IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS E INSTRUMENTOS TECNOLOGICOS PARA A EDUCAÇÃO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17538749


Ana Olivia Dominato Gobeti1
Erick Carvalho Santos2
Mileni Franco Ribeiro3
Kethin Hermini Silvério4
Rayka Rodrigues da Silva5
Yara Fernanda Ramos6
Daniela Emilena Santiago7


RESUMO
A inserção de tecnologias no processo de ensino tem se mostrado como elemento vital e de extrema importância para qualificar práticas de ensino. Em escolas públicas os recursos têm sido incorporados a depender da realidade dos municípios e dos territórios. Para apreensão dessa realidade realizamos pesquisa em uma unidade escolar do município de pequeno porte localizado na região interioriana do Estado de São Paulo onde foi possível, através de entrevista estruturada, identificar elementos que demonstram o avanço da inserção de tecnologia nos espaços escolares mas também itens que precisam e carecem de aperfeiçoamento. O trabalho se mostrou extremamente importante a medida que viabilizou a junção entre teoria e prática. 
Palavras-chave: Educação. Tecnologia. Teoria e Prática.

ABSTRACT
The integration of technology into the teaching process has proven to be a vital and extremely important element in improving teaching practices. In public schools, resources have been incorporated depending on the reality of the municipalities and territories. To understand this reality, we conducted research in a school unit in a small municipality located in the interior region of the State of São Paulo, where it was possible, through structured interviews, to identify elements that demonstrate the advancement of technology integration in school spaces, but also items that need and lack improvement. The work proved extremely important as it enabled the connection between theory and practice.
Keywords: Education. Technology. Theory and Practic

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a tecnologia tem se consolidado como um elemento fundamental para o avanço dos processos educacionais, especialmente na educação pública. A incorporação de recursos tecnológicos em sala de aula favorece a construção de práticas pedagógicas inovadoras, contribuindo para a ampliação do acesso ao conhecimento e para a formação de sujeitos críticos e autônomos. Segundo Moran (2015, p. 23), “a tecnologia é uma aliada poderosa para transformar a educação, desde que seja integrada de forma crítica, criativa e contextualizada às práticas pedagógicas”. Dessa forma, a presença das tecnologias digitais na escola pública não deve ser vista apenas como um suporte técnico, mas como um instrumento de inclusão social e democratização do saber.

Além disso, a pandemia da Covid-19 evidenciou a importância da tecnologia na continuidade do ensino, revelando tanto seu potencial quanto as desigualdades de acesso entre estudantes da rede pública e privada. Como destaca Kenski (2012), o desafio não é apenas incorporar as tecnologias, mas repensar o papel da escola e do professor frente às novas formas de aprender e ensinar mediadas pelo digital. Assim, a integração tecnológica deve ser acompanhada de políticas públicas eficazes que garantam infraestrutura, formação docente e equidade no acesso, assegurando o direito à educação de qualidade para todos.

Visando a apreensão da atual realidade observada nas escolas públicas municipais em relação ao acesso e dispositivos de tecnologia foi elaborada a presente pesquisa. Para isso foi realizada abordagem em uma escola municipal pública onde houve a realização da entrevista com coordenador pedagógico responsável pela unidade. A proposta desse tipo de estudo adveio do plano de ensino elaborado pela Unip e segundo o qual o tema proposto deveria compor o conteúdo da Prática como Componente Curricular (PCC) dos autores e também alunos de graduação em Pedagogia pela Unip considerando o segundo semestre de 2025. Assim, foi elaborada autorização para a realização da abordagem sendo a mesma supervisionada por professor responsável.

Por conseguinte, a pesquisa proposta foi orientada através da pesquisa de campo. A pesquisa de campo é um instrumento essencial na formação do pedagogo, pois possibilita a articulação entre teoria e prática, permitindo que o futuro educador compreenda de forma concreta as realidades escolares e os contextos socioculturais nos quais está inserido. Segundo Gil (2008, p. 57), “a pesquisa de campo é caracterizada pela observação direta dos fatos no ambiente em que ocorrem, o que possibilita ao pesquisador compreender as múltiplas dimensões de um fenômeno”. Assim, a vivência em campo proporciona ao estudante uma compreensão mais ampla e crítica sobre os desafios e potencialidades do processo educativo.

