EMPREENDEDORISMO: EXPLORANDO NOVAS FRONTEIRAS COM INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13324532


Júlio César Leite Da Silva1


RESUMO
Para abordar o tema "Empreendedorismo" com ênfase nas características fundamentais de "Inovação e Criatividade", o artigo busca demonstrar como esses elementos promovem valores sociais, culturais e financeiros que incentivam o desenvolvimento de uma cultura empreendedora. Considera-se o empreendedor como uma pessoa persistente, enérgica, que estabelece metas claras e se esforça para alcançá-las. Essa figura é caracterizada por sua capacidade inovadora e criativa, além de um profundo conhecimento e paixão pelo que faz. O estudo parte do questionamento: "Quais valores socioculturais e financeiros contribuem para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora no século XXI?", reconhecendo a relevância do empreendedorismo no contexto empresarial e socioeconômico brasileiro e global. A metodologia adotada baseia-se em uma revisão bibliográfica que contextualiza o referencial teórico. Os resultados sugerem que é possível aprender a agir como um empreendedor, utilizando ferramentas que correspondem aos interesses individuais e reconhecendo as mudanças como oportunidades de negócios. As conclusões indicam que uma cultura empreendedora pode ser desenvolvida e que ela promove prosperidade econômica, evidenciada pela criação de novas empresas em grande número.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Criatividade. Inovação. Valores. Cultura.

ABSTRACT
To address the theme "Entrepreneurship" with an emphasis on the fundamental characteristics of "Innovation and Creativity", the article seeks to demonstrate how these elements promote social, cultural and financial values ​​that encourage the development of an entrepreneurial culture. An entrepreneur is considered a persistent, energetic person who sets clear goals and strives to achieve them. This figure is characterized by his innovative and creative capacity, as well as deep knowledge and passion for what he does. The study starts from the question: "What sociocultural and financial values ​​contribute to the development of an entrepreneurial culture in the 21st century?", recognizing the relevance of entrepreneurship in the Brazilian and global business and socioeconomic context. The methodology adopted is based on a bibliographical review that contextualizes the theoretical framework. The results suggest that it is possible to learn to act like an entrepreneur, using tools that correspond to individual interests and recognizing changes as business opportunities. The conclusions indicate that an entrepreneurial culture can be developed and that it promotes economic prosperity, evidenced by the creation of new companies in large numbers.
Keywords: Entrepreneurship. Creativity. Innovation. Values. Culture.

1. Introdução

Vivemos em uma época marcada por rápidas e profundas transformações. Conceitos emergem, ressurgem ou são modificados; a ciência e a tecnologia impulsionam a Era do Conhecimento, oferecendo à humanidade o desafio de prosperar com os recursos disponíveis. Nesse contexto, a inovação e a criatividade se destacam como essenciais, pois são qualidades daqueles que enxergam oportunidades de sucesso onde muitos veem obstáculos intransponíveis e soluções inalcançáveis. Esse indivíduo é o empreendedor, uma figura que merece uma análise científica detalhada.

Para alcançar o objetivo principal de demonstrar os valores sociais, culturais e financeiros que incentivam o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, foram estabelecidos objetivos intermediários: identificar as fases pelas quais o conceito de empreendedorismo passou; descrever as características da cultura empreendedora contemporânea; interpretar as necessidades fundamentais para a prática empreendedora; avaliar os valores essenciais para a educação empreendedora; e reconhecer as características que definem uma pessoa empreendedora. As hipóteses analisadas incluem: a) O comportamento e o processo de aprendizagem são atualmente cruciais para a formação de uma cultura empreendedora. b) O empreendedorismo é mais um comportamento aprendido do que um traço de personalidade inato. c) Uma cultura empreendedora favorece o desenvolvimento empresarial.

