A AVALIAÇÃO FORMATIVA: UM ESTUDO DE CASO, NO COTIDIANO ESCOLAR DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA EUNICE FÉLIX
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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.17774022
Roseane Maria da Silva Oliveira1
RESUMO
Diante do contexto de discussões sobre o desenvolvimento de avaliação escolar, observamos nas escolas públicas, que a avaliação formativa está ganhando mais espaço na prática pedagógica, por motivo de se mostrar mais acertiva no desempenho de uma aprendizagem significativa e no desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Neste artigo foi realizado um estudo de caso, na Escola Municipal Professora Eunice Félix Silva, localizada na Rua Boa Esperança, nº 01, Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes – PE, uma instituição de ensino da rede pública de ensino, pertecente ao município de Jaboatão dos Guararapes, que atende a modalidade de ensino do fundamental II, das turmas do 6º ao 9º ano. O artigo apresenta o objetivo de identificar os desafios e as possibilidades que os professores desta referida unidade enfrentam no cotidiano escolar, para implementação da avaliação formativa durante suas aulas. Nesta investigação foi usada uma abordagem qualitativa, com algumas estratégias de: entrevistas com a diretora, a coordenadora pedagógica e seis professores da unidade, além de observação de aulas e análise de planos de ensino. Embora aparentemente ainda iniciando, os resultados revelam que, existe reconhecimento da importância da avaliação formativa, considerando que sua aplicação ainda é limitada pelos entraves como: falta de tempo pedagógico dos professores, demandas burocráticas e formação insuficiente. Mas além de tudo, também foram identificadas práticas promissoras, como devolutivas mais frequentes, ajustes no planejamento e uso de estratégias participativas. Conclui-se que o fortalecimento da avaliação formativa não só depende do professor, porém de um conjunto, como investimentos em formação continuada, intervenção da gestão escolar, participação da família e principalmente de uma mudança cultural que valorize o acompanhamento processual da aprendizagem dos estudantes.
Palavras-chave: avaliação formativa; ensino fundamental; prática docente; estudo de caso.
ABSTRACT
In the context of current discussions on the development of school assessment, it is observed in public schools that formative assessment has been gaining increasing space in pedagogical practice, as it has proven to be more effective in promoting meaningful learning and fostering students’ autonomy. This article presents a case study conducted at Escola Municipal Professora Eunice Félix Silva, located at Rua Boa Esperança, No. 01, Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes – PE, a public school that serves lower secondary education classes from 6th to 9th grade. The purpose of the article is to identify the challenges and possibilities faced by teachers at this institution in their daily school routines regarding the implementation of formative assessment during their classes. This investigation employed a qualitative approach, using strategies such as interviews with the school principal, the pedagogical coordinator, and six teachers, as well as classroom observations and analysis of teaching plans. Although still in an initial stage, the results reveal a clear recognition of the importance of formative assessment. However, its application remains limited due to barriers such as insufficient pedagogical time for teachers, bureaucratic demands, and inadequate professional development. In addition to these challenges, the study also identified promising practices, including more frequent feedback, adjustments to planning, and the use of participatory strategies. It is concluded that strengthening formative assessment does not depend solely on teachers but on a collective effort involving investment in continuous professional development, proactive actions from school management, family engagement, and, above all, a cultural shift that values the ongoing monitoring of students’ learning processes.
Keywords: formative assessment; lower secondary education; teaching practice; case study.