No campo da Pedagogia, a pesquisa não se limita à produção de conhecimento, mas assume também uma função formativa e transformadora. De acordo com Demo (2004, p. 33), “pesquisar é construir conhecimento com base na realidade e, ao mesmo tempo, transformar essa realidade”. Dessa forma, a pesquisa de campo permite que o pedagogo em formação desenvolva uma postura investigativa e reflexiva, essencial para o exercício de uma prática docente comprometida com a qualidade e a equidade da educação.

Além disso, a pesquisa de campo contribui para que o futuro profissional compreenda a escola como um espaço complexo e dinâmico, atravessado por fatores sociais, culturais e políticos. Como afirma Lüdke e André (2013), a observação e a análise do cotidiano escolar são fundamentais para que o educador desenvolva uma prática pedagógica contextualizada e crítica, orientada pela realidade concreta dos sujeitos que participa do processo educativo.

Nesse interim, optou pela abordagem de entrevista, orientada por questões. E, para a realização da mesma foram usadas as seguintes questões: 1. Você poderia nos contar um pouco sobre os recursos e instrumentos tecnológicos que a escola possui?; 2. Dentre esses recursos, quais são os mais utilizados e por quê?; 3. O uso desses recursos tecnológicos faz parte do planejamento?; 4. A escola possui algum acompanhamento digital do trabalho escolar organizado pela Secretaria de Educação? Qual (is)? Para que é/são utilizado (s)?; 5. A escola possui alguma rede social ou página na internet? Como e para que ela (s) é/são utilizada (s)?; 6. A quais recursos técnico-tecnológicos a equipe da escola gostaria de ter acesso, mas não tem?; 7. Quais os principais desafios que a escola enfrenta no uso da tecnologia?; 8. Cite uma experiência significativa desenvolvida na escola que envolveu o uso da tecnologia. 9. Como as tecnologias favorecem o processo de desenvolvimento, aprendizagem e o engajamento dos estudantes com a escola? Dê exemplos; 10. Considerando a história desta instituição escolar, como você avalia a inserção e disponibilidade dos recursos técnico-tecnológicos desde a sua fundação até os dias atuais?.

A entrevista estruturada é uma técnica amplamente utilizada nas pesquisas em ciências humanas e sociais, por permitir a coleta de informações de forma sistematizada e comparável entre os participantes. Segundo Gil (2008, p. 121), “a entrevista estruturada é aquela em que o pesquisador segue um roteiro previamente elaborado, com perguntas formuladas de maneira fixa e padronizada”. Esse formato garante maior controle sobre as respostas, facilitando a análise dos dados e possibilitando a comparação entre diferentes sujeitos da pesquisa.

De acordo com Marconi e Lakatos (2017), a entrevista estruturada é especialmente útil quando o objetivo do estudo é obter informações específicas sobre um tema delimitado, assegurando a uniformidade na aplicação do instrumento. Essa padronização reduz interferências subjetivas e aumenta a confiabilidade dos resultados, tornando-se um recurso metodológico importante em investigações educacionais, sociológicas e psicológicas.

No campo da educação, a utilização da entrevista estruturada possibilita ao pesquisador compreender de forma objetiva as percepções de professores, alunos ou gestores acerca de determinado fenômeno pedagógico. Para Triviños (1987, p. 152), “a entrevista, quando bem planejada e conduzida, constitui-se em um valioso instrumento de coleta de dados, capaz de revelar aspectos significativos da realidade educacional”. Assim, a clareza do roteiro e a neutralidade do entrevistador são fundamentais para garantir a validade e a fidedignidade das informações obtidas.

Em síntese, a entrevista estruturada é uma ferramenta metodológica essencial nas pesquisas científicas, por permitir a obtenção de dados consistentes e comparáveis, ao mesmo tempo em que oferece segurança na análise e interpretação dos resultados. Sua aplicação adequada exige rigor metodológico, clareza na formulação das perguntas e preparo do pesquisador, assegurando a qualidade e a credibilidade dos estudos realizados.

