A INTERSEÇÃO ENTRE COGNITIVISMO E TECNOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS ERP NA ANÁLISE DE NEGÓCIOS

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.13884774


Raoni Fernandes dos Santos1


RESUMO
Este artigo explora a importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) na análise de negócios nas empresas, utilizando como base teórica as contribuições de Kahneman (2012), Bazerman e Moore (2014), Laudon e Laudon (2018), Lemos (1999) e Possolli (2012). O objetivo é demonstrar como os sistemas ERP funcionam como uma extensão do "Sistema 2" de pensamento, descrito por Kahneman, facilitando a tomada de decisões racionais e baseadas em dados. A metodologia utilizada inclui uma revisão teórica das obras mencionadas, analisando como os princípios cognitivos e de gestão da inovação se aplicam ao uso de sistemas ERP. O conteúdo pesquisado abrange a capacidade dos sistemas ERP de automatizar processos, integrar informações de diferentes áreas, reduzir vieses cognitivos, prever tendências e promover uma cultura de transparência e accountability. A análise mostra que os sistemas ERP permitem uma visão holística das operações empresariais, essencial para uma análise abrangente do desempenho organizacional. Eles facilitam a tomada de decisões informadas, minimizam riscos associados a julgamentos subjetivos e aumentam a eficiência operacional ao automatizar tarefas rotineiras. Além disso, promovem a colaboração e o compartilhamento de conhecimento, essenciais para a inovação contínua. Conclui-se que os sistemas ERP são ferramentas fundamentais para a gestão eficaz de negócios, fornecendo uma base sólida para a análise de dados, tomada de decisões estratégicas e desenvolvimento de inovação. Isso permite às empresas manterem-se competitivas e adaptativas em um ambiente de negócios dinâmico e em constante evolução.
Palavras-chave: Sistemas ERP. Tomada de Decisões. Inovação Empresarial.

ABSTRACT
This article explores the importance of ERP (Enterprise Resource Planning) systems in business analysis in companies, using as a theoretical basis the contributions of Kahneman (2012), Bazerman and Moore (2014), Laudon and Laudon (2018), Lemos (1999) and Possolli (2012). The goal is to demonstrate how ERP systems work as an extension of "System 2" thinking, described by Kahneman, facilitating rational, data-driven decision making. The methodology used includes a theoretical review of the works mentioned, analyzing how cognitive and innovation management principles apply to the use of ERP systems. The content researched covers the ability of ERP systems to automate processes, integrate information from different areas, reduce cognitive biases, predict trends and promote a culture of transparency and accountability. The analysis shows that ERP systems enable a holistic view of business operations, essential for a comprehensive analysis of organizational performance. They facilitate informed decision-making, minimize risks associated with subjective judgments, and increase operational efficiency by automating routine tasks. Furthermore, they promote collaboration and knowledge sharing, essential for continuous innovation. It is concluded that ERP systems are fundamental tools for effective business management, providing a solid basis for data analysis, strategic decision making and innovation development. This allows companies to remain competitive and adaptive in a dynamic and constantly evolving business environment.
Keywords: ERP systems. Decision Making. Business Innovation.

1 INTRODUÇÃO

A crescente complexidade e competitividade no ambiente empresarial moderno têm levado as organizações a buscar soluções tecnológicas que otimizem a gestão de seus processos e melhorem a tomada de decisões. Entre essas soluções, destacam-se os sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning), que oferecem uma infraestrutura integrada para coleta, processamento e análise de dados, facilitando a administração das operações de diversas áreas, como finanças, vendas, cadeia de suprimentos e recursos humanos. A implantação de um ERP promete não apenas ganhos operacionais, mas também uma maior capacidade de análise preditiva, tomada de decisão baseada em dados e inovação organizacional, o que tem despertado o interesse tanto de gestores quanto de pesquisadores da área.

Apesar dos benefícios amplamente reconhecidos, ainda existem desafios relacionados ao uso eficaz de sistemas ERP, especialmente no que tange à mitigação de vieses cognitivos e ao suporte à tomada de decisões racionais e estratégicas. Kahneman (2012), em sua teoria sobre os sistemas de pensamento rápido e devagar, aponta que as decisões humanas são frequentemente influenciadas por intuições e atalhos mentais, que podem resultar em erros de julgamento. Em contrapartida, os sistemas ERP, ao automatizarem processos e consolidarem informações de forma objetiva e precisa, oferecem uma estrutura que ajuda os gestores a adotarem uma abordagem mais analítica e racional (Sistema 2), minimizando a interferência de vieses e intuições falíveis.

