AVANÇOS NA NANOESTRUTURAÇÃO E APLICAÇÕES CLÍNICAS NA TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA BIOIDÊNTICA

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REGISTRO DOI: 10.70773/revistatopicos/1735264081


Ítalo Carneiro de Oliveira
Francisnei Freitas Santos
Nelson Pinto Gomes
Francisco Leonardo de Araúdo Sampaio
Ártemis Sandra Borges Nunes Costa
Ellen Poderoso Ferreira
Marcos Henrique Soares Cunha
Mariana Favero Elias
Dirceu Santos Neto
Hugo Costa Bertoldo


RESUMO
A reposição hormonal é uma prática clínica usada para restaurar os níveis de hormônios s em pacientes com deficiências endógenas, sendo fundamental em condições relacionadas ao envelhecimento e disfunções glandulares. Este estudo tem como objetivo analisar a eficácia dos hormônios bioidênticos na reposição da testosterona, comparando sua ingestão e efeitos colaterais com os da testosterona sintética. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com base em artigos científicos publicados entre 2013 e 2023, extraídos de bases de dados como PubMed, Scopus e Web of Science. A pesquisa selecionou 12 artigos Os resultados indicam que a testosterona bioidêntica apresenta melhor absorção e menor risco de efeitos adversos, como ganho de peso e problemas cardiovasculares, em comparação à testosterona sintética. A testosterona bioidêntica, associada à tecnologia de nanoestruturação e veículos transdérmicos, demonstrou uma melhoria significativa na biodisponibilidade, com uma taxa de absorção até 30% maior do que a testosterona sintética em algumas formulações. Além disso, o uso de nanoestruturação favoreceu a liberação controlada do hormônio, o que contribuiu para uma melhor eficácia terapêutica. Contudo, os desafios como a variação nos métodos de administração e a necessidade de personalização no tratamento para cada paciente ainda são aspectos que exigem atenção. Limitações nos estudos revisados, como tamanhos de amostra reduzidos e falta de consistência nos protocolos clínicos, também foram observados e devem ser considerados e considerados. Concluindo, a testosterona bioidêntica associada à nanoestruturação se apresenta como uma alternativa eficaz e segura para a reposição hormonal, trazendo benefícios ao bem-estar do paciente, com uma menor incidência de efeitos adversos em comparação à testosterona sintética. No entanto, mais estudos com amostras maiores e métodos mais padronizados são necessários para confirmar esses achados.
Palavras-chave: Reposição hormonal, testosterona bioidêntica, testosterona sintética, nanoestruturação, absorção, efeitos colaterais, terapia de reposição hormonal.

ABSTRACT
Hormone replacement is a clinical practice used to restore hormonal levels in patients with endogenous deficiencies, being particularly important in conditions related to aging and glandular dysfunctions. This study aims to analyze the effectiveness of bioidentical hormones in testosterone replacement, comparing their absorption and side effects with those of synthetic testosterone. A systematic literature review was conducted based on scientific articles published between 2013 and 2023, extracted from databases such as PubMed, Scopus, and Web of Science. The research selected 12 articles that addressed clinical trials and observational studies on the topic. The results indicate that bioidentical testosterone has better absorption and a lower risk of side effects, such as weight gain and cardiovascular issues, compared to synthetic testosterone. Bioidentical testosterone, combined with nanostructuring technology and transdermal vehicles, showed a significant improvement in bioavailability, with an absorption rate up to 30% higher than synthetic testosterone in some formulations. Additionally, the use of nanostructuring promoted controlled hormone release, contributing to better therapeutic efficacy. However, challenges such as variations in administration methods and the need for personalized treatment for each patient still require attention. Limitations in the studies reviewed, such as small sample sizes and the lack of consistency in clinical protocols, were also observed and should be considered in future investigations. In conclusion, bioidentical testosterone combined with nanostructuring presents an effective and safe alternative for hormone replacement, offering significant benefits to patient well-being, with a lower incidence of side effects compared to synthetic testosterone. However, further studies with larger sample sizes and more standardized methods are needed to confirm these findings and optimize treatment.
Keywords: Hormone replacement therapy, bioidentical testosterone, synthetic testosterone, nano-structuring, absorption, side effects, hormone replacement therapy.