A construção do artigo, por sua vez, esteve estruturada na apresentação da entrevista e a análise da mesma no item subsequente o que nos permitirá apreender informações sobre a realidade estudada.

2. A TECNOLOGIA PRESENTE NAS UNIDADES ESCOLARES PÚBLICAS: APROXIMAÇÕES A REALIDADE PESQUISADA

A fase seguinte deste estudo foi realizada em uma escola municipal com a participação da coordenadora pedagógica da instituição. A unidade escolar está localizada em um município de pequeno porte localizado na região oeste do Estado de São Paulo. A supressão de dados de identificação da unidade escolar e do profissional se dá para evitar sua exposição no sentido da participação da pesquisa. Para a recomposição da entrevista apresentaremos os dados que foram obtidos a partir da apresentação de todas as perguntas e respostas que foram conferidas pela entrevistada. A entrevista não foi gravada e a medida que as perguntas foram sendo respondidas o entrevistador anotou as respostas conferidas vindo a compor, posteriormente, um resumo com as respostas atribuídas.

Iniciando com a primeira pergunta: “Você poderia nos contar um pouco sobre os recursos e instrumentos tecnológicos que a escola possui?” A entrevistada afirmou que a instituição dispõe: televisão, rádios, pen-drive(disponível aos professores),ar-condicionado(em processo de instalação),notebooks(1 cedido pela Seduc e outro pela escola), 3 computadores ,impressora e plastificadora., destacando, a nosso ver uma quantidade suficiente de recursos dessa seara.

Sobre esses instrumentos seguimos para a próxima questão: “Dentre esses recursos, quais são os mais utilizados e por quê?”. A coordenadora compartilhou que os equipamentos mais utilizados na escola são a impressora e as televisões, pois são fundamentais para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, auxiliando diretamente os professores em suas práticas diárias.

Em seguida questionamos, se “O uso desses recursos tecnológicos faz parte do planejamento?”. A mesma respondeu que sim. Por um exemplo, em períodos que antecedem feriados as professoras conseguem correlacionar o ensinamento teórico, com vídeos temáticos. Afim de enriquecer a importância dessas datas comemorativas. Na sequência, indagamos se A escola possui algum acompanhamento digital do trabalho escolar organizado pela Secretaria de Educação? Qual (is)? Para que é/são utilizado (s)?”.Porém ela disse que não é oferecido nenhum acompanhamento.

Assim, podemos inferir que a presença de recursos tecnológicos nas escolas tem se mostrado um fator decisivo para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem, desde que utilizados de forma planejada e pedagógica. A boa existência de equipamentos, como computadores, tablets, projetores e acesso à internet, possibilita novas formas de ensinar e aprender, promovendo a autonomia dos estudantes e o protagonismo no processo educativo. Para Moran (2015, p. 42), “a tecnologia pode potencializar a aprendizagem quando integrada a metodologias ativas, pois estimula a participação, a pesquisa e a construção coletiva do conhecimento”.

Além disso, Kenski (2012) destaca que a presença de recursos tecnológicos na escola amplia as possibilidades de comunicação e interação entre professores e alunos, rompendo com o modelo tradicional de ensino e estimulando práticas mais dinâmicas e colaborativas. A autora enfatiza que o uso adequado da tecnologia não substitui o papel do professor, mas redefine sua função como mediador do conhecimento e facilitador de experiências de aprendizagem significativas. Para esse autor esses dispositivos são fundamentais para garantir que o serviço burocrático e pedagógico seja contemplado e mantido. Por conseguinte, os processos de gestão do trabalho também são facilitados produzindo resultados mais significativos para os alunos.

