A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO, FRENTE A AGRICULTURA TRADICIONAL

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REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10990423


Eduardo de Lima Silva1
Sérgio Baxhix Sebek2
João Vitor de Lima3


RESUMO
O intuito deste artigo foi desenvolver uma pesquisa teórica a respeito da Influência do Agronegócio na Economia Brasileira sob o olhar do profissional da administração. A pesquisa teve sua fundamentação e as devidas argumentações através de achados disponíveis sobre o tema nas bases digitais disponíveis como Capes e BDTN tendo como sua atenção temporal, em artigos, teses e outros materiais de 2015 a 2018. O referido artigo, baseou-se em uma metodologia descritiva, explicativa e bibliográfica, tendo como objetivo principal analisar e interpretar as estatísticas influenciadoras do setor do agrobusiness sobre o mercado econômico vista pelo Administrador de Empresa. A pesquisa também pressupõe de uma vasta análise de dados comparativos com a evolução tecnológica do setor agrícola e sua expansão no mercado interno e externo, levando em consideração as devidas comparações entre a agricultura tradicional com a agricultura tecnológica, isto porque nos próprios achados, foi levantado que uma agricultura tecnológica tem uma vantagem muito grande em produção e lucratividade quando comparado aos outro sistema de produção. Com isso, abordou um aspecto valioso da economia brasileira em demonstrar que a país está contribuindo com expansão no mercado financeiro e econômico. É também de grande valia, mencionar a importância do administrador rural na implantação do agronegócio nas empresas e no setor de industrializado, garantindo maior desempenho e produtividade nos produtos que são exportados.
Palavras-chave: agronegócio, administrador, desenvolvimento, tecnológico.

1 Introdução

Devido ao desenvolvimento tecnológico dos equipamentos e maquinários no setor agropecuário no pais, e a expansão de processos ligados às indústrias com finalidades de melhora no aumento da produtividade e lucratividade das empresas, está sendo um dos responsáveis pela grande participação no PIB brasileiro e principalmente na grande responsabilidade de alimentar mais ¼ da população em todo o mundo. (PENA, 2015).

Desta forma, está a cada dia fazendo com que agricultores que ainda tentam produzir na maneira tradicional, estão perdendo competitividade e produtividade em seus negócios, isto porque, a cada dia mais máquinas estão substituindo serviços que a pouco tempo era feito através de mão humanas. (PENA, 2015).

Vale ressaltar, que o Brasil está conquistando o seu espaço também no mercado externo, isso graças aos grandes investimentos aplicados e ofertados por investidores fora do país, isto porque estes investidores procuram um país que está com sua produção a cada ano crescente vista à outros países, como por exemplo a produção de cana de açúcar, soja, milho dentre outras commodies. Segundo alguns analistas, o Brasil ´poderia ser o maior produtor de alimentos no mundo, isto porque, temos terra boa e com grande capacidade de produção, temos tecnologia, temos mão de obra e principalmente temos clima. Porém, essas viagens utópicas somente seriam possíveis se os bancos e/ou investidores injetassem dinheiro mais barato para os pequenos, médios e grandes produtores como por exemplo os créditos rurais e financiamentos com juros subsidiados. (PENA, 2015).

Diante disso, o papel do Gestor Rural tem uma grande responsabilidade pela expansão e sucesso do agronegócio no país.

2 Classificação Metodológica

A pesquisa caracteriza-se como descritiva. Segundo Barros e Lehfeld (2007), na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador. (BARROS e LEHFELD, 2007).

Ressalta-se também que a referida pesquisa quanto ao seu objetivo, tratar-se-á de explicativa, pois registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas causas. Essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma visão mais unitária do universo ou âmbito produtivo em geral e gerar hipóteses ou ideias por força de dedução lógica (LAKATOS e MARCONI, 2011).

Quantos aos procedimentos técnicos a pesquisa se caracteriza como sendo bibliográfica, segundo Gil (2002, p. 72-73), os procedimentos da pesquisa bibliográfica se definem mediante os seguintes passos: a) determinar os objetivos; b) elaborar um plano de trabalho; c) identificar as fontes; localizar as fontes e obter o material; d) ler o material; fazer apontamentos; e) confeccionar fichas; e f) redigir o trabalho, como é o caso deste trabalho.

