CORRELAÇÃO ENTRE AFINIDADE PELAS DISCIPLINAS E EXPERIÊNCIA ACADÊMICA NO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO NO CEFET/RJ MARACANÃ

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10360210


Davi Cerqueira Alves¹
Matheus Camilo Gonçalves²
Pedro Yokoyama Pereira³
Sandro do Espírito Santo⁴
Ricardo Nascimento Ferreira⁵


RESUMO
O presente estudo visa investigar a correlação entre o interesse nas disciplinas e a experiência acadêmica no bacharelado em Administração no CEFET/RJ (Campus Maracanã). A pesquisa, realizada com uma amostra representativa de alunos do primeiro ao quarto período, utilizou o método do coeficiente de correlação de Spearman, uma medida estatística não paramétrica que avalia a força e a direção da relação monotônica entre duas variáveis, a fim de analisar as preferências individuais em relação às disciplinas e sua relação com a experiência global no ambiente acadêmico. Os resultados indicam uma variedade de perspectivas entre os alunos em relação às disciplinas do curso. Além disso, a pesquisa explorou como a afinidade pelas disciplinas impacta a experiência acadêmica, considerando fatores como desempenho acadêmico, satisfação geral e motivação para o aprendizado. Os resultados demostrados a seguir podem oferecer implicações significativas para a prática educacional na área de graduação do CEFET/RJ, contribuindo com insights para aprimorar estratégias de ensino, promover a satisfação dos alunos e incentivar uma participação mais ativa no processo de aprendizado. A correlação positiva-negativa entre o interesse nas disciplinas e a experiência acadêmica destaca a importância de personalizar abordagens pedagógicas para atender às necessidades individuais dos alunos, contribuindo para um ambiente educacional mais eficaz e enriquecedor.
Palavras-chave: Correlação; Disciplinas; Preferência; Experiência Acadêmica; Grade Curricular;
 

ABSTRACT
The article seeks to investigate the correlation between interest in subjects and academic experience in the Bachelor's degree in Administration at CEFET/RJ Campus Maracanã. The research, carried out with a representative sample of students from the first to the fourth period, used the Spearman correlation coefficient method, a non-parametric statistical measure that evaluates the strength and direction of the monotonic relationship between two variables, to analyze individual preferences in relation to disciplines and their relationship with the general experience in the academic environment. The results indicate a variety of perspectives among students regarding the course subjects. Furthermore, the research explored how the affinity for subjects impacts the academic experience, considering factors such as academic performance, general satisfaction and motivation for learning. The results shown below can offer significant implications for educational practice in the CEFET/RJ undergraduate area, contributing insights to improve teaching strategies, promote student satisfaction and encourage more active participation in the learning process. The positive-negative correlation between interest in subjects and academic experience highlights the importance of personalizing pedagogical approaches to meet students' individual needs, contributing to a more effective and enriching educational environment.
Keywords: Correlation; Subjects; Preference; Academic experience; Curriculum Grid.

1. INTRODUÇÃO
 

O curso de bacharelado em administração oferecido pelo CEFET/RJ no campus Maracanã é reconhecido por sua excelência na formação de administradores preparados para o mercado. Possuindo uma grade curricular abrangente, a instituição engloba áreas como gestão, finanças, marketing, recursos humanos, processos organizacionais etc., proporcionando aos alunos uma base teórica e prática voltada para o mercado de trabalho ministradas por professos que, justamente, conhecem muito bem o que o mercado busca nos administradores. No entanto, embora o curso de administração oferecido pelo CEFET/RJ mantenha sua nota 5 no conceito ENADE 2022, é pertinente destacar uma mudança na posição da instituição em relação ao ano de 2018, tendo caído em uma posição no ranking das melhores instituições públicas que oferecem o mesmo curso.

Dessa forma, é de nosso interesse buscar a avaliação dos alunos do próprio curso, a fim de que se possa correlacionar as experiências negativas observadas em determinados períodos com o fato do aluno não ter tido uma boa percepção de determinadas disciplinas. A motivação intrínseca desta pesquisa reside no pressuposto de evidenciar as correlações entre as preferências dos alunos em relação às disciplinas e os elementos que mais influenciaram negativamente sua percepção sobre a grade do curso. Este estudo visa identificar essas correlações, abrindo espaço para investigações subsequentes que possam abordar de maneira mais investigativas as problemáticas identificadas, culminando na proposição de soluções práticas e eficazes.


2. METODOLOGIA


O presente estudo será uma pesquisa de cunho descritivo, pois será baseada na investigação das preferências dos alunos do curso de administração no CEFET/RJ Maracanã de forma online através de formulário do Google. A meta é obter uma amostra que represente aproximadamente 50% de cada período contemplado, garantindo uma pesquisa sem viés. O instrumento de coleta dos dados conterá perguntas sobre a preferências dos alunos pelas disciplinas oferecidas na atual grade do curso e qual aspecto negativo melhor representa a experiência do aluno naquele período. O formulário será divulgado através dos grupos de WhatsApp do curso, canais do Teams e, se for oportuno, abordando-os fisicamente.

