A INFLUÊNCIA DO HUMOR DOS CONDUTORES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E A RELAÇÃO COM OS CONFLITOS E ACIDENTES DE TRÂNSITO

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10846819


Ana Maria Leonel de Bruyn1


RESUMO
Os acidentes de trânsito são responsáveis por milhares de mortes; os custos com internações, tratamentos e indenizações ultrapassam os U$500 bilhões anualmente no mundo. No Brasil os índices não são menores, porém a dificuldade em se reunir dados estatísticos de forma precisa, o entendimento a carca das razões pelas quais tantas infrações são cometidas diariamente, possibilitou que essa pesquisa descritivo-bibliográfica, investigasse a influência do humor dos condutores de veículos automotores e a relação com os conflitos e acidentes de trânsito. A pesquisa percorreu a teoria freudiana a respeito das áreas da psique que resultaram em conceitos que possibilitaram o seu entendimento; a teoria de que o comportamento é um processo espontâneo e responsável, independente de influencias internas que opere mudanças em seu meio externo de Skinner; o conceito de que o Temperamento produz energia e excitação no organismo, e que só poderá ser conhecido a partir da relação com o outro, de Steiner; e o Humor que ficou a cargo da Psiquiatria para descrição. Além das teorias foram pesquisados dados estatísticos sobre os acidentes no trânsito e a origem dos dados. Por último a pesquisa voltou-se a Programas de Prevenção de Acidentes no Trânsito.
Palavras-chave: acidentes, trânsito, temperamento, personalidade, humor, comportamento, prevenção, mortes.

ABSTRACT
Traffic accidents are responsible for thousands of deaths; hospitalization, treatment and compensation costs exceed $ 500 billion annually worldwide. In Brazil, the indexes are not smaller, but the difficulty in gathering statistical data in a precise way, the in-depth understanding of the reasons why so many infractions are committed daily, allowed this descriptive-bibliographic research to investigate the influence of the humor of the drivers of automotive vehicles and the relation with conflicts and traffic accidents. The research covered the Freudian theory about the areas of the psyche that resulted in concepts that made possible its understanding; the theory that behavior is a spontaneous and responsible process, independent of internal influences that operate changes in its external environment of Skinner; the concept that Temperament produces energy and excitement in the body, and that can only be known from the relationship with the other, Steiner; and the Humor that was in charge of Psychiatry for description. In addition to the theories, statistical data on traffic accidents and the origin of the data were investigated. Finally, the research turned to Traffic Accident Prevention Programs.
Keywords: accidents, traffic, temperament, personality, mood, behavior, prevention, deaths.

1 Introdução

A influência do humor dos condutores de veículos automotores e a relação com os conflitos e acidentes de trânsito.

Quais são as relações existentes entre os conflitos e acidentes de trânsito e os condutores de veículos automotores?

Os acidentes e conflitos ocorridos no trânsito indicam que algo ocorre para que esses eventos se repitam. As possibilidades existentes dependem de alguns fatores:

  • As condições das vias e rodovias - sinalização, iluminação, inclinação, traçado da via, recapeamento.

  • Dos veículos - manutenção dos freios, pneus, elétrica, mecânica e quando necessário às adaptações que o condutor apresente para pessoas com necessidades especiais ou portadoras de deficiências.

  • E por último, e objeto desse estudo, os condutores - o estado de saúde geral, ou seja, as condições físicas e emocionais do condutor. Dentre as condições físicas atenção se deve ter a visão, a avaliação da acuidade visual, a necessidade do uso de óculos. As pessoas com necessidade especiais ou portadores de deficiências devem ser avaliadas para a possibilidade de conduzirem veículos e quando possível devem ter esses adaptados para suas necessidades como veículos com cambio automático, entre outras. A avaliação psicológica para identificar se o candidato à habilitação encontra-se apto ou não para conduzir veículos. O uso de substâncias psicoativas como álcool ou drogas ou medicações para estabilizar o humor, ansiedade, depressão, insônia podem alterar as funções cognitivas como atenção, concentração, raciocínio, gerando estados de irritação, nervosismo, perda de reflexos, dificuldades em avaliar a velocidade para fazer ultrapassagens, reduzir ao perceber animais, outros veículos, pedestres na via ocasionando os inúmeros acidentes com grandes índices de óbitos e pessoas com sequelas, algumas permanentes devido aos acidentes no trânsito. As alterações no humor como irritação, nervosismo contribuem ainda para que os conflitos ocorram aumentando as discussões, possibilitando a existência de comportamentos como manobras arriscadas e imprudências, pois os condutores parecem não estar convencidos que esses fatores têm influencia marcante no seu comportamento na via.

O presente estudo tem como objetivo estudar a existência de alguma relação entre comportamento, humor, personalidade, temperamento, comportamento nos conflitos e acidentes ocorridos no trânsito pelos condutores de veículos automotores.

Conhecer a definição dos termos personalidade, humor, temperamento, comportamento, a partir de Freud, Skinner, Steiner. Verificar as ocorrências de acidentes e conflitos no trânsito através dos estudos realizados pelos órgãos responsáveis pelo transito, que são divulgados periodicamente em meios de comunicação, através dos dados estatísticos após um período de observação.

Concluir com a verificação de alguma relação entre alterações de humor e os acidentes de trânsito.

2 Personalidade

Para definição do termo Personalidade vamos estudar Sigmund Freud.

Sigmund Freud nasceu no final do século 19 em Freiberg, Morávia, atualmente Tchecoslováquia e morreu no início do século 20 em Londres em 1939. Cursou medicina, foi cirurgião, clínico geral e posteriormente médico interno. Dedicou-se ainda a Psiquiatria voltando seus estudos sobre os efeitos mentais causados pelo organismo. Explorou o uso e as propriedades da cocaína e abandonou em 1887 quando constatou a dependência causada pelo uso. Em 1885 vai para Paris estudar a histeria e o tratamento com hipnose abandonando devido à ineficácia dos resultados; adota a Livre Associação de ideias, denominando método de Associação Livre. Em 1896 usa pela primeira vez o termo Psicanálise para descrever seus métodos. O trabalho Interpretação dos Sonhos é publicado em 1900, que despertou pouco interesse na época. Em 1901 publica Psicopatologia da Vida Cotidiana e funda com seus discípulos a expansão do movimento psicanalítico. Com o objetivo de não haver distorção de suas ideias expulsava os membros que divergissem de suas teorias.

2.1 Definição de Psicanalise

Disciplina Científica composta de um corpo de hipóteses a respeito do funcionamento e do desenvolvimento da mente humana; as hipóteses podem ser comprovadas dando origem a um conjunto de teorias que fazem parte da Psicologia.

O objeto de estudo da Psicanálise é o funcionamento mental normal, e o patológico. No conjunto de suas hipóteses encontram-se duas relevantes: O determinismo Psíquico e Os processos Mentais inconscientes.

2.2 Determinismo Psíquico

Freud definiu Determinismo Psíquico a todo evento mental, ou seja, existe uma causa aparente ou oculta que o precede, para ele nada acontece por acaso ou coincidência. Os processos mentais tem uma continuidade que pode ser encontrada nos sonhos, sintomas neuróticos, desejos, amnésia parcial etc. Entretanto certos eventos, aqueles sem causa aparente, que surgiram por acaso, encontram-se nos processos mentais inconscientes.