O presente estudo baseou-se sob a temática “A Influência do Agronegócio na Economia Brasileira sob a Ótica do Administrador”, bem como a análise criteriosa das estatísticas levantadas sobre o comportamento do mercado interno bruto. Seu objetivo principal, é de após um levantamento criteriosos, apresentar uma análise sobre qual a proporção da influência da tecnologia no agronegócio brasileiro na produção agrícola comparadas a produção agrícola tradicional.

3 Agricultura Tradicional – O Início

Segundo Aurélio (2017), agricultura significa “a arte de cultivar a terra”, sendo utilizada por muito tempo atrás desde nossos ancestrais que exploravam o solo em seus grupos nômades, nos quais permaneceram por muitos anos. Quando o homem primitivo se tornou sedentário, suas relações com a terra mudaram. Passou a extrair da terra o seu sustento. A partir deste momento, a agricultura tradicional passou a ser de grande valia para a humanidade.

A agricultura tradicional se define como uma agricultura executada em propriedades pequenas. Geralmente, este tipo pratica a policultura, ou seja, o cultivo de vários produtos no mesmo local, utilizando técnicas rudimentares, artesanais e ancestrais. Produz baixo rendimento e produção agrícola, bem como, destina-se ao autoconsumo e na subsistência das famílias.

Como características das agriculturas tradicionais, destacam-se:

  • A Policultura, que se destina a produção de vários tipos e culturas anuais;

  • O investimento é considerado baixo;

  • As ferramentas de trabalho são insuficientes e rudimentares;

  • Não contém maneiras adequadas para se trabalhar com a terra, sendo que, a sua manipulação era totalmente descontínua e sem descanso;

  • Todo trabalho agrícola sempre feito com animais e mão de obra humana, sem intervenção de máquinas agrícolas;

  • A maioria da população, cerca de 70% (setenta porcento) dos países em desenvolvimento, tem uma elevada taxa de participação neste tipo de agricultura.

Esta prática, também tem suas dificuldades e problemas que são considerados de grande importância a se destacar na agricultura tradicional, tais como:

  • Fatores climáticos e ambientais;

  • Baixa produtividade;

  • Envelhecimento dos agricultores;

  • Baixa instrução;

  • Erosão dos solos e desertificação;

  • Poluição ambiental.

Portanto, a agricultura tradicional é uma maneira muito antiga, que atualmente, se considera ultrapassada, mas que ainda, em alguns lugares permanecem, devido à falta de instruções de agricultores e a dificuldade financeira dos mesmos.

Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – 2006) definem que:

“No Brasil, dados do último censo do IBGE sobre agricultura, realizado em 2006, apontam que mais de 14 milhões de pessoas atuam neste modelo de produção, ocupando 25% do total de área agricultável do país”. (IBGE, 2006).

Nota-se que o censo do IBGE sobre a agricultura no Brasil, foi realizado há doze anos do nosso tempo. Isto significa que para 2018, houve uma evolução muito grande na agricultura tradicional. Por esse motivo, o avanço tecnológico aprimorou e intensificou a melhoria da produtividade.

Com esse avanço tecnológico no setor, as atividades e a mão de obra foi se aprimorando cada vez mais. Então, os agricultores voltaram às salas de aulas em busca de instruções para melhorar seus conhecimentos e aprimorar o uso de ferramentas para suas atividades na lavoura.

O EJA (Educação de Jovens e Adultos) foi um dos motivos que ajudou a instruir e melhorar a vida desses agricultores, pois esta modalidade é ofertada para pessoas de baixa renda, gratuita, para maiores de 18 anos e que necessitam de alfabetização. Além disso, é uma maneira mais rápida de conclusão do curso, já que a defasagem idade/série se predomina nestes casos.

Portanto, a agricultura tradicional é superada pelos avanços tecnológicos e os agricultores instruídos com uma nova visão de como cuidar da terra, proporcionaram novas maneiras de produzir em grandes escalas.

