CONECTANDO SABERES: ESTRATÉGIAS EFICIENTES DE ENGAJAMENTO EDUCACIONAL ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS PARA ALUNOS E PROFESSORES
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10720268
Tatiane Ketlyn Roncovsky Weiler1
Geisse Martins2
RESUMO
Neste estudo, explora-se o impacto das redes sociais no engajamento de alunos e professores na educação, adotando uma abordagem de revisão da literatura que abrange obras essenciais da literatura educacional. A metodologia envolve a análise de estratégias de engajamento, estudos de caso e desafios relacionados ao uso de redes sociais no contexto educacional. Conclui-se que as redes sociais desempenham um papel significativo na promoção do engajamento, facilitando a colaboração entre alunos e professores, o compartilhamento de recursos educacionais e estimulando a reflexão crítica sobre o conteúdo digital. No entanto, identifica-se desafios importantes, como a necessidade de desenvolver a literacia digital tanto para os alunos quanto para os professores, para que possam navegar e avaliar o conteúdo on-line de maneira crítica e responsável. Além disso, a gestão do tempo e a sobrecarga de informações emergem como obstáculos que precisam ser superados para otimizar o uso das redes sociais na educação. Desta forma, este estudo enfatiza a importância estratégica das redes sociais na educação contemporânea, ressaltando seu potencial transformador para promover o engajamento ativo de alunos e o desenvolvimento profissional dos professores, desde que abordado adequadamente os desafios associados a essa integração.
Palavras-chave: Redes Sociais. Educação. Engajamento. Literacia Digital. Integração Tecnológica.
ABSTRACT
In this study, the impact of social media on the engagement of students and teachers in education is explored, adopting a literature review approach that encompasses essential works from the educational literature. The methodology involves analyzing engagement strategies, case studies, and challenges related to the use of social media in the educational context. It is concluded that social media plays a significant role in promoting engagement, facilitating collaboration between students and teachers, sharing educational resources, and stimulating critical reflection on digital content. However, significant challenges are identified, such as the need to develop digital literacy for both students and teachers, so they can navigate and critically and responsibly evaluate online content. In addition, time management and information overload emerge as obstacles that need to be overcome to optimize the use of social media in education. Thus, this study emphasizes the strategic importance of social media in contemporary education, highlighting its transformative potential to promote active student engagement and professional development of teachers, provided that the challenges associated with this integration are appropriately addressed.
Keywords: Social Media. Education. Engagement. Digital Literacy. Technological Integration.
1 INTRODUÇÃO
As mídias sociais tornaram-se uma parte fundamental do cotidiano, influenciando a forma como as pessoas se comunicam, interagem e obtêm informações. No âmbito educacional, a presença dessas plataformas é inquestionável, com alunos e educadores cada vez mais integrando essas ferramentas em suas práticas de ensino e aprendizado. Nesse contexto, a pesquisa sobre a eficácia do uso das redes sociais para envolver alunos e professores ganha relevância, uma vez que a educação contemporânea enfrenta desafios significativos relacionados à motivação e participação de todas as partes interessadas.
O paradoxo de pesquisa central deste estudo reside na busca por estratégias eficazes que possam aproveitar o potencial das redes sociais para promover um ambiente educacional mais engajador. A questão fundamental que orienta esta pesquisa é: "Como as redes sociais podem ser utilizadas de maneira eficiente e eficaz para conectar saberes entre alunos e professores de modo a promover a dinâmica do ensino e da aprendizagem?". É necessário e atual abordar essa questão, pois a conectividade de saberes mediados por novas tecnologias digitais da informação e das comunicações (TDICs) é um fator crítico para o sucesso educacional, afetando diretamente o desempenho dos alunos e a eficácia do ensino por parte dos professores.
O ponto central desta pesquisa está em investigar estratégias, práticas e vivências bem-sucedidas no que se refere à utilização de redes sociais no âmbito educacional, destacando o engajamento de alunos e professores. Além disso, busca-se analisar os resultados decorrentes da implementação dessas estratégias e identificar desafios e obstáculos que surgem no contexto da escola contemporânea.