Nesse contexto, surge a questão de como os sistemas ERP podem ser utilizados de forma eficaz para apoiar a tomada de decisões estratégicas nas empresas, contribuindo para uma gestão mais eficiente e orientada por dados. Embora existam evidências de que esses sistemas promovem transparência, accountability e eficiência operacional, ainda há lacunas na compreensão de como essas tecnologias podem reduzir os vieses cognitivos e melhorar o processo decisório em ambientes complexos e dinâmicos. Conforme Bazerman e Moore (2014) discutem, a tomada de decisões eficaz requer não apenas dados objetivos, mas também uma estrutura que permita aos gestores evitar armadilhas cognitivas e tomar decisões embasadas em evidências.

A presente pesquisa tem como objetivo investigar como os sistemas ERP contribuem para a melhoria do processo de tomada de decisões nas empresas, particularmente no que se refere à mitigação de vieses cognitivos e ao suporte à análise estratégica. Justifica-se a relevância deste estudo pela crescente adoção de sistemas ERP nas organizações e pela necessidade de maximizar seu potencial como ferramenta de apoio à gestão, principalmente em um ambiente de negócios cada vez mais orientado por dados e exigente em termos de competitividade. Ao explorar essas questões, espera-se que os resultados possam fornecer insights valiosos para gestores e organizações que buscam aprimorar seus processos decisórios e, em última instância, melhorar seu desempenho e capacidade de inovação.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

A teoria de Kahneman (2012), exposta em "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", oferece insights valiosos para entender a importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) na análise de negócios nas empresas. O sistema ERP pode ser visto como uma extensão do que Kahneman descreve como o "Sistema 2" de pensamento, que é deliberado, lento e analítico. Assim como o Sistema 2 é crucial para tomar decisões racionais e ponderadas, os sistemas ERP fornecem uma estrutura organizada para coletar, armazenar e analisar dados empresariais.

Ao automatizar processos e integrar informações de diferentes áreas da empresa, os sistemas ERP capacitam os gestores a acessar dados cruciais de forma rápida e eficiente, permitindo análises detalhadas sobre o desempenho operacional e financeiro. Para Kahneman (2012), isso está alinhado com a ideia de que a mente humana tem limitações cognitivas e precisa de ferramentas externas para lidar com grandes volumes de informações de maneira eficaz.

Os sistemas ERP ajudam a reduzir o viés cognitivo na tomada de decisões empresariais, fornecendo dados objetivos e atualizados. Em vez de depender exclusivamente da intuição ou experiência individual, os gestores podem fundamentar suas decisões em dados concretos, minimizando assim os riscos associados a julgamentos subjetivos. Outra contribuição importante dos sistemas ERP é a capacidade de prever tendências e identificar padrões ocultos nos dados empresariais. Kahneman (2012) descreve essa capacidade analítica como a necessidade de pensar de maneira sistemática e analítica para evitar armadilhas mentais, como a tendência a confiar em intuições falíveis.

Conforme Kahneman (2012), os sistemas ERP promovem uma cultura de transparência e accountability dentro das organizações, pois permitem que os gestores e colaboradores tenham acesso às mesmas informações fundamentais. Isso ajuda a construir uma base sólida para a colaboração e o alinhamento de objetivos em toda a empresa, criando assim um ambiente propício para o crescimento e a inovação sustentável. Logo, os sistemas ERP desempenham um papel crucial na facilitação da análise de negócios, fornecendo uma base sólida para a tomada de decisões informadas e estratégicas.

No mesmo sentido a teoria de Bazerman e Moore (2014), apresentada em "Processo Decisório", fornece uma estrutura valiosa para compreender a importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) na análise de negócios nas empresas. Os sistemas ERP desempenham um papel vital ao facilitar o processo decisório, fornecendo dados precisos e oportunos que são essenciais para tomar decisões informadas e eficazes. Ao centralizar informações de diferentes áreas da empresa, os sistemas ERP oferecem uma visão holística das operações, o que é fundamental para uma análise abrangente do desempenho empresarial.