Segundo o Sebrae (2007), “os empreendedores já não são vistos apenas como provedores de mercadorias desinteressantes e que são movidos unicamente por lucro rápido e fácil”. Este artigo argumenta que os empreendedores contemporâneos são catalisadores de energia, assumindo os riscos necessários em uma economia em expansão e produtiva. Eles são criadores de empregos que introduzem inovações e impulsionam o crescimento econômico. A literatura empresarial atual recomenda que os executivos do terceiro milênio busquem um "modelo de empreendedorismo", já que ele facilita o surgimento de inovações radicais e promove mudanças significativas.

Este texto justifica-se ao afirmar que o empreendedorismo é um meio eficaz para o desenvolvimento pessoal, proporcionando autorrealização e satisfação. No âmbito organizacional, uma cultura empreendedora é essencial para a sobrevivência das empresas em um ambiente competitivo. Em uma perspectiva mais ampla, o empreendedorismo é visto como uma solução para problemas que os governos não conseguem resolver. Acredita-se que o empreendedorismo está mais relacionado ao comportamento do que a traços de personalidade, uma vez que as pessoas podem aprender a agir como empreendedores, utilizando ferramentas que correspondem aos seus interesses e aproveitando mudanças como oportunidades de negócios. Em última análise, uma cultura empreendedora contribui para a prosperidade econômica ao facilitar a criação de novas empresas em larga escala.

A educação empreendedora busca promover valores sociais que impulsionam o desenvolvimento do país. Por isso, é crucial entender as ideias empreendedoras ao longo das diferentes fases da história, até a atual Era do Conhecimento. Nesse contexto, o empreendedor deve ser proativo, acompanhando e, quando possível, antecipando as mudanças no cenário financeiro.

Apesar dos desafios enfrentados, o Brasil demonstra perspectivas otimistas para o empreendedorismo. Isso se evidencia pela criação de órgãos e iniciativas voltadas ao apoio dos empreendedores, como o Sebrae, as fundações estaduais de apoio à pesquisa, as incubadoras de novos negócios e as instituições de ensino superior que oferecem cursos e programas especializados em empreendedorismo (Maximiano, 2006, p. 6).

Merece atenção o Sebrae, “um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio”. (Dornelas, 2001, p. 38). Esse serviço oferece oportunidades e orienta muitos homens e mulheres corajosos e visionários que buscam manifestar sua criatividade, visão de futuro, liderança e iniciativa. Eles desenvolvem produtos inovadores e de ponta, desafiando as normas estabelecidas, esses são os empreendedores

Segundo Dornelas (2001, p. 40), os empreendedores se destacam por sua motivação única e paixão pelo que realizam. Eles aspiram a mais do que ser apenas mais um na multidão; buscam reconhecimento, admiração e até mesmo serem imitados, com o objetivo de deixar um legado. Assim, acredita-se que “a essência do empreendedorismo, tanto individual como empresarial, é aquela de perseguir a oportunidade”. (Stevenson, 1990, p. 16-27).

Com as transformações resultantes da globalização das economias, o empreendedor surge como a figura que o mercado necessita. Isso ocorre porque o risco de desemprego impacta tanto as carreiras tradicionais e desgastadas quanto as mais consolidadas.

O empreendedorismo tem despertado o interesse de pesquisadores por um longo período, graças aos benefícios que a prática empreendedora pode trazer. Originalmente considerado restrito à criação de empresas, o conceito de empreendedorismo foi recentemente ampliado para abranger iniciativas voltadas para o desenvolvimento de novos projetos, tanto em novos empreendimentos quanto dentro de organizações já existentes.

A partir dessas observações, o texto propôs a seguinte questão para direcionar a pesquisa: "Quais valores socioculturais e financeiros são essenciais para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora no século XXI? O texto argumenta que o empreendedorismo é um fenômeno complexo e multifacetado, que não pode ser abordado de forma unidimensional. Para uma compreensão completa, é fundamental realizar uma análise holística das dimensões relacionadas ao indivíduo, ao empreendimento e ao contexto, pois uma análise isolada de cada uma dessas dimensões será, inevitavelmente, incompleta (Gimenez, Ferreira, Ramos, 2008, p. 17).