Para analisar a correlação entre a preferência pelas disciplinas e o fator negativo representativo da experiência, será utilizada o Coeficiente de Correlação de Spearman. Essa escolha se deve à natureza ordinal e não lineares das variáveis. A correlação de Spearman é um método não paramétrico que avalia a relação monotônica entre duas variáveis. Este método é apropriado quando as suposições necessárias para a correlação de Pearson não são atendidas. Os dados serão organizados de maneira apropriada, garantindo que as variáveis de interesse estejam prontas para análise. O coeficiente de correlação será calculado para medir a associação entre a afinidade pelas disciplinas e o fator negativo representativo da experiência (se possível, um teste de significância será feito para determinar se a correlação é estatisticamente significativa). Os resultados serão interpretados, destacando a força e a direção da correlação, utilizando-se dos critérios de correlação definidos pelos próprios autores desta pesquisa em vista do número de períodos contemplados e incógnitas como mudança de professor de uma turma para outra, forma de avaliação, conteúdo reformulado etc.

 

Os resultados serão avaliados com base em duas hipóteses: a hipótese nula para as disciplinas que apresentarem correlações muito fracas, fracas e moderadas (<0,75) serão desconsideradas e somente serão abordadas as que apresentarem correlações fortes e muito fortes (0,76>), a fim de que se possa avaliar individualmente cada período e chegar a uma conclusão no caso de muitas correlações fortes. Além da análise numérica, serão criadas matrizes para a visualização da correlação a partir do programa estatístico Jamovi. Reconhecendo a inevitável variação nas correlações devido ao número de avaliadores diminuir à medida que os períodos avançam, adotamos uma abordagem adaptativa em que o critério para considerar uma correlação como relevante pode ser ajustado proporcionalmente ao número de avaliadores da grade. Essa abordagem visa equilibrar a sensibilidade da análise à variabilidade nos dados, permitindo uma interpretação mais flexível das correlações à medida que o tamanho varia, visando mitigar os efeitos que o número de avaliadores reduzidos possa causar nas conclusões do estudo. Essa adaptação ocorrerá quando o número de avaliadores se reduz para duas turmas, nesse cenário serão consideradas correlações fortes aquelas que atingem uma correlação moderada (0,55 a 0,75).

Essa pesquisa se iniciou com a proposta do orientador do artigo e professor da disciplina de Probabilidade e Estatística, Ricardo Ferreira, cujo objetivo é abordar quaisquer uma das áreas da Administração. Em nosso caso, o enfoque será dado à área da gestão educacional, a fim de desenvolver um artigo em que fosse utilizado pelo menos uma ferramenta estatística para a análise dos resultados.

Quando o coordenador do curso veio à sala notificar que a nossa classificação no conceito ENADE tinha caído uma posição, percebemos que, para o pouco tempo que tínhamos para coletar e produzir resultados, seria um bom ponto de partida verificar correlações para que pesquisar futuras pudessem ter um norte baseado em dados estatísticos. Dessa forma, foram elaboradas em um formulário do Google, com perguntas que nos ajudassem tanto a entender o nosso público, quanto os necessários para se fazer a correlação com perguntas ordinais em escala e ordinais categóricas a fim de se avaliar a preferência e a intensidade de cada experiência negativa. A coleta de dados, realizada no mês de novembro de 2023 para que os alunos que estivessem cursando determinado período pudessem ter opinião formada, totalizaram 84 respostas, cada um representando em torno de 25% para cada período.

3. VARIÁVEIS DE IMPACTO NA EXPERIÊNCIA DOS ESTUDANTES

Para a realização deste estudo, foram levadas em consideração seis fatores que possuem o potencial de impactar negativamente a experiência dos discentes do curso de Administração do CEFET/RJ (Campus Maracanã). São eles: Carga Horária Excessiva, Conteúdo desinteressante/irrelevante, Falta de Monitoria, Método de Ensino (Didática Improdutiva), Sistema/Método de Avaliação e Comunicação Professor-Aluno Ineficiente.

Para avaliar a relevância desses fatores para os dados períodos, foi-se disponibilizada uma tabela, para cada período, onde era possível estabelecer uma nota de 1 a 5 para a relevância desse fator, sendo 1, pouco relevante, e 5, muito relevante.

3.1 DISPOSIÇÃO DE HORÁRIOS, METODOLOGIA DE ENSINO E COMUNICAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Com relação à tais fatores ligados à experiência negativa dos discentes do curso de Administração, as questões de disposição de horários, comunicação, e didática de professores são as que mais possuem destaque entre as respostas obtidas no questionário. 