1. INTRODUÇÃO
No tempo contemporâneo em que vivemos, a educação exige das escolas uma forma de ensino que ultrapassa a transmissão de conteúdos, que desenvolva os estudantes de forma integral, os tornando-os autônomos e críticos. É com esse intuito que as discussões sobre avaliação vem se intensificando, não é apenas falar de provas e resultados, mas pensar sobre como as práticas pedagógicas orientam o processo de ensinar e aprender, bem como também tratar sobre o papel da escola enquanto espaço de transformação. A avaliação formativa tem esse objetivo, já que ela envolve acompanhar o estudante ao longo do percurso e entender a escola como um espaço de transformação. Assim, este trabalho busca analisar como a avaliação formativa como é compreendida e desenvolvida por alguns professores da Escola Municipal Professora Eunice Félix, A escola localiza-se no município de Jaboatão dos Guararapes, que atende a modalidade de ensino do fundamental II. Busca-se também identificar os avanços, os desafios e possibilidades dessa prática no cotidiano escolar, contribuindo para o debate sobre avaliação e aprendizagem significativa.
A presente pesquisa foi realizada na Escola Municipal Profª Eunice Félix Silva, a instituição foi inaugurada no ano de 2014, de acordo com o Projeto Político Pedagógico- PPP (p.12), a unidade atende a uma clientela, que em sua maioria apresenta baixo poder aquisitivo, com grande parte da população sendo composta por pequenos comerciantes, além de trabalhadores do mercado informal. A escola está inserida em um ambiente com fácil acesso e consumo de entorpecentes, onde a maioria dos alunos convive com familiares e/ou vizinhos envolvidos no tráfico de drogas, fica localizada em um bairro periférico de Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes – PE. A instituição atende 432 estudantes distribuídos entre os 6º e 9º anos do ensino fundamental e enfrenta desafios significativos em seu cotidiano pedagógico. Entre eles, destacam-se as dificuldades de aprendizagem, os baixos níveis de leitura e escrita, a indisciplina, a evasão escolar e o baixo desempenho em avaliações externas, como as provas do Sistema de Avaliação da Avaliação Brasileira -SAEB e o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco- SAEPE. Essa condição que estão inseridos os estudantes, contribuem para caracterizar fatores que repercutem diretamente no processo educativo.
Embora a própria rede municipal de ensino, a qual oferta formações para o uso da avaliação formativa ainda é percebido uma prática no cotidiano escolar ainda caracterizada predominantemente por métodos tradicionais, baseados em provas periódicas, pontuação por atividades e registros de comportamento. Foi possível observar que durante as aulas, havia pouca utilização de estratégias formativas, como devolutivas sistemáticas, portfólios, autoavaliação ou reescritas, o que evidencia uma lacuna entre as orientações teóricas e a prática docente. Com os relatos dos professores foi possível detectar algumas barreiras, como falta de tempo pedagógico, falta de educação dos alunos, número elevado de alunos por turma e falta de comprometimento da família, o que reforça a dificuldade do acompanhamento individualizado.
Embargados nesse contexto, o estudo tem como objetivo analisar como a avaliação formativa é compreendida e desenvolvida pelos professores dos anos finais do ensino fundamental da referida escola, identificando os desafios, as potencialidades e os caminhos possíveis para sua efetivação. Ao investigar esse contexto, busca-se contribuir para a reflexão sobre práticas avaliativas mais inclusivas, coerentes e promotoras de aprendizagem significativa, reconhecendo a avaliação como um processo contínuo, dialógico e formativo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É possível perceber que na realidade escolar a avaliação formativa tem sido amplamente reconhecida como um componente essencial do processo educativo, a qual vem assumindo papel central na construção de aprendizagens significativas e no desenvolvimento integral dos estudantes. Enquanto as abordagens tradicionais de caráter classificatório, ela se configura como um processo contínuo, dialógico e orientador, cujo propósito principal é oferecer subsídios para que professor e aluno compreendam o percurso de aprendizagem, identifiquem avanços, reconheçam dificuldades e redefinam estratégias (Hoffmann, 1998; Lucckesi, 2008; Fernandes, 2009).
De acordo com Hoffmann (1998), avaliar deve ser entendido como um ato de investigação e reflexão sobre a prática pedagógica, e não como instrumento de punição ou julgamento. No conceito da autora, ainda defende que a avaliação precisa ser sensível ao desenvolvimento do estudante e voltada para a promoção de novas aprendizagens, superando a lógica da simples verificação de resultados. Assim, a avaliação formativa desloca o foco da mensuração de erros para a análise dos processos, valorizando a trajetória do sujeito.