Com efeito, ao investigar e tentar compreender de que maneira as redes sociais podem ser eficazmente utilizadas para impelir um ambiente educacional mais participativo e colaborativo torna-se um ponto fulcral para aprimorar a qualidade da educação e impulsionar o desenvolvimento acadêmico e profissional de todos os envolvidos.
Como pesquisadores educacionais, planeja-se perseguir os objetivos desta pesquisa por meio de uma análise minuciosa das práticas e estratégias atualmente utilizadas para envolver tanto alunos quanto professores através das redes sociais. Para alcançar esse objetivo, será realizada uma revisão abrangente da literatura existente sobre o tema, com o intuito de analisar e identificar tendências, bem como quais as melhores práticas e também quais desafios se apresentam ou são enfrentados na implementação dessas plataformas no contexto educacional. Além da análise bibliográfica, planeja-se examinar exemplos de estudos de caso e experiências bem-sucedidas que evidenciem a eficácia do uso de redes sociais na promoção do engajamento em ambientes educacionais. A análise desses estudos existentes proporcionará uma compreensão aprofundada das estratégias que se mostraram efetivas na prática. A integração dessas abordagens metodológicas visa buscar e difundir uma visão abrangente do tópico, e com efeito oferecer elementos para a análise e reflexão crítica dos resultados e conclusões alcançados neste estudo.
Para a comunidade/sociedade, espera-se que este estudo ofereça uma visão crítica e analítica e também abrangente sobre a necessidade do engajamento de alunos e professores nas redes sociais no cenário educacional contemporâneo. Ao investigar e tentar compreender como essas plataformas podem ser exploradas de maneira eficiente e eficaz, trará aos leitores uma perspectiva de que maneira alunos e professores poderão adquirir conhecimentos práticos que podem ser aplicados em suas próprias instituições de ensino ou ambientes de aprendizagem, bem como os impactos desse fato social contemporâneo. Além disso, espera-se que este estudo contribua para o avanço da pesquisa acadêmica na área da educação, fornecendo insights valiosos para pesquisadores e educadores interessados em explorar ainda mais as possibilidades das redes sociais como ferramentas pedagógicas. Ao final, o estudo busca promover uma discussão relevante e atualizada sobre como a tecnologia pode ser usada de forma eficaz para melhorar o engajamento e, consequentemente, a qualidade da educação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As redes sociais desempenham um papel central na comunicação contemporânea, permitindo a conectividade instantânea e a disseminação de informações em uma escala global. De acordo com Sibilia (2012), as redes sociais representam uma transformação fundamental na maneira como nos relacionamos com o mundo e como construímos nossa identidade no contexto da sociedade digital. Elas não são apenas ferramentas de comunicação, mas espaços de interação social onde as pessoas constroem suas narrativas e conexões.
No contexto educacional, as novas tecnologias digitais da informação e do conhecimento e, com ênfase as redes sociais, assumiram um papel significativo na promoção da conectividade entre alunos e professores. Como afirma Buckingham (2022) em seu "Manifesto pela educação midiática", a educação precisa incorporar a compreensão e o uso crítico das mídias e das redes sociais para preparar os alunos para uma inclusão sociodigital e com efeito a cidadania digital. O autor argumenta que o envolvimento com as mídias é essencial para que os estudantes desenvolvam habilidades de pensamento crítico e participação ativa na sociedade contemporânea.
A perspectiva de Siemens sobre o "Conectivismo" complementa a visão tradicional da aprendizagem ao reconhecer a importância das conexões e redes de informações na era digital. Enquanto teorias anteriores, como o behaviorismo e o construtivismo, se concentraram na aprendizagem individual e na instrução formal, o conectivismo de Siemens enfatiza que o conhecimento não reside apenas nas mentes individuais, mas também nas conexões entre pessoas, dispositivos e recursos on-line. Essa abordagem reconhece a natureza distribuída e interconectada da aprendizagem contemporânea, destacando o papel fundamental das redes sociais, da tecnologia e da colaboração on-line no processo educacional.
No contexto da mediação pedagógica, Moran, Masetto e Behrens (2013) argumentam que as redes sociais podem ser instrumentos poderosos para promover a interação e o engajamento dos alunos. Eles enfatizam a importância de adotar abordagens pedagógicas que valorizem a construção colaborativa do conhecimento por meio das redes sociais.