O estudo busca combinar essas dimensões em um modelo abrangente que reflita a percepção dos pesquisadores sobre o fenômeno. O artigo enfatiza a relevância da cultura empreendedora, levando em conta aspectos socioeconômicos, educacionais e formativos.

2. Contextualização

2.1 Empreendedorismo

O empreendedorismo é um assunto que tem captado o interesse de pesquisadores há bastante tempo, devido aos potenciais benefícios que pode proporcionar. A criação de novos negócios pode fomentar o desenvolvimento econômico e social contínuo, especialmente em regiões carentes.

Dentro de organizações já estabelecidas, incentivar a ação empreendedora facilita o crescimento e a adaptação às condições mutáveis da sociedade. O empreendedorismo proporciona um profundo senso de realização para aqueles que se envolvem na criação de novos empreendimentos. Assim, o empreendedorismo pode ser entendido como um processo que gera valor individual, organizacional e social (Gimenez, Ferreira, Ramos, 2008, p. 18). A palavra "empreendedor" (entrepreneur) tem origem no francês e refere-se à pessoa que assume riscos e inicia algo novo (Portal Educação, 2013). Dessa forma, abordar problemas com uma atitude empreendedora é apenas o ponto de partida (Nogueira, 2013). O desenvolvimento das sociedades também depende de uma mentalidade empreendedora.

Problemas como o subdesenvolvimento podem parecer intransponíveis, mas uma atitude empreendedora permite visualizar as coisas não como são, mas como poderiam ser, com a aplicação de criatividade, pois muitas vezes problemas são resolvidos com soluções inovadoras.

Empreendedores ao redor do mundo têm a habilidade de identificar oportunidades em situações que muitos consideram sem valor. No entanto, para entender o processo de criação de novos empreendimentos, é necessário que o pesquisador esteja disposto a explorar diversos campos do conhecimento, tenha uma disposição para integrar diferentes abordagens e possua um senso crítico para discernir contribuições relevantes em meio a uma vasta quantidade de textos. Entre esses textos, há muitos que apenas tentam oferecer fórmulas genéricas para o sucesso no empreendedorismo.

De acordo com Gimenez, Ferreira e Ramos (2008), o empreendedorismo, como uma ação humana, é um fenômeno complexo que resulta das interações entre pessoas e envolve a mobilização e articulação de diversos tipos de recursos. Nesse contexto, "o empreendedorismo deve ser encarado de forma abrangente, sendo melhor compreendido como uma configuração de dimensões que envolvem o indivíduo, o empreendimento e o ambiente em que a ação empreendedora ocorre" (Gimenez, Ferreira, Ramos, 2008, p. 22). Portanto, não é possível encontrar soluções universais ao tentar entender ações que são influenciadas por interesses humanos e diferentes contextos sociais, culturais e econômicos.

Segundo Brazeal e Herber (2000), conceitos como mudança, inovação e criatividade são essenciais para o empreendedorismo. A mudança é uma característica intrínseca ao progresso e resulta em inovação. A inovação é um processo que envolve atividades contínuas e cíclicas, focadas na identificação, solução e execução de problemas, gerando mudanças pioneiras promovidas pelo empreendedor. A criatividade, por sua vez, é o processo através do qual ocorrem as invenções; é como novas ideias são geradas. É essa criatividade que distingue os grandes empreendedores dos demais gestores.

Para os empreendedores modernos, a ética desempenha um papel crucial. Como afirmou Cohen (2000), "Você quer fazer negócios com pessoas que tratem os outros como você gostaria de ser tratado". No contexto empresarial, é comum que inventores patenteiem suas criações e eventualmente deixem a empresa onde trabalham, para que possam assumir os riscos de lançar um novo produto por conta própria. É claro que "[...] o empreendedorismo se define como comportamento" (Drucker, 2001).