Ainda é possível observar que autores Bloom, Hastings e Madaus (1983) seguem o mesmo sentido, chamam atenção ao fato que a avaliação formativa tem como função principal aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem por meio de ajustes imediatos e contínuos. Para esses autores, ao gerar informações durante o percurso, a avaliação permite que o professor intervenha de forma intencional e personalizada, apoiando o estudante na superação das dificuldades antes que elas se tornem obstáculos mais amplos.
Luckesi (2008) acrescenta uma dimensão ética e humana à discussão, ao afirmar que avaliar é um ato amoroso, comprometido com o crescimento do educando. Em sua concepção, a avaliação formativa não se reduz ao simples ato técnico, mas envolve uma postura acolhedora, sensível e responsável por parte do professor, que precisa compreender o aluno como sujeito em desenvolvimento.
Para Fernandes (2009) relata que um dos maiores potenciais da avaliação formativa está na promoção da autonomia e do envolvimento ativo dos estudantes. Ao compreenderem seus próprios processos e metas de aprendizagem, os alunos tendem a desenvolver maior consciência, participação e responsabilidade no percurso educativo, o que contribui para uma aprendizagem mais significativa.
Além desses conceitos a postura reflexiva e investigativa do professor se faz necessário. Perrenoud (1999) enfatiza que a avaliação formativa requer um olhar atento aos percursos individuais, um trabalho sistemático de observação e a capacidade de reorientar práticas de acordo com as necessidades diagnosticadas. Ainda para o autor, esse processo estimula a autorregulação, a metacognição e o engajamento dos estudantes, o que configura como uma prática que transforma não apenas a avaliação, mas todo o fazer pedagógico.
Assim com base em todos os conceitos, a avaliação formativa ultrapassa a ideia de instrumento, para ser parte fundamental do processo educativo, articulando planejamento, intervenção e reflexão contínua. Dessa forma, ela possibilita que o professor compreenda a aprendizagem não é estático, pois oferece ao aluno a oportunidade de se reconhecer como protagonista de seu próprio desenvolvimento.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada numa abordagem qualitativa, com caráter descritivo e interpretativo, fundamentada na estratégia de estudo de caso (YIN, 2015). O estudo foi realizado na Escola Municipal Professora Eunice Félix Silva, situada na Rua Boa Esperança, nº 01, no bairro Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes – PE. Criada em 2014, a instituição atende 432 estudantes do Ensino Fundamental II, organizados em 13 turmas distribuídas nos turnos manhã, tarde e noite, e conta com 22 professores efetivos e 2 temporários.
No sentido de contribuir com o resultado dessa pesquisa, contou-se com a participação de funcionários dos segmentos escolar, como a diretora escolar, a coordenadora pedagógica e seis professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental, (os professores são regentes nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Arte). A seleção dos participantes, foi feita por adesão dos mesmos, assim que realizado o convite de participação verbalmente, houve a concordância, porém priorizando funcionários que vivenciam diretamente os processos avaliativos no cotidiano escolar.
Para adquirir dados precisos da pesquisa, foi realizada três procedimentos complementares:
O primeiro foi entrevistas semiestruturadas, nela buscou-se compreender como os professores reconheciam as concepções, os desafios e as práticas avaliativas desenvolvidas em sala de aula durante o dia a dia;
O segundo foi a observação das aulas, com a autorização da direção escolar e do professor regente, foi observado as aulas e principalmente as interações pedagógicas, as estratégias de acompanhamento da aprendizagem e a presença (ou ausência) de devolutivas formativas, quando o professor ministrava sua aula;
O terceiro diz respeito a análise documental, foi observado através do Ponto ID (sistema digital utilizado pela Secretaria de Educação de Jaboatão dos Guararapes para gerenciar a rede de ensino municipal, o qual visa otimizar processos como registro de ponto de alunos e professores, controle de frequência, e gerenciamento geral das unidades escolares), abrangendo planos de ensino, registros avaliativos e instrumentos utilizados ao longo do ano letivo.