Kenski (2007) em "Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação" e Moran (2007) em "A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá" destacam a necessidade de integrar as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), incluindo as redes sociais, no currículo educacional. Eles argumentam que as TDICs são ferramentas que podem promover a aprendizagem ativa e a participação dos alunos, criando um ambiente de ensino mais dinâmico e envolvente.
Camargo e Daros (2021) em "A Sala de Aula Digital" exploram estratégias pedagógicas específicas para fomentar o aprendizado ativo em ambientes on-line e híbridos. Eles enfatizam a importância de utilizar as redes sociais e outras tecnologias para promover a colaboração entre os alunos e a construção coletiva do conhecimento.
Como destacada por Santaella (2014), uma comunicação ubíqua possibilita uma conexão constante entre alunos e professores, criando oportunidades para uma colaboração mais dinâmica e uma aprendizagem mais personalizada. No entanto, é fundamental abordar essa ubiquidade com um olhar crítico, promovendo o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e ética digital para navegar eficazmente nesse ambiente rico em informações.
As reflexões dos autores anteriormente mencionados oferecem uma sólida base teórica que ilustra como as redes sociais transcendem a mera conectividade e se tornam elementos essenciais na promoção do engajamento, da aprendizagem crítica e da construção do conhecimento. Suas contribuições são cruciais para compreendermos o papel transformador das redes sociais no contexto educacional contemporâneo e orientam a análise do impacto e das estratégias de engajamento de alunos e professores por meio dessas plataformas.
3 METODOLOGIA
A metodologia adotada neste estudo abrange uma revisão abrangente da literatura existente sobre o uso de redes sociais na educação, com um enfoque específico no engajamento de alunos e professores. Esta revisão da literatura será conduzida em diversas fontes, incluindo bases de dados acadêmicas, periódicos especializados e livros relevantes no campo da educação e tecnologia. Serão consideradas obras-chave, como "Redes ou Paredes: A escola em tempos de dispersão" de Paula Sibilia (2012), "Manifesto pela educação midiática" de David Buckingham (2022), "Conectivismo" de George Siemens (2004), "Novas tecnologias e mediação pedagógica" de José Manual Moran, Marcos Masetto e Marilda Aparecida Behrens (2013), "Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação" de Vani Moreira Kenski (2007), "A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá" de José Manual Moran (2007), "A Sala de Aula Digital: Estratégias Pedagógicas para Fomentar o Aprendizado Ativo, On-line e Híbrido" de Fausto Camargo e Thuinie Daros (2021), “Comunicação Ubíqua” de Lucia Santaella e "Educação no século XXI: Cognição, tecnologias e aprendizagens" de Magda Pischetola, Ralph Ings Bannell, Rosália Duarte, Cristina Carvalho, Giovanna Marafon e Gilda Helena B. de Campos (2016).
Esta revisão bibliográfica tem como objetivo identificar, analisar e explorar as tendências, as melhores práticas e desafios que se apresentam no uso e na aplicação das redes sociais como ferramentas educacionais no contexto do ensino e da aprendizagem. Ela fornecerá uma base sólida de conhecimento teórico para a análise e discussão dos resultados deste estudo. Além disso, serão analisados exemplos de estudos de caso e experiências bem-sucedidas encontrados na literatura, que demonstram a eficácia do uso de redes sociais na promoção do engajamento em ambientes educacionais. Essa análise de estudos existentes permitirá uma compreensão aprofundada das estratégias que se mostraram eficazes na prática, bem como das implicações dessas estratégias para a educação contemporânea.
Portanto, a combinação da revisão da literatura com a análise de estudos de caso e experiências bem-sucedidas proporcionará uma abordagem metodológica abrangente, permitindo uma compreensão aprofundada e embasada das práticas de engajamento de alunos e professores por meio das redes sociais no contexto educacional. Essa abordagem permitirá explorar tanto as bases teóricas quanto as aplicações práticas desse fenômeno, enriquecendo a análise e discussão dos resultados deste estudo.