Antes de Freud as questões do inconsciente eram estudadas de forma superficial e truncadas. Os estudos eram dirigidos apenas para memória, imaginação, raciocínio, porém de forma isolada.

Freud avança nesse sentido e compara a mente humana a um Ice Berg, onde os conteúdos aparentes, acima da água são conscientes, aqueles logo abaixo da superfície denominou pré-consciente e os submersos inconscientes.

Imagem relacionada
https://www.slideshare.net/TacioAguiar1/palestra-a-interpretao-dos-sonhos-sob-a-tica-de-sigmund-freud-e-carl-g-jung

Com essa visão surge a psicologia dinâmica, que passa a entender o homem e seus processos mentais de forma articulada e integrada, pois está sempre em movimento.

O consciente – compreende um estado em que tomamos conhecimento do que ocorre conosco e com o mundo ao nosso redor.

O pré-consciente – é a parte do inconsciente que pode se tornar consciente com mais facilidade, são porções da memória mais acessíveis.

O inconsciente – é um estado onde são abrigados os processos mentais ocultos, que nunca foram conscientes e/ou que foram excluídos ou censurados da nossa consciência, dando a impressão de descontinuidade dos nossos processos mentais. Os processos mentais nesse estado são atemporais, ou seja, o tempo não altera nem se aplica.

Os impulsos – instintos ou pulsões - são elementos psíquicos, determinado geneticamente, próprio de cada espécie animal, que produz um estado de tensão ou pressão no indivíduo impulsionando-o para fins ou atividades particulares; essas atividades tem uma conotação de gratificação para o indivíduo, o que faz com que a pressão ou tensão cesse.

Os impulsos possuem quatro componentes:

  • Fonte – é a necessidade manifesta em parte do corpo, ou nele todo;

  • Finalidade – é a direção para qual o organismo é impelido para reduzir a tensão;

  • Pressão – é a energia ou força que é gasta para obtenção de satisfação ou gratificação;

  • Objeto – é caracterizado pela ação ou expressão de que o organismo se vale para obter gratificação.

Freud descreveu inicialmente dois instintos básicos Eros e Thanatos, sendo Eros impulso de vida e Thanatos impulso de morte. Contudo, com o desenvolvimento de sua teria foi possível caracterizar os impulsos em sexual e agressivo.

Impulso sexual – caracterizado pelo erotismo e pela satisfação;

Impulso agressivo – caracterizado pela destrutividade.

Os impulsos sexuais e agressivos são antagônicos e não se manifestam isoladamente no indivíduo. Sua manifestação ocorre de uma fusão de ambos onde pode haver uma variação de intensidade de um ou de outro. Dessa forma, todas as atitudes provocadas pelos impulsos, para obtenção de gratificação, acabam atingindo um alto grau de complexidade. Freud presumiu que energias psíquicas derivam dos impulsos para que as necessidades do indivíduo fossem satisfeitas. Essas energias são:

Libido – desejo em latim – impulso sexual;

Destrudo – energia agressiva com conotação de destrutividade – impulso agressivo.

Os impulsos sexuais ou libido são caracterizados pela mobilidade e plasticidade. A partir da produção da mobilidade é que desloca o aumento ou diminuição dos impulsos e de suas respectivas energias, quando se torna possível entender os fenômenos psíquicos sexuais do indivíduo.

Catexia – processo pelo qual a libido se vincula a uma representação mental ou a uma ideia. Portanto uma representação mental “catexiza” um “quantum” de energia libidinal, fazendo com que ela não fique mais a disposição da psique, isto é, a libido investida numa catexia perde sua mobilidade não podendo dirigir-se a outros objetos, porém uma vez liberada a libido está disponível para vincular-se a outro objeto.

2.3 Estrutura da Personalidade

Freud percebeu que os conteúdos no Inconsciente não eram tão uniformes. Existiam outros critérios além do impedimento ativo da penetração de conteúdos do Inconsciente (ICS) no Consciente (CS) e Pré-consciente (PCS), que podiam ser aplicados aos conteúdos e processos mentais. Esses novos critérios agrupariam os conteúdos e processos mentais mais homogêneos.

Dessa constatação surgiu uma nova hipótese, a Estrutural, hipótese semelhante a anterior, porém agrupa processos e conteúdos por suas semelhanças funcionais.

Freud distinguiu três grupos dentro desses novos critérios: Id, Ego e Superego.

  • Id – nele encontram-se as representações psíquicas dos impulsos. (Nasce com o indivíduo, contêm todos os impulsos, desejos). Essas representações podem ser conscientes ou inconscientes, sendo a maior parte Inconsciente. O Id é amoral, sem preconceitos; quer tudo na hora, não possui noção de tempo.

  • Ego – faz a intermediação entre o indivíduo e o meio ambiente, além de tornar-se o elemento moderador entre o Id e Superego. É o filtro das solicitações do indivíduo, mantem o equilíbrio entre Id e Superego.

  • Superego – abrange os preceitos morais e as aspirações ideais do individuo, nem sempre notadas. Reprime tudo o que não compete aos valores apresentados.

Segundo Freud, o Id é responsável pelos impulsos ou que nele estão compreendidos surge no indivíduo desde o nascimento. O Ego e o Superego são adquiridos a partir da convivência com o meio e da maturação física e mental. O Id compreende todo o aparelho psíquico do indivíduo ao nascer, o Ego e o Superego formam-se a partir do Id, diferenciando-se dele.

Essa diferenciação inicia-se a partir das primeiras funções do Ego, que é o controle, interesse e também filtro do individuo com o meio ambiente. A diferenciação do superego não acontece antes dos 5 ou 6 anos de idade e só surge firmemente a partir dos 10 ou 11 anos de idade.

O Ego inicia sua diferenciação a partir de 6 ou 8 meses de idade até o segundo ou terceiro ano.

O Ego é um conjunto de funções psíquicas que estão em relação com o indivíduo, seu meio ambiente, sua realidade interna e externa. Intermediando o meio e o individuo, o Ego tem várias funções, entre as quais:

  • Retardamento das gratificações através do pensamento – processo secundário;

  • É o executor dos impulsos;

  • Possibilita a gratificação de desejos e a evitação do sofrimento;

  • É responsável pela aquisição do controle motor – musculatura esquelética; aquisição da percepção sensorial; pela memória e pelo registro dos sentimentos e emoções.

Id, Ego e Superego, tem uma meta fundamental, que é a de manter o equilíbrio dinâmico entre prazer e desprazer. A energia que aciona o sistema nasce no Id, de natureza primitiva e instintiva, ao Ego cabe intermediar através das várias funções descritas acima, essa energia nascida no Id com o individuo e o meio ambiente e o Superego atua como um freio moral ou força contrária aos interesses apresentados pelo Ego.

2.4 Temperamento

Aristóteles e Hipócrates descreveram Temperamento como energia e excitação.

Durante séculos a medicina ocidental adotou o termo e relacionou-o a fenômenos ocorridos no organismo, como foi descrito por Owsei. Temkin, Galenism – The Portraint of ideal. P 19.

  • Temperamento sanguíneo: onde há predominância do sangue;

  • Temperamento bilioso ou colérico: onde ocorre a predominância da bílis amarela;

  • Temperamento melancólico: predominância da bílis negra;

  • Temperamento fleumático: predominância do muco ou fleuma.