A boa infraestrutura tecnológica também está relacionada à equidade educacional. De acordo com Valente (2018), as escolas públicas que possuem acesso a tecnologias adequadas e professores capacitados conseguem reduzir desigualdades no processo de aprendizagem, oferecendo oportunidades semelhantes às encontradas em instituições privadas. Contudo, o autor ressalta que a simples presença de recursos não garante uma educação de qualidade — é necessária uma integração pedagógica efetiva, acompanhada de formação continuada dos educadores e políticas públicas consistentes.

Portanto, a boa existência de recursos tecnológicos nas escolas representa mais do que uma modernização estrutural: ela reflete o compromisso com uma educação inclusiva, crítica e conectada à realidade contemporânea. O desafio central consiste em transformar esses recursos em instrumentos de emancipação e inovação pedagógica, promovendo uma escola que prepare os alunos para atuar de forma consciente e criativa na sociedade digital.

Depois contestamos se “A escola possui alguma rede social ou página na internet? Como e para que ela (s) é/são utilizada (s)?” A dirigente alegou que não possuem, todas as atividades desenvolvidas são encaminhadas para a imprensa da cidade, para divulgação.

Quanto a isso é importante frisar que o uso de redes sociais e páginas na internet pelas escolas representa um fenômeno crescente na contemporaneidade, impulsionado pela necessidade de ampliar os canais de comunicação e integração entre a instituição, a comunidade escolar e a sociedade. No entanto, esse movimento requer uma análise crítica, pois, embora ofereça possibilidades de aproximação e divulgação de práticas pedagógicas, também suscita desafios éticos, pedagógicos e de segurança digital.

De acordo com Castells (2003, p. 45), “a sociedade em rede redefine as formas de interação social e de construção da identidade coletiva”. Aplicado ao contexto educacional, isso significa que a presença das escolas no ambiente digital pode fortalecer vínculos comunitários, promover a transparência institucional e incentivar a participação das famílias na vida escolar. Contudo, essa visibilidade também exige responsabilidade quanto ao uso das informações e à preservação da imagem de alunos e profissionais.

Kenski (2012) aponta que o uso de tecnologias comunicacionais na educação deve estar sempre articulado a um projeto pedagógico consistente. A autora enfatiza que as redes sociais não devem ser utilizadas apenas como vitrines de eventos, mas como espaços de diálogo e aprendizado, capazes de promover a cidadania digital e o pensamento crítico dos estudantes. Nesse sentido, o uso pedagógico das redes pode contribuir para desenvolver competências midiáticas, desde que os educadores estejam preparados para mediar conteúdos e orientar o uso ético e reflexivo das mídias digitais.

Por outro lado, é preciso cautela para que a adoção de páginas e perfis institucionais não se reduza a um processo de mercantilização da escola, voltado mais para a promoção de uma imagem institucional do que para o fortalecimento de práticas educativas democráticas. Como adverte Silva (2018, p. 89), “a comunicação escolar nas redes sociais pode assumir um caráter de marketing, distanciando-se de seu papel formativo e social”. Assim, a presença digital das escolas deve priorizar a construção de espaços participativos e formativos, comprometidos com a ética, a privacidade e a educação crítica para o uso das tecnologias.

Em síntese, a inserção das escolas nas redes sociais e na internet pode ser um recurso pedagógico e comunicativo valioso, desde que orientado por princípios éticos, pedagógicos e democráticos. É necessário compreender que a visibilidade digital da escola não é um fim em si mesmo, mas um meio de promover diálogo, aprendizagem e inclusão, reafirmando o papel da educação na formação de cidadãos críticos e conscientes no contexto da cultura digital.

Dando andamento a pesquisa e objetivando realizar uma reflexão sobre o tema prosseguimos perguntando, seguindo o roteiro da entrevista, por meio da questão: “A quais recursos tecnológicos a equipe da escola gostaria de ter acesso, mas não tem?”. A entrevistada apontou que gostariam de ter: tela interativa, projetor e internet disponível em todos ambientes da escola. A questão subsequente, por ter muita proximidade com o tema e que foi apresentada foi a seguinte: “Quais os principais desafios que a escola enfrenta no uso da tecnologia?”. A líder compartilhou que a falta de internet para todo o espaço, compromete o uso eficiente das tecnologias disponíveis.