4 O PAPEL DAS REDES SOCIAIS NO ENGAJAMENTO DOS ALUNOS
O engajamento dos alunos por meio das redes sociais tem se destacado como um elemento-chave na promoção de uma educação mais participativa e significativa. Diversas estratégias têm sido propostas para aproveitar o potencial dessas plataformas, contribuindo para o desenvolvimento dos alunos. Nesse sentido, Sibilia (2012) destaca que as redes sociais podem ser vistas como "espaços de dispersão", onde os alunos têm a oportunidade de explorar tópicos de seu interesse e construir conexões com colegas que compartilham suas paixões. O uso criativo das redes sociais como um espaço de aprendizagem informal pode contribuir significativamente para o engajamento dos alunos.
Uma das estratégias eficazes para envolver os alunos por meio das redes sociais é a promoção da educação midiática, conforme proposto por Buckingham (2022). Ao desenvolver a capacidade dos alunos de analisar criticamente o conteúdo que encontram nas redes sociais, os educadores capacitam os alunos a se tornarem consumidores e produtores de informações responsáveis. Essa abordagem não apenas promove o pensamento crítico, mas também conecta o aprendizado à realidade dos alunos, tornando-o mais relevante e engajador.
Não obstante, ao incorporar os princípios do conectivismo de Siemens (2004), é possível enfatizar como as redes sociais se alinham a essa teoria, criando um ambiente propício para a construção ativa do conhecimento. Dentro do contexto das redes sociais, os alunos não apenas consomem informações, mas também desempenham um papel ativo na criação e compartilhamento de conteúdo, colaborando com colegas e professores, além de explorar conexões interdisciplinares.
Na figura representada a seguir, os autores exemplificam a aplicação do conectivismo na educação, utilizando uma metáfora visual. A imagem ilustra uma lâmpada-globo central em uma sala de aula, simbolizando a interconexão do conhecimento. Ao redor, elementos digitais representam a troca de informações via redes sociais, destacando o papel ativo de estudantes e professores na aprendizagem colaborativa e interdisciplinar.
Figura 1
Aplicação do Conectivismo na Educação
Para além disso, o conectivismo enfatiza a autonomia do aluno na busca e avaliação de informações, o que se reflete na capacidade dos alunos de tomar decisões informadas sobre quais recursos acessar e como contribuir para a construção coletiva do conhecimento. Assim, a integração do conectivismo amplia nossa compreensão sobre como as redes sociais podem efetivamente promover o engajamento dos alunos, à medida que eles se tornam protagonistas em ambientes de aprendizado digitalmente conectados, participando ativamente na exploração e construção do conhecimento de maneira colaborativa e autônoma.
A literatura educacional apresenta numerosos exemplos práticos de êxito. Moran, Masetto e Behrens (2013) compartilham vivências nas quais os educadores empregaram as redes sociais para estabelecer comunidades de aprendizado on-line, permitindo aos alunos compartilharem recursos, debaterem temas pertinentes e colaborarem em projetos conjuntos. Essas ilustrações evidenciam como as redes sociais podem propiciar oportunidades para uma aprendizagem autêntica e colaborativa.
É imperativo destacar que o uso de redes sociais na educação também enfrenta desafios e limitações. Kenski (2007) adverte sobre a necessidade de garantir a privacidade e a segurança dos alunos ao usar essas plataformas. É fundamental estabelecer diretrizes claras e promover a alfabetização digital para que os alunos possam navegar de forma segura e responsável nas redes sociais.
Além disso, a questão da inclusão digital também é abordada por Moran (2007). Ele observa que o acesso desigual à tecnologia pode criar disparidades no engajamento dos alunos. Portanto, os educadores devem considerar como garantir que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades para participar ativamente das atividades baseadas em redes sociais.
A posteriori as análises, e a lume das considerações dos autores e nas obras pesquisadas pode-se afirmar com segurança que as redes sociais desempenham um papel significativo no engajamento dos alunos. Isto acontece porque ao oferecer oportunidades para a aprendizagem criativa, a educação midiática promove a colaboração e potencializa as habilidades e competências que figuram no currículo escolar contemporâneo, e na mesma direção e sentido alinham-se com as determinações contidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No entanto, é essencial não distanciar do entendimento que é fundamental abordar os desafios relacionados à privacidade, segurança e inclusão digital para garantir que o uso dessas plataformas na educação seja ancorado em princípios éticos, eficazes e equitativos. A compreensão dessas estratégias são desafios que se apresentam e é fundamental para criar ambientes educacionais que aproveitem o potencial das redes sociais para promover o engajamento dos alunos.