 

Embora a pesquisa tenha sido realizada com base na metodologia quantitativa de uma amostra composta por estudantes da própria instituição CEFET/RJ, especificamente do curso de Administração, foi-se disponibilizado um espaço para comentários gerais para os respondentes do formulário (de forma opcional), de forma que pudesse ser feita uma análise qualitativa em pequena escala sobre opiniões pontuais de alguns estudantes. Dentre esses comentários, destaca-se uma fala que ilustra um dos impactos causados pela disposição dos horários do curso: 
 

“Acho que deveriam deixar o curso em somente um período de preferência manhã ou a noite, para que os alunos tenham condições de estagiar. A grade de horários com está hoje não ajuda a ninguém só atrapalha, principalmente os alunos de baixa renda.”


Sobre o cenário em que os alunos se encontram atualmente, em relação à grade de horários, nota-se uma implicação negativa sobre a experiência dos alunos com as aulas e, em certos casos, disponibilidade para trabalho e estágio. Tal fato, a longo prazo, pode provocar uma queda no desempenho dos estudantes, ou até mesmo um crescimento nos níveis de trancamento de disciplinas e evasão de ensino. Esse panorama é descrito por Baggi (2011, p.6) em: “[...] o desligamento dos cursos também ocorre nas instituições públicas, de forma indireta, como por exemplo, pela incompatibilidade entre horário de estudo e trabalho.” 

 

Outra questão levantada se diz respeito à comunicação dos professores e o método de ensino adotado pelos docentes e pela instituição do curso como um todo. De acordo com Goergen (1998), o mundo passou por diversas mudanças sociais e tecnológicas, que provocaram uma evolução em diversos setores da sociedade. Porém, um dos campos que menos se desenvolveu foi o ensino de ciências, que, como dito pelo autor, permanece muito semelhante ao modelo de ensino décadas atrás. Esse fator pode ser agravado se levar em consideração a precariedade na infraestrutura e orçamento das instituições públicas de ensino superior no Brasil, mas em específico, no Rio de Janeiro.

Por conta disso, a experiência de ensino dos estudantes da instituição CEFET/RJ pode ser prejudicada, visto que as metodologias e os modelos de ensino aplicados no cotidiano estudantil não acompanham, em sua maioria, os avanços que acontecem a nível tecnológico e pedagógico, embora sejam estudados em aplicados em outras instituições de excelência em patamares globais. Esse conjunto de fatores torna, por consequência, o estudo de certas disciplinas pouco prático e monótono.

Cunha (1998, p.8) ilustra tal panorama através da seguinte passagem: “Mantém-se, em muitas situações, as tradicionais opções de transmissão e repetição, esperando que os alunos estoquem conceitos que correm o risco de até já estarem ultrapassados, quando forem exercitar suas atividades profissionais.”

Quando unidas as problemáticas (disposição de horários, comunicação professor-aluno deficiente e didática ineficiente), percebe-se uma relação bastante íntima entre elas e como isso afeta os estudantes. Quase como uma relação de causa e efeito, o modelo de ensino e a didática ultrapassada praticada por diversos docentes dentro da instituição influencia, de forma negativa, a disposição dos horários ao longo dos períodos dentro do curso de Administração.

Nota-se que, em períodos iniciais, há uma presença forte de matérias conceituais, carregadas de conteúdo e em grande volume dentro da grade de horários, o que limita o estudante do curso a se dedicar em maior tempo aos estudos, restringindo a sua disponibilidade a trabalho e outras atividades. Enquanto isso, em períodos finais do curso de Administração, a grade de horários se torna mais branda e flexível, com pouco volume de matérias e conteúdos mais práticos, que, de forma proposital, abrem mais espaço para o discente estagiar, trabalhar ou realizar outros tipos de atividade fora da faculdade.

Para Cunha (1998, p.8), a tradição da ciência positiva manifesta práticas que influenciam a forma como são desenvolvidas as grades curriculares em IES, nas quais a teoria precede a prática, sendo a prática uma aplicação dos conceitos teóricos no cotidiano profissional e estudantil.

Tal cenário demonstra, do ponto de vista dos discentes do curso, como a metodologia de ensino praticada atualmente dentro do CEFET/RJ é ultrapassada e, de muitas formas, limita o estudante a se aprimorar em outros campos práticos dentro de sua área de estudo e trabalho, visto que a didática e disposição de horários obriga o estudante a seguir uma linha conceitual de estudos para, então, prosseguir para a fase prática desses conceitos.