Rudolf Steiner descreveu quatro Temperamentos:

  • Temperamento Colérico: grande energia e grande excitação;

  • Temperamento Melancólico: grande energia e pouca excitação;

  • Temperamento Sanguíneo: pouca energia e grande excitabilidade;

  • Temperamento Fleumático: pouca energia e pouca excitabilidade.

De acordo com Steiner energia indica poder e força; excitabilidade, um maior ou menor grau de sensibilidade. Energia, neste caso, significa a força de uma pessoa para viver e suportar. Excitabilidade é a sua capacidade de reagir; se o indivíduo é lento ou rápido no apreender uma situação ou impressão e em fazer uso delas.

O gráfico dos quatro temperamentos segundo Eysenck (1967/2006) com a inserção de elementos característicos correlatos recorrentes na linguagem musical. A estrutura do gráfico, com o posicionamento dos quatro temperamentos e suas relações (estável/instável e emotivo/não emotivo), são originais do modelo de Eysenck e Wundt. Os termos inseridos dentro do quadro correspondem a características próximas de termos utilizados em expressões musicais, coincidentes ou aproximados dos termos descritivos anotados no quadro original.

2.5 Comportamento

O comportamento humano também é estudado por muitos pesquisadores, sendo assim B.F. Skinner descreve o comportamento como um processo, apesar da impossibilidade em resgatar fragmentos para observações em laboratórios; não se trata de um objeto, é mutável, fluido e evanescente, ou seja, pode ser entendido como espontâneo e responsável, em outras situações que a influencia interna não é suficiente para operar mudanças neste e ainda que este possa ser alterado de acordo com os estímulos externos. Todas essas alterações demandam dos observadores, técnicas e energia. Entretanto o método experimental seja uma ferramenta que pretende se adequar melhor a dinâmica do comportamento, possui registradores de tempo, variáveis, resultando em dados quantitativos possibilitando análise desses dados.

Em seus estudos acerca do comportamento Skinner analise inúmeras alterações como a influência social, religiosa, política, econômica, educacional e cultural. O indivíduo é capaz de modificar seu comportamento, adotando medidas para controla-lo e o resultado desse autocontrole está relacionado com a consequência do comportamento, por exemplo, um indivíduo com dificuldades em socializar-se, quando se encontra com um grupo de amigos ou colegas, ingeri bebidas alcoólicas se a consequência for positiva, ou seja, se ficou menos inibido, conseguiu conversar, ele usará bebidas alcoólicas todas as vezes que estiver na mesma situação. Mas se o mesmo individuo ainda tenha que voltar para casa dirigindo o próprio veículo e se envolve em acidentes ou é parado em uma blitz, é autuado e tem seu veículo recolhido, essa consequência negativa pode interromper esse comportamento, de dirigir embriagado.

Essa é apenas uma das técnicas de controle do comportamento.

2.6 Humor

De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Português, humor é um substantivo masculino. Líquido secretado pelo corpo e que era tido como determinante das condições físicas e mentais do individuo. Na Antiguidade Clássica contavam-se quatro humores: sangue, bile amarela, fleuma ou pituíta, e bile negra ou atrabilis. Designação comum a substancias líquidas existente no corpo. Estado afetivo durável que depende da constituição psicofiológica do organismo como um todo, constituindo o pano e fundo sobre o qual diferentes conteúdos psíquicos tomam uma totalidade afetiva.

Entretanto ao estudar o termo humor em Psiquiatria, encontra-se: humor é uma tonalidade emocional prolongada, percebida ao longo de um continuun normal, que vai da sensação de estar triste à de estar feliz. (Harold I. Kaplan e Benjamin J. Sadock, 1992 – Manual de Psiquiatria Clínica).

Em referido manual o termo humor foi introduzido como Distúrbio de Humor ou Afetivo. A classificação atual suprimiu o termo Distúrbio para Transtornos de Humor (Afetivos), as alterações que mais afetam o humor estão relacionadas à Depressão e a Elação ou Mania, que podem estar associada ou não a ansiedade.

O CID – 10 – Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento 10ª. Revisão classifica os Transtornos de Humor, descrição na íntegra:

  • Episódio maníaco – F30 – especifica três graus de gravidade para o humor em elevado e um aumento na quantidade e na velocidade da atividade física e mental.

  • Hipomania - grau leve de mania apresenta uma leve e persistente alteração do humor, sem delírios ou alucinações.

  • Mania sem sintomas psicóticos – humor desproporcionalmente elevado em relação às circunstâncias do individuo e pode variar de uma jovialidade despreocupada a uma excitação quase incontrolável. A elação é acompanhada por um aumento de energia, resultando em hiperatividade, pressão para falar e uma diminuição da necessidade de sono. Inibições sociais normais são percebidas, a atenção não pode ser sustentada e frequentemente há distrabilidade marcante. A autoestima está inflada e grandiosidade ou ideias superotimistas são livremente expressas.

  • Mania com sintomas psicóticos - O quadro clínico é aquele de uma forma mais grave de mania, como descrito anteriormente. A autoestima inflada e ideias grandiosas podem evoluir para delírios e a irritabilidade e desconfiança, para delírios de perseguição. Em casos graves, delírios grandiosos ou religiosos de identidade ou papéis podem ser proeminentes, e fuga de ideias e pressão para falar podem tornar o indivíduo incompreensível. A atividade física e excitação grave e continuada podem resultar em agressão ou violência e a negligencia com alimentação, ingestão de líquidos e higiene pessoal pode resultar em perigosos estados de desidratação e autonegligência.

  • Transtorno afetivo bipolar – Este transtorno é caracterizado por episódios repetidos (insto é, pelo menos dois) nos quais o humor e os níveis de atividade do paciente estão significativamente perturbados; esta alteração consiste em algumas ocasiões de uma elevação do humor e aumento de energia e atividade (mania ou Hipomania) e em outras de um rebaixamento do humor e diminuição de energia e atividade (depressão). Episódios maníacos usualmente começam abruptamente e duram entre duas semanas a 4-5 meses (duração ao redor de 4 meses). Depressão tendem a durar mais tempo (duração mediana ao redor de 6 meses), embora raramente por mais de um ano, exceto em idosos. Episódios de ambos os tipos frequentemente se seguem a eventos da vida estressante e outros traumas mentais, mas a presença de tal estresse não e essencial para o diagnóstico.

  • Episódio depressivo – em episódios depressivos típicos, de todas as três variedades descritas a seguir – leve, moderado e grave, o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Cansaço marcante após esforço apenas leves é comum.

  • Transtorno depressivo recorrente – o transtorno é caracterizado por episódios repetidos de depressão, como especificada em episódios depressivos leve, moderado ou grave sem qualquer história de episódios independentes de elevação do humor e hiperatividade que preenchem os critérios para mania. Contudo, a categoria deve ainda ser usada se há evidencia de episódios breves de elevação do humor e hiperatividade leves, os quais preenchem os critérios para Hipomania, imediatamente após um episódio depressivo.

  • Transtornos persistentes do humor (afetivos) – esses são transtornos de humor persistentes e usualmente flutuantes, nos quais os episódios individuais raramente são se é que o são, suficientemente graves para garantir serem descritos como hipomaníacos ou como episódios depressivos mesmo leves. Esses transtornos são classificados em Ciclotimia e Distimia.