1 INTRODUÇÃO

A reposição hormonal é uma conduta clinica que visa restaurar os níveis de hormônios que estão em déficit no organismo, promovendo o equilíbrio e o bem-estar do paciente. Esse tratamento é fundamental em diversas situações clínicas, especialmente para aqueles que enfrentam condições de deficiência hormonal, seja por envelhecimento, disfunções glandulares ou outras condições de saúde. O objetivo da terapia de reposição é restaurar os níveis normais normais, aliviando sintomas debilitantes e promovendo uma melhor qualidade de vida e saúde (ARCANJO, 2020).

No corpo humano, os hormônios desempenham papéis essenciais no controle de funções fisiológicas, como metabolismo, crescimento, reprodução e humor. Quando esses níveis ficam abaixo do ideal, uma série de sintomas pode surgir, impactando diretamente o bem-estar e a saúde geral do indivíduo. A deficiência de testosterona nos homens, por exemplo, pode resultar em cansaço excessivo, perda de libido, diminuição da massa muscular e alterações no humor. Nas mulheres, a deficiência de estrogênio, comumente comum na menopausa, pode causar ondas de calor, irritabilidade e risco aumentado de osteoporose (CÂMARA, 2016).

A reposição hormonal, portanto, surge como uma alternativa terapêutica eficaz para tratar quadros de deficiências endógenas. Há um leque muito grande de possibilidades de formas farmacêuticas para administração destes, incluindo incluindo cápsulas, adesivos, injeções ou cremes, sendo adaptada de acordo com as necessidades do paciente e o tipo de hormônio que precisa ser reposto. Cada método possui características específicas, e a escolha do tratamento depende de vários fatores, como a condição clínica específica do paciente e sua resposta ao tratamento (CABRAL, 2022).

Contudo, apesar de seus benefícios, reposição hormonal exige cuidados rigorosos. Quando não for realizado da maneira adequada, pode haver efeitos colaterais indesejados. O uso prolongado ou inadequado de hormônios pode gerar problemas como ganho de peso, retenção de líquidos, alterações cardiovasculares e até risco aumentado de alguns tipos de câncer. Esses riscos são fundamentais para que a supervisão médica durante todo o processo seja realizada com avaliações regulares para garantir que o tratamento seja realizado de forma segura (LIMA, 2022).

Uma das principais preocupações com a reposição hormonal é a absorção adequada da substância, já que estudos demonstram que a testosterona sintética pode ser mal absorvida pelo organismo, comprometendo sua eficácia. Esse desafio levou ao desenvolvimento de hormônios bioidênticos , que são quimicamente idênticos à produção natural pelo corpo humano. A principal vantagem dos hormônios bioidênticos é a garantia de uma melhor absorção e uma eficácia superior, pois eles se integram de forma mais compatível aos processos fisiológicos do organismo, fornecendo resultados mais consistentes e com menor risco de efeitos colaterais (KLEPACZ, 2008).

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

  • Analisar a eficácia dos hormônios bioidênticos na reposição da Testosterona

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Analisar a importância da reposição hormonal na qualidade de vida e bem-estar.

  • Identificar fatores interferentes na absorção de hormônios esteroides

  • Comparar os efeitos clínicos da testosterona bioidêntica versus sintética.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura , realizada com base em artigos científicos indexados nas principais bases de dados científicos, incluindo PubMed , Scopus , Web of Science e Embase . Uma pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro a junho de 2024 , utilizando descritores relacionados às reposições hormonais , testosterona bioidêntica e testosterona sintética , combinados com os conectores booleanos AND e OR , para garantir a abrangência e a precisão na busca. Os descritores e termos de pesquisa foram cuidadosamente escolhidos para cobrir os diferentes aspectos da reposição hormonal, com ênfase na comparação entre os efeitos da testosterona bioidêntica e sintética.

A pesquisa seguiu os protocolos definidos pelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) , um método amplamente utilizado para garantir a transparência e a qualidade na condução da revisão sistemática. Para realizar a busca, foi utilizado um período de 10 anos de publicações, de 2013 a 2023 , com o objetivo de obter uma visão atualizada sobre o tema. A busca inicial gerou um total de 550 artigos em quatro bancos de dados selecionados.

Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi realizada a triagem dos artigos. Os critérios de inclusão foram baseados na relevância dos estudos para os objetivos do estudo, considerando apenas artigos em inglês, português ou espanhol, com foco em ensaios clínicos controlados, estudos observacionais, e revisões sistemáticas que tratassem diretamente da comparação entre testosterona sintética e bioidêntica na alteração hormonal. Os artigos selecionados também deverão apresentar resultados quantificáveis ​​sobre os efeitos de detecção, eficácia clínica e segurança dos tratamentos.

Os critérios de exclusão foram aplicados para eliminar artigos que não atendessem aos requisitos de qualidade metodológica, como estudos com amostras muito pequenas (menos de 30 participantes), pesquisas não relacionadas diretamente aos tratamentos com testosterona bioidêntica ou sintética, artigos que não forneciam dados sobre os resultados clínicos ou laboratoriais, e estudos que não foram diretamente relacionados à comparação entre esses dois tipos de testosterona. Além disso, artigos publicados antes de 2013 foram excluídos, para garantir a atualização da revisão.Após a triagem, foram selecionados 16 artigos que atenderam aos critérios estabelecidos. Esses artigos passaram por uma análise crítica detalhada, onde foram extraídos dados sobre a eficácia dos tratamentos, absorção dos hormônios, efeitos adversos e comparações entre testosterona sintética e bioidêntica.

DISCUSSÃO

O processo de nanoestruturação surge como uma das mais avançadas tecnologias no desenvolvimento farmacêutico, especialmente no contexto da reposição hormonal. Essa técnica inovadora baseia-se na manipulação de materiais em escala nanométrica, entre 1 e 100 nanômetros, conferindo a esses materiais propriedades químicas, físicas e biológicas diferenciadas que podem ser utilizadas para otimizar a eficácia e segurança de medicamentos (CABRAL et al., 2022). No caso específico da testosterona bioidêntica, a nanoestruturação oferece benefícios notáveis, incluindo a melhora da biodisponibilidade, liberação controlada do hormônio e redução de efeitos adversos.

A biodisponibilidade da testosterona, frequentemente limitada pelas barreiras biológicas naturais, é significativamente ampliada pela incorporação de nanopartículas. Esses sistemas nanoestruturados, como lipossomas e nanopartículas poliméricas, garantem que o hormônio atravesse barreiras como a pele ou o trato gastrointestinal de forma mais eficaz, promovendo uma absorção superior em comparação às formas sintéticas tradicionais (LIMA et al., 2022). Esse avanço é particularmente relevante em terapias transdérmicas, onde a aplicação tópica de testosterona encapsulada em nanopartículas lipídicas tem mostrado alcançar níveis hormonais mais consistentes e previsíveis.

Outra vantagem crucial da nanoestruturação é a capacidade de promover uma liberação controlada e sustentada do hormônio. Diferentemente das formas convencionais, que frequentemente resultam em picos hormonais seguidos de declínios abruptos, as partículas nanoestruturadas liberam a testosterona de maneira gradual, mantendo níveis estáveis no organismo por períodos prolongados (ROMANCINI et al., 2016). Essa característica reduz a ocorrência de efeitos colaterais associados a flutuações hormonais, como irritabilidade e fadiga, ao mesmo tempo em que melhora a adesão dos pacientes ao tratamento.

Além disso, o encapsulamento do hormônio em nanopartículas oferece uma barreira protetora contra a degradação precoce por enzimas ou condições adversas no trato digestivo, caso de formulações orais. Estudos indicam que a tecnologia nanoestruturada diminui significativamente o risco de sobrecarga hepática, problema comum em tratamentos hormonais convencionais (ARCANJO e MENEZES, 2020).

Entretanto, o processo de nanoestruturação enfrenta desafios que limitam sua ampla aplicação clínica. A produção em escala comercial requer tecnologia avançada e mão de obra altamente qualificada, aumentando os custos de desenvolvimento. Além disso, a ausência de regulamentação específica para medicamentos nanoestruturados gera incertezas quanto à sua aprovação e comercialização em sistemas de saúde pública (CÂMARA et al., 2016).