5 O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO ENGAJAMENTO DOS PROFESSORES
A participação dos professores nas redes sociais é fundamental para que eles possam se atualizar, trocar recursos e colaborar com outros profissionais. Para estimular o envolvimento dos professores, diversas ações têm sido propostas, baseadas nas concepções de autores como Sibilia (2012) e Buckingham (2022), que destacam a relevância das redes sociais na educação atual.
Uma estratégia eficaz é a criação de comunidades de prática on-line, conforme sugerido por Moran, Masetto e Behrens (2013). Essas comunidades permitem que os professores compartilhem conhecimentos, experiências e recursos relacionados ao ensino e aprendizagem. Ao participar ativamente dessas redes sociais profissionais, os professores podem se sentir mais conectados e motivados em sua prática docente.
Experiências bem-sucedidas de instituições de ensino, como aquelas descritas por Camargo e Daros (2021), demonstram como as redes sociais podem ser utilizadas como poderosas ferramentas pedagógicas para envolver os professores. Via de regra, instituições que adotam estratégias pedagógicas que incorporam as redes sociais, promovendo a colaboração e a construção coletiva do conhecimento, têm observado um aumento no engajamento e na eficácia dos professores em suas atividades.
Ao considerar a obra "Comunicação Ubíqua: Repercussões na cultura e na educação" de Lucia Santaella (2014), pode-se destacar a importância/relevância de compreender o conceito de comunicação ubíqua no contexto educacional. A autora especialista explicita como a comunicação ubíqua, que envolve a presença constante das tecnologias digitais em nossas vidas, tem um impacto significativo na forma como os professores interagem com os alunos e como o aprendizado ocorre. A ubiquidade da comunicação, impulsionada pelas redes sociais e dispositivos móveis, transformou a dinâmica da sala de aula, permitindo uma conexão contínua e instantânea entre professores e alunos. Nesse contexto, os professores precisam não apenas se adaptar a essas mudanças tecnológicas, mas também propiciar imersões com o afã de compreender como aproveitar as redes sociais e as tecnologias para promover o engajamento dos alunos. A comunicação/educação ubíqua oferece oportunidades para interações mais dinâmicas e colaborativas, que pode potencializar os processos de ensinar e aprender. Com o uso e aplicação destas tecnologias os professores podem se beneficiar ao incorporar essa perspectiva em suas práticas pedagógicas, ao incentivar os alunos a desenvolverem habilidades/competências, bem como insuflar o pensamento crítico e ética digital enquanto exploram as redes sociais como ferramentas de aprendizado.
É salutar destacar que existem obstáculos significativos que os professores enfrentam ao utilizar as redes sociais. Kenski (2007) destaca a necessidade de desenvolver a literacia digital dos educadores, capacitando-os a navegar de maneira crítica e responsável nas redes sociais. Além disso, Moran (2007) aborda a questão do tempo e da sobrecarga de informações, destacando como os professores podem se sentir sobrecarregados ao tentar acompanhar todas as demandas das redes sociais em meio às suas responsabilidades pedagógicas.
A análise crítica desses obstáculos é fundamental para pesquisar, descortinar e se possível encontrar soluções eficazes. É importante considerar estratégias de formação continuada e suporte aos professores para desenvolver suas competências digitais e gerenciar de forma eficiente o uso das redes sociais. Além disso, é necessário reconhecer que o engajamento dos professores nas redes sociais deve ser equilibrado com suas responsabilidades profissionais e pessoais.
Dessa forma, as redes sociais desempenham um papel fundamental no engajamento dos professores, oferecendo um ambiente propício para a construção de conhecimento colaborativo, o compartilhamento de recursos educacionais e a promoção do aprendizado contínuo. Estratégias como a criação de comunidades de prática on-line têm demonstrado resultados positivos, proporcionando aos educadores um espaço para troca de experiências e reflexões sobre suas práticas pedagógicas.