3.1 A Agricultura Moderna e a Quebra de Paradigma

“A atividade do setor agrícola é uma das mais importantes da economia brasileira, pois, embora componha pouco mais de 5% do PIB brasileiro na atualidade, é responsável por quase R$100 bilhões em volume de exportações em conjunto com a pecuária”,

Estes dados são apresentados segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (SRI/Mapa, 2015) O setor de produção agrícola no Brasil é um dos dirigentes pela economia na balança comercial do país.

Durante e ao longo caminho da história do setor agrícola no Brasil, houve vários momentos em que a economia e a extração de produtos passaram por ciclos e transformações, desde a cana de açúcar em sua produção durante o período colonial, até as atuais mudanças e aumento do café e da soja. Hoje, essas mudanças ainda ocorrem, sobretudo, garantindo, transformando e aprimorando as técnicas. A partir do século XX, com as máquinas foram revolucionadas a produção e modernizaram as atividades agrícolas.

Essa evolução moderna no Brasil está ligada ao avanço das indústrias, nas quais, atualmente, é o difusor da reestruturação no espaço e na divisão territorial do Brasil.

Com esses novos paradigmas, três fatores colocaram a economia dependente das técnicas e produções industriais da zona urbana, são elas:

  • O avanço das indústrias em máquinas, equipamentos, defensivos agrícolas, entre outros;

  • O crescimento do setor terciário;

  • E a aceleração do processo de urbanização.

Pena (2015) relata:

“Podemos dizer que a principal marca da agricultura no Brasil atual – e também, por extensão, a pecuária – é a formação dos complexos agrícolas, notadamente desenvolvidos nas regiões que englobam os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, destacam-se a produção de soja, a carne para exportação e também a cana-de-açúcar, em razão do aumento da necessidade nacional e internacional por etanol”. (PENA, 2015).

Certamente nos estados brasileiros, a maioria da produção agrícola e pecuária aumentou devido a procura prioritária do etanol na economia interna e externa do país, favorecendo um crescimento demasiado da agricultura no Brasil.

Atualmente, as regiões brasileiras caracterizam-se com a modernidade agrícola e a crescente evolução na economia do país. Na região sul, a produção agrícola de soja, milho, cana de açúcar e algodão, é inteiramente ligada à exportação e modernização agrícola. Os estados que predominam neste tipo de produção são: no oeste do Paraná e de Santa Catarina, além do norte do Rio Grande do sul.

Já na região Sudeste, a produção e a alta tecnologia são predominantes, nas quais, a agricultura é muito dependente da indústria por priorizar o uso do solo e os elevados índices de produtividade. Com altos níveis tecnológicos de maquinários, por sua vez, deixa a desejar e limita-se o emprego nesta região. As principais culturas são: a laranja, o café, a cana-de-açúcar e a fruticultura.

Na região Nordeste, há uma variedade de cultivo nas plantações, bem como a cana voltada para a produção de álcool e açúcar, a presença da agricultura familiar com produção mecanizada, cultivo de frutas como o melão, a uva, a manga e o abacaxi. E ainda, como fator predominante, a agricultura de subsistência é um marco nesta região.

região Centro-Oeste é uma área que está em expansão no cultivo da produção mecanizada, tendo como produto em evidência a soja.

Atualmente, na região Norte é estabelecido como fator primordial o aumento da expansão da região Nordeste e do Centro-Oeste. Nesta região, ficou conhecida como “matopiba” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde as atividades agrárias e pecuárias ocorrem com mais intensidade, fazendo desta região o futuro marco do crescimento agronegócio brasileiro.

Portanto, a diferença entre agricultura tradicional e agricultura moderna, se destaca com o avanço da tecnologia e diminuição da mão de obra direta, ou seja, na agricultura tradicional não há intervenção de nenhum maquinário. Assim priorizam o uso de recursos naturais no desenvolvimento do trabalho. Já a agricultura moderna, quebrou o padrão que era priorizado na agricultura tradicional, com o surgimento da Revolução Industrial. Neste caso, a característica principal é abastecer vários comércios, bem como desenvolver métodos para acelerar as sementes cultivadas. Esse meio propicia a exportação de vários produtos em um curto espaço de tempo e custo elevado. Uma desvantagem deste método, é o uso de fertilizantes que torna a qualidade baixa, deixando de ser natural.