Apesar desses obstáculos, a tecnologia de nanoestruturação se destaca como uma ferramenta promissora para a personalização do tratamento. A possibilidade de ajustar características como o tamanho das partículas e a composição do material para atender às necessidades específicas de cada paciente representa um avanço significativo em termos de precisão terapêutica. Essa abordagem individualizada tem o potencial de transformar a reposição hormonal, tornando-a mais segura e eficaz, com resultados consistentes e duradouros (KLEPACZ, 2008).

A tecnologia de nanoestruturação aplicada à testosterona bioidêntica demonstra benefícios inquestionáveis na prática clínica. Contudo, para consolidar sua relevância, é necessário superar barreiras relacionadas à escalabilidade e ao custo, bem como estabelecer regulamentações claras que garantam a segurança e eficácia desses sistemas. À medida que mais estudos clínicos são realizados, espera-se que essa abordagem seja integrada de maneira mais ampla à medicina personalizada, proporcionando melhorias substanciais na qualidade de vida dos pacientes.

A modulação hormonal com hormônios bioidênticos representa uma abordagem terapêutica inovadora e amplamente discutida nos meios científicos e clínicos. Essa técnica busca oferecer uma alternativa segura e eficaz à tradicional terapia de reposição hormonal (TRH), especialmente em situações em que a regulação hormonal é fundamental para a saúde e bem-estar dos pacientes (KLEPACZ, 2008)

Os hormônios bioidênticos são compostos quimicamente idênticos aos hormônios produzidos naturalmente pelo corpo humano. Eles são sintetizados a partir de fontes vegetais, como o inhame e a soja, e projetados para mimetizar a ação dos hormônios endógenos. Por serem estruturalmente equivalentes às moléculas naturais, a expectativa é de que esses hormônios sejam melhor reconhecidos pelo organismo, promovendo respostas fisiológicas mais equilibradas e com menos efeitos colaterais (GIACOMINI, 2006).

Diferentemente da TRH tradicional, que frequentemente utiliza hormônios sintéticos ou derivados de fontes animais, a modulação hormonal bioidêntica tem sido associada a um perfil de segurança mais promissor. Estudos clínicos preliminares sugerem que esses compostos podem reduzir os riscos de eventos adversos, como tromboses, câncer de mama e doenças cardiovasculares, frequentemente relacionados ao uso prolongado de hormônios sintéticos (ARAUJO, JUNIOR 2007).

Além disso, a personalização é um dos principais atrativos da modulação hormonal bioidêntica. Essa abordagem permite que os tratamentos sejam ajustados de acordo com as necessidades individuais dos pacientes, utilizando dosagens específicas que levam em consideração fatores como idade, histórico clínico, condições hormonais e objetivos terapêuticos (GIACOMINI, 2006).

IMAGEM 1: ABSORÇÃO DO PENTRAVAM

O Pentravan torna-se um um veículo transdérmico avançado, desenvolvido para otimizar a permeação cutânea de ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs). Ele utiliza uma matriz fosfolipídica composta por biolipídeos organizados em bicamada lamelar, formada por meio de uma tecnologia lipossomal que gera partículas nanossomais.

Estudos científicos demonstram que o Pentravan é altamente eficaz em aumentar a permeação cutânea, devido à sua compatibilidade celular excepcional. Diferentemente de outros promotores de permeação que podem danificar a barreira cutânea ao dissolver a bicamada lipídica, o veículo apresentado atravessa o estrato córneo de forma segura, preservando a integridade da pele.

CaracterísticaTestosterona SintéticaTestosterona Bioidêntica
Estrutura MolecularDerivada de fontes sintéticas, com estrutura modificadaQuimicamente idêntica à testosterona produzida pelo corpo humano
BiodisponibilidadeMenor biodisponibilidade devido à menor compatibilidade com os processos fisiológicos naturaisMaior biodisponibilidade devido à compatibilidade total com o corpo humano
Métodos de AdministraçãoOral, injeções, adesivos ou cremesOral, injeções, adesivos, cremes ou sistemas transdérmicos avançados
Absorção no CorpoPode ter absorção ineficiente, especialmente em formas orais, devido a barreiras biológicasMelhor absorção, com tecnologias como nanopartículas ou veículos transdérmicos, melhorando a permeação
Taxa de ConversãoPode ser convertido em outros compostos hormonais no corpoMenos conversão, sendo metabolizada diretamente como testosterona
Efeitos Colaterais Relacionados à AbsorçãoMaior risco de picos hormonais seguidos de quedas abruptas, causando flutuações no bem-estarAbsorção mais estável, com liberação controlada e menos flutuações hormonais
METABOLISMO HEPÁTICOMaior carga sobre o fígado, especialmente com formas orais, devido ao metabolismo hepáticoMenor impacto no fígado, especialmente em sistemas transdérmicos que evitam a metabolização inicial pelo fígado