A bagagem dos dados adquiridos na escola seguiu os pressupostos da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016), contemplando as etapas de pré-análise, exploração do material e categorização. Foi nesse processo que pode-se identificar três eixos importantes que deram sentido aos resultados encontrados:
A bagabem/conceitos que os docentes tem sobre avaliação;
A forma de avaliação realizada pelos docentes no cotidiano escolar;
E os desafios e as possibilidades encontradas no ambiente escolar, que podem facilitar a implementação da avaliação formativa.
Foi mediante dessa combinação dos procedimentos que se possibilitou uma compreensão profunda do fenômeno investigado, respeitando o contexto real da escola e valorizando a perspectiva dos profissionais que nela atuam.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após toda investigação é possível identificar que alguns professores da Escola Municipal Professora Eunice Félix Silva, reconhecem a avaliação formativa como componente essencial do processo de ensino-aprendizagem. Por outro lado, ainda observou-se uma contradição entre a compreensão conceitual da avaliação formativa e sua efetiva implementação no cotidiano escolar.
A rede municipal da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, prevê que cada estudante tenha três oportunidades de avaliação por unidade, podendo o professor optar por métodos formais ou informais. No entanto, a prática predominante ainda é centrada em provas e testes tradicionais, com registros de atividades e comportamento, refletindo mais uma vez uma lacuna entre as orientações teóricas e a prática docente.
Todavia, é possível identificar algumas estratégias formativas que vêm sendo implementadas por determinados professores, ainda que de maneira pontual, mas que merecem destaque por seu potencial pedagógico. Entre essas estratégias, destacam-se os trabalhos em grupo e as apresentações culturais, que tem por iniciativa de alguns professores, que funcionam como instrumentos não apenas de socialização e engajamento dos estudantes, mas também de acompanhamento contínuo da aprendizagem. Foram essas atividades, percebidas durante as observações, que permitem ao docente acompanhar e intervir durante o aprendizado dos estudantes. O progresso dos alunos, se dar como um compasso de uma música, em que precisa ser entendida as entrelinhas, pois as dificuldades são aparentes, mas a busca pela solução precisa ser estimulada através dos contextos práticos. Os docentes conseguem identificar e interagir de forma eficaz trazendo para os estudantes feedbacks propícios para o aprendizado que se busca.
No entanto podemos vê que as práticas encontram limitações significativas, sobretudo em razão da escassez de materiais disponíveis tanto na escola quanto por parte dos estudantes, o que compromete a realização plena das atividades, salientando que o mão na massa, é uma etapa indispensável para um aprendizado autônomo. Outro exemplo que foi observado como uma prática de avaliação formativa, foi observada quando professores de Língua Portuguesa e Matemática, com o suporte ativo da coordenação pedagógica, realizou simulados fundamentados nos descritores das provas do SAEB e do SAEPE, os simulados foram realizados com estudantes dos 8º e 9º anos, e consequentemente foram feitas correções no formato de resolução conjuntamente com os alunos, com seus devidos feedbacks. Essa iniciativa tem como objetivo identificar lacunas de aprendizagem, direcionar intervenções pedagógicas específicas e favorecer o desenvolvimento de estratégias de recuperação e reforço, evidenciando uma tentativa concreta de aproximar a prática docente dos princípios da avaliação formativa.
Entre os principais desafios apontados pelos docentes, foi possível identificar: turmas numerosas (35 a 40 alunos, com exceção de uma sala de 15), indisciplina frequente, sobrecarga de trabalho docente, alunos especiais sem acompanhantes, alunos com dificuldades de aprendizado, falta de recursos e tempo limitado para planejamento e acompanhamento individualizado.