  • Ciclotimia – uma instabilidade de humor, envolvendo numerosos períodos de depressão e elação leves. Essa instabilidade se desenvolve no início da vida adulta e segue um curso crônico, embora às vezes o humor possa ser normalmente estável por meses. As oscilações do humor são usualmente percebidas pelo indivíduo como não relacionadas a eventos de vida.

  • Distimia – uma depressão crônica de humor, a qual não preenche atualmente os critérios para transtorno depressivo recorrente, gravidade leve ou moderada, em termos tanto de gravidade quanto de duração dos episódios individuais, embora os critérios para episódios depressivo leve possam ter sido preenchidos no passado, particularmente no início do transtorno. Os pacientes, usualmente, têm períodos de dias ou semana quando descrevem a si mesmos como estando bem, mas na maior parte do tempo (com frequência por meses) sentem-se cansados e deprimidos; tudo é um esforço e nada é desfrutável. Eles se preocupam e se queixam, dormem mal e sentem-se inadequados, mas são usualmente capazes de lidar com as exigências básicas do dia-a-dia.

A Personalidade e o Temperamento estão presentes no indivíduo desde o nascimento, são herdados, contendo características tanto do pai como da mãe. Todo indivíduo é caracterizado de acordo com seu humor depressivo ou maníaco, e a forma como reage aos estímulos internos e externos, a sensibilidade em relação ao mundo, determinam seu comportamento no ambiente que vive. Comportamentos que podem ser alterados a partir da adoção de medidas para controla-lo e este estão relacionados às consequências que sendo positivo reforçam o comportamento caso seja negativo este será extinto.

3 O Trânsito

Problemas com a circulação de pessoas, animais e veículos sempre existiram. Enquanto na antiguidade as dificuldades estavam em conduzir as charretes, pilotar barcos, manejar e domar cavalos, na modernidade os desafios aumentaram, pois o mercado automobilístico percebeu que poderiam faturar milhões se criassem na população a demanda do automóvel cada vez mais veloz, mais confortável, luxuoso, esses como requisitos de status e poder. Em decorrência os acidentes foram crescendo assim como o número de veículos e cada país entendeu as dificuldades de forma particular.

Os acidentes de transito preocupam a todos, pois lideram as mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade. O custo com internações, tratamentos e indenizações ultrapassam os US$500 bilhões anualmente, quando analisado mundialmente, representa um percentual sobre o Produto Interno Bruto variando entre 1% e 3% de cada país. Se esses dados forem projetados para o próximo ano, cerca de 1,9 milhão de pessoas vão morrer alerta a Organização Mundial de Saúde, sendo a quinta maior causa de mortes.

Os dados estatísticos revelam que o Brasil, encontra-se em quinto lugar no ranking tendo registrado em 2015 mais de 37 mil óbitos e 204 mil pessoas feridas, entretanto esses dados não refletem a realidade, pois não informam as vitimas de acidentes que faleceram dias após o acidente decorrentes de ferimentos graves.

Dados oficiais do Ministério da Saúde registraram uma queda nos índices de acidentes no trânsito nos anos de 2016 e 2017. Em 2017 registraram mais de 35 mil e em 2016 mais de 37 mil pessoas morreram no trânsito.

Outra fonte de informações sobre os óbitos e vitimas com invalidez é o DPVAT, o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre que pagou, em 2015, mais de 42 mil indenizações por morte no país e mais de 500 mil pessoas receberam amparo por invalidez. Como o Denatran o DPVAT também não retrata a realidade de forma segura, pois muitas pessoas desconhecem o direito de solicitarem a indenização seja por invalidez permanente, parcial ou por morte.

Em 2016 o DENATRAN publicou os dados obtidos nos Boletins de Ocorrências feitos pelos policiais logo após o acidente.

Em uma análise mais realista sobre esse cenário é necessário reunir os dados das três fontes. No gráfico a seguir é possível verificar o que ocorre:

Estat VF 2 fontes 2005a2017
http://vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais

Quando se faz uma analise dos dados mundiais, tomando um ano específico, aqui o ano de 2008 é possível verificar que para cada 10.000 veículos houve 6,2 mortes apenas no Brasil, enquanto que os Estados Unidos apresenta no mesmo ano 1,4 mortes para cada 10.000 veículos. Quando se compara os Estados Unidos com países como Japão, Suécia e Holanda, esse número é considerado muito alto por se tratar de país desenvolvido e com alta renda.

Recentemente, muitos países verificando que morrem mais pessoas no trânsito diariamente do que em guerras, resolveram criar um Plano intitulado “Global Plan for the Decade of Action for Road Safety – 2011 – 2020”, com diretrizes objetivas de educação do trânsito.

Esse Plano foi elaborado em cinco pilares de forma manter a segurança aos usuários das vias e rodovias, aos veículos; sugere uma gestão de segurança do trânsito, atendimento às vítimas, além de educação de trânsito.

No Brasil foi elaborado um Pacto Nacional para Redução de Acidentes de Trânsito que implementou às atividades propostas no Plano Global com a finalidade de entender a situação de cada estado e município visando redução dos acidentes de trânsito e educação da população. Entretanto a educação de trânsito aqui não alcançou os objetivos sugeridos no Plano Global nem no Pacto Nacional, pois a educação do trânsito depende de atividades conjuntas de todas as entidades da Federação. Verificados no quadro a seguir:

Ano

Índice

Número de Mortes

2011

 

43.253

2012

> 3,6%

44.812

2013

< 5,6%

42.266

2014

> 3,58%

43.780

2015

< 11,71%

38.651

2016

< 3,38%

37.345

2017

< 5,27%

35.374

3.1 Fatores de Risco para ocorrência de acidentes de trânsito

Em 2016 os seis fatores que causaram acidentes segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), são a falta de atenção liderando o ranking com 30,8% dos óbitos; em seguida velocidade incompatível 21,9%; a ingestão de álcool aparece em terceira posição com 15,6%; desobediência à sinalização vem em quarto lugar com 10%; a ultrapassagem indevida foi à quinta causa de acidentes com óbitos registrando 9,3% e em sexta posição aparece o sono com 6,7%.

3.2 Estratégias de Prevenção

A Organização das Nações Unidas - ONU instituiu a década 2011 a 2020 “Década de Ações para Segurança Viária” no mundo, solicitando que fosse reduzido 50% das mortes decorrentes de acidentes de trânsito.

Muitas campanhas têm sido lançadas anualmente alertando sobre a direção defensiva, segura e educação para o trânsito, pois as evidencias comprovam que os jovens apresentam características comportamentais que os tornam vulneráveis e susceptíveis a se envolverem e/ou provocarem graves acidentes, contudo o transito é complexo e as razões pelas quais podem ocorrer acidentes são variáveis e previsíveis, se faz necessário que essas medidas sejam incorporadas desde a infância na vida dos indivíduos, como disciplina em seu currículo escolar em todo o mundo, de forma a educar para prevenir, assim como educar para salvar vidas. Acredita-se que quanto mais cedo iniciar a Educação para o Trânsito, mais sujeitos estarão conscientes da responsabilidade que tem quando estão diante do volante de um veículo automotor.