3.2 Brasil Agro: Sua Contribuição para o PIB

A expressão “Brasil Agro”, ficou muito conhecida como nas mídias sociais, devido a publicação e expansão do agronegócio na economia do país. Como tudo tem um início, o agronegócio começou com a expansão da agricultura moderna, ou seja, uma nova concepção de conceito aplicada à nova realidade da agricultura, criando-se o termo “agribusiness”, como define Araújo (2007):

“...o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários “in natura ou industrializados” (ARAÚJO, 2007. p. 16)

Esse termo iniciou em 1957 em vários países. No Brasil demorou algum tempo para chegar, somente a partir da década de 1980, com o surgimento de movimentos organizados e sistematizados a “Abag (Associação Brasileira de Agribusiness) e o Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial, pela Universidade de São Paulo (Pensa/USP). (ARAÚJO, 2007. p. 16)

Segundo Araújo (2007) destaca que:

“Somente a partir da segunda metade da década de 1990, o termo agronegócios começa a ser aceito e adotado nos livros-textos e nos jornais, culminando com a criação dos cursos superiores de agronegócios, em nível de graduação universitária”. (ARAÚJO, 2007. p. 17)

Levantamentos da Conab mostra a produção de grãos em elevação, nas quais tem aumentado as taxas médias anuais, apoiando o crescimento da produtividade.” “... Isto pode ser comparado no 12º Levantamento da Conab referente à safra de 2006/2007 e 2011/2012. (SILVA, 2012. p. 7) Segundo Silva (2012), “a produção passou de 131,44 para 165,92 milhões de toneladas, área plantada de 46,16 para 50,81 milhões de hectares e a produtividade aumentou 2848 kg/ha para 3266 kg/ha”. (SILVA, 2012. p.7)

O agronegócio brasileiro tem grande responsabilidade na economia do país, apresentando cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e pela metade das exportações durante o ano de 2017. Este ramo é recheado de oportunidades de investimentos, desenvolvimento e geração de empregos.

Atualmente, o agronegócio é um sistema de produção riquíssimo, onde tem a capacidade de executar diversos tipos de produtos e amparar outros setores da econômica brasileira, apresentando uma contribuição para confecção de roupas, produção de papel, móveis, biocombustíveis, medicamentos e materiais de higiene pessoal. Sem este aspecto fundamental, os outros setores que sustentam a economia do país entrariam em crise e decadência, causando enorme choque de recusa para o crescimento nacional.

É de grande destaque e importância que o agronegócio é responsável pela metade das exportações brasileiras.

Segundo a Defesa Agro (2017), noticia que:

“Em 2017, entre os produtos mais vendidos aos países estrangeiros estão a soja (U$ 4,72 bilhões,) açúcar, (US$ 824,22 milhões), celulose (US$ 527,72 milhões) e carnes (US$ 1,22 bilhão), contribuindo para o saldo positivo da balança comercial brasileira”. (DEFESA AGRO, 2017).

A produção agroindustrial é contínua, sendo uma válvula de escape fundamental contra a crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos. Em 2015, o setor empregava 19 milhões de pessoas. No ano seguinte, houve aumento em cerca de 75 mil novos empregos, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA, 2015).

Durante o ano de 2017, um dos mais difíceis para a economia, o Brasil registrou saldo positivo sob a geração de empregos. Segundo o Ministério do Trabalho, “34.253 pessoas foram contratadas, em maio, para o setor agroindustrial, superando o mês anterior em números de contratações, somando um total de 48.543 novos postos”. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017).

De acordo com a quadro 1 abaixo, que demonstra o PIB do Agronegócio entre suas variações anuais 2018/2017 em PIB-volume:

Quadro 1 – Pib do Agronegócio – Variação Anual 2018/2017 -“Relação entre os Deflatores do Agronegócio e de seus segmentos e o deflator do PIB Nacional

Fonte: https://www.cepea.esalq.usp.br (2018)

Como se observa na Tabela acima, para o segmento de insumos, houve um crescimento de 2,9% no ano e, para a agroindústria de 9%. Já o segmento de agro serviços, para o qual estima-se a expansão de 6,6% em 2018, refletindo a grande quantidade de serviços necessários para o transporte e comercialização da elevada produção.