A incorporação das redes sociais na pedagogia também se revela uma abordagem valiosa, pois permite que os professores explorem novas formas de envolver os alunos e personalizar a aprendizagem. Através dessas plataformas, eles podem criar ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e interativos, promovendo o desenvolvimento de habilidades relevantes para o século XXI.
No entanto, é crucial reconhecer e abordar os desafios associados ao uso das redes sociais na educação. A literacia digital, por exemplo, emerge como uma competência essencial que os professores devem desenvolver para navegar com discernimento no mundo on-line e orientar seus alunos de forma responsável. Além disso, a gestão eficaz do tempo é um fator determinante, uma vez que a participação nas redes sociais pode ser intensiva e concorrer com as responsabilidades profissionais e pessoais dos educadores.
Em última análise, o impacto das redes sociais no engajamento dos professores é indiscutível, mas sua utilização eficaz requer uma abordagem equilibrada, onde os benefícios são maximizados e os desafios são enfrentados de maneira proativa. O investimento na capacitação dos professores, a promoção de práticas pedagógicas inovadoras e a criação de um ambiente de apoio são elementos-chave para garantir que os educadores possam explorar plenamente o potencial dessas plataformas em benefício de sua prática educacional e, por conseguinte, dos alunos.
6 INTEGRAÇÃO E COLABORAÇÃO: ALUNOS E PROFESSORES
A integração e colaboração entre alunos e professores nas redes sociais representam uma abordagem essencial para enriquecer a experiência educacional e promover um ambiente de aprendizagem participativo e envolvente. Para atingir esse objetivo, várias estratégias podem ser empregadas, alinhadas com as ideias de autores como Sibilia (2012) e Buckingham (2022).
Uma estratégia eficaz é a criação de grupos de estudo ou fóruns de discussão nas redes sociais, onde alunos e professores podem interagir de forma colaborativa. Moran, Masetto e Behrens (2013) destacam a importância de estimular o diálogo e a troca de ideias, tornando o processo de aprendizagem mais dinâmico. Esses grupos permitem que os alunos compartilhem dúvidas, recursos e insights, ao mesmo tempo em que os professores podem fornecer orientação e esclarecimentos de maneira ágil.
Estudos de caso de colaborações bem-sucedidas podem servir como fonte de inspiração e orientação. Camargo e Daros (2021) apresentam exemplos em que alunos e professores co-criaram projetos de pesquisa e produção de conteúdo digital nas redes sociais. Essas experiências demonstram como a colaboração ativa entre alunos e professores pode levar a resultados significativos, estimulando o engajamento e o desenvolvimento de habilidades essenciais.
Além disso, a reflexão sobre os benefícios da integração entre alunos e professores nas redes sociais é fundamental. Kenski (2007) argumenta que a colaboração nesse ambiente amplia a participação dos alunos, permitindo que eles se tornem mais ativos na construção do conhecimento. Essa abordagem também contribui para uma educação mais centrada no aluno, alinhada com as tendências educacionais do século XXI.
Para Siemens (2004), o conectivismo reconhece que o conhecimento está distribuído em redes e que a aprendizagem é uma atividade altamente conectada. Portanto, ele destaca a importância de os alunos e professores estabelecerem conexões significativas e colaborarem ativamente no processo de aprendizagem.
A obra de Lucia Santaella (2014) oferece uma perspectiva crucial. Santaella ressalta que a comunicação ubíqua, impulsionada pelas redes sociais e dispositivos móveis, cria um ambiente propício para a colaboração entre alunos e professores. A ubiquidade da comunicação permite uma conexão constante, facilitando a troca de informações, compartilhamento de recursos e colaboração em projetos educacionais. Portanto, a compreensão da comunicação ubíqua, conforme abordada por Santaella, pode ser fundamental para promover uma colaboração mais eficaz e enriquecedora entre todos os envolvidos no processo de aprendizado, destacando como as redes sociais podem servir como ferramentas valiosas para facilitar essa interação contínua e construtiva.
A integração e colaboração entre alunos e professores nas redes sociais não apenas fortalecem os laços entre eles, mas também enriquecem a experiência educacional. Através dessas interações, os alunos podem desenvolver habilidades de pensamento crítico, comunicação eficaz e colaboração, que são fundamentais para o sucesso em um mundo cada vez mais digital e interconectado.