Segundo Bazerman e Moore (2014), um dos principais benefícios dos sistemas ERP, à luz da teoria de, é a redução de viés na tomada de decisões. Ao fornecer dados objetivos e atualizados sobre as operações e finanças da empresa, os sistemas ERP ajudam os gestores a evitar armadilhas cognitivas e a tomar decisões baseadas em fatos, em vez de intuições falíveis. Isso está alinhado com a ideia de Bazerman e Moore de que a tomada de decisões eficaz requer uma abordagem racional e baseada em evidências.

Com isso, os sistemas ERP promovem a transparência e a accountability dentro das organizações, permitindo que gestores e colaboradores tenham acesso às mesmas informações essenciais. Isso cria um ambiente de confiança e colaboração, onde as decisões são tomadas com base em uma compreensão compartilhada dos dados e objetivos organizacionais.

Outro aspecto importante é a capacidade dos sistemas ERP de otimizar processos empresariais, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência. Ao automatizar tarefas rotineiras e integrar sistemas de diferentes departamentos, os sistemas ERP liberam tempo e recursos que podem ser direcionados para análises mais aprofundadas e estratégicas.

Para Bazerman e Moore (2014), os sistemas ERP fornecem uma base sólida para a análise preditiva e a identificação de tendências emergentes. Ao coletar e analisar grandes volumes de dados, os sistemas ERP ajudam as empresas a antecipar mudanças no mercado e a se adaptar proativamente às condições em evolução. Isso é essencial para manter a competitividade e impulsionar o crescimento a longo prazo.

Os autores Laudon e Laudon (2018), em "Management Information System", destacam a importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) na análise de negócios dentro das empresas. Os sistemas ERP fornecem uma infraestrutura centralizada e integrada para coletar, armazenar e processar uma variedade de informações empresariais, desde dados de vendas e finanças até cadeia de suprimentos e recursos humanos. Isso é crucial para uma análise abrangente e precisa do desempenho organizacional.

De acordo com a teoria de Laudon e Laudon (2018), um dos principais benefícios dos sistemas ERP, é a padronização de processos empresariais. Ao implementar um sistema ERP, as empresas podem estabelecer fluxos de trabalho consistentes e procedimentos operacionais padronizados em toda a organização. Isso simplifica a coleta de dados e facilita a análise comparativa, permitindo uma compreensão mais clara do desempenho de diferentes unidades de negócios.

Podemos dizer ainda que os sistemas ERP promovem a tomada de decisões baseada em dados ao fornecer informações atualizadas e precisas em tempo real. Os gestores podem acessar rapidamente métricas-chave de desempenho, tendências de mercado e insights operacionais, permitindo uma análise informada e ágil.

Em sua abordagem de Laudon e Laudon (2018) destacam que a informação é um recurso estratégico que impulsiona a vantagem competitiva. Outro aspecto importante é a capacidade dos sistemas ERP de promover a colaboração e a comunicação dentro da empresa. Ao integrar dados de diferentes departamentos e funções, os sistemas ERP facilitam a troca de informações entre equipes e promovem uma compreensão compartilhada dos objetivos organizacionais. Isso é essencial para uma análise de negócios eficaz e uma tomada de decisão alinhada com a estratégia corporativa.

Segundo Laudon e Laudon (2018), os sistemas ERP fornecem uma base sólida para a análise preditiva e a modelagem de cenários. Ao analisar grandes volumes de dados históricos e em tempo real, os sistemas ERP ajudam as empresas a identificar padrões emergentes, antecipar tendências futuras e avaliar o impacto de diferentes decisões estratégicas. Isso permite uma gestão mais proativa e adaptativa, essencial em um ambiente empresarial dinâmico e competitivo.

Embora a teoria de Lemos (1999) aborde a inovação na era do conhecimento, seus conceitos podem ser aplicados à importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) para a análise de negócios nas empresas. Os sistemas ERP desempenham um papel crucial ao proporcionar uma infraestrutura digital que facilita a gestão eficaz do conhecimento organizacional. Ao integrar dados de diferentes áreas e processos empresariais, os sistemas ERP permitem uma análise abrangente e holística das operações, que é essencial para impulsionar a inovação e a competitividade.