“Quantos aos preços, as estimativas atuais apontam para perda de 6,5% nos preços relativos do agronegócio, indicando que os produtos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia. Assim como observado em 2017, a pressão baixista da média de preços reais de produtos do agronegócio acabou suprimindo a evolução significativa em volume de produção e, com isso, estima- se queda de 1,3% no PIB-renda do setor.
Entre os segmentos, a redução do PIB-renda é pressionada unicamente pelo primário, para o qual o recuo é estimado em 20,1%. Para os demais segmentos, impulsionado pelo bom volume de produção, o PIB-renda deve crescer.
Um aspecto importante acerca de variação de preços estimada deve ser ressaltado.
Como a variação é calculada a partir da comparação entre os preços do primeiro bimestre de 2018 frente aos do primeiro bimestre do ano passado, a expressiva queda atrela-se, também, ao fato de que o bimestre de 2017 foi o de preços mais altos. Então, à medida que a comparação anual passe a incluir mais meses (nas próximas estimativas do PIB), avalia-se que a taxa negativa terá sua magnitude amenizada ou mesmo levemente revertida. Essa avaliação é ainda reforçada pela perspectiva de aumento de preços de alguns produtos do agronegócio nos próximos meses, como o algodão, o milho, a soja, o trigo e alguns hortifrutícolas.
Ressalta-se, ainda, que os efeitos da greve de caminhoneiros, que afetam sobretudo o setor agronegócio, ainda não são avaliados nesta estimativa do PIB. Mas, essas questões provavelmente terão reflexos nos resultados do setor (ainda não sendo possível avaliar em que magnitude) e poderão ser verificados nas próximas estimativas do PIB”. (CEPEA, 2018. p. 4 - 5)

Com base na citação acima, será levada em conta a tabela 1 para análise dos dados pelo CEPEA, que deixa claro e evidente que a logística influencia e muito na demanda e estimativa do PIB no setor agronegócio. Ainda vale lembrar, que a economia é refletida de tal forma, causando transtornos para o setor, se não proporcionar uma demanda favorável aos preços dos produtos.

3.3 A Administração no Agronegócio

A importância do administrador para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro se dá na economia das atividades agrícolas no país, proporcionando aos empresários rural conscientização para melhoria das condições administrativas, envolvendo qualidade na sua propriedade. Também é de grande valia que o administrador tenha uma visão ampla e burocrática sobre o setor que está vinculado.

O papel fundamental do administrador rural é de responsabilidade, de competências e habilidades, como menciona Silva (2008):

“...planejar, controlar, decidir e avaliar os resultados, visando maximização dos lucros, permanente motivação, ao bem-estar social de seus colaboradores, satisfação de seus clientes e a tomada de decisões de como, quando e o que produzir. Para esta tomada de decisão, o administrador deve ter conhecimento dos fatores externos e internos como: a) Preços dos produtos; b) Clima: histórico e tendência;

c) Existência de mercado para o produto; d) Disponibilidade de mão-de-obra na região; e) Tamanho da empresa agropecuária; f) Eficiência da mão-de-obra; g) Condições pessoais do administrador, etc.”. (SILVA, 2008)

Para garantir uma eficácia nos resultados globais e parciais, a atuação do administrador é de fundamental importância, pois é nele a total confiança que o empresário coloca à disposição toda sua propriedade, garantindo que ele tenha uma formação profissional competente para o gerenciamento dos seus negócios.

O papel do administrador está ligado também, em diagnosticar que o crescimento individual só será possível com organização, se todos colaborarem com participação nos lucros, pois quanto mais os colaboradores produzirem mais lucros a empresa terá e ele também. Com isso, as empresas rurais necessitam da presença de um profissional adequado para tomada de decisões, quanto ao que irá ser produzido, quanto ao que deve atender de necessidades produtivas na propriedade, baixando os custos com a operação.