 

3.2 AUSÊNCIA DE MONITORIA

 

Outra condição que pode vir a impactar negativamente na experiência dos discentes durante os períodos do curso é a falta de um exercício de monitoria sobre determinadas disciplinas. Nos cursos de ensino superior, a monitoria vem sendo frequentemente utilizada de uma maneira estratégica para oferecer apoio aos estudos de discentes, especialmente àqueles que possuem dificuldades no aprendizado (FRISON, 2016).

 

A contribuição da monitoria é notável em diversos cursos de diferentes instituições, sendo uma atividade respaldada e regularizada por dispositivos legais através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº. 9.394/1996 - Artigo 84), que garante a possibilidade de estudantes, preenchendo certos requisitos, exercerem o papel de monitor em seus respectivos cursos. Porém, de acordo com a pesquisa realizada com alunos até o quarto período do curso de Administração do CEFET/RJ, a carência desse artifício não possui um impacto tão alarmante na experiência universitária dos estudantes.

 

Conforme os resultados extraídos do formulário, a questão da ausência de monitoria, ao longo dos períodos, é de pouca relevância para os respondentes, já que, em sua maior parte, essa variável foi avaliada como pouco impactante pelos estudantes dentro do contexto da pesquisa. Tal cenário suscita o questionamento: a falta de monitoria provoca alguma perda de oportunidade para os estudantes? Para responder essa indagação, se faz necessário direcionar essa pergunta para dois pontos de vista diferentes: de quem estuda com monitores e de quem exerce o papel de monitor.

 

Para os estudantes que são beneficiados pelas sessões de monitoria, existe a possibilidade de se tirar dúvidas que restaram de aulas lecionadas por docentes, além de fomentar uma interação entre colegas de curso e desenvolver um sistema de estudo e aprendizagem mútua que perpassa os espaços de tempo limitados pela carga horária das aulas. Por conta disso, há uma visível oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional para os discentes ao atender classes de monitoria, podendo até, em alguns casos, favorecer o rendimento em trabalhos e avaliações do curso. Em síntese, para esse cenário, é possível afirmar que:

 

O estudante deve buscar aprimorar os conhecimentos da sua própria área de formação e a monitoria de ensino dá a oportunidade ao estudante de conciliar a parte teórica com a prática, pois, nesse programa, o monitor tem a autonomia de desenvolver atividades que contribuirão para si e para os seus colegas. (SANTOS, F. C. B. dos; FERREIRA, L. G., 2019, p.252)

Sob outro enfoque, o exercício de monitoria proporciona alguns benefícios para o estudante que o pratica. Primeiramente, é válido mencionar que a monitoria promove a experiência de docência para os alunos interessados no programa, podendo ser o primeiro contato de um estudante com a pedagogia e lecionação dentro do ensino superior. Segundo Matoso (2014), a monitoria exerce papel fundamental para revelar aos estudantes a sua vocação, ou não, pela área de docência, contribuindo para a trajetória profissional a ser seguida pelos discentes. Além disso, outros benefícios também devem ser levados em consideração, como o surgimento de oportunidades de carreira, inclusão dessas experiências profissionais no currículo, ou mesmo a criação de uma conexão e aprofundamento dos estudos sobre temáticas de interesse do aluno.

 

3.3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO

 

Outrora, uma das variáveis de impacto que obteve, de acordo com os discentes do questionário, uma relevância considerável trata do sistema ou método de avaliação utilizado pelos diferentes docentes ao longo dos períodos. Segundo Andrade (2004) “É incontestável a importância da avaliação no processo ensino/aprendizagem, tendo como objetivo geral acompanhar o desenvolvimento acadêmico, permitindo a identificação de falhas por docentes e alunos e sua imediata correção”. Portanto, percebe-se a criticidade e o peso sobre forma como um docente avalia seus alunos, visto que a condução dos estudantes para o melhor desenvolvimento estudantil e profissional, muitas das vezes, só pode ser realizada através da percepção de erros e desentendimentos cometidos pelos discentes em exames de avaliação.

 

Todavia, a partir do momento em que estudantes do curso de Administração do CEFET/RJ relatam que o método avaliativo, em certos períodos e disciplinas, impacta negativamente em suas experiências, surge o questionamento se a metodologia adotada por certos docentes é a mais adequada para suas matérias ou não. De acordo com Andrade (2004) “[...] os métodos e o conteúdo escolhidos terão um profundo efeito não só sobre o que os alunos aprendem, mas como eles aprendem”. Portanto, infere-se que as escolhas dos métodos avaliativos impactam diretamente em como o aluno estuda a matéria e a forma como ele absorve conhecimento.