A ausência de internet nas salas de aula representa um dos maiores entraves à modernização e democratização do ensino no Brasil. Em um contexto social cada vez mais mediado pelas tecnologias digitais, a falta de conectividade escolar reforça desigualdades históricas e limita o acesso dos estudantes a novas formas de aprender e produzir conhecimento. Segundo Kenski (2012, p. 45), “a tecnologia, quando bem integrada ao processo pedagógico, amplia horizontes de aprendizagem e promove novas possibilidades de interação e construção do saber”. Assim, a inexistência de infraestrutura tecnológica adequada impede que a escola acompanhe o ritmo da sociedade da informação e prepare seus alunos para os desafios contemporâneos.

De acordo com Moran (2015), a internet, quando usada pedagogicamente, potencializa a aprendizagem ativa, pois permite o acesso a múltiplas fontes de conhecimento e o desenvolvimento da autonomia intelectual dos alunos. Entretanto, quando a escola é privada desse recurso, o processo educativo tende a permanecer restrito a métodos tradicionais, baseados na memorização e na transmissão unidirecional do conteúdo. Essa limitação compromete não apenas a inovação metodológica, mas também o desenvolvimento de competências digitais essenciais à cidadania no século XXI.

Além das barreiras pedagógicas, a ausência de internet nas salas de aula reforça as desigualdades sociais, especialmente nas redes públicas. Valente (2018) argumenta que a inclusão digital é parte indissociável da inclusão social, e que negar o acesso à conectividade escolar significa negar aos estudantes a oportunidade de participar ativamente da cultura digital. Em um país marcado por disparidades regionais e econômicas, a falta de acesso à internet nas escolas aprofunda o abismo entre alunos de diferentes contextos, comprometendo o princípio constitucional da igualdade de condições para o acesso e permanência na educação.

Portanto, a ausência de internet nas salas de aula não deve ser vista apenas como uma questão técnica, mas como um problema estrutural e político. Garantir conectividade de qualidade é garantir o direito à educação contemporânea, participativa e crítica. Como ressalta Demo (2004, p. 61), “educar é um ato político e emancipatório, e a pesquisa, a comunicação e o acesso ao conhecimento são partes essenciais desse processo”. Nesse sentido, superar a exclusão digital nas escolas é condição indispensável para consolidar uma educação pública equitativa e socialmente transformadora.

Prosseguimos com “Cite uma experiência significativa desenvolvida na escola que envolveu o uso da tecnologia”. A coordenadora afirmou que as principais atividades envolvendo a tecnologia são em datas comemorativas, quando há maior uso de recursos audiovisuais e sonoros para enriquecer o conteúdo e tornar as experiências mais atrativas para os alunos.

Avançamos a entrevista abordando “Como as tecnologias favorecem o processo de desenvolvimento, aprendizagem e o engajamento dos estudantes com a escola? Dê exemplos”. Ela compartilhou que melhora a participação ,interação e facilita a inclusão. Por exemplo: houve um trabalho desenvolvidos com alunos onde a professora trabalhou a música “O cravo e a rosa”, possibilitando uma experiencia áudio visual (com auxílio de aparelhos sonoros) .

Assim, é importante frisar que tais dispositivos também integram o rol de elementos associados ao tecnológico e que são fundamentais nas unidades escolares. A utilização de equipamentos de som e áudio no contexto educacional constitui um recurso pedagógico relevante para potencializar os processos de ensino e aprendizagem. Tais instrumentos ampliam as possibilidades de comunicação, estimulam diferentes sentidos e favorecem uma aprendizagem mais dinâmica e significativa. Segundo Moran (2015, p. 37), “os recursos tecnológicos, quando utilizados de forma crítica e criativa, permitem que a aprendizagem se torne mais envolvente e participativa, aproximando o aluno do conhecimento de maneira sensorial e contextualizada”. Assim, o uso de sons, músicas, podcasts, gravações e outros recursos auditivos pode enriquecer o ambiente escolar e tornar as aulas mais interativas.