O Brasil está no caminho para se tornar uma das grandes potências no agronegócio, mas isso só será possível se o resultado do trabalho dos profissionais que atuam na área de administração rural seja encarado como fator primordial na execução de monitorar os setores do agronegócio. Além disso, não é uma tarefa muito fácil para os administradores, pois começam pelo conhecimento de tudo que constitui uma empresa rural, terra, pessoas, máquinas, equipamentos, instalações, benfeitorias, fornecedores, clientes e recursos. No entanto, devem zelar pela tão nobre profissão, construindo seus projetos com competência e ousadia, sem esquecer a humildade e do espírito de liderança, pois só assim conquistarão o sucesso profissional desejado.

O agronegócio brasileiro conquistou espaço entre os países mais desenvolvidos do mundo, graças aos administradores competentes. Por esse motivo, o Brasil é líder na exportação de alguns produtos agrícolas, favorecendo o desenvolvimento de algumas culturas, atraindo investimentos de estrangeiros, nas quais se interessam na cultura da cana de açúcar, pois é considerada matéria prima para a produção do biocombustível.

Portanto, a importância dos administradores rurais se faz necessário para consagrar, explorar e garantir melhores rendimentos e qualidade nos produtos para o agronegócio.

4 Discussão e Resultados

O agronegócio consiste no termo usado como correspondência ao cenário sócio espacial da produção agropecuária, incluindo os serviços, técnicas e equipamentos relacionados, direta ou indiretamente. Portanto, esse segmento da economia envolve uma infinidade de processos que também envolvem a produção agrícola, o consumo de adubos e fertilizantes, o avanço de maquinários, a industrialização de produtos do campo e o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar as atividades.

O agronegócio não está somente ligado com o campo, também está relacionado ao meio urbano. Isso ocorre porque, à medida que aumenta a evolução de maquinários, aumenta também a modernidade nas indústrias, acarretando uma relação com a economia do país “nos três setores: primário (agropecuária), secundário (indústrias e matérias-primas) e o terciário (transporte e comercialização dos produtos)”. (PENA, 2015)

Uma grande jogada dos produtores é o investimento. Segundo Pena (2015) comenta:

“...investem tanto na produção em si quanto nos elementos que viabilizam ou melhoram a sua execução. Assim, essa atividade integra estudos científicos relacionados com o campo e com a biotecnologia e até com a meteorologia e climatologia, a fim de observar as melhores condições para intensificar a acumulação de capital por parte de seus proprietários”. (PENA, 2015).

O agronegócio brasileiro é um dos mais significativos do mundo, no que menciona a vasta demanda de exportações. O Brasil é o maior exportador mundial de café, açúcar e cana-de-açúcar; é também o segundo maior exportador de carne bovina e o maior exportador de carne de frango, sendo também o quarto do mundo na venda internacional de carne suína. Portanto, o lucro produzido tem uma estimativa que aumente até 40% nos próximos anos, dados do Ministério da Agricultura.

4.1 As Críticas ao Agronegócio

Com base em estudos bibliográficos, as críticas ao agronegócio, são consideradas em dois pontos de vistas: uma de caráter econômico-social e outra de caráter ambiental.

Segundo Pena (2015),

“Sobre essa última posição, é comum os embates no contexto político envolvendo os chamados “ruralistas” contra os “ambientalistas”. Esses últimos acusam frequentemente os primeiros de serem os responsáveis pela expansão desordenada das terras cultiváveis no território nacional, expandindo a fronteira agrícola e diminuindo a quantidade de reservas ambientais e áreas verdes. Há também acusações envolvendo o cultivo em áreas de preservação próximas a reservas e parques ambientais, além da poluição de cursos d'água por fertilizantes e outros produtos tóxicos. As críticas de cunho social estão intrinsecamente relacionadas com os movimentos sociais do campo, com destaque para o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que acusa o agronegócio de intensificar o processo de concentração fundiária, em que um número cada vez maior de terras fica detido sob a posse de um número cada vez menor de investidores. Além disso, os ruralistas, nesse caso, são acusados de travarem as políticas de Reforma Agrária no Brasil, que se arrasta desde meados do século XX sem uma solução definitiva”. (PENA, 2015).