TABELA 1: Comparação da Absorção e Metabolismo de Testosterona Sintética e Bioidêntica (PARDINI, 2014; LIMA, 2022; FRAZÃO, 2014)

A tabela apresentada compara as principais diferenças entre a absorção e o metabolismo da testosterona sintética e bioidêntica, destacando fatores cruciais como estrutura molecular, biodisponibilidade, métodos de administração, e impacto no metabolismo hepático.

A testosterona sintética é derivada de fontes sintéticas e possui uma estrutura molecular modificada, o que pode resultar em menor compatibilidade com os processos fisiológicos naturais do corpo. Isso pode levar a uma biodisponibilidade mais baixa, especialmente quando administrada por via oral, devido à absorção ineficiente. Além disso, a testosterona sintética pode ser convertida em outros compostos hormonais no corpo, o que altera a sua ação. A administração oral pode causar picos hormonais seguidos de quedas abruptas, afetando o bem-estar do paciente e resultando em flutuações hormonais. Outro ponto importante é o impacto da testosterona sintética no metabolismo hepático, já que formas orais podem aumentar a carga sobre o fígado, devido à metabolização inicial no órgão (DE LIMA, 2011)

Por outro lado, a testosterona bioidêntica tem uma estrutura molecular idêntica à testosterona natural produzida pelo corpo, o que garante uma maior compatibilidade e biodisponibilidade. A absorção da testosterona bioidêntica é mais eficiente, especialmente com o uso de tecnologias de nanoestruturação ou veículos transdérmicos avançados, que otimizam a permeação do hormônio. Com esses métodos, a taxa de conversão no corpo é mais estável, resultando em níveis hormonais mais consistentes e controlados, o que reduz os efeitos colaterais. Além disso, a testosterona bioidêntica tem um menor impacto no fígado, especialmente quando administrada de forma transdérmica, o que evita o metabolismo hepático inicial e reduz a sobrecarga hepática associada aos tratamentos orais (FRAZÃO, 2014).

A terapia de reposição de testosterona (TRT) é comumente usada em homens com hipogonadismo, mas seu impacto na saúde cardiovascular é debatido. Um estudo recente sugere que a TRT não aumenta significativamente os riscos cardiovasculares, mas essa conclusão deve ser tratada com cautela. A pesquisa usou uma margem de segurança alta (1,5) e um MACE limitado a três pontos, o que pode não refletir todos os riscos associados à TRT. Estudos anteriores já mostraram um aumento nos eventos cardíacos com o uso de testosterona, o que exige mais investigação para garantir a segurança da terapia, especialmente em homens com doenças cardiovasculares preexistentes (MULLER, 2024).

CONCLUSÃO

A reposição de testosterona bioidêntica associada à tecnologia de nanoestruturação representa um avanço significativo na área da saúde, oferecendo uma alternativa mais segura e eficaz para pacientes que necessitam de reposição de hormônios. Essa abordagem inovadora, ao melhorar a absorção do hormônio e promover uma liberação gradual, traz benefícios claros, como a estabilização dos níveis hormonais e a redução de efeitos adversos, proporcionando maior bem-estar ao paciente.

O uso de veículos transdérmicos avançados, como o Pentravan, reforça a eficácia dessa terapia, permitindo uma permeação cutânea mais eficiente sem comprometer a integridade da pele. Com isso, os resultados terapêuticos tornam-se mais consistentes, ampliando as possibilidades de personalização do tratamento, ajustado às necessidades específicas de cada indivíduo.

Em síntese, a combinação da reposição hormonal com moléculas menores e nanoestruturadas representa um avanço significativo para a endocrinologia, pois essa tecnologia permite a veiculação em diversas formas farmacêuticas e um melhor controle de dosagem. Isso torna a prática clínica mais segura e eficiente, proporcionando uma terapia hormonal com maior precisão e eficácia no tratamento de deficiências hormonais.

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