 

3.4 DESINTERESSE POR DISCIPLINAS

 

O desinteresse pelos conteúdos de aula por parte dos discentes é algo recorrente em diferentes cursos e instituições ao redor do globo. Embora o interesse por certas disciplinas seja algo particular e varia de aluno para aluno, é possível encontrar cenários onde uma parte considerável dos discentes de uma turma consideram certa cadeira como não-interessante. Dentro do contexto deste estudo, é possível afirmar que tais cenários citados anteriormente estão presentes em uma quantidade considerável de disciplinas de diferentes períodos e turmas, visto que a esse fator possuiu uma grande recorrência nas respostas do questionário.

 

O conteúdo ser considerado desinteressante por parte dos discentes pode se tornar um problema alarmante em qualquer curso de ensino superior, sendo um fator que pode levar a uma desistência do discente em certas disciplinas ou mesmo optar por uma troca de curso ou instituição.

 

Nesse caso, a falta de interesse pelas disciplinas pode advir de diversos motivos diferentes, como falta de compatibilidade com a área de estudo, conflitos com a didática de docentes ou mesmo dificuldades no aprendizado do conteúdo. Portanto, percebe-se que é possível haver, em muitos dos casos, desinteresse por certas matérias por conta de fatores externos ao conteúdo da disciplina em si, o que provoca um déficit na forma como os docentes cativam e geram o interesse pelas aulas em seus alunos.

 

Com base nisso, percebe-se que, dentro do contexto apresentado do curso de Administração do CEFET/RJ (Campus Maracanã), existem fatores externos ligados ao conteúdo em si que o tornam pouco atrativo para muitos alunos, o que provoca no desalinhamento da proposta pedagógica do curso. Tal cenário pode ser ilustrado através da seguinte passagem:

 

Pois, por maior avanço que possa ter ocorrido no contexto educacional, percebe-se ainda que os conteúdos escolhidos, a metodologia utilizada e a postura profissional adotada por muitos educadores revelam uma visão de mundo nem sempre condizente com as propostas pedagógicas vigentes (LOPES, 2017, p.14).

 

4. DADOS DO PERFIL DOS DISCENTES RESPONDENTES

 

Primeiramente, são destacados abaixo dados relacionados ao período em que se encontram os estudantes contribuintes da pesquisa.

 

Gráfico 1: Período atual dos respondentes da pesquisa.

1º Período, 21 (25%); 2º Período, 21 (25%); 3º Período, 23 (27,4%); 4º Período, 19 (22,6%)

 

A seguir, são dispostas informações obtidas no formulário de questões relacionadas a: identificação de gênero, raça/cor/etnia, local de residência e participação em programas de estágio. Tais assuntos são demostrados nos quatro gráficos abaixo:

 

Gráfico 2: Gênero dos respondentes.

Homens: 46 (54,8%); Mulheres: 38 (45,2%).

 

Obtivemos um número de respostas razoavelmente equilibrado quanto ao gênero (Gráfico 2).

 

Gráfico 3: Raça/cor/etnia dos respondentes.


 

Branco: 47 (56%); Pardo: 21 (25%); Preto: 16 (19%).

 

Há uma disparidade em relação a raça/cor/etnia (Gráfico 3), onde mais da metade dos respondentes se identifica como branco.

 

Gráfico 4: Local de residência dos respondentes.

Zona Norte: 30 (35,7%); Zona Oeste: 24 (28,6%); Zona Sul: 14 (16,7%); Baixada Fluminense: 10 (11,9%); Centro: 4 (4,8%); Niterói: 2 (2,4%).

 

No quesito localidade dos respondentes (Gráfico 4), se considerarmos que neste caso existiam 6 opções, mais de um terço afirma que reside na Zona Norte, localidade onde se situa a instituição. A segunda localidade que mais possui residentes, dentro do contexto da pesquisa, é a Zona Oeste, o que evidencia que uma parcela considerável dos estudantes leva um tempo maior na locomoção de suas residências até a instituição em si, seja através de transportes públicos ou meios de locomoção próprios.

 

Gráfico 5: Compromisso com estágio ou trabalho dos respondentes

Não: 59 (70,2%); Sim: 25 (29,8%)

 

Outro dado que vale destacar é sobre o compromisso dos respondentes em relação a estágio ou trabalho (Gráfico 5), pois praticamente 30% (trinta por cento) realiza alguma dessas atividades. Ou seja, independente das condições, uma parte considerável já trabalha/estagia antes mesmo do período que se inicia a busca pelo estágio obrigatório, fator esse que agrega e influencia a experiência que essas pessoas obtêm durante a graduação

 

5. INFORMAÇÕES GERADAS ATRAVÉS DA CORRELAÇÃO DE DADOS

 

Esta pesquisa se dedicou a buscar a avaliação dos alunos do curso de Administração no CEFET-RJ (Campus Maracanã) para buscar entender se há correlações entre as disciplinas que os alunos menos gostam, ou seja, que apresentam uma opinião desfavorável, e cruzar com a intensidade dos fatores negativos que influenciaram a sua experiência acadêmica. É válido ressaltar que é de interesse não só dos alunos, mas também dos professores que a instituição seja prestigiada pelo seu trabalho na forma de nota máxima no conceito ENADE.