As críticas são até favoráveis, mas sabe se que o poder do Agronegócio está concentrado nos investimentos que os produtores remetem à economia, por exemplo, quanto mais moderno os maquinários forem, melhores serão as produtividades. Além disso, críticas foram feitas para melhorar e não para piorar, mas entendem se que enquanto os governantes não incentivarem ou não ajudarem os produtores com uma Reforma Agrária bem elaborada e digna, ainda não terá uma solução para aumentar os investimentos no Brasil.

Para garantir que uma empresa tenha êxodo em sua produtividade e lucros, o administrador tem um papel fundamental para que isto aconteça e faça a diferença, conseguindo resultados palpáveis, com organização, desempenho e controle frente à empresa que se destina administrá-la. Somente um profissional com competências, habilidades e com bom conhecimento dos fatores externos e internos, poderá executar as ordens e tomadas de decisões no gerenciamento dos negócios.

Segundo Silva (2008) a diferença entre ter ou não um administrador é:

“O que é diferencial em um administrador é a questão de ter uma visão global das coisas podendo tomar algumas decisões inerentes ao setor e antecipando-se ao futuro”. “O administrador deve ser sensível às necessidades dos outros, antecipar o futuro, transformar sua visão num projeto, inovar na alocação dos recursos e assegurar resultados tangíveis”. (SILVA, 2008).

Portanto, considera de grande importância um administrador para uma empresa em desenvolvimento, pois o agronegócio está sendo difundido com uma velocidade muito rápida, devido ao avanço das tecnologias voltadas para este setor, fazendo com que o Brasil se torne uma das maiores potências mundiais deste segmento.

5 Conclusão e Consideração

Com o desenvolvimento tecnológico e a grande união entre produtores rurais no país, é de fundamental importância que tenha melhores profissionais para gerenciar os negócios das empresas vigentes.

A competência dos administradores garantiu que o agronegócio brasileiro conquistasse espaço entre os países mais desenvolvidos do mundo. Atualmente, o Brasil é líder em exportação de alguns produtos agrícolas, e em pouco tempo, o agronegócio brasileiro terá alcançado o topo do seguimento mundial.

Com o alto nível dos administradores brasileiros e do clima adequado para o crescimento das culturas, o Brasil vem atraindo vários estrangeiros que apostam na cultura da cana de açúcar, pois é a matéria-prima para a produção do biocombustível, onde vários países, incluindo os Estados Unidos, estão de interessados neste cultivo.

Em 2003, 42% das exportações totais do Brasil era de produtos provenientes do agronegócio. Já em 2007, esse índice praticamente dobrou, no período de janeiro a setembro esse índice atinge 90% das exportações totais, o que significa que houve um aumento de 48% na participação do agronegócio nas exportações brasileiras. As exportações de produtos agrícolas renderam neste ano ao Brasil 32 milhões de dólares até o mês de julho, tornando-se a principal atividade econômica do país. 

Portanto, as empresas e as indústrias vinculadas ao agronegócio e aos avanços tecnológicos, propiciam ao Brasil um aumento de credibilidade econômica para garantir novos investidores para o seguimento. Por fim, deve-se ter uma visão diferente ao seguimento do setor agrícola, pois é de fundamental importância para fazer o país crescer e se desenvolver economicamente, aumentando a capacidade de produção dos produtos agrícolas, chegando ao patamar mais alto, concorrendo com as potências em todos os seguimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PENA, Rodolfo F. Alves. Geografia humana do Brasil - Agricultura no Brasil atual. 2015 – Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agricultura-no-brasil-atual.htm Acesso em: 03/03/2018

PENA, Rodolfo F. Alves. O que é Agronegócio? Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-agronegocio.htm>. Acesso em 25/04/2018

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SILVA, Adriano Aparecido da. A Importância do Administrador para o Desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/a-importancia-do-administrador-para-o-desenvolvimento-do-agronegocio-brasileiro/26313/ Acesso em: 25/04/2018

SILVA, Ana Paula Domingos da. O Crédito Rural e a Situação do Programa de Agricultura de Baixo Carbono no Agronegócio Brasileiro. Curitiba, 2012.


1 ETEC Deputado Francisco Franco – “Chiquito”. E-mail: [email protected]

2 ETEC Deputado Francisco Franco – “Chiquito”. E-mail: [email protected]

3 Centro Universitário UNIFACVEST. Email: [email protected]