Em outras palavras, é fundamental reconhecer que o processo de aprendizagem não se limita tão somente à disponibilidade de conteúdos atrativos em diferentes mídias ou ao uso de dispositivos tecnologicamente avançados. A verdadeira aprendizagem também envolve a transformação de comportamentos e a adaptação social. Nesse contexto, é crucial considerar não apenas os aspectos técnicos, mas também os valores e princípios que orientam a sociedade. O aprendizado efetivo requer uma abordagem holística que leve em conta não apenas o acesso à informação, mas também a aplicação do conhecimento no contexto social e a formação de indivíduos conscientes e éticos.
Tal qual, promover a colaboração entre alunos e professores nas redes sociais é uma estratégia valiosa para enriquecer a experiência educacional. Através da criação de grupos de estudo, fóruns de discussão e projetos colaborativos, os envolvidos podem explorar o potencial das redes sociais para o aprendizado colaborativo e a construção de conhecimento. Ao refletir sobre os benefícios dessa integração, educadores podem criar ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e centrados no aluno, preparando os alunos para os desafios do século XXI.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste ponto, serão expostos os resultados da pesquisa realizada e suas implicações serão discutidas à luz da literatura existente. Pretende-se explorar como os conceitos e ideias abordados nos livros referenciados se conectam com os resultados encontrados.
A pesquisa permitiu entender o universo do uso e aplicação das novas tecnologias digitais da informação e do conhecimento no contexto escolar e revelou que a utilização das redes sociais na educação desempenha um papel significativo no engajamento tanto de alunos quanto de professores. Isso está alinhado com a perspectiva de Sibilia (2012), que considera as redes sociais como espaços de dispersão, nos quais os alunos podem explorar tópicos de interesse pessoal, construir conexões com colegas e, assim, aumentar seu engajamento na aprendizagem. Os resultados indicam que a promoção da educação midiática, como defendida por Buckingham (2022), é uma estratégia eficaz para melhorar a capacidade dos alunos de analisar criticamente o conteúdo das redes sociais, contribuindo para um engajamento mais consciente e reflexivo.
No que diz respeito aos professores, os resultados destacam que a criação de comunidades de prática on-line, conforme proposto por Moran, Masetto e Behrens (2013), desempenha um papel fundamental em seu engajamento e desenvolvimento profissional. Essas comunidades permitem que os professores compartilhem conhecimentos, experiências e recursos, promovendo uma colaboração significativa. Os exemplos de colaborações bem-sucedidas, como os descritos por Camargo e Daros (2021), demonstram como a integração das redes sociais na pedagogia pode levar a resultados positivos.
Adicionalmente, considerando o conectivismo de Siemens (2004), os resultados ressaltam a importância das conexões e redes de informações na aprendizagem de alunos e professores. O conectivismo enfatiza que o conhecimento é distribuído em uma rede interconectada, o que se reflete na maneira como as redes sociais proporcionam ambientes propícios para a criação dessas conexões educacionais.
No entanto, a pesquisa também destacou desafios importantes. A literacia digital, como discutida por Kenski (2007), emergiu como uma competência essencial tanto para alunos quanto para professores ao navegar pelas redes sociais de maneira crítica e responsável. Além disso, a gestão do tempo e a sobrecarga de informações, mencionadas por Moran (2007), são obstáculos que devem ser abordados para garantir que o uso das redes sociais na educação seja eficaz.
As implicações práticas desses resultados são significativas. Os educadores devem considerar a promoção da literacia digital como parte integrante da formação dos alunos, capacitando-os a usar as redes sociais de maneira responsável. Ao mesmo tempo, os professores podem se beneficiar ao desenvolver suas próprias competências digitais para maximizar o potencial das redes sociais como ferramentas educacionais.
Observa-se que, os resultados desta pesquisa corroboram a importância das redes sociais no engajamento de alunos e professores na educação contemporânea. As estratégias e desafios identificados oferecem insights valiosos para educadores e formuladores de políticas que desejam aproveitar ao máximo o potencial dessas plataformas no contexto educacional. A integração das redes sociais na educação requer uma abordagem equilibrada, na qual a formação, a literacia digital e o apoio desempenham um papel essencial para garantir uma experiência educacional enriquecedora e eficaz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou explorar o papel das redes sociais na educação, com foco no engajamento de alunos e professores, à luz das contribuições de diversos autores e obras da literatura educacional. A pesquisa revelou uma série de insights relevantes que enfatizam a importância do uso estratégico das redes sociais no contexto educacional.