Diversas situações de conflito já foram registradas, em questão comportamental dos estudantes, os quais são retirados da sala de aula, e notificados com advertências pela direção escolar e quando existe repetição do problema os pais são acionados para tomar ciência.
Apesar das limitações, foram identificadas práticas bem-sucedidas, que evidenciam o potencial da avaliação formativa. Um exemplo foi observado na disciplina de Inglês, utilizando a ferramenta de “Palavras Soltas”, na qual o professor realizou diagnóstico imediato da aprendizagem do vocabulário temático de Halloween. A intervenção formativa focada em palavras que apresentavam dificuldade (ex.: confusão entre Owl e Chicken) permitiu correção imediata, favorecendo retenção de vocabulário e participação ativa dos alunos na culminância da atividade.
Esses achados corroboram autores como Fernandes (2009), que ressaltam que a avaliação formativa deve ser contínua, dialógica e orientadora, promovendo autonomia, engajamento e autorregulação dos estudantes. Observa-se, portanto, que os princípios da avaliação formativa estão parcialmente presentes, mas carecem de sistematização, regularidade e recursos adequados.
A análise também evidencia a relevância da gestão escolar na garantia da logística necessária para a implementação das avaliações. Um exemplo observado na unidade foi a reprodução de provas, viabilizada por meio de doações, que são realizadas por cidadãos que cumprem pena judicial, e que pagam através de serviços à comunidade, no caso da escola, alguns desses infratores doam material pedagógico à escola. Pela fala da direção escolar, ficou claro que existe a preocupação de organizar os recursos, proporcionando suporte ao desenvolvimento de atividades complementares para os professores, a diretora ainda argumentou que “os recursos federais que a escola recebe são insuficientes para dar suporte a unidade”, que nem sempre dar para comprar os materias pedagógicos que os professores precisam. Por isso, ela se esforça ao máximo para garantir apenas as folhas de papel ofício (material que os professores mais exigem), para reprodução de atividades e provas.
Esse cenário demonstra que a avaliação formativa não depende apenas da iniciativa individual dos professores, mas também de ações coletivas e do planejamento institucional, reforçando a importância de uma gestão articulada e comprometida com o processo de aprendizagem dos estudantes.
5. CONCLUSÃO
Através da pesquisa foi evidenciado que, embora os professores reconheçam a importância da avaliação formativa, sua aplicação na realidade do cotidiano da Escola Municipal Professora Eunice Félix Silva enfrenta barreiras estruturais, pedagógicas e culturais, como turmas numerosas, indisciplina, falta de materiais e sobrecarga docente dificultam a realização de práticas contínuas e individualizadas.
Mas é possível já observar algumas práticas pontuais com sucesso na sua realização, como trabalhos em grupo, apresentações culturais, simulados baseados em descritores externos e a estratégia de “Palavras Soltas” em Inglês, demonstram que intervenções formativas podem gerar impacto positivo imediato na aprendizagem. Esses exemplos indicam que, com planejamento adequado e suporte institucional, é possível avançar na construção de uma cultura avaliativa mais reflexiva e inclusiva.
Conclui-se que a efetivação da avaliação formativa requer:
Investimento em formação continuada para professores, focada em práticas formativas concretas e estratégias de feedback;
Reorganização das práticas pedagógicas, priorizando acompanhamento individualizado, devolutivas frequentes e atividades participativas;
Apoio da gestão escolar na logística de materiais, recursos e tempo institucional para reflexão e planejamento;
Mudança cultural, envolvendo toda a comunidade escolar, valorizando a avaliação como instrumento de aprendizagem e não apenas de mensuração.
Concluindo, a efetivação da avaliação formativa depende da articulação entre docentes, gestão, estudantes e comunidade, promovendo aprendizagens significativas e equitativas, alinhadas aos princípios de autonomia, participação e desenvolvimento integral dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 Discente do Curso Superior de Ciência da Educação, do Instituto Universidad de la Integración de las Américas. E-mail: [email protected]