Ser empreendedor é, acima de tudo, uma questão de atitude. É a disposição para explorar novas oportunidades, assumir riscos e criar coisas novas. Adotar uma atitude empreendedora no desenvolvimento pessoal é fundamental, embora isso possa significar ir contra a corrente, pois muitas pessoas enxergam suas vidas com limitações e aceitam a primeira oportunidade que aparece, sem desafiar suas capacidades. No entanto, o empreendedor se conhece bem e entende como pode se autodesenvolver. Ele constantemente reavalia suas habilidades e se esforça para melhorar continuamente sua vida. “Permanecer inativo hoje em dia equivale a retroceder, pois o ritmo da mudança acelera-se cada vez mais” (Chiavenato, 2003), especialmente em uma sociedade que está em constante e rápida transformação.

2.2 História do Empreendedorismo

A história do empreendedorismo remonta aos primórdios da humanidade, quando a 'ação humana organizada' para realizar tarefas coletivas exigiu a presença de empreendedores. No entanto, o estudo sistemático desse tema começou no início do século 20, com abordagens econômicas focadas na origem de novas empresas. Desde então, o empreendedorismo tem sido o objeto de um número crescente de pesquisas.

Atualmente, há uma crescente quantidade de pesquisas sobre o empreendedorismo, explorando o fenômeno a partir de diversas perspectivas, como indivíduos empreendedores, equipes empreendedoras, organizações empreendedoras e sociedades empreendedoras. Esses estudos utilizam conceitos de diversas disciplinas, incluindo economia, psicologia, sociologia, administração e engenharia (Gimenez, Ferreira, Ramos, 2008, p. 16).

Visto que a iniciativa empreendedora é considerada o meio ideal para inovar, aumentar a produtividade e aprimorar modelos de negócios (Drucker, 1970), alguns estudiosos ousam afirmar que estamos vivendo a era do empreendedorismo (Dornelas, 2008, p. 7). Essa nova era é caracterizada pela substituição do homo economicus pelo homo attentaturus, ou pela emergência de um capitalismo voltado ao empreendedorismo.

Nesse cenário, persiste a crença de que os empreendedores estão "superando barreiras comerciais e culturais, reduzindo distâncias, promovendo a globalização e atualizando os conceitos econômicos, estabelecendo novas relações de trabalho e gerando novos empregos, desafiando paradigmas e criando riqueza para a sociedade" (Dornelas, 2008, p. 6).

2.3 Empreendedorismo no Mundo

A trajetória da sociedade humana é marcada por uma contínua autoavaliação e reinvenção. O que antes era considerado conceito estabelecido passa por constantes reformulações. Nos últimos vinte anos, essas mudanças se tornaram especialmente evidentes, com transformações dramáticas no cenário global, impulsionadas pela globalização cultural e econômica.

Dornelas (2008) remonta a primeira definição de empreendedorismo a Marco Polo, que descreveu o empreendedor como alguém que assume riscos de maneira ativa, tanto físicos quanto emocionais, enquanto o capitalista assume riscos de forma passiva. Durante a Idade Média, o papel do empreendedor evoluiu de alguém que assumia riscos para um gestor de grandes projetos de produção, frequentemente financiados pelo governo. Foi apenas no século XVII que a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo começou a se estabelecer claramente.

Foi durante esse período que o termo "empreendedorismo" surgiu, estabelecendo uma distinção clara entre o fornecedor de capital, o capitalista, e aquele que assume riscos, o empreendedor. No entanto, foi apenas no século XVIII, com o advento da industrialização, que as diferenças entre capitalista e empreendedor foram completamente definidas. A industrialização, que começou com a primeira revolução industrial na Grã-Bretanha no final do século XIX e início do século XX, levou à confusão entre empreendedores e administradores, com foco predominantemente econômico.

Atualmente, o campo do empreendedorismo está sendo alvo de estudos sistemáticos, com esforços significativos para desenvolver conhecimento na área a partir de meados do século XX. No entanto, foi somente no início da década de 80, com a criação de congressos e revistas acadêmicas especializadas, que o empreendedorismo começou a se afirmar como uma área de interesse importante, especialmente na Administração. Sendo um campo em evolução, ainda não há um consenso definido sobre o significado do termo.