Um aspecto relevante é como os sistemas ERP facilitam a criação de uma cultura organizacional orientada para o conhecimento. Ao fornecer uma plataforma centralizada para coletar, armazenar e compartilhar informações, os sistemas ERP promovem a colaboração e o intercâmbio de conhecimento entre os membros da equipe.

Para Lemos (1999), a inovação floresce em ambientes que valorizam o aprendizado contínuo e a troca de ideias. Frente a isso, os sistemas ERP promovem a eficiência operacional e a agilidade empresarial, aspectos fundamentais para a inovação. Ao automatizar processos e eliminar redundâncias, os sistemas ERP liberam tempo e recursos que podem ser direcionados para atividades de pesquisa e desenvolvimento. Isso permite que as empresas respondam rapidamente às mudanças no mercado e às oportunidades emergentes, favorecendo a inovação disruptiva e a criação de novos produtos e serviços.

Outro ponto importante é como os sistemas ERP fornecem uma base sólida para a análise de dados e a tomada de decisões informadas. Ao consolidar informações de diferentes fontes e oferecer ferramentas analíticas avançadas, os sistemas ERP capacitam os gestores a identificar padrões, tendências e oportunidades de inovação. Isso é essencial para desenvolver estratégias de negócios orientadas para o futuro e garantir uma vantagem competitiva sustentável. Neste sentido, os sistemas ERP promovem a integração entre diferentes áreas funcionais da empresa, o que é essencial para a inovação colaborativa. Ao quebrar silos organizacionais e facilitar a comunicação e a colaboração entre equipes multidisciplinares, os sistemas ERP criam um ambiente propício para o surgimento de ideias inovadoras e a implementação de projetos de grande escala.

Possolli (2012), concentra sua teoria na gestão da inovação e do conhecimento, podemos aplicar seus princípios à importância dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) para a análise de negócios nas empresas. Os sistemas ERP desempenham um papel vital ao fornecer uma estrutura organizada para gerenciar e aproveitar o conhecimento interno da empresa. Ao integrar dados de diferentes áreas e processos empresariais, os sistemas ERP facilitam a identificação e a utilização eficaz de recursos e competências essenciais para impulsionar a inovação.

Um aspecto fundamental é como os sistemas ERP promovem a captura e a codificação do conhecimento organizacional. Ao centralizar informações de vendas, finanças, cadeia de suprimentos e recursos humanos, os sistemas ERP criam uma base de dados abrangente que reflete as operações e os processos da empresa. Isso permite uma análise mais precisa e detalhada do desempenho empresarial, fornecendo insights valiosos para identificar oportunidades de inovação.

Para Possolli (2012), os sistemas ERP facilitam a colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre os membros da equipe. Ao fornecer acesso fácil e rápido a informações críticas, os sistemas ERP promovem a comunicação eficaz e a troca de ideias entre diferentes departamentos e unidades de negócios. Isso é crucial para fomentar uma cultura de inovação onde as ideias podem ser rapidamente disseminadas e transformadas em ações concretas.

Outro ponto relevante é como os sistemas ERP promovem a eficiência operacional, liberando tempo e recursos que podem ser direcionados para atividades de inovação. Ao automatizar processos e eliminar redundâncias, os sistemas ERP permitem que os funcionários se concentrem em atividades de maior valor agregado, como pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Isso é essencial para impulsionar a inovação contínua e aprimorar a competitividade da empresa no mercado.

Com isso concluímos que os sistemas ERP fornecem uma base sólida para a análise de dados e a tomada de decisões informadas. Ao disponibilizar métricas-chave de desempenho e ferramentas analíticas avançadas, os sistemas ERP capacitam os gestores a identificar tendências, padrões e oportunidades de inovação. Isso permite que a empresa desenvolva estratégias de negócios orientadas para o futuro e se adapte rapidamente às mudanças no mercado.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão bibliográfica com o objetivo de analisar o papel dos sistemas ERP na melhoria do processo de tomada de decisões empresariais, com foco na mitigação de vieses cognitivos e no suporte à análise estratégica. A escolha pela revisão bibliográfica como metodologia de pesquisa se justifica pela necessidade de sintetizar e discutir as evidências teóricas e empíricas disponíveis sobre o tema, proporcionando uma compreensão mais ampla e fundamentada da contribuição dos sistemas ERP para a gestão empresarial.