 

Obtivemos um total de 84 respostas, de forma que cada parcela representasse pelo menos metade das turmas, algo em torno de 20-30 alunos, equilibrando-se em aproximadamente 25% para cada período contemplado.

 

Os números apresentados nas tabelas a seguir se referem ao Rho de Spearman, que indica a intensidade da correlação e a direção para qual ela está indo. Esse valor foi calculado com o auxílio da ferramenta estatística Jamovi. Em todas as correlações seguintes, devido à natureza da pesquisa, serão observadas correlações negativas. A correlação negativa sugere que existe, estatisticamente, uma associação inversa entre a aversão às disciplinas e a percepção negativa. Ou seja, na medida em que a avaliação de um fator negativo fica mais forte, há uma tendência de que eles também não gostem da disciplina em questão.

 

 

Tabela 1: Valores de Rho de Spearman para o 1° Período.

 

Fonte: Elaborada pelos autores, 2023.

 

A análise dos resultados da grade do 1° período indica a intensidade entre as três disciplinas que apresentaram correlações significativamente fortes. Observamos, na variável de Carga Horária, que todas as três disciplinas apresentaram correlações, sendo a de maior intensidade a disciplina Comunicação Corporativa (-0.836), seguido de Introdução à Economia (-0.780) e Ética Empresarial (-0.765).

 

A partir da segunda variável, Sistema de Avaliação, observamos a ausência de correlação com a disciplina de Comunicação Corporativa (<0.75), sendo Ética Empresarial (-0.786) a que apresentou maior intensidade nesse quesito, seguido de Introdução à Economia (-0.769) com uma diferença de 0,017 entre elas.

 

A última variável identificada, referente ao Método de Ensino, foi a que apresentou maior intensidade dentre as três variáveis, estando presente nas disciplinas de Comunicação Corporativa (-0.897) e Introdução à Economia (-0.858). Ética Empresarial não apresentou correlação forte segundo nossos parâmetros.

 

Tabela 2: Valores de Rho de Spearman para o 2° Período.

Fonte: Elaborada pelos autores, 2023

 

Dentre as disciplinas do 2° período, foram identificadas cinco disciplinas que apresentaram correlações fortes, além do surgimento de duas novas variáveis na análise de resultados. Com relação à Carga Horária, duas disciplinas apresentaram correlações significativas: Análises de Demonstrativos (-0.865) e Psicologia Social (0.805). Em contrapartida, em Sistema de Avaliação elas não apresentam correlações, dando lugar às outras três disciplinas: Administração de Materiais (- 0.806), a mais forte, R.S.R.E.R (-0.899) e, a mais fraca do período, Cálculo 2 (-0.785).
 

No quesito método de ensino, Administração de Materiais e R.S.R.E.R apresentaram correlações bem próximas, sendo, respectivamente, -0.857 e -0.841. Já Análise de Demonstrativos (-0.783) ficou mais embaixo, com uma diferença de aproximadamente 0.070 pontos. Em Comunicação Ineficiente, apenas uma disciplina apresentou correlação: Psicologia Social, com a intensidade -0.791 para esta variável.
 

Para a última variável, que refere-se à Conteúdo Irrelevante/Desinteressante, foi encontrada em três disciplinas: Psicologia Social e Cálculo 2 com intensidades muito próximas de, respectivamente, -0.827 e -0.825, e R.S.R.E.R, que apresentou intensidade um pouco mais baixa no valor de -0.793.
 

Tabela 3: Valores de Rho de Spearman para o 3° Período.


 

Fonte: Elaborada pelos autores, 2023.

 

No 3° e último período avaliado, encontramos quatro disciplinas cujas correlações foram consideradas fortes seguindo a adaptação do valor de intensidade (0.55>), segundo a quantidade de turmas avaliadores. Em duas disciplinas temos correlações com a variável Sistema de avaliação, sendo elas: Gestão da Inovação (- 0.577) e Estruturas e Processos Organizacionais (-0.618), sendo este o mais forte nesse quesito. Em Método de Ensino, surgiu apenas uma disciplina: Probabilidade e Estatística, cuja intensidade se deu no valor de -0.614.

 

Quanto à nova variável sobre a Ausência de Monitoria, duas disciplinas apresentaram correlações, sendo elas: Gestão da Inovação e Contabilidade de Custos, respectivamente -0.613 e -0.659. Por último, no fator Comunicação Ineficiente Professor-Aluno, temos correlação em Gestão da Inovação (-0.606) e Estruturas e Processos Organizacionais (-0.619).
 