2.4 Empreendedorismo no Brasil

O estudo do empreendedorismo é relativamente recente no campo da organização, com uma trajetória de pouco mais de 50 anos de investigação sistemática e contínua. Na área de Gestão, especialmente no Brasil, a pesquisa sobre esse tema é ainda bastante nova. Os autores observam que tanto em níveis locais quanto globais, há um crescente número de pessoas que investem em seus próprios negócios ou em empreendimentos de terceiros, aplicando uma administração inovadora e dinâmica.

De acordo com Dornelas (2001, p. 35), o movimento de empreendedorismo no Brasil começou a se consolidar na década de 1990. Nesse período, foram fundadas entidades como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Apesar de os ambientes políticos e econômicos não serem favoráveis e a falta de informações disponíveis para os empreendedores, essas instituições desempenharam um papel crucial no apoio e desenvolvimento do empreendedorismo.

No Brasil, conforme o Portal Educação, o empreendedorismo ganhou destaque principalmente na década de 1990. No entanto, os primeiros sinais de que "alguém começou a assumir riscos e investir em algo novo" datam do século XVII, quando empreendedores firmaram acordos contratuais com o governo para a produção de mercadorias. A partir desse período, surgiu a distinção entre empreendedor e capitalista, sendo este último aquele que apenas fornecia o capital.

Embora ainda esteja em fase inicial, o ensino de empreendedorismo tem experimentado um crescimento significativo no Brasil. Já há métodos estabelecidos para a formação de empreendedores, como o programa Brasil Empreendedor, lançado pelo governo em 1999, que tem como objetivo capacitar mais de dois milhões de empresários.

O Brasil conta com milhares de pequenos empreendedores que desempenham um papel crucial na criação de riqueza nacional. O empreendedorismo tem um impacto significativo no cenário atual dos negócios no país. Apesar dos avanços recentes, "o empreendedorismo no Brasil ainda está em seus estágios iniciais e requer uma atenção especial do Governo" (Custódio, 2011, p. 19).

De acordo com Costa (2009, citado por Custódio, 2011, p. 20), "o principal desafio para o Governo é formalizar uma grande parte dessas empresas, o que exigirá a redução de impostos e a oferta de garantias específicas para os empresários". O Brasil depende significativamente de sua população empreendedora, e é crucial fornecer apoio para que essas empresas possam se expandir de forma sólida e gerar mais oportunidades de emprego.

2.5 Empreendedorismo e Cultura Empreendedora do Terceiro Milênio

O Sebrae é amplamente conhecido entre os pequenos empresários brasileiros, oferecendo informações e suporte essenciais para a criação de novas empresas. Além disso, fornece consultoria para acompanhar o progresso dos negócios e resolver problemas menores. Esse órgão também contribui para a disseminação da cultura empreendedora nas universidades do Brasil, promovendo o Desafio Sebrae. Esta competição internacional envolve acadêmicos de diferentes nacionalidades, que são desafiados a gerenciar uma empresa virtual.

Uma cultura empreendedora que avalie e reduza riscos, e que trate os fracassos como etapas do aprendizado, reflete o verdadeiro espírito empreendedor, distinto do simples espírito aventureiro. Antigamente, acreditava-se que o espírito empreendedor estava ligado à personalidade e ao perfil psicológico do indivíduo.

É essencial melhorar o sistema educacional como um todo para fomentar a cultura empreendedora entre os jovens adultos (Silveira et al., 2011, p. 7). Atualmente, a capacidade de questionar o status quo está presente apenas em uma pequena parte da população.