Para que haja sucesso na educação do trânsito, além de atividades conjuntas das entidades pertencentes à Federação, o indivíduo precisa entender que não vive sozinho, que interage e reage a todos a sua volta, que o ser humano aprende por exemplos, tende a copiar todos os comportamentos dos outros, perpetuando daqueles que representa maior valia para este. Se não houver uma mudança nos valores culturais e sociais da população, dificilmente poderá haver sucesso na educação do trânsito. A educação é para todos, do mais novo ao mais velho, principalmente ao último que é referencia aos mais novos, tendo seu comportamento copiado e admirado.

Ainda poderia aproveitar os “brinquedos” que são oferecidos às crianças, como triciclos, bicicletas, patinetes, skates, patins para iniciar ou reforçar a educação de trânsito. O trânsito está inserido no dia a dia do ser humano desta forma é urgente que este mude a forma de interagir e reagir.

Ainda com relação aos dispositivos de segurança, deve-se enfatizar o uso do cinto de segurança por todos os ocupantes dos veículos, não apenas o motorista ou carona, além do uso do capacete pelo motociclista e o garupa, sendo esse dispositivo também utilizado pelos ciclistas, skatista.

4 A relação entre trânsito e individuo

A descrição dos impulsos feita por Sigmund Freud em 1925, como um estado de tensão ou pressão que impulsiona o individuo para fins ou atividades particulares, as quais tem uma conotação de gratificação evidencia um objetivo de cessar uma tensão ou pressão, assim sendo o individuo procurará aliviar ou reduzir tal incomodo, entendendo que o impulso aparece no corpo ou em parte dele, que ao ser reconhecido procura aliviá-la com objetivo de reconhecer qual área do organismo está mais tensionada ou pressionada para reduzi-la. Pressão é a energia ou força que é gasta para obtenção de satisfação ou gratificação, o sujeito busca um objeto que será caracterizado pela ação ou expressão de que o organismo se vale para obter gratificação e prazer.

Dessa forma, todas as atitudes provocadas pelos impulsos, para obtenção de gratificação, acabam atingindo um alto grau de complexidade, pois dependendo da natureza da pressão ou tensão provocada no organismo os impulsos poderão assumir duas posições uma caracterizada pelo erotismo e satisfação e outra pela destrutividade. Todo esse processo se vincula a uma representação mental que canalizará um quantum dessa energia, que poderá ser liberada para um objeto. Entretanto Freud percebeu que existe um processo mental constituído de fases as quais denominou Id, Ego e Super Ego, onde os impulsos têm funções distintas e por isso canalizam a energia de acordo com sua característica; sendo o Ego o executor dos impulsos, é quem possibilita a gratificação de desejos e evita o sofrimento, assim como é o responsável pela aquisição do controle motor, (1933, livro 28, p 87,89 e 102, Obras Completas, ed. Bras.).

Essas funções são desenvolvidas gradativamente a partir do maior grau de diferenciação do Ego pela experiência com o meio e do maior grau do amadurecimento orgânico. Os primeiros estágios de formação do Ego são privilegiados pela relação da criança com seu corpo, este lhe proporciona vários tipos de sugestões simultâneas que ficam registradas no Ego. Possibilitando o surgimento da Identificação, do ato de tornar-se semelhante a algo ou alguém, em um ou vários aspectos do pensamento ou do comportamento, pode ser inconsciente e com objetivo de investir alto grau de energia catéxica de origem libidinal ou agressiva.

Nesse processo do funcionamento do psiquismo do indivíduo encontram-se dois processos onde o Ego e o Id se diferenciam, um o processo primário onde a o Id descarrega a energia dos impulsos imediatamente, caracterizando uma conduta infantil; o outro processo secundário que a partir da elaboração do pensamento, ou seja, mais amadurecido, retarde a descarga da energia catéxica até que seja encontrada uma situação ambiental favorável e a vincule mais firmemente ao objeto original.

Assim na tentativa de atender as demandas do Id, mediar a realidade, lança mão dos Mecanismos de Ajustamento – a Sublimação; ou Mecanismos de Defesa – Repressão, Negação, Racionalização, Formação Reativa, Introjeção/Isolamento, Projeção e Regressão (Anna Freud, 1936; Fenichel, 1945). Formando o conjunto de processos denominado Personalidade.

O que podemos observar a cerca da teoria freudiana é que as camadas mais profundas da personalidade puderam ser estudadas, que ao admitir a existência de aspectos inconsciente, é possível traze-lo à consciência, logo ser estudado e abordado racionalmente. “Onde está o id, ali está o ego” (1933, livro 28, p. 102 na ed. Bras.).

Desta forma fica mais fácil entender que a personalidade é um conjunto de processos psicológicos aos quais, o acesso e a observação são viáveis, resultando em muitos estudos que tentam dar conta da complexidade de comportamentos resultantes desse processo individual, onde o individuo age e reage, principalmente quando se encontra com outros.

Alguns autores, como Rebolo e Harris (2006) referem-se à personalidade como um padrão de atitudes e comportamentos relativamente constantes e estáveis a cada indivíduo que o diferencia dos demais sendo que as diferenças não se prendem apenas com aspetos visíveis, mas também com os pensamentos, os sentimentos e as crenças. Entendendo-se a personalidade como um conjunto de caraterísticas únicas da pessoa que a distingue a partir de padrões consistentes de pensamentos, sentimentos e comportamentos (Trentini et. al., 2009) definindo-se pela constância da conduta na medida em que esta representa formas relativamente estáveis de sentir, pensar e agir (Bartholomeu, 2008).

A personalidade sendo um dos componentes dos processos psicológicos como descritos incialmente por Freud, estudiosos avançaram seus estudos buscando a luz para compreender esse processo. Segundo Hoffman e Gonzáles “A par da personalidade, a inteligência, os estilos cognitivos, a motivação, a aprendizagem, a experiência e a memória, modulam o funcionamento dos processos psicológicos em atividade durante o exercício da condução (Hoffmann & Gonzáles, 2003)”.

Alguns estudos evidenciam que “da relação entre fatores da personalidade e comportamentos de risco na condução, caraterísticas como a hostilidade física e verbal, a tendência em assumir riscos na condução, a agressividade e a tolerância ao desvio de normas foram significativamente preditores de atitudes competitivas na condução, condução perigosa e agressiva. No que refere à relação entre as caraterísticas de personalidade e as infracções dos condutores o estudo refere que as mesmas foram preditoras de um maior número de infrações na condução (Patil et. al., 2006).”.

Desta forma é possível verificar que fatores internos, tentando aliviar ou cessar a pressão, influenciam o individuo a se comportar de forma a aumentar o risco de acidentes, conforme estudos de Burns & Wilde, 1995 - Os condutores que de forma intencional praticam uma condução para além dos limites de velocidade apresentam uma personalidade caraterizada pela procura de sensações e novas experiências apresentando uma percepção de risco inferior aos demais condutores, sendo ainda sugerido que a procura de sensações é fator preditivo da tendência que os indivíduos apresentam para as recorrentes infrações rodoviárias (Burns & Wilde, 1995).

Analisando os jovens - As pesquisas mostram que os jovens condutores pela sua inexperiência subestimam os riscos associados às mais variadas situações na condução, tendo a variável personalidade um papel importante na percepção do risco e no comportamento na condução. Salientando que caraterísticas como o altruísmo, e a aversão ao risco apresentam correlações moderadas negativas com os comportamentos de risco na condução (Machin, & Sankey, 2008).