Ao considerar as ideias de Sibilia (2012), ficou claro que as redes sociais são muito mais do que meros espaços de dispersão. Elas podem ser ambientes ricos para a construção de conhecimento, a exploração de interesses individuais e a promoção do engajamento dos alunos. Isso é especialmente evidente quando se adota a perspectiva de educação midiática, conforme defendida por Buckingham (2022) e Siemens (2004) no contexto do conectivismo. O desenvolvimento da capacidade dos alunos de analisar criticamente o conteúdo das redes sociais não apenas os torna consumidores mais conscientes, mas também contribui para o engajamento reflexivo. Bem como, ao explorar as redes sociais, os alunos não apenas consomem informações, mas também participam ativamente na criação e compartilhamento de conhecimento, contribuindo para a dinâmica educacional. Essa abordagem conectivista enfatiza que o aprendizado não se limita ao ambiente tradicional de sala de aula, mas se estende a uma vasta rede de recursos e interações on-line, tornando a aprendizagem uma experiência mais participativa e envolvente.
A pesquisa também destacou o impacto positivo da integração das redes sociais no engajamento dos professores, seguindo as estratégias sugeridas por Moran, Masetto e Behrens (2013) e exemplificadas por Camargo e Daros (2021). A criação de comunidades de prática on-line e a colaboração ativa entre professores e alunos são elementos-chave para promover um ambiente de aprendizagem dinâmico e centrado no aluno.
No entanto, a literacia digital, conforme discutida por Kenski (2007), emergiu como um desafio importante que deve ser abordado tanto para alunos quanto para professores. Além disso, a gestão do tempo e a sobrecarga de informações, mencionadas por Moran (2007), representam obstáculos que requerem atenção.
Em resposta à pergunta de pesquisa, fica evidente que o uso estratégico das redes sociais na educação desempenha um papel crucial no engajamento de alunos e professores. Essas plataformas podem promover a colaboração, a aprendizagem ativa e a reflexão crítica, elementos essenciais para uma educação contemporânea eficaz.
Para pesquisas futuras, sugere-se explorar mais a fundo os métodos de formação de professores para a literacia digital, bem como investigar estratégias específicas de integração das redes sociais no currículo educacional. Além disso, seria relevante investigar como as redes sociais podem ser utilizadas de forma inclusiva, levando em consideração a diversidade de alunos e suas necessidades.
Em última análise, este estudo reforça a ideia de que as redes sociais são ferramentas poderosas que, quando utilizadas de maneira estratégica, têm o potencial de transformar a educação, promovendo o engajamento ativo de alunos e professores em um mundo cada vez mais digital e interconectado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAMARGO, Fausto & DAROS, Thuinie. A Sala de Aula Digital: Estratégias Pedagógicas para Fomentar o Aprendizado Ativo, On-Line e Híbrido. Porto Alegre: Editora Penso, 2021.
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MORAN, José Manual. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. São Paulo: Editora Papirus, 2007.
PISCHETOLA, Magda, BANNELL, Ralph Ings, DUARTE, Rosália, CARVALHO, Cristina,
MARAFON, Giovanna & CAMPOS, Gilda Helena B. Educação no século XXI: Cognição, tecnologias e aprendizagens. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2016.
SANTAELLA, Lucia. Comunicação ubíqua: Repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Editora Paulus, 2014.
SIBILIA, Paula. Redes ou Paredes: A escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2012.
SIEMENS, George. Humana Aprendizagem Interativa, 2004. Conectivismo: Uma teoria da aprendizagem para a era digital. Disponível em: https://humana.social/conectivismo-una-teoria-da-aprendizagem-para-a-era-digital/. Acesso em: 12 dez. 2023.
1 Docente da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Administração (MUST University). E-mail: [email protected]
2 Consultor de projetos de tecnologia educacional e tecnologia assistiva. Doutorando em Educação (Ivy Enber Christian University). E-mail: [email protected]