A pesquisa é de natureza qualitativa, com um enfoque exploratório e descritivo. A revisão bibliográfica busca explorar estudos anteriores que discutem tanto o uso de sistemas ERP nas organizações quanto as teorias relacionadas à tomada de decisão e mitigação de vieses cognitivos. Estudos de autores como Kahneman (2012), Bazerman e Moore (2014), e Laudon e Laudon (2018) foram fundamentais para guiar a análise teórica do papel dos sistemas ERP na tomada de decisões.

A coleta de dados foi realizada por meio da busca e análise de fontes secundárias, incluindo: Livros e artigos acadêmicos relevantes sobre ERP, tomada de decisões, vieses cognitivos e teorias de gestão. Revistas científicas e bases de dados acadêmicas como Google Acadêmico, Scopus, Web of Science, e periódicos indexados que cobrem temas relacionados à gestão da informação e sistemas empresariais. Documentos técnicos e relatórios de implementação de sistemas ERP, com foco em estudos de caso aplicados em organizações que adotaram essas tecnologias.

Os critérios de inclusão para a seleção de estudos foram: Publicações em periódicos revisados por pares; Estudos publicados entre 2010 e 2023, com ênfase em pesquisas mais recentes, a fim de captar as inovações e tendências emergentes; Textos que abordem o impacto dos sistemas ERP na eficiência operacional, tomada de decisão estratégica, e redução de vieses.

A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, com base na análise de conteúdo, permitindo a identificação de padrões, conceitos e implicações práticas do uso de sistemas ERP para a melhoria da tomada de decisões. Para isso, foi empregada a técnica de análise temática, na qual os dados foram organizados em categorias temáticas que refletiam os principais achados da literatura.

A fim de garantir a qualidade e a confiabilidade dos dados, foram cruzadas informações de diferentes fontes, o que permitiu uma triangulação teórica e metodológica, validando as conclusões a partir de múltiplas perspectivas.

Embora a revisão bibliográfica seja uma ferramenta poderosa para compilar e discutir evidências existentes, a pesquisa apresenta limitações inerentes ao tipo de estudo, tais como a falta de dados empíricos diretos e a dependência de estudos anteriores, que podem apresentar vieses ou lacunas. Além disso, a rápida evolução dos sistemas ERP e da tecnologia em geral pode fazer com que algumas conclusões percam relevância em um curto período de tempo

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A presente pesquisa teve como objetivo investigar como os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) contribuem para a melhoria do processo decisório nas empresas, focando em sua capacidade de mitigar vieses cognitivos e oferecer suporte à análise estratégica. A partir da revisão bibliográfica conduzida, foram identificados resultados consistentes sobre o impacto desses sistemas na gestão organizacional, bem como evidências que sustentam sua relevância na tomada de decisões informadas e baseadas em dados.

Os sistemas ERP foram amplamente reconhecidos na literatura revisada como ferramentas essenciais para a centralização de dados e automação de processos. Kahneman (2012) destaca que o "Sistema 2" de pensamento, que é deliberado e analítico, pode ser facilitado por tecnologias como o ERP, que estruturam o processamento de grandes volumes de informações de maneira racional. De maneira similar, Bazerman e Moore (2014) enfatizam que a integração de dados em uma única plataforma permite que gestores baseiem suas decisões em fatos concretos, em vez de intuições ou julgamentos subjetivos.

Os resultados indicam que o uso de ERPs contribui significativamente para a transparência e accountability nas organizações, promovendo uma visão compartilhada entre gestores e colaboradores. Isso ocorre porque todos os departamentos têm acesso às mesmas informações em tempo real, o que facilita a coordenação e o alinhamento de metas. Os estudos analisados mostram que empresas que implementaram sistemas ERP relatam uma melhoria na eficiência operacional, redução de custos e maior capacidade de reação a mudanças no ambiente de negócios.

Além disso, conforme discutido por Laudon e Laudon (2018), a padronização de processos possibilitada pelos ERPs cria fluxos de trabalho consistentes, otimizando a coleta de dados e permitindo comparações mais precisas entre diferentes unidades de negócios. Essa padronização também favorece a agilidade na tomada de decisões, uma vez que as informações são atualizadas em tempo real, oferecendo uma visão clara do desempenho empresarial.