2.6. Valores Indispensáveis para Educação Financeira

Adelcio Machado dos Santos e Alexandre Acosta (2011, p. 18) destacam que a educação empreendedora vai além de ensinar habilidades práticas, promovendo "valores como autonomia, independência, capacidade de criar empregos, inovar e gerar riqueza, além de assumir riscos e prosperar em ambientes instáveis". Esses valores são fundamentais para o desenvolvimento de um país. Com a economia em expansão, o interesse pelo empreendedorismo aumentou, levando cada vez mais pessoas a buscar iniciar seus próprios negócios. Além do planejamento e da pesquisa, uma boa ideia e muita motivação são essenciais para alcançar o sucesso. Nesse contexto, a revista Exame entrevistou quinze grandes empresários brasileiros para entender o que significa empreender e quais características definem uma pessoa empreendedora. As respostas fornecidas oferecem uma visão esclarecedora sobre o fenômeno empresarial no Brasil.

As respostas dos empreendedores fornecem uma visão muito esclarecedora. A palavra "sonho" é mencionada cinco vezes, seguida por "vontade" com três citações e "desafio" duas vezes. Além disso, termos como "impossível", os verbos "insistir" e "vencer", e os substantivos "fé", "oportunidade", "vida", "atrevimento", "iniciativa" e "paixão" são recorrentes. Esses empreendedores demonstram valores existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos.

Segundo Santos e Acosta (2011, p. 98), os estudos sobre empreendedorismo frequentemente revelam os seguintes aspectos sobre os empreendedores: a) iniciativa para criar novos negócios e paixão pelo que fazem; b) uso criativo dos recursos disponíveis para transformar o ambiente social e econômico; c) disposição para assumir riscos e enfrentar a possibilidade de fracasso.

2.7. Necessidades Fundamentais para Atividade Empreendedora

Malheiros, Ferla e Cunha (2003) identificam três fatores principais que contribuem para o sucesso dos empreendedores: Primeiro, destacam-se os valores associados ao próprio empreendedor, como as virtudes essenciais para quem deseja iniciar um novo negócio. Em segundo lugar, são importantes as habilidades gerenciais, que abrangem estratégias de nicho, gestão do fluxo de caixa, um sistema orçamentário eficiente e simplificado, experiência anterior, educação e uma estrutura organizacional simplificada. Por último, as habilidades pessoais desempenham um papel crucial, incluindo a capacidade de manter boas relações com representantes de crédito, clientes e funcionários.

3. Considerações Finais

Empreender envolve mais do que desejo; é sobre aproveitar oportunidades. Características essenciais para um empreendedor bem-sucedido incluem iniciativa, criatividade, visão de futuro, capacidade de inovação, habilidade em organizar demandas, gerenciar equipes, além de firmeza e determinação.

O espírito empreendedor é o que inspira indivíduos a iniciar seus próprios negócios e a criar inovações. Esse espírito é crucial para impulsionar a riqueza nacional e elevar as condições de vida da população.

Atualmente, as organizações enfrentam a crescente necessidade de identificar e cultivar profissionais com perfil empreendedor. Esses profissionais são fundamentais para implementar mudanças, criar inovações e oferecer visões novas, o que é crucial para se destacar e diferenciar positivamente da concorrência. O empreendedorismo se revela uma ferramenta indispensável na gestão de empresas, pois envolve a identificação de oportunidades e o desenvolvimento de estratégias para aproveitá-las, assumindo riscos e desafios. Portanto, é essencial investir no sistema educacional, promovendo uma cultura empreendedora entre jovens e até mesmo crianças, visto que os atributos de um empreendedor podem ser desenvolvidos e aprimorados ao longo do tempo.

O empreendedorismo, portanto, desempenha um papel significativo no desenvolvimento pessoal ao promover a autorrealização e a satisfação individual. No contexto organizacional, a cultura empreendedora é crucial para a sobrevivência e o sucesso das empresas em um ambiente competitivo. Além disso, no nível societal, o empreendedorismo oferece soluções para problemas que os governos muitas vezes não conseguem resolver, devido à sua estreita relação com o comportamento humano. À medida que avançamos para o século XXI, a sociedade demanda atitudes e comportamentos empreendedores para que as economias possam prosperar em um cenário de globalização acelerada.

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1 Graduação em Administração de Empresas. Especialização em Gestão Estratégica de Negócios. Mestrando em Administração de Empresas pela Must University. [email protected]