Kenski (2012) reforça que o uso pedagógico dos meios de comunicação e das tecnologias de áudio contribui para a formação integral dos estudantes, pois estimula a escuta atenta, o desenvolvimento da oralidade e a capacidade de interpretação. Para a autora, a escola precisa compreender as linguagens midiáticas, inclusive a sonora, como instrumentos de expressão e construção do conhecimento. Dessa forma, o áudio deixa de ser apenas um suporte técnico e passa a integrar o processo educativo como meio de reflexão, comunicação e produção cultural.

Além disso, a utilização de equipamentos de som é fundamental para a inclusão educacional, especialmente de estudantes com deficiências visuais ou dificuldades de leitura. De acordo com Valente (2018), a diversidade de mídias no ambiente escolar favorece a acessibilidade e promove o princípio da equidade, ao permitir que diferentes estilos de aprendizagem sejam contemplados. Nesse sentido, o uso de materiais sonoros pode funcionar como estratégia de inclusão e democratização do conhecimento, ampliando o alcance e a eficácia das práticas pedagógicas.

Portanto, o uso de equipamentos de som e áudio na educação não deve ser visto como um recurso complementar, mas como parte integrante das metodologias ativas e inclusivas. A valorização dessas ferramentas sonoras contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, comunicativas e sensoriais, consolidando uma prática pedagógica mais significativa, participativa e adaptada às demandas contemporâneas da sociedade da informação.

E, para finalizar “Considerando a história desta instituição escolar, como você avalia a inserção e disponibilidade dos recursos técnico-tecnológicos desde a sua fundação até os dias atuais?” ao que a entrevistada conclui dizendo que houve um avanço tecnológico muito grande ao longo dos tempos, destacando a melhoria no acesso e uso dos recursos na prática pedagógica.

3. CONCLUSÃO

A entrevista evidenciou que, apesar das limitações estruturais e da ausência de acompanhamento digital, a escola tem buscado utilizar os recursos tecnológicos disponíveis de maneira significativa no processo educativo. Logo, pode-se concluir que a escola reconhece a relevância da tecnologia na educação e tem progredido gradualmente em sua implementação, apesar de ainda haver desafios a serem superados para que seu uso seja mais eficiente e inclusivo.

Concluimos que a tecnologia representa um instrumento essencial para o fortalecimento e a modernização da educação contemporânea. Sua integração ao ambiente escolar amplia as possibilidades de ensino, diversifica as metodologias e promove o protagonismo do estudante no processo de aprendizagem. Mais do que um recurso técnico, a tecnologia constitui um meio de inclusão social, democratização do conhecimento e desenvolvimento de competências necessárias à vida em sociedade.

Como destaca Moran (2015), o uso das tecnologias, quando associado a práticas pedagógicas reflexivas, possibilita a construção de aprendizagens significativas e colaborativas. Da mesma forma, Kenski (2012) reforça que a tecnologia deve ser compreendida como parte integrante da cultura educacional, exigindo formação contínua dos professores e infraestrutura adequada para seu uso efetivo.

Portanto, investir na tecnologia educacional é investir em uma educação mais crítica, participativa e conectada à realidade dos alunos. Cabe às instituições de ensino e às políticas públicas assegurar o acesso equitativo a esses recursos, de modo que a escola se torne um espaço de transformação e de construção de saberes em sintonia com as demandas do século XXI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

VALENTE, J.A. Tecnologia e educação: o futuro da aprendizagem. Campinas: NIED/UNICAMP, 2018.


1 Graduanda em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

2 Graduando em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

3 Graduanda em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

4 Graduanda em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

5 Graduanda em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

6 Graduanda em Pedagogia pela Unip, campus Assis. E-mail: [email protected]

7 Consultora e Assessora em SUAS. Docente do Curso Superior de Psicologia do Instituto de Ciências Humanas da UNIP e do Curso superior de Pedagogia do Instituto de Ciências Humanas da UNIP, Campus Assis. Mestre em Psicologia pela Unesp de Assis, Mestre em História pela Unesp de Assis e Doutora em História pela Unesp de Assis. E-mail: [email protected]