Dados os resultados nas tabelas, percebe-se correlações fortes entre certas matérias e variáveis ao longo dos períodos, o que implica um resultado negativo sobre a experiência dos estudantes. Para cada correlação forte existente, há uma presença forte de tal variável no cotidiano dos estudantes em dadas matérias, o que pode vir a afetar questões acadêmicas, como rendimento nas avaliações, nível de aprendizado, aversão a certos campos de estudo, nível de afetividade sobre o curso e motivação do discente a estudar. Portanto, faz-se necessário analisar mais a fundo tais correlações e entender que existem cenários no dia a dia dos estudantes que podem estar relacionados a essas questões.

 

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

 

Para o primeiro período, há um descontentamento em relação ao sistema de avaliação pode exercer uma influência prejudicial no engajamento dos alunos, impactando diretamente seu interesse e motivação para participar ativamente das aulas, estudar e realizar atividades relacionadas. Esta percepção negativa pode ser um reflexo de aspectos mais abrangentes da experiência de aprendizado, tais como a clareza das avaliações ou a utilidade percebida delas. Este vínculo entre insatisfação e engajamento representa um desafio significativo para os educadores, pois buscam envolver os alunos e promover um ambiente de aprendizado positivo. Investigar e abordar preocupações específicas relacionadas ao sistema de avaliação pode ser crucial para aprimorar a experiência geral dos alunos.
 

Quanto à Carga Horária, observamos uma dinâmica semelhante de correlação negativa. Embora o formulário aponte para uma "Carga Horária Excessiva", os alunos podem também interpretar isso como uma má distribuição dos horários, o que resultaria em fadiga e sobrecarga. Este cenário, em ambos os aspectos, compromete a capacidade dos alunos de absorver e assimilar o conteúdo, contribuindo para um aprendizado ineficaz e, consequentemente, para uma avaliação desfavorável dessas disciplinas. É relevante destacar que, neste período, as aulas são ministradas no turno da manhã, o que pode influenciar ainda mais a percepção dos alunos em relação à carga horária.
 

No que diz respeito ao Método de Ensino, semelhante ao caso da Carga Horária, a percepção pode variar consideravelmente, seja por questões didáticas ou outros elementos que contribuam para uma classificação negativa. A avaliação desfavorável sugere que os alunos percebem o método de ensino como menos eficaz. Contudo, é necessário considerar as questões subjetivas, como o estilo pessoal de retenção de informações dos alunos. Introduzir métodos que atendam a diversas modalidades de aprendizado pode ser uma abordagem para reduzir essa problemática, embora o processo para alcançar o máximo aproveitamento possa ser desafiador e demandar esforços substanciais.
 

No segundo período, surge um novo desafio na forma do fator Conteúdo, adicionando mais uma camada à complexidade da experiência acadêmica. Quando o material didático não é percebido como aplicável, prático ou significativo para a vida ou carreira dos alunos, há uma probabilidade maior de que estes não se envolvam ativamente na disciplina. Isso ocorre porque a motivação está intrinsecamente ligada ao interesse natural pelo tema, além da percepção de falta de relevância pode minar essa motivação fundamental.

 

Diante desses resultados, torna-se evidente a necessidade de uma revisão e atualização do conteúdo do curso, visando torná-lo mais atrativo aos alunos. Por exemplo: se o conteúdo for considerado excessivamente teórico, a inclusão de exemplos práticos e estudos de caso pode desempenhar um papel fundamental ao demonstrar a aplicação tangível do conhecimento na prática. Essa abordagem não apenas aumenta o interesse dos alunos, mas também ressalta a relevância direta do conteúdo para suas vidas e carreiras

 

A adaptação do material para torná-lo mais envolvente e aplicável pode contribuir significativamente para uma experiência de aprendizado mais eficaz. Além disso, a implementação de métodos interativos, como atividades práticas e projetos aplicados pode fortalecer ainda mais a conexão entre o conteúdo do curso e a realidade dos alunos, proporcionando uma abordagem mais dinâmica e estimulante.
 

Portanto, ao reconhecer e abordar a importância da percepção de relevância do conteúdo, as instituições educacionais podem promover um ambiente mais propício ao engajamento dos alunos e ao desenvolvimento de suas habilidades, alinhando o conhecimento teórico com aplicações práticas e significativas em suas trajetórias acadêmicas e profissionais.
 

Por fim, é importante destacar os fatores relacionados à Comunicação e Monitoria como elementos cruciais para a experiência acadêmica dos alunos. A ausência de monitoria pode ser percebida como a carência de suporte acadêmico adicional, o que, por sua vez, pode impactar negativamente os estudantes, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades na compreensão do conteúdo da disciplina.
 