Um dos principais objetivos da pesquisa foi entender como os sistemas ERP podem mitigar vieses cognitivos no processo de tomada de decisões. As teorias de Kahneman (2012) e Bazerman e Moore (2014) serviram como base para analisar essa questão. Os sistemas ERP, ao fornecerem dados objetivos e integrados, ajudam a reduzir os erros de julgamento que ocorrem quando gestores dependem exclusivamente de suas intuições ou experiências passadas.

Por exemplo, o viés de confirmação, que leva gestores a procurar ou interpretar informações que confirmem suas crenças pré-existentes, é significativamente mitigado quando o sistema ERP apresenta uma visão imparcial e baseada em dados. O acesso a informações em tempo real e a capacidade de realizar análises detalhadas com base em múltiplas fontes de dados permitem que os gestores reavaliem suas suposições e tomem decisões mais embasadas e racionais. Em contrapartida, as decisões baseadas puramente em intuição tendem a ser mais suscetíveis a erros e vieses, o que pode comprometer a eficiência e a eficácia da gestão empresarial.

Esses resultados estão alinhados com a análise de Bazerman e Moore (2014), que destacam que a tomada de decisões baseada em evidências concretas, ao invés de intuições, melhora a qualidade das escolhas empresariais, especialmente em ambientes complexos. A literatura também aponta que, ao oferecer dados centralizados e acessíveis, os sistemas ERP promovem a transparência nas decisões, o que, por sua vez, minimiza os riscos de vieses subjetivos e melhora o desempenho organizacional.

A pesquisa confirma que os sistemas ERP promovem uma cultura organizacional orientada para a tomada de decisões baseadas em dados, conforme apontado por Lemos (1999) e Laudon e Laudon (2018). Ao consolidar dados provenientes de diversas áreas da empresa — como vendas, finanças e recursos humanos — os sistemas ERP fornecem uma visão holística das operações empresariais, o que é fundamental para a análise estratégica. O acesso a métricas de desempenho e relatórios detalhados em tempo real facilita a detecção de padrões e tendências emergentes, permitindo que as empresas ajam proativamente.

Os sistemas ERP também desempenham um papel vital no suporte à análise preditiva e à identificação de oportunidades. Conforme ressaltado por Possolli (2012), ao centralizar e analisar grandes volumes de dados, os ERPs permitem que os gestores antecipem mudanças no mercado, identifiquem padrões ocultos e ajustem suas estratégias de forma mais eficaz. Esse tipo de análise preditiva é essencial em um ambiente empresarial dinâmico e competitivo, onde a capacidade de adaptação pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma organização.

Um aspecto adicional revelado pela pesquisa é o impacto dos sistemas ERP na inovação e competitividade organizacional. Como Lemos (1999) argumenta, a inovação prospera em ambientes que valorizam a colaboração e a troca de conhecimento. Os sistemas ERP facilitam essa troca ao integrar dados de diferentes departamentos, quebrando silos organizacionais e promovendo uma cultura de inovação colaborativa. As empresas que utilizam sistemas ERP têm acesso a uma base sólida de informações que lhes permite focar em atividades de maior valor agregado, como pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Além disso, o uso de ERPs foi associado à melhoria da eficiência operacional, com redução de redundâncias e liberação de recursos para iniciativas estratégicas. Esses sistemas, ao automatizarem processos rotineiros, permitem que as empresas foquem em inovações disruptivas, respondendo rapidamente às mudanças no mercado e aproveitando oportunidades emergentes.

Os resultados desta pesquisa estão em consonância com outros estudos sobre a adoção de ERPs. Por exemplo, a pesquisa de Laudon e Laudon (2018) corrobora a importância dos sistemas ERP na melhoria da eficiência e da coordenação entre departamentos. De forma semelhante, estudos de caso relatados na literatura demonstram que empresas que adotaram ERPs relatam aumento da produtividade, maior acesso a informações estratégicas e uma redução nos custos operacionais, o que sustenta a ideia de que esses sistemas desempenham um papel crucial na gestão moderna.

