

Fonte: Elaborado pelo autor(2017)

Logo em seguida é apresentado no gráfico 4 abaixo, o resultado da pesquisa com relação ao questionamento apresentado aos alunos sobre a necessidade da implantação de uma disciplina de língua espanhola dentro dos cursos noturnos técnicos de agroindústria e de administração.

Gráfico 4- Resultado do Levantamento

Fonte: Elaborado pelo autor(2017)

Nota-se que o gráfico 4 acima, demonstrou que mais de 90% dos entrevistados tem o interesse de uma disciplina de língua espanhola nos cursos avaliados. Ainda para os alunos e conforme sugerido na introdução da pesquisa, os alunos entrevistados questionam que se o Centro Paula Souza, disponibilizassem aulas virtuais a serem vistas e ouvidas em casa e depois questionadas e trabalhadas em sala, poderia contribuir de maneira satisfatória e significante em sua formação.

4 – DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Após as pesquisas preliminarmente efetuadas para a elaboração do artigo, foi percebido que os primeiros resultados respondidos ou até mesmo questionados, reforçou ainda mais a pergunta problema fomentada durante a pesquisa. Foi notório observar que a língua espanhola, teria um papel muito importante para os alunos do ensino técnico pesquisado e que poderiam fazer parte do currículo das escolas técnicas em todo o estado de São Paulo, principalmente nos cursos de períodos noturnos.

Uma outra observação na pesquisa, é apresentada no desenvolvimento fundamentado teoricamente em que autores e pesquisadores afirmam sobre a importância da necessidade de uma outra língua estrangeira, isto porque indiscutivelmente estamos cercados de países que falam esta língua, e que pela qual os tornariam mais acessíveis ao entendimento, facilitando assim, um melhor entendimento com nossos vizinhos.

Quanto ao uso das TICs a serem usadas como apoio de ensino aprendizagem para estas aulas, é também segundo eles, uma forma de não somente os alunos interagirem com o ambiente EaD, mais também a oportunidade dos docentes do ensino técnico, em estar mais receptivos na aceitação deste novo modelo de ensino e aprendizagem, que diga-se de passagem, está a cada ano tomando mais e quebrando paradigmas no formato de dar aula, sendo considerado inclusive até mesmo pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura um recurso essencial e uma ferramenta extremamente importante para a transmissão do conhecimento e no apoio ao ensino aprendizagem.

Desta forma, podemos afirmar que, o domínio de uma outra língua não será de somente abrir as portas do conhecimento de comunicação para os alunos, mas principalmente em oferecer um preparo a mais a estes discentes a buscar outras oportunidades de trabalho pois no mundo da informação e as mudanças que as empresas sofrem em todo o mundo a necessidade de aprender um outro idioma, acaba-se tornando uma diferencial para a busca do sucesso dentro de um mercado capitalista como o nosso.

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