A monitoria desempenha um papel vital na abordagem de dúvidas, explicando tanto tópicos específicos quanto a disciplina como um todo. Os resultados obtidos sugerem a necessidade de disponibilizar apoio de maneira mais abrangente, seja por meio do auxílio de turmas passadas, materiais suplementares, ou outras formas de suporte. Essa lacuna pode estar relacionada à comunicação ineficaz entre professores e alunos, embora seja crucial destacar que correlação não implica causalidade, exigindo uma investigação mais aprofundada. Quanto ao aspecto negativo da comunicação, podemos analisá-lo a partir de duas perspectivas distintas. A primeira diz respeito à dificuldade que os alunos enfrentam para se comunicar com os professores, a outra está mais próxima do que definimos como didática ruim (no nosso caso observamos a partir da primeira perspectiva). A dificuldade em entrar em contato com os professores pode contribuir para a formação de opiniões negativas sobre a experiência acadêmica. Dessa forma, torna-se relevante ressaltar que a comunicação deficiente pode dificultar a busca por suporte adicional ou esclarecimento de dúvidas por parte dos alunos, levando-os a se sentirem perdidos ou desorientados ao longo do semestre. Nesse contexto, é imperativo explorar estratégias para melhorar a comunicação professor-aluno, garantindo que os canais de diálogo estejam abertos e eficientes.

 

Diante dessas perspectivas, vale ressaltar que em Gestão da Inovação, por exemplo, os alunos são apresentados a um sistema de avaliação que é requisito extensionista do MEC. Ou seja, o professor não possui autonomia para conduzir as avalições da maneira dele e, por conta disso, percebemos que a problemática não gira em torno da avaliação em si (que são constituídas de seminários e apresentações), mas possivelmente da falta de apoio e preparo em relação à essa novidade que traz um peso extra ao período.

 

7. CONCLUSÃO

 

Tendo em vista os resultados apresentados, foi possível analisar e apresentar possíveis soluções e fazer apontamentos dos fatores ligados a experiência atual dos estudantes do curso de Administração do CEFET/RJ (Campus Maracanã). Por isso, nosso principal objetivo foi concluído: apresentar correlações para que, futuramente, possam servir como ponto de norteio para futuras pesquisas que visem investigar as problemáticas à fundo.

 

No entanto, vale ressaltar que encontramos diversas limitações na condução dessa pesquisa, tais como resultados com certo viés algumas turmas e a ausência de amostras do 5° período em diante. Por conta disso, o método de coleta de respostas pode não ter sido suficientes em questão de profundidade se levado em consideração a quantidade de alunos e turmas matriculados no curso atualmente, além de outros variáveis/ fatores negativos importantes não terem sido levados em conta para o desenvolvimento dessa pesquisa. Além disso, é válido pontuar que a pesquisa envolve uma subjetividade considerável, visto que se trata de opiniões e considerações gerais obtidas dos alunos respondentes do questionário, mas não avalia questões da instituição do ponto de vista dos docentes e do setor administrativo do CEFET/RJ (Campus Maracanã).

 

Com base no cenário exposto, é possível afirmar que os resultados têm implicações diretas para a melhoria da qualidade do ensino da instituição, oferecendo oportunidades de aprimoramento tanto para o corpo docente quanto para a estrutura do curso. Identificar disciplinas e fatores específicos que impactam negativamente a experiência dos alunos permite ajustes direcionados, contribuindo para uma formação mais eficaz e alinhada às demandas do mercado de trabalho. 

 

Além disso, a relevância desses resultados se estende para além dos muros acadêmicos, impactando a sociedade em vários aspectos. O aprimoramento da qualidade do ensino na área de Administração significa a formação de profissionais mais capacitados e preparados para enfrentar os desafios do mundo profissional. Esse efeito cascata pode resultar em organizações mais produtivas e inovadoras, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de diferentes setores.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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¹ Graduando em Administração pelo CEFET/RJ. E-mail: [email protected]
² Graduando em Administração pelo CEFET/RJ. E-mail: [email protected]
³ Graduando em Administração pelo CEFET/RJ. E-mail: [email protected]
⁴ Graduando em Administração pelo CEFET/RJ. E-mail: [email protected]
Docente no CEFET/RJ e orientador do presente artigo científico. E-mail: [email protected]

Uma relação monotônica entre duas variáveis significa que, à medida que uma variável aumenta, a outra também aumenta (monotonicamente crescente) ou diminui (monotonicamente decrescente), mas não necessariamente a uma taxa constante. Em outras palavras, a direção da relação entre as variáveis é consistente, mas a magnitude da mudança pode variar. A correlação de Spearman avalia a relação monotônica entre duas variáveis ordinais. Se a correlação for positiva, isso sugere uma relação monotonicamente crescente; se for negativa, sugere uma relação monotonicamente decrescente.