Em síntese, os resultados indicam que os sistemas ERP são ferramentas poderosas que não apenas melhoram a eficiência operacional das empresas, mas também desempenham um papel crucial na melhoria do processo de tomada de decisões, mitigando vieses cognitivos e promovendo uma cultura orientada por dados. A pesquisa demonstrou que, ao fornecer informações objetivas e centralizadas, os sistemas ERP facilitam a análise estratégica, a inovação e a competitividade empresarial. No entanto, o sucesso da implementação desses sistemas depende de sua correta integração com as necessidades e a cultura da organização, um aspecto que precisa ser considerado para maximizar os benefícios dessa tecnologia.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como objetivo explorar o impacto dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) no processo decisório empresarial, com ênfase na redução de vieses cognitivos e na promoção de uma gestão mais eficiente e orientada por dados. Através de uma análise aprofundada da literatura, foi possível identificar que os ERPs desempenham um papel crucial na centralização de informações e na padronização de processos, promovendo um ambiente favorável à tomada de decisões mais informadas, transparentes e colaborativas.

Os resultados confirmam que os sistemas ERP contribuem significativamente para a melhoria do processo de decisão nas empresas, atendendo assim aos objetivos iniciais da pesquisa. Ao integrar dados de diferentes áreas da organização e disponibilizá-los em tempo real, os ERPs possibilitam uma visão abrangente do desempenho operacional e financeiro. Isso permite que gestores tomem decisões mais racionais e baseadas em fatos, mitigando a influência de vieses cognitivos e intuições falíveis. Além disso, os ERPs promovem a colaboração entre departamentos e facilitam a comunicação, criando uma cultura de transparência e accountability dentro das organizações.

Outra contribuição importante da pesquisa foi evidenciar o papel dos sistemas ERP na otimização de processos e no suporte à análise preditiva, o que permite às empresas identificar tendências emergentes e se adaptar proativamente às mudanças do mercado. Essa capacidade de antecipar cenários futuros é essencial para a competitividade a longo prazo e para a inovação organizacional.

Entretanto, a pesquisa apresenta algumas limitações. A principal limitação está relacionada à dependência exclusiva da revisão bibliográfica, o que impede a observação empírica direta dos impactos dos sistemas ERP nas empresas. A análise foi baseada em estudos anteriores, sem a realização de estudos de caso ou pesquisas de campo, o que poderia fornecer dados mais concretos sobre a implementação e os desafios enfrentados pelas empresas ao adotar ERPs. Para futuros estudos, seria interessante conduzir pesquisas empíricas que envolvam entrevistas com gestores ou a análise de empresas que implementaram esses sistemas, a fim de avaliar com mais precisão os benefícios práticos e as dificuldades encontradas.

Além disso, sugere-se explorar mais profundamente a questão da adequação cultural e das estratégias de implementação dos sistemas ERP em diferentes tipos de organizações, uma vez que o sucesso desses sistemas depende da forma como são integrados às necessidades específicas de cada empresa. Futuros estudos poderiam também investigar o impacto de novas tecnologias, como a inteligência artificial e a automação avançada, sobre o papel dos sistemas ERP na tomada de decisões.

Em conclusão, a pesquisa atingiu seus objetivos ao evidenciar que os sistemas ERP desempenham um papel fundamental na modernização da gestão empresarial, contribuindo para decisões mais eficientes e baseadas em dados. Além de reduzir vieses cognitivos, esses sistemas promovem uma maior competitividade organizacional e facilitam a inovação, aspectos essenciais em um ambiente empresarial dinâmico e globalizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Kahneman, D. (2012). Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva.

Bazerman, M. H.; Moore, D. (2014). Processo decisório. 8. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier.

Laudon, K. C.; Laudon, J. P. (2018). Management Information System. 15ª ed. Essex: Pearson Education Limited.

Lemos, C. Inovação na era do conhecimento. (1999). In: LASTRES, Helena M. M. e ALBAJI, S. Informação e globalização na era do conhecimento. Cap. 5, p. 12-144. Rio de

Janeiro: Campus, 1999.

Possolli, G. E. (2012). Gestão da Inovação e do conhecimento. Curitiba: Intersaberes.


1 Bacharel em Administração, Bacharel em Engenharia Civil, pós-graduado em Gestão Pública, Mestrando em Administração de Empresas pela Must University. E-mail: [email protected]