Outro fator que pode influenciar o sujeito é a tonalidade emocional que cada um vive, ou seja, quanto feliz ou irritado se vive definindo um padrão de atitudes que o sujeito pode alterar e controlar. Segundo Skinner o indivíduo pode autocontrolar seu comportamento e o faz com base nas consequências que tal evento gerou em sua vida, (James Fadiman, Robert Frager, Teorias da Personalidade - B.F. Skinner e o Behaviorismo Radical, 1979, pp.197 e 198).

Os estudos publicados em uma revisão literária de artigos relacionados aos principais fatores de risco para acidentes de transito - Revista da USP mostra que os jovens tendem a se envolverem mais em acidentes de transito, sendo a faixa etária que lideram as mortes é a de 15 a 29 anos, devido à inexperiência e a tendência de considerar o ato de dirigir um veículo uma diversão evidenciando pouca consciência das consequências de seu comportamento.

Pessoas do sexo masculino também estão entre aqueles que mais se envolvem em acidentes de transito, principalmente quando se compara com as pessoas de sexo oposto.

Agora é possível verificar que o individuo é complexo e vários fatores podem influenciar seu comportamento, e um deles é o temperamento que está presente no organismo como descrito por Rudolf Steiner, no início do século XX. A teoria do temperamento que aponta que o organismo produz energia e excitação, que tal estado pode ser observado no ser humano desde a infância, porém só poderá ser conhecido a partir do encontro entre as pessoas, que é através dessa aproximação que o outro poderá perceber sentir e observar, revelando uma particularidade e individualidade em cada sujeito, permitindo que cada um tenha um comportamento diferente para cada situação ainda que essa mesma situação se repita, o sujeito poderá adotar um novo comportamento devido a influencia dessa energia e excitação.

O temperamento e tom emocional dos condutores parece aumentarem as possibilidades de ocorrência de acidentes no transito, agressividade e irritabilidade ao dirigir resultam em comportamentos diferentes, porém não menos preocupantes.

O resultado de um comportamento Agressivo no transito é responsável por três fatores de risco para ocorrência de acidentes no transito são elas:

  • Desobediência à sinalização,

  • Ultrapassagem indevida e

  • Velocidade incompatível.

A irritabilidade revela tendência a comportamentos como:

  • Pouca tolerância e hostilidade diante das características rotineiras de organização do transito;

  • Falta de atenção;

  • Sonolência e

  • Estresse.

Esses comportamentos podem ser resultados de atitudes que o sujeito vem repetindo a partir das observações de seus pares relevantes ou pessoas com representação maior como os pais, de um elemento inconsciente com as pessoas em causa (Vocabulário da Psicanálise, pag. 296), e ainda de acordo com Skinner, pag. 210, podem ser imitativo ou projetivo. Comportamento imitativo é aquele que o sujeito imitou o comportamento de outra pessoa, e comportamento projetivo pode revelar que o sujeito atribuiu comportamento semelhante ao da outra pessoa.

Quando se direciona a observação do comportamento do indivíduo para educação, para suas relações com seus pais, verifica-se que alguns estudiosos referem que “estilos educativos parentais englobam um conjunto de atitudes parentais face aos filhos, incluindo os comportamentos relativos às práticas parentais mais a atitude afetiva, estando presente a dimensão emocional da relação” (Darling & Steinberg, 1993).

E afirma que a influência parental no comportamento de risco adotado pelos mais jovens no exercício da condução pode estar relacionada à transmissão geracional de atitudes e comportamentos aprendidos pela criança através da observação do comportamento dos pais (Bianchi & Summala, 2004).

Alguns estudos têm demonstrado que práticas parentais negativas como baixos níveis de monitorização e controlo parental, bem como atitudes brandas face ao consumo de álcool estão associados a elevados níveis de risco no comportamento na condução (Beck & Lockhart, 1992; Bingham & Shope, 2004; Panichi, 2005; Hartos, Eitel & Simons-Morton, 2002; Shope et. al., 2001).

As evidencias demonstram que os pais são as peças mais importantes na prevenção dos acidentes de trânsito, pois são responsáveis pela educação dos filhos, pela formação e transmissão dos valores, princípios éticos, sociais e culturais, à comunicação que estabelecem no núcleo familiar ao mesmo tempo em que são os primeiros modelos que estão presentes em suas rotinas. A influencia do comportamento e da educação que crianças e jovens recebem no núcleo familiar parecem ser decisivos para que haja mais pessoas comprometidas com a segurança e com as pessoas para trafegar em vias e rodovias.

Uma possibilidade que se apresenta é o controle do comportamento ou o autocontrole, “o homem é capaz de se controlar, pois escolhe um curso de ação, pensa na solução de um problema, ou se esforça em aumentar o autoconhecimento”. Tem condições também de controlar o comportamento de outras pessoas manipulando todas as variáveis das quais o comportamento é função, (Skinner, pág. 222).

O sujeito é capaz de manipular as tomadas de decisão, ele pode escolher entre fugir da indecisão ou resolver o conflito, e o faz com base em suas próprias experiências, em suas observações, em seus estudos. Todo individuo tenta de uma forma ou de outra manipular a situação, quando em uma via, tenta manobras arriscadas para sair na frente, ignora a sinalização para trafegar do jeito que mais lhe convier, reage de forma agressiva para neutralizar o oponente, e não percebe o risco a que expõe a si e aos demais usuários.

Segundo Skinner existe algumas formas de controle, como a força física, a punição, a emoção, entre outras. Algumas formas de controle já são utilizadas em campanhas de prevenção de acidentes no trânsito, anualmente elas se repetem, e ainda não parecem terem sido suficientes para reduzir os números de mortes e sequelas resultados dos acidentes no trânsito.

Se as campanhas que estão norteadas pelos dispositivos de controle do comportamento não demonstram ser suficientes para reduzir os índices, outros fatores podem estar relacionados às causas que geram acidentes.

Alguns autores (Moller & Gregersen, 2008; Panichi & Wagner, 2006) referem que o comportamento na condução é influenciado por questões de ordem motivacional e atitudinal que resultam de fatores individuais, culturais e situacionais que não têm a ver com a condução.

Sendo assim, fica evidente que o sujeito tende a repetir os padrões de comportamento, resultantes de sua orientação familiar, cultural, aquelas que são recebidas e observadas dos seus pares de maior valia emocional, e quando este vive em um ambiente onde os valores morais e éticos não estão bem estabelecidos, onde o princípio de proteção à vida própria e do outro não são relevantes o individuo tende a ceder às outras questões individuais com objetivo de diminuir e aliviar a pressão, resultando no cenário que vivemos hoje. Portanto a mudança parece depender apenas do indivíduo, pois sendo capaz de se autocontrolar, de controlar o outro, pode utilizar esse dispositivo na solução dos problemas que enfrentamos no trânsito.

Embora a personalidade não seja um elemento que por si só, possa prever a ocorrência de acidentes e as infrações no exercício da condução (Furnham & Saipe, 1993; Ulleberg & Rundmo, 2003), a literatura internacional tem documentada a ligação entre traços de personalidade e a condução de risco (Jonah, Thiessen & Au-Yeung, 2001; Dahlen, Martin, Ragan & Kuhlman, 2005).

Traços de personalidade como a procura de sensações na condução, a ausência de normas e a agressividade estão positivamente relacionadas com o comportamento de risco na condução, o desconhecimento de regras de trânsito e as infrações aos limites de velocidade, estando o comportamento de risco associado positivamente ao envolvimento em acidentes dos quais resultaram danos materiais e humanos (Iversen & Rundmo, 2002; Zuckerman e Kuhlman, 2000).

O conhecimento acerca das definições de Personalidade, Temperamento, Comportamento e Humor possibilitam entendimento sobre o indivíduo. Cada um age de acordo com seus instintos e experiências que obteve ao longo de sua vida, geram reações comportamentais influenciadas pelo humor podendo resultar em ações e reações violentas, perigosas, inseguras, e/ou quando sob a influência de alguma substância psicoativa como álcool ou drogas, esteja sofrendo de algum problema físico que auxilie na redução de atenção ou sonolência devido falta de repouso costuma envolver-se em situações ou provoca-las com riscos que fogem ao controle resultando em acidentes que podem ser fatais.

Anualmente várias campanhas são lançadas com objetivo de reduzir os acidentes e conscientizar os condutores acerca dos riscos orientando para uma direção defensiva e segura, e quanto mais cedo iniciar a Educação para o Transito, maior será o número de indivíduos conscientes das responsabilidades que tem em situação de transito independente do veiculo ou modo que esteja se locomovendo.

5 Considerações Finais

O presente trabalho teve como objetivo principal estudar a influência do humor dos condutores de veículos automotores e a relação com os conflitos e acidentes de transito.

Tendo em vista que as Avaliações Psicológicas para atestar aptidão dos candidatos a Carteira Nacional de Habilitação, não são suficientes para evitar os acidentes no transito, fornecem parâmetros para que estudos a respeito da relação entre comportamento, humor, personalidade, temperamento, conflitos e acidentes ocorridos no trânsito, sejam realizados.

No primeiro capitulo foi realizada a definição dos termos Personalidade, Temperamento, Comportamento e Humor.

Para definição de Personalidade baseou-se em Sigmund Freud, com as hipóteses de Determinismo Psíquico e Processos Mentais Inconscientes. Onde Determinismo Psíquico refere-se a todo evento mental, e os Processos Mentais Inconscientes tem uma continuidade podem ser encontrados em desejos, sintomas neuróticos, sonhos; todavia são atemporais. Pertencem aos processos mentais ainda os impulsos que geram grande energia para satisfazer as necessidades do individuo.

Os impulsos denominados Libido – impulso sexual e Destrudo – energia agressiva com conotação de destrutividade, caracterizam a mobilidade e plasticidade, revelando como ocorrem os fenômenos mentais inconscientes.

Esses fenômenos agrupam processos e conteúdos que Freud descreveu como Id, Ego e Superego. O Id responsável pelas representações psíquicas dos impulsos; ao Ego cabe a intermediação entre o individuo e o meio ambiente, e filtrar as solicitações do Id ao Superego, além de possuir várias funções relacionadas ao retardamento das gratificações, executar os impulsos e é responsável pela aquisição do controle motor; e o Superego que tende a reprimir tudo o que não estiver relacionado aos preceitos morais e as aspirações ideias do individuo.

Temperamento recebeu uma definição de energia e excitação por Aristóteles e Hipócrates, porem outros autores baseados na medicina ocidental relacionaram o termo aos fenômenos ocorridos no organismo, assim Steiner descreveu quatro tipos de temperamento – Temperamento Colérico – grande energia e grande excitação; Temperamento Melancólico – grande energia e pouca excitação; Temperamento Sanguíneo – pouca energia e grande excitabilidade; Temperamento Fleumático – pouca energia e pouca excitabilidade. Desta forma energia indica força e poder e excitabilidade refere-se ao grau de sensibilidade e a capacidade de reagir.

O comportamento foi aqui descrito de acordo com Skinner como um processo, cuja materialidade é impossível de ser capturada para observações em laboratórios, porém podem ser entendidas através de observações das influencias social, religiosa, política, econômica, educacional e cultural. O comportamento pode ser controlado e modificado pelo individuo, que resulta em autocontrole como consequência do comportamento.

Embora Humor possa ser descrito de algumas maneiras, a descrição do termo em Psiquiatria parece mais adequado, onde o descreve como uma tonalidade emocional prolongada, percebida ao longo de um continuum normal que vai da sensação de estar triste à de estar feliz. E atualmente o termo Humor foi introduzido no Código Internacional de Doenças – CID como Transtorno de Humor que fazem referencia à Depressão e a Elação ou Mania, com ansiedade ou não. No Codigo Internacional de Doenças – CID é descrito 10 tipos de Transtornos relativos ao Humor.

Coube ao segundo capitulo apresentar os dados estatísticos, suas origens e as estratégias de prevenção dos acidentes de trânsito.

Uma dificuldade foi observada quando do levantamento dos dados, pois cada órgão detém apenas informações parciais, sendo o Ministério da Saúde a publicar os dados relativos aos números de vítimas que foram atendidos no evento do acidente, inclusive os óbitos, porém nada se refere aos óbitos ocorridos dias após o acidente, ou a situação de saúde do individuo acidentado após alta hospitalar; DPVAT – Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre tem registrados apenas os pedidos de indenizações que foram solicitadas, porém não são informações precisas, pois a maioria da população desconhece ou recorre ao pedido de indenização; e DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito que registra as ocorrências policiais logo após os acidentes. Desta forma optou-se por um levantamento que pudesse retratar o máximo das informações possível, e os resultados foram alarmantes, pois somente no Brasil mais de 30 mil pessoas morreram em acidentes de Trânsito, os custos com internações, tratamentos e indenizações ultrapassaram os U$500 bilhões anualmente, em uma analise mundial corresponde a percentuais que variam entre 1% a 3% sobre o Produto Interno Bruto de cada país.

A realidade brasileira a respeito dos acidentes de transito com mortes registrou em 2008 6,2 mortes para cada 10.000 veículos, enquanto países como Estados Unidos apresentaram 1,4 mortes pelo mesmo número de veículos o que significa que em comparação com países como Japão, Suécia e Holanda, esse número é considerado bastante grande por tratar-se de país desenvolvido e com alta renda.

Os fatores de risco que lideraram as causas de acidentes no trânsito em 2016 foram: falta de atenção lidera o ranking com 30,8%; velocidade incompatível com 21,9%; ingestão de álcool 15,6%; desobediência à sinalização 10%; ultrapassagem indevida 9,3% e sono 6,7%.

Em 2011 vários países se mobilizaram e elaboraram um plano intitulado “Global Plan for the Decade of Action for Road Safety – 2011 – 2020” com diretrizes objetivas de educação para o transito. No Brasil foi elaborado um Pacto Nacional para Redução de Acidentes de Trânsito, com elaboração das propostas do Plano Global com finalidade de conhecer a realidade de cada estado e município visando à redução dos acidentes e a educação da população, porém ainda não conseguimos alcançar os objetivos sugeridos, pois a educação para o trânsito depende de atividades conjuntas de todas as entidades da Federação.

No terceiro capítulo aprofundaram-se os conceitos de personalidade, temperamento, humor e comportamento, que impulso é um estado de tensão ou pressão que movimenta o individuo na tentativa de aliviar esse incomodo para obter prazer e gratificação, que existe um processo que se vincula a uma representação mental que canaliza uma quantidade de energia que poderá ser liberada em um objeto, que o Ego constitui uma das fases do processo mental inconsciente, possui funções de executor dos impulsos, de possibilitar a gratificação de desejos e evitar o sofrimento, além de ser responsável pela aquisição motora.

O psiquismo possui dois processos de funcionamento e é onde Ego e Id se diferenciam, sendo o Id responsável pela descarga de energia dos impulsos imediatamente, caracterizando uma conduta infantil, e o processo primário. E outro processo que a partir da elaboração do pensamento, retarda a descarga da energia catéxica firmemente ao objeto original.

Entende-se que a personalidade é um conjunto de processos psicológicos acessíveis possibilitando a observação e estudo das variáveis resultando em estudos que tentam trazer à luz do conhecimento a complexidade do comportamento que resulte desse processo.

Personalidade também foi descrita como conjunto de características que são únicas de cada individuo, que estão relacionados aos padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos e ainda que a inteligência, os estilos cognitivos, aprendizagem, a memória e a experiência criam mecanismos de funcionamento dos processos psicológicos.

Estudos demonstram que algumas características da personalidade estão presentes em indivíduos que cometem determinados tipos de infração, como é o caso da condução do veiculo em velocidade acima do permitido, o que caracteriza um individuo que procura sensações e experiências novas, são recorrentes em infrações rodoviárias. Novamente a personalidade aparece em outro estudo relativo aos jovens, quando estes não percebem o risco e o comportamento na condução.

Quando se aprofunda o estudo acerca do comportamento verifica-se que o individuo é capaz de autocontrolar seu comportamento, assim como controlar os outros, que um padrão de atitudes é influenciado pela tonalidade emocional que cada pessoa vive que a felicidade e a irritação são atitudes que o sujeito é capaz de controlar. O comportamento pode ser influenciado pelo temperamento.

E por temperamento entende se tratar de energia que o organismo é capaz de produzir, revelando particularidades e individualidades em cada sujeito.

Juntos temperamento e comportamento parecem contribuir para o aumento de acidentes no trânsito, como é o caso do comportamento agressivo. Tais comportamentos podem ser resultados dos comportamentos que jovens e crianças observam em de seus pais. Porém o comportamento pode ser alterado pelo próprio individuo, com finalidade de fugir da indecisão ou resolver o conflito, utilizando suas próprias experiências e observações.

Que o comportamento pode ser imitado ou projetado de acordo com a situação que cada individuo esteja vivendo, porém esses comportamentos foram aprendidos em seu núcleo familiar. A educação que cada um recebe parece decisiva, pois os pais são responsáveis por transmitir valores, éticos, moral, social e cultural, é nesse ambiente que um conjunto de atitudes e comportamentos afetivos vai determinar a dimensão emocional da relação.

Assim sendo é possível verificar que as campanhas de prevenção de acidentes de trânsito dependem de Educação, porém quando se pensa em Educação, a questão recai invariavelmente sobre os pais, pois parecem ter importância decisiva no processo revelando que o sujeito tende a repetir os modelos aprendidos em seu núcleo familiar, por aqueles de maior valia emocional. Ambientes familiares onde tais valores não são bem estabelecidos, o princípio de proteção e perpetuação a vida própria e de outrem parecem ignorados e o individuo age e reage movido por seus instintos, numa tentativa de aliviar a tensão ou pressão.

As pesquisas realizadas confirmaram que e o comportamento, temperamento, personalidade, o instinto as experiências que cada individuo adquire ao longo de sua vida influenciam nos conflitos e acidentes de trânsito.

Que as definições acerca dos termos personalidade, comportamento, humor, temperamento deram luz a compreensão das ocorrências de acidentes no trânsito.

Durante as pesquisas outro fator se apresentou como decisivo para ocorrência de conflitos e acidentes no trânsito, que se referem à Educação, embora seja objeto de discussão em Prevenção de Acidentes do Trânsito, estudos revelam que a Educação Parental é decisiva para mudança do cenário atual, pois é no núcleo familiar que se molda o sujeito, que este age e reage de acordo com as experiências e orientações recebidas de seus pares parentais de maior valia. Que todos tendem a repetir comportamentos aprendidos e que embora cada um seja motivado por seus instintos e experiências que obteve ao longo da vida, a Educação parece ser decisiva quando o individuo precisa decidir se vai controlar o impulso de aliviar a tensão ou pressão ou simplesmente liberá-la e agir de forma agressiva e impulsiva.

A teoria freudiana sustentou a argumentação de que as camadas mais profundas da personalidade podem ser estudadas, se partindo do pressuposto da existência de aspectos inconscientes, é possível traze-los à consciência e ser abordado racionalmente.

O segundo autor que sustentou os estudos foi B.F. Skinner, que descrevendo o comportamento como um processo, espontâneo e responsável, em algumas situações não depende de influencias internas para que opere mudanças no meio externo. Entretanto o individuo é capaz de modifica-lo utilizando o autocontrole, ou controlando outros indivíduos. O comportamento pode ser também resultado de atitudes que o sujeito aprendeu ao longo de sua vida, todas as experiências afetivas que teve e das próprias observações do comportamento de seus pares parentais.

Por ultimo Rudolf Steiner que descreveu que o Temperamento produz energia e excitação no organismo, que pode ser observado desde a infância, porém só poderá ser conhecido a partir da relação de um individuo com o outro, possibilitou estudos relativos a essa relação resultando em analises de que o comportamento e a intensidade da energia produzida em cada individuo parece contribuir para ocorrência de acidentes no transito.

Com base nos estudos realizados é possível verificar que a Personalidade, Temperamento, Comportamento e Humor estão relacionados com os acidentes ocorridos no trânsito, uma vez que as modulações e variações de Temperamento e Humor, contribuem para que o individuo manifeste algum tipo de Comportamento de risco para acidentes de trânsito. Que cada um sofre as influências de uma Educação Parental tendendo a repetir atitudes e condutas apreendidas no núcleo familiar, o que torna decisiva a necessidade de uma Educação Defensiva onde se incluem os pais, pois estes sendo os formadores dos filhos podem alterar o cenário existente atualmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Brasil é o quinto país do mundo em mortes no trânsito, segundo OMS. Disponível em: https://www.metrojornal.com.br/foco/2017/05/01/brasil-e-o-quinto-pais-mundo-em-mortes-no-transito-segundo-oms.html

Campanha de Transito Australia LEGENDADO 03. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XMBwk0zvhX4&index=4&list=PLzFSAEOwTFR9DGNdbJyhBjaLshHUJdF2

Estatísticas nacionais de acidentes de trânsito. Disponível em: http://vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais

Em Discussão - Senado Notícias. Disponível em: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/motos/saude/estudo-da-organizacao-mundial-da-saude-oms-sobre-mortes-por-acidentes-de-transito-em-178-paises-e-base-para-decada-de-acoes-para-seguranca.aspx


1 Psicóloga Especialista em Psicologia do Trânsito, pela Faculdade Unyleya E